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quarta-feira, 23 de julho de 2014


Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho: a importância dos cuidados com a coluna vertebral

 

Neurocirurgião especialista em coluna chama atenção para os acidentes de trabalho que podem lesionar a coluna vertebral

 

No próximo 27 de julho é comemorado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, data que simboliza um marco histórico na luta dos trabalhadores por melhorias nas condições de segurança e saúde no trabalho. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de um total de 2,34 milhões de mortes em trabalho a cada ano, 321 mil se devem a acidentes. As restantes 2,02 milhões de mortes são causadas por diversos tipos de enfermidades relacionadas com o trabalho, o que equivale a uma média diária de mais de 5.500 mortes. Dentre os acidentes sem mortes, que geram lesões de parciais a graves, a coluna vertebral aparece com destaque, levando muitos trabalhadores a se afastarem de suas atividades.

Como explica o neurocirurgião especialista em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral do Departamento de Neurocirurgia da Unifesp, Dr. Alexandre Reis Elias, algumas funções são consideradas de maior risco de acidentes para a coluna, como aquelas executadas por motociclistas, caminhoneiros e motoristas em geral, carregadores, trabalhadores da área da construção civil e até esportistas profissionais que praticam atividades de alto impacto.

“A área comumente mais afetada nos acidentes de trabalho é a cervical e a torácica, sendo a cervical mais suscetível à gravidade, devido a sua mobilidade e possibilidade de atingimento do sistema nervoso e rompimento da medula. Já as lesões localizadas na região mais estável da coluna, a baixo lombar, costumam apresentar menor gravidade”, relata o médico.

Dois exemplos recentes de acidentes lesionando a coluna ocorridos com esportistas, com gravidade diferente, são o caso do jogador de futebol Neymar Jr. e da ginasta Laís Souza.  No primeiro, com uma lesão no processo transverso, anexo do eixo central de coluna, o tratamento basicamente se baseia em medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, além de colete para imobilizar a área afetada. Já em casos como o de Laís Souza, que sofreu uma grave lesão da medula, quando treinava para as Olimpíadas de Inverno em Sochi, o quadro, geralmente, necessita de procedimentos mais complexos.

“O tratamento depende do nível da lesão da coluna, podendo ser realizada cirurgia reparadora de diferentes níveis, visando, ainda que não a volta dos movimentos do paciente, a estabilização da sua coluna para melhor qualidade de vida”, relata o especialista.

Independente do caso, Dr. Alexandre Elias chama a atenção para a necessidade reforçar a prevenção dos acidentes, através da medicina do trabalho e itens de segurança orientados para a execução de atividades de risco de quedas e ferimentos. “Vale também o bom senso e cuidados com a coluna e postura em geral, mesmo para aquelas atividades leves, mas muito repetitivas, como ficar de pé ou sentado por muitas horas. Mesmo que elas não apresentem risco de acidentes, em longo prazo podem causar desgaste e agravar problemas já instalados”, conclui.

 
Dr. Alexandre Elias - chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral no Departamento de Neurocirurgia da Unifesp, desde 2007, membro do Centro de Dor e Coluna do Hospital 9 de Julho.
Especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA).
www.alexandreelias.com.br -  www.youtube.com.br/dralexandrelias -

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