Médico da Fundação Pró-Rim alerta para os perigos da doença que
pode acometer crianças de todas as idades
Crianças podem sofrer de insuficiência
renal crônica. Algumas doenças ocasionadas principalmente por rins policísticos
apresentam em média risco de 25% de transmissão genética. Neste caso, o tecido
normal do rim que faz a filtração é substituído por vários cistos, que são
bolinhas com conteúdo líquido. Isso pode representar ao longo dos anos a perda
da função renal. O alerta é do médico nefrologista pediátrico da Fundação
Pró-Rim, Dr. Artur Ricardo Wendhausen.
Se houver histórico de doenças renais familiares ou anormalidades
detectadas na gestação, a avaliação deve ser mais rigorosa e em intervalos
menores. Fora isso, o acompanhamento periódico dos rins deve ocorrer geralmente
a partir do terceiro ano de vida. Segundo o médico, os pais também devem
solicitar em cada consulta a medição da pressão arterial da criança, que pode
indicar um fator de desenvolvimento da doença.
“A doença renal afeta tanto
crianças como adultos. É silenciosa e não apresenta sintomas. Só vai se
manifestar depois que estiver em estágio bem avançado. Por isso é importante
detectá-la precocemente”, reforça o Dr. Arthur. Ele acrescenta que os pais
devem prestar atenção aos sinais que podem indicar algum problema renal como
inchaço, vômitos frequentes, infecções urinárias, atraso no crescimento,
problemas ósseos e anemias de difícil cura.
O médico esclarece também sobre as
formas de tratamento, que podem ser o conservador, através do uso de
medicamentos e em outra fase na hemodiálise ou diálise peritoneal até chegar ao
transplante. Ele garante que tanto hemodiálise como diálise peritoneal são
tratamentos seguros. “Preferencialmente, o médico é mais favorável à diálise
peritoneal, tratamento em que as trocas de bolsas ocorrem em casa e a criança
consegue manter a sua rotina escolar e familiar de maneira mais apropriada”,
explica.
Assegura, no entanto, que nenhum destes tratamentos compromete o
crescimento da criança. “A diálise possibilita o crescimento gradativo, só que
mais lento, por conta da doença. O que afeta o desenvolvimento físico é a
insuficiência renal crônica, que faz com que o paciente tenha dificuldade em
ganhar peso e crescer. Para isso, existem terapias como hormônios de
crescimento e vitaminas”. O Dr. Artur descarta, porém, qualquer comprometimento
na parte cognitiva da criança.
O médico alerta aos pais sobre a importância
de hábitos na prevenção. É fundamental estimular na criança a ingestão regular
de água mesmo sem estar com sede, controlar a obesidade e diminuir
consideravelmente o consumo de sal e de alimentos industrializados. Recomenda
ainda o desenvolvimento de atividades físicas e a atenção redobrada quanto ao
uso de anabolizantes, álcool, tabagismo entre outras drogas, na adolescência.
Além disso, é fundamental orientar os filhos sobre automedicação, especialmente
com analgésicos e antiinflamatórios que são nocivos aos rins.
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