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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Brasil pode ter crise de abastecimento de sangue e hemoderivados





Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) alerta que falta de recebimento de verbas pelos hemocentros públicos pode impactar tratamentos de dependem de transfusão de sangue no País
O Brasil atravessa talvez a pior crise da história enquanto País independente: uma crise que não é apenas política, mas que é muito mais profunda e envolve aspectos econômicos e até, porque não dizer, civilizatórios. Uma crise que atinge os brasileiros como cidadãos, como pais, como professores e pesquisadores, mas principalmente que atinge os médicos, profissionais preparados para lidar com a dor, com o sofrimento, com a doença do ser humano. Na área dos hemocentros públicos, a crise não poderia ser mais grave, pois estão ameaçados pela inadimplência e se nada for feito, em breve, pode-se ter uma crise de abastecimento de sangue e componentes para os hospitais atendidos pela rede pública.
O alerta da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) é sobre o perigo iminente de desabastecimento de sangue e as consequências catastróficas que esta situação implica. “A área da saúde, principalmente o sistema público de saúde, certamente é um dos setores mais afetados pela crise atual. Os recursos que já não eram abundantes antes da crise agora se tornam escassos diante na nova realidade econômica do País. A área de hematologia, hemoterapia e terapia celular é extremamente dependente de insumos, de medicamentos e de reagentes importados e com a alta do dólar sofremos uma corrosão considerável do nosso poder de compra”, aponta Dimas Tadeu Covas, presidente da ABHH.
Covas ainda indica que neste contexto seria razoável esperar, se houvesse uma responsabilidade maior das nossas autoridades, uma recomposição orçamentária para fazer frente a esta variação negativa do poder de compra dos orçamentos dos serviços públicos de saúde, principalmente daqueles, como os serviços de hematologia e hemoterapia. “Mas isto não está sendo feito e não existe a perspectiva em curto prazo. As consequências danosas desta situação já se faz sentir de forma aguda. Temos observado diminuição importante das atividades e mesmo o fechamento de serviços públicos como ambulatórios de leitos e hospitais de ensino”, explica o hemoterapeuta.

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