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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Ficar no trânsito por mais de três horas consome seus dias de folga



Não é fácil conviver com o tráfego intenso dos grandes aglomerados urbanos, que ano após ano bate recorde de congestionamento. Segundo estudo do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), existem cerca de 45,5 milhões de automóveis circulando pelas ruas do Brasil, o que significa que há um veículo para cada 4,4 habitantes. Há dez anos, a proporção era de 7,4 habitantes por carro. Entre as dez cidades com mais automóveis, nove se concentram na região sudeste (26 milhões), com São Paulo respondendo por 8 milhões do total. 

Outros estados que também sofrem com o crescimento desenfreado do trânsito são Rio de Janeiro, Brasília e Recife. Muito mais grave que os atrasos e transtornos diariamente enfrentados por toda a população, estão as consequências da falta de planejamento urbano na saúde e na economia. Afinal, ficar parado numa via por muito tempo, no mínimo, cinco vezes por semana, custa tempo, dinheiro e afeta o bem-estar do indivíduo que, pouco a pouco, começa a adoecer. 

Considerada a cidade mais populosa do Brasil, São Paulo conta com mais de 12 milhões de habitantes, o equivalente a 6% da população do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas somado à falta de infraestrutura em mobilidade faz com que o trabalhador paulistano perca em média três (3) horas do seu dia no trajeto de casa para o trabalho. Você já parou para pensar quantas atividades poderiam ser desenvolvidas neste período de tempo? 

Pesquisas com base em nosso banco de dados demonstram que é maior o nível de satisfação daqueles que trabalham próximo de sua residência e não têm que enfrentar longas horas no trânsito, já que acabam tendo mais tempo para cuidar de assuntos pessoais, como ir à academia, estudar ou ficar com a família. Para a empresa, o resultado é convertido em menos rotatividade, maior produtividade e, consequentemente, redução de custos.  

Ainda de acordo com nosso levantamento, trabalhar perto de casa pode gerar uma economia de tempo equivalente até 20 dias livres no ano. E o trabalhador vem reavaliando esta questão. Estudos afirmam que 43,3% das pessoas saem das empresas por não visualizarem um plano de carreira. Já 36,7% deixam o cargo em função da distância da casa ao trabalho. Outros 33,3% disseram levar em conta o ambiente e o clima, enquanto 30% afirmaram que o salário é essencial para retê-lo.

Ou seja, o segundo maior motivo para que o profissional peça demissão está relacionado diretamente à distância que ele percorre de casa até o trabalho. Contudo, o tema qualidade de vida, cada vez mais presente no consciente do trabalhador e também das áreas de recursos humanos, tem orientado o mercado de trabalho a se preocupar com melhores condições de trabalho para os colaboradores.

Repensar a mobilidade para gerar um melhor trânsito para todos é um assunto que precisa ser discutido urgentemente por todos os setores da sociedade. Somente assim conseguiremos encontrar alternativas que melhorem o desenvolvimento do tráfego urbano do ponto de vista econômico e social, e de forma sustentável de fato. 



Jacob Rosenbloom - CEO da Emprego Ligado.

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