São
Paulo – Para 80%, a maior diferença de tratamento é percebida na promoção de
lideranças. A Câmara Americana de Comércio entrevistou 350 homens e mulheres,
entre diretores e gestores de empresas.
A maioria das
empresas brasileiras ainda enfrenta desafios significativos de equidade de
gênero. A conclusão é de estudo inédito da Câmara Americana de Comércio
(Amcham) com 350 diretores e executivos de empresas, no ultimo dia 25 de outubro, durante Seminário Empoderamento da Mulher.
Para 76% dos
entrevistados e entrevistadas, na sua maioria gestores de recursos humanos de
empresas dos mais variados portes e segmentos, as empresas ainda não tratam
homens e mulheres de forma igualitária na estrutura organizacional e de gestão.
Só 24% deles avaliam de forma satisfatória a temática e tratamento de gênero na
sua companhia.
Na
avaliação de 80%, a diferença de tratamento é percebida em maior escala na
promoção de novas lideranças, com maior número de homens em nível gerencial. Outros 12%
consideram a seleção o momento de maior diferenciação, com maior preferência
por gênero e não por competência. E 8% apontam o estágio do desenvolvimento,
com investimentos em treinamento desigual entre sexo na companhia.
Para promover em
maior nível a equidade de gênero, existem três aspectos prioritários a serem
trabalhados: (47%) financeiro, igualando salários e
benefícios entre gêneros do mesmo cargo; (30%) recursos humanos,
aumentando o número de mulheres no quadro de funcionários ; e (23%)
jurídico, igualando diretos e benefícios independente de gêneros.
“Quando, para 47%
dos empresários, igualar salários entre gêneros ainda é o maior obstáculo,
percebemos o quanto vai falta avançar”, comenta Deborah Vieitas, CEO da Amcham
Brasil, e primeira mulher a comandar, em 98 anos, a maior Câmara Americana,
entre 114 existentes fora dos Estados Unidos.
Maternidade
e carreira
A maioria dos
entrevistados pela Amcham (86%) avalia que o papel cultural das mulheres nas
estruturas familiares ainda são fatores de interrupção de carreira. Para esta
maioria, as mulheres arcarem com uma parte desproporcionalmente maior das
tarefas domésticas e, especialmente, na maternidade, inibe e reduz promoções e
também as ambições femininas por cargos mais elevados. Para 78% , o fator
maternidade ainda gera interrupções ou pausas em plano de carreira para
mulheres executivas.
Equidade
como pilar de gestão
Na sondagem da
Amcham, 52% declararam NÃO ter um programa
formal ou ação de incentivo à equidade de gênero. Das 48% das empresas que já
possuem um programa estruturado, 63% avaliam os resultados gerados a partir da
ação ainda como “regulares”, com mudanças pontuais na cultura da empresa. Só
19% estão satisfeitos com as ações e estágio atual do seu programa de equidade.
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