Depressão foi o tema escolhido
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde de 2017,
lembrado na próxima sexta-feira, dia 7 de abril. Segundo o órgão, mais de 350
milhões de pessoas são acometidas no mundo com o problema que afeta as mais
diversas idades em diferentes faixas etárias.
Para o
psiquiatra Dr Diego Tavares, do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas
(GRUDA) do Hospital das Clínicas de São Paulo, na depressão deixa
o cérebro sem motivação para alegria e felicidade. “O deprimido
pode enxergar a realidade de maneira distorcida, pessimista e
sem saída para os problemas. Tudo isso pode aumentar o estresse emocional e em
alguns casos, precipitar desfechos negativos como até o suicídio",
alerta o especialista.
E isso
tem explicação. “Geralmente o indivíduo deprimido apresenta uma distorção das
memórias, isto é, lembra mais de fatos passados negativos e do pensamento,
pensa mais negativamente, quando está deprimido. Dessa maneira, parece que
tudo que aconteceu e o que está para acontecer foi e será
ruim. Não há saída. Tudo é mais difícil e tomar decisões se torna absurdamente
difícil”, comenta Tavares que ainda deixa alguns sinais importantes a serem
observados pelos familiares que de quem está sofrendo com o problema:
- Elevado grau de
desesperança, desamparo e desespero;
- Presença de um
transtorno psiquiátrico grave já diagnosticado (esquizofrenia, bipolaridade,
alcoolismo);
- Ausência de suporte
familiar;
- Doenças médicas
graves: câncer,
quadros dolorosos, doenças reumatológicas, doenças neurológicas, AIDS, doenças
dermatológicas graves, etc.
- Impulsividade aumentada
(por exemplo em alguma depressão do espectro bipolar);
- Ausência de fatores de
proteção como autoestima
elevada; religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para
viver; ausência de doença mental; estar empregado; ter crianças em casa;
senso de responsabilidade com a família; gravidez desejada e planejada;
capacidade de adaptação positiva; capacidade de resolução de
problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e
cuidados de saúde mental.
"Por
isso observe se alguma pessoa deprimida apresenta algum destes fatores de risco
e principalmente, se aproxime dela nesta fase. Convence-la a procurar um
tratamento deve acontecer só depois de entendê-la a mão e faze-la ver que isso
não é apenas “coisa da cabeça” dela e que ela pode ser resolvida sozinha.
Depressão é doença que precisa ser tratada", explica o
psiquiatra.
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