Economia brasileira se aproxima do crescimento zero
Dados
divulgados pelo IBGE superam expectativas pessimistas da FecomercioSP
A queda supera as expectativas pessimistas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Até a divulgação dos últimos dados, a Entidade trabalhava com uma taxa de crescimento entre 0,5% e 1%. A revisão deve trazer esta faixa para algo entre 0% e 0,5%, com o antigo "piso" se tornando o novo "teto".
Entre os setores analisados, o que mais preocupa na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado é o crescimento de apenas 0,2% do setor de serviços, que era o sustentáculo do atual modelo econômico. Dentro de serviços, o quadro é pior porque, extraindo a parte do governo, o crescimento provavelmente já é zero.
A queda da indústria é bastante relevante, mas já era antecipada por quase todos os analistas. Isso indica que a indústria já passa há tempos por uma redução de seu tamanho e capacidade produtiva, e não há perspectivas de melhoria para o curto e médio prazos. A tendência é de que o crescimento industrial registre taxas negativas também em 2015.
Causa apreensão ainda o fato de que a agropecuária - setor mais produtivo e competitivo do País - apresente crescimento zero em relação ao segundo trimestre do ano passado. Se o Brasil já não contava com a indústria para crescer nos últimos anos, agora não poderá mais contar com o consumo e deverá deixar de contar também com o setor agropecuário.
Preocupação com equipe econômica
A FecomercioSP tem se preocupado
bastante com as reações da equipe econômica que se recusa em aceitar o fato de
que algo está errado e de que há necessidade de mudança. O discurso de que a
crise brasileira é produto da crise internacional, além de falso, não convence
nenhum empresário ou investidor. O mundo está acelerando seu crescimento,
notadamente com a aceleração do PIB norte-americano, que foi justamente o
epicentro da crise em 2008.
Empresários e investidores, já com
confiança bastante reduzida na economia brasileira, ao perceberem que não há
claras indicações de que o diagnóstico do governo e das autoridades econômicas
para os problemas seja o correto, tendem a manter-se em espera. Se o governo
insiste em que está tudo bem, isso indica que não haverá mudanças. O
diagnóstico errado implica em prognóstico ineficaz.
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