Especialista
do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas alerta sobre
comportamentos nocivos à saúde que têm lavado ao aumento na taxa de tumores
entre adultos nascidos nos anos 1990
Estimativas apontam que a cada ano são feitos
12 milhões de diagnósticos de câncer no mundo. Se considerarmos apenas o
Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registrados
em torno de 600 mil novos casos em 2016 – em 2015, eram 520 mil. Considerando
total global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que uma grande parte
dos casos estão relacionados ao nosso modo de vida. E mais: a entidade destaca
a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova geração e o aumento
nos índices de tumores entre jovens com menos de 30 anos.
“O câncer é segunda maior causa de morte entre
pessoas de 15 a 29 anos no país, perdendo apenas para óbitos decorrentes de
acidentes e violência. Entre 2009 e 2013, de acordo com os dados mais recentes
fornecidos pelo Inca, 17.500 jovens brasileiros morreram em decorrência de
tumores malignos”, diz o Dr. Andrey Soares, oncologista clínico do Centro
Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.
O especialista explica que a somatória destes
dados resulta em um alerta importante: é preciso rever nossos hábitos de vida –
ou a falta deles – para frear as estatísticas crescentes ano a ano. “O
incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo
moderado de bebidas alcoólicas e outras medidas simples surgem não apenas como
iniciativas essenciais para frear os índices aumentados do câncer como uma
maneira de promoção à qualidade de vida e bem estar geral. Essas medidas
contribuem também para a potencialização do processo de tratamento para pessoas
diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão”.
Para reforçar essa percepção, o Dr. Andrey
ressalta que sobrepeso e sedentarismo estão no topo dos fatores que afetam
especialmente a saúde da geração de adultos nascidos nos anos 1990. “Millennials
têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon (segmento do intestino
grosso) e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no
reto em comparação à geração Baby Boomers, indivíduos com 55 anos ou mais,
apenas para citar mais um exemplo dos malefícios do sedentarismo e da ingestão
de alimentos pobres em vitaminas e fibras”, afirma o oncologista do CPO,
citando estudo recentemente promovido pela Sociedade Americana de Câncer (ACS,
sigla do inglês American Cancer Society).
E não são só os tumores intestinais que estão
relacionados ao nosso comportamento diário. A obesidade já tida como importante
contribuinte para o aparecimento de ao menos outros nove tipos de câncer:
esôfago, vesícula, fígado, pâncreas, rins, útero, ovário, mama e próstata.
“Fatores como sedentarismo, consumo aumentado de carne vermelha, fast
food, comida processada, álcool e cigarro também são hábitos comuns
entre os jovens que podem trazer malefícios à saúde. Se não atentarmos para os
hábitos que colaboram para a redução do risco de câncer, teremos futuramente um
contingente cada vez mais aumentado de pacientes nos consutórios oncológicos”,
finaliza.
Abaixo, Dr. Andrey Soares lista os principais
fatores que podem contribuir para o surgimento do câncer:
Tabagismo:
Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour, sendo
incentivado até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus
cigarros, o que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O cigarro
era liberado nos restaurantes e até na sala de aula. Hoje, o uso do cigarro
pela geração Millenials, na maioria das vezes, vem acompanhando de bebidas
alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são
decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de
desenvolver a doença. Além disso, o cigarro também é responsável pelo
aparecimento do tumor na cabeça e pescoço.
Etilismo: O
consumo exagerado de bebidas alcoólicas tem se mostrado um dos hábitos mais
frequentes entre jovens adultos. Essa prática traz consequências para a saúde
física, sendo um depressor do sistema nervoso central e gerando impactos
nocivos a diversos órgãos, como o fígado, o coração e o estômago. Uma pesquisa
publicada no Alcohol and Alcoholism mostra que as consequências podem
ser ainda maiores: segundo o periódico basta uma dose de bebida alcoólica por
dia para aumentar o risco das mulheres desenvolverem câncer de mama em 5%. A
conclusão é parte de uma revisão de 113 estudos feita por pesquisadores da
Alemanha, França e Itália. Para mulheres que bebem mais – três ou mais doses
por dia – o risco de contrair a doença aumenta em 50%.
Sedentarismo: Pode
parecer um pouco clichê relacionar a saúde com a prática de exercícios físicos
diários, mas esse é um fator que pode diminuir bastante o risco de aparecimento
da doença. Mais de um terço dos jovens brasileiros está acima do peso, de
acordo com dados do Ministério da Saúde e, esse fato, leva a um risco maior de
desenvolver doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial. Com
o avanço da tecnologia, os jovens passam mais horas em frente ao computador,
plugados no celular ou tablets, deixando de lado as atividades físicas. Mas com
pequenos ajustes na rotina, como pequenas caminhadas diárias e subir e descer
escadas ao invés de utilizar o elevador, é possível dar um salto na qualidade
de vida e prevenir inúmeras doenças, não apenas o câncer. A recomendação da OMS
é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios
moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.
Infecções Virais: A
geração de jovens e adultos com menos de 30 anos preza e valoriza muito a
liberdade sexual. Trata-se de um grupo que nasceu após o “boom” do HIV e,
apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente
trasmissíveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus
humano – conhecido como HPV. Mais comum tipo de infecção
sexualmente trasmissível em todo o mundo, o vírus atinge de forma massiva a
população feminina - 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato
com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na
faixa dos 25 anos.
Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras
irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma
taxa alarmante. O tumor já é considerado um problema de saúde pública no Brasil
e faz parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças
Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no país, o que inclui a vacinação contra o
HPV para meninos e meninas com idades entre 9 e 26 anos. Além do HPV, existem
algumas infecções virais que também podem estar relacionadas ao aparecimento do
câncer. A hepatite B e C, por exemplo, podem desenvolver o câncer de fígado. Já
o HIV pode ser responsável por tumores hematológicos como linfoma.
Exposição Solar: Os
jovens estão acostumados a se prevenirem contra o sol quando vão para a praia
no verão. Porém, a exposição solar vai muito além, pois para pessoas que costumam
ficar expostas aos raios solares, é preciso reforçar o uso do protetor
diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição for maior, como na praia
ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar
chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte. Em
geral, as pessoas costumam relacionar os casos de câncer de pele exclusivamente
ao melanoma, mas 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são
classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à
constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.
Sobre o CPO
Fundado há mais de três décadas pelos
oncologistas clínicos Sergio Simon e Rene Gansl, o Centro Paulista de Oncologia
CPO - Grupo Oncoclínicas, oferece cuidado integral e individualizado ao
paciente oncológico. Com um corpo clínico com mais de 50 oncologistas e
hematologistas e uma capacitada equipe multiprofissional com psicólogos,
nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros e reflexologistas. Oferece consultas
médicas oncológicas e hematológicas, aplicação ambulatorial de quimioterápicos,
imunobiológicos e medicamentos de suporte, assistência multidisciplinar
ambulatorial, além de um serviço de apoio telefônico aos pacientes 24 horas por
dia e acompanhamento médico durante internações hospitalares.
O CPO possui a acreditação em nível III pela
Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a Acreditação Canadense Diamante
(Accreditation Canada), do Canadian Council on Health Services Accreditation, o
que confere ao serviço os certificados de "excelência em gestão e
assistência” e qualifica a instituição no exercício das melhores práticas da
medicina de acordo com os padrões internacionais de avaliação. A instituição
possui uma parceria internacional com o Dana Farber Institute / Harvard Cancer
Center, que garante a possibilidade de intercâmbio de informações entre os
especialistas brasileiros e americanos, bem como discussão de casos clínicos.
Além disso, ainda, proporciona a educação médica continuada do corpo clínico do
CPO, com aulas, intercâmbios e eventos com novidades em estudos e avanços no
tratamento da doença. Atualmente o CPO possui duas unidades de atendimento em
São Paulo, nos bairros de Higienópolis e Vila Olímpia.
Sobre o grupo
oncoclínicas
Fundado em 2010, é o
maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui
atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 10 estados brasileiros.
Atualmente, conta com mais de 43 unidades entre clínicas e parcerias
hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado na melhor
prática clínica.