Segundo o Colégio Americano de Ginecologistas e
Obstetras (ACOG), a atividade física traz diversos benefícios para as gestantes
e o seu bebê.
Redução
das dores lombares, melhora na constipação intestinal, diminuição do risco de diabetes
gestacional, ganho de peso saudável durante a gravidez, melhoria do
condicionamento físico geral e fortalecimento do coração e dos vasos
sanguíneos, e ainda ajuda a futura mamãe a perder o peso adicional depois que
seu bebê nasce, são alguns dos benefícios que traz uma atividade física
praticada durante a gravidez, porém, desde que não tenham contra indicações,
durante os três trimestres de gestação.
Para
a ginecologista e obstetra Dra. Mariana Halla, a corrida é uma modalidade
esportiva que pode ser praticada durante a gestação, porém, com menor
intensidade e cuidados adicionais como controle dos batimentos cardíacos,
atenção à hidratação, preferência a superfícies planas e regulares e
vestimentas adequadas. “Também é importante que apenas mulheres previamente
acostumadas com este esporte o façam durante a gravidez.
Aquelas
que não corriam antes de engravidar devem preferir uma caminhada rápida”,
ressalta a Dra. Mariana.
Mãe
calma, bebê calmo!
Além
dos benefícios já citados, a corrida é uma atividade prazerosa que libera
dopamina e serotonina, neurotransmissores que acalmam e dão sensação de bem
estar, contribuindo para um sono melhor e alívio de stress. Mas cuidado, pois
durante a gravidez, existe aumento de um hormônio, a relaxina, que deixa as articulações
mais maleáveis e, portanto, com maior risco de entorses e quedas. Também com o
aumento do peso na pelve/abdome, há mudança do centro de gravidade, favorecendo
desequilíbrios e dores lombares. “O aumento global do peso materno sobrecarrega
articulações podendo causar lesões. Se o exercício for muito intenso, pode
prejudicar o fluxo placentário ou até levar ao trabalho de parto prematuro”,
ressalta Mariana.
A
seguir, a ginecologista tira algumas dúvidas sobre a prática de exercício na
gestação
Até
que ponto da gestação a corrida é uma atividade segura para a mamãe e para o
bebê?
Desde
que não tenham contraindicações, a gestante poderá correr 32 semanas em média,
mas cada situação será individualizada pelo médico do pré-natal.
Quais
os cuidados que devem ser observados pela grávida durante a prática de corrida?
-Controlar
sua frequência cardíaca para que não passe de 60-80% da frequência cardíaca
máxima
-Hidratar-
se regularmente
-Usar
tops que tenham boa sustentação para as mamas
-Evitar
superfícies irregulares ou escuras
-Parar
no primeiro sinal de tonturas ou exaustão
No
que ou, de que forma a prática desta atividade pode influenciar no momento do
parto?
Evitando
o ganho excessivo de peso materno, menores são as chances de um bebê
macrossômico (grande demais) e maiores as chances de um parto normal. Treinando
a musculatura pélvica e abdominal, a futura mamãe terá mais facilidade para
exercer os puxos (fazer a força) durante o trabalho de parto. A recuperação
pós- parto será melhor naquelas que praticaram esta ou outra atividade física.
De
que forma o ginecologista e obstetra pode orientar ou ajudar a mulher na
escolha da atividade física ideal para cada caso durante a gestação?
Todas
as mulheres devem praticar atividades físicas durante o pré-natal, e aquelas
antes sedentárias, devem começar lentamente até tornar essa pratica comum para
todos os outros momentos da vida. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças,
(CDC) recomenda que mulheres grávidas façam pelo menos 150 minutos de atividade
aeróbica de intensidade moderada por semana. A escolha deve respeitar o gosto
da gestante, opções como pilates, musculação, Yoga, caminhada, bicicleta
ergométrica (estacionária), corrida, dança, natação ou hidroginástica são bem
vindas. Esportes de contato como boxe ou outras lutas, basquete, futebol ou
ainda mergulho e paraquedismo devem ser evitados.
Dra Mariana Bignardi Halla
– CRM 117460 - Ginecologista e Obstetra. Graduação pela Faculdade de Medicina de
Jundiaí; Residência Médica e Especialização em Ginecologia Endócrina pela Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo; Atuou no Hospital São Luiz ;Associada da
Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia; Certificada pelo ALSO (
Advanced Life Support in Obstetrics); Pós Graduação pela Sociedade
Brasileira de Medicina do Estudo do Envelhecimento-SOBRAE; Membro da
International Menopause Society-IMS, Pós Graduanda em Nutrologia- ABRAN.
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