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terça-feira, 5 de novembro de 2024

FALTA DE SORRISO: O QUE A AUSÊNCIA PODE REVELAR SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO SEU BEBÊ?

O sorriso é uma poderosa forma de transmitir empatia e afeto, essa ausência deste gesto pode sinalizar possíveis atrasos. Especialista responde quando o atraso pode se tornar um sinal de alerta para os pais 


Poucos momentos são tão inesquecíveis quanto o primeiro sorriso de um bebê. Aquele sorriso inocente, que surge entre as seis e oito semanas, é muito mais do que um simples reflexo; é o início de um mundo repleto de descobertas emocionais. Ele sinaliza que o bebê está começando a reconhecer rostos e a se conectar com as pessoas ao seu redor. 

Em uma entrevista no programa Sábia Ignorância, do GNT, a atriz Isis Valverde compartilhou um momento marcante de sua maternidade. Ela revelou que a verdadeira conexão com seu filho aconteceu no instante em que ele sorriu para ela pela primeira vez. “Com oito meses, ele começou a olhar para mim. Um dia, voltei da academia e, ao subir as escadas, ele me sorriu. Eu me segurei na parede e pensei: ‘ele me reconheceu’. Foi ali que percebi que havia estabelecido a melhor conexão do mundo com aquele ‘ratinho’”, contou Isis, emocionada. 

De acordo com o neurocirurgião Dr. André Ceballos, especializado em desenvolvimento infantil, esse sorriso é um dos primeiros sinais de interação social e ajuda a fortalecer o vínculo entre o bebê e seus cuidadores. “Para os pais, cada sorriso é uma forma de reconhecimento e validação de seu papel no desenvolvimento da criança. Quando veem seu bebê sorrindo, sentem uma conexão emocional profunda. E muitas vezes, esse vínculo já começa antes mesmo do nascimento, mas é nas primeiras interações sociais — como o sorriso — que ele se solidifica”, explica o especialista. 

Ceballos acrescenta que esse pequeno gesto é resultado de uma complexa rede de interações neurológicas. “O sorriso envolve a capacidade do bebê de perceber o rosto das pessoas e processar emoções, além da ativação dos neurônios-espelho, que ajudam a imitar e retribuir a alegria que vê nos rostos familiares”. 

Em relação ao sorriso do bebê, o especialista ainda destaca: “A maioria dos bebês sorri socialmente pela primeira vez entre seis e oito semanas, o que é um marco importante no desenvolvimento emocional e social. Antes de sorrirem socialmente, eles podem sorrir involuntariamente durante o sono, como parte de reflexos naturais. Esses sorrisos não são respostas a estímulos externos, mas refletem seu desenvolvimento neurológico. A partir de três meses, os bebês começam a imitar expressões faciais e sorrir para eles pode incentivá-los a retribuir com um sorriso. O sorriso, portanto, é uma das primeiras formas de comunicação não verbal que os bebês usam para expressar emoções e é essencial para formar laços afetivos.”
 

Mas e quando o sorriso demora aparecer e como lidar com esse atraso?

É comum que os pais fiquem atentos quando isso acontece. O sorriso é uma das formas mais básicas de comunicação, e sua ausência pode, em alguns casos, indicar um atraso no desenvolvimento social ou emocional. No entanto, o Dr. ressalta que cada criança tem seu próprio ritmo, e que a falta do sorriso não deve gerar preocupação imediata. É importante observar o comportamento do bebê até os três meses. 

“Se o sorriso ainda não aparecer após esse período de até três meses, uma consulta com o pediatra é recomendada. E fatores como problemas de visão, audição ou questões neurológicas mais complexas podem influenciar o desenvolvimento do sorriso. Mas intervenções precoces podem fazer uma grande diferença para um desenvolvimento saudável”, complementa. 

Além disso, o ambiente em que o bebê vive é importante; em lares onde há pouca interação emocional, os sorrisos podem demorar a surgir. Em algumas situações, a falta de sorriso também pode ser um sinal inicial de distúrbios do desenvolvimento, como o autismo, o que torna fundamental observar o comportamento da criança.

Por fim, Ceballos ressalta que é responsabilidade dos pais criar um ambiente repleto de estímulos positivos, expressões faciais e interações. “Esse ambiente ajuda o bebê a reconhecer o mundo ao seu redor e, eventualmente, a retribuir o gesto de alegria e afeto que tanto se espera”, conclui.

 

Dr. André Ceballos - Médico neurocirurgião, Ceballos atua como Diretor técnico do Hospital São Francisco, referência no diagnóstico e tratamento de crianças com transtornos do desenvolvimento. O médico tem como missão identificar precocemente condições que possam comprometer o pleno desenvolvimento das crianças, oferecendo intervenções terapêuticas baseadas nas melhores evidências científicas. A atuação do Dr. Ceballos vai além do atendimento clínico e da gestão hospitalar e reconhecendo a importância da informação e da educação para a saúde pública, se dedica a projetos de divulgação e conscientização sobre os marcos do desenvolvimento infantil, com o objetivo de influenciar políticas públicas que beneficiem especialmente as populações mais vulneráveis. Saiba mais em:Link


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