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quarta-feira, 5 de abril de 2017

TPM pode se transformar em transtorno do humor grave



Saiba a diferença entre os sintomas

 

Apesar de não se tratar de uma doença, a TPM pode se tornar um problema mais grave. Comumente conhecida como um período de sintomas físicos desconfortáveis e oscilação do humor para irritabilidade e mau-humor, a TPM pode esconder um transtorno do humor grave e que requer a participação do Psiquiatra junto ao Ginecologista. O médico psiquiatra e pesquisador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares, comenta que "O período pré-menstrual é um momento de grandes alterações hormonais no corpo da mulher e que além de todos os sintomas físicos também é comum haver oscilação fisiológica e normal do humor da mulher em que sensações como "estar mais sensível e chorosa", "sentir-se insegura", estar sem paciência e irritada" podem ocorrer e são normais, ocorrendo em cerca de 80% das mulheres. Entretanto, cerca de 10% das mulheres experimentam alterações patológicas do humor neste período e não sabem, o chamado transtorno disfórico pré menstrual, sigla TDPM". 

“Mulheres com o transtorno do humor pré-menstrual chamado TDPM sofrem daquilo que chamamos de sensibilidade cerebral à variação hormonal. O cérebro de todas as mulheres percebe que no final do ciclo antes da menstruação os hormônios caem a níveis muito baixos, mas mulheres com TDPM apresentam uma sensibilidade cerebral maior a essa variação e as áreas que regulam o humor sofrem sérias mudanças. É comum o ginecologista tratar os casos leves de oscilação do humor nesta fase, mas o TDPM normalmente requer a co-participação do Psiquiatra pois pode ser grave em alguns casos" 


TPM
TDPM
Sintomas 


Predomínio de sintomas físicos:
- dor e inchaço nas mamas;
- aumento do peso por retenção hídrica;
- alterações no trânsito intestinal; 
- dores de cabeça;
- dores nas articulações;
- aumento do apetite;

Sintomas emocionais leves:

- estar à flor da pele;
- sentir-se mais  chorosa;
- insegurança; 
- baixa auto-estima;
- irritabilidade.
Predomínio de sintomas emocionais:

a) depressivos: 
- humor deprimido a maior parte do tempo;
- grande falta de prazer;
- grande falta de energia;
- idéias de culpa e inutilidade;
- ideias de desesperança e pessimismo;
- ideias de morte e suicídio;
- dificuldade de concentração;
- alteração do sono (insônia ou excesso de sono).

b) ansiosos: 
- medo intenso e crises de pânico;
- insegurança e dependência;
- sensação de morte;

c) irritabilidade:
- agressividade e pavio-curto;
- estar mais briguenta e provocativa;
- prepotência e arrogância;
- sem paciência e grosseira;
- aumento dos conflitos pessoais;
- dificuldade  na convivência social.
Acometimento

80%
10%
Quem trata
Ginecologista
Psiquiatra
Como tratar
- Uso de anticoncepcional sem pausa ou com pausas pequenas;
- prática de atividade física;
- diminuição no consumo de café, chocolates e carboidratos neste período;
- uso de vitaminas e óleo de prímula.   
- Método anticoncepcional contínuo  ou com pequenas pausas; 
- Estabilização do humor com antidepressivos ou estabilizadores do humor. 
- Regularização do sono;
- Técnicas meditativas; 
- Psicoterapia.  






FONTE: Dr. Diego Tavares - Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-UNESP) em 2010 e residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) em 2013. Psiquiatra Pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) e do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (SIN-EMT) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) e coordenador do Ambulatório do Programa de Transtornos Afetivos do ABC (PRTOAB). https://drdiegotavarespsiquiatra.com/



Depressão é tema do dia 07 de abril pela OMS



Depressão foi o tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde de 2017, lembrado na próxima sexta-feira, dia 7 de abril. Segundo o órgão, mais de 350 milhões de pessoas são acometidas no mundo com o problema que afeta as mais diversas idades em diferentes faixas etárias. 

Para o psiquiatra Dr Diego Tavares, do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Hospital das Clínicas de São Paulo, na depressão deixa o cérebro sem motivação para alegria e felicidade. “O deprimido pode enxergar a realidade de maneira distorcida, pessimista e  sem saída para os problemas. Tudo isso pode aumentar o estresse emocional e em alguns casos, precipitar desfechos negativos como até o suicídio", alerta o especialista.  

E isso tem explicação. “Geralmente o indivíduo deprimido apresenta uma distorção das memórias, isto é, lembra mais de fatos passados negativos e do pensamento, pensa mais negativamente, quando está deprimido. Dessa maneira, parece que tudo que aconteceu e o que está para acontecer foi e será ruim. Não há saída. Tudo é mais difícil e tomar decisões se torna absurdamente difícil”, comenta Tavares que ainda deixa alguns sinais importantes a serem observados pelos familiares que de quem está sofrendo com o problema:

- Elevado grau de desesperança, desamparo e desespero;

- Presença de um transtorno psiquiátrico grave já diagnosticado (esquizofrenia, bipolaridade, alcoolismo);

- Ausência de suporte familiar;

- Doenças médicas graves: câncer, quadros dolorosos, doenças reumatológicas, doenças neurológicas, AIDS, doenças dermatológicas graves, etc. 

- Impulsividade aumentada (por exemplo em alguma depressão do espectro bipolar);

- Ausência de fatores de proteção como  autoestima elevada; religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para viver; ausência de doença mental; estar empregado; ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família; gravidez desejada e planejada; capacidade de adaptação positiva; capacidade de resolução de problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental. 

"Por isso observe se alguma pessoa deprimida apresenta algum destes fatores de risco e principalmente, se aproxime dela nesta fase. Convence-la a procurar um tratamento deve acontecer só depois de entendê-la a mão e faze-la ver que isso não é apenas “coisa da cabeça” dela e que ela pode ser resolvida sozinha. Depressão é doença que precisa ser tratada", explica o psiquiatra.   

 

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