Diante da atual crise
econômica, cidades têm adotado medidas para passarem por ela minimizando
impactos. A saída para muitas se manterem, fazerem a economia girar e
continuarem a gerar emprego é abrir às portas ao turismo, principalmente rodoviário.
A prática ainda é pouco usual no litoral paulista, já que há restrições de
entrada, permanência e circulação de ônibus de turismo.
Em congresso
realizado em Caraguatatuba, coloquei em pauta o apagão turístico rodoviário nas
16 cidades do litoral norte e baixada santista do Estado. Para uma empresa de
fretamento entrar numa cidade litorânea é preciso autorização prévia e que
recolha taxa de estadia; é proibido estacionar em vias públicas e; em muitos
casos, é definido um ponto para o desembarque dos turistas (nem sempre o local
é o desejado ou mesmo adequado). A circulação/permanência dos ônibus sem
autorização é passível de multa e apreensão do veículo.
Defendemos o turismo
sustentável, que gera riquezas para todas as partes e que seja previamente
conhecido para o município se preparar para receber os turistas. Mas essa
organização depende de tecnologia. E é inadmissível as agências ou
transportadoras terem de praticar uma série de atos burocráticos no destino da
viagem. Hoje, tudo pode ser feito pela internet, disponibilizando a informação
a todos na organização do turismo e do trânsito, evitando transtornos.
Se as restrições
foram criadas para impedir os “farofeiros”, hoje elas impedem muito mais o
turismo por fretamento rodoviário organizado, que é uma opção crescente de
transporte.
A saída para a melhor
eficiência do fretamento rodoviário é desburocratizar e informatizar o acesso
das transportadoras turísticas. Esta tecnologia também permitirá uma
fiscalização indireta, afastando o transporte clandestino/irregular e poderá
fazer uma série de checagens da empresa e do veículo antes de emitir a
autorização de entrada na cidade. O próprio sistema pode se custear gerando
receitas para o município com publicidade. O trânsito dos veículos de turismo
pode ser previamente ordenado, com rotas de acesso delimitadas na autorização,
evitando prejuízos à mobilidade.
Em baixa temporada,
nosso litoral fica completamente ocioso enquanto temos milhares de escolas
querendo fazer estudos do meio ambiente, terceira idade disponível para viajar
e tantos outros turistas que gostariam de conhecer os atrativos de 600 km de
praias. Poder público e iniciativa privada juntos podem encontrar uma melhor solução
para essas e outras questões que dificultam nosso turismo rodoviário. Vamos
conversar?
Regina Rocha - diretora executiva
da FRESP (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento
do Estado de São Paulo), bacharel em Direito e em Turismo, atua há mais de
quinze anos com o setor de transporte rodoviário e turístico e é uma das
conselheiras do Conselho Estadual de Turismo.
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