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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Let’s Talk: Vamos Conversar!



Depressão é tema de campanha para o Dia Mundial da Saúde,
que acontece no dia 7 de abril de 2017



Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina.

No Dia Mundial da Saúde de 2017, comemorado em 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida e levar a graves consequências. Com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português), a iniciativa reforça que existem formas de prevenir a depressão e também de tratá-la.

A depressão tem aumentado significativamente em todo o mundo.  Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%. Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, de todas as idades, sofrem com esse transtorno. No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina.

Um dos fatores importantes na depressão é o stress, que pode tanto favorecer o aparecimento da doença como ser consequência desta. A Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças.

Muitos são os dados alarmantes sobre o crescimento significativo de doenças mentais, porém pouco tem sido discutido sobre o tema.  Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto, reduzir o estigma associado a ele e aumentar as chances das pessoas buscarem ajuda, pois muitas escondem os seus sintomas ou sentem constrangimento, por preconceito. Outros acham que é “frescura”.
Sentir tristeza é algo que faz parte da vida, mas é bem diferente de um quadro depressivo. Por isso é importante ficar alerta aos principais sintomas desta doença, que podem se manter por semanas ou meses. São eles:


·         Tristeza, irritabilidade, ansiedade ou angústia.

·         Perda do prazer de realizar as atividades que gosta.

·         Baixa energia para fazer as coisas.

·         Agitação ou lentificação psicomotora.

·         Pensamentos negativos e pessimistas, tudo é visto num tom cinzento.

·         Perda de esperança.

·         Isolamento social.

·         Dificuldade de concentração, o raciocínio fica mais lento.

·         Alterações no sono.

·         Mudanças no apetite.

·         Baixa libido. 


A depressão pode causar intenso sofrimento e gerar impactos negativos em todas as áreas da vida. De acordo com os dados do INSS os transtornos mentais têm sido a terceira causa de afastamento do trabalho por longos períodos no Brasil. 

A depressão grave pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano - sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos em 2015.

A depressão pode e deve ser tratada. Muitas pessoas com um quadro de depressão ou não procuram ajuda ou não recebem um diagnóstico adequado, o que implica no não tratamento.

Existem diferentes tipos de depressão e de diferentes intensidades. Para cada caso se aplicam tratamentos distintos, embora a psicoterapia seja sempre recomendada. Os antidepressivos podem ser eficazes, mas devem ser utilizados com cautela e de acordo com cada caso.

Dicas para prevenir e/ou sair da depressão:

·         buscar viver uma vida equilibrada;

·         reconhecer as suas forças e potencialidades;

·         se apropriar da própria vida e sair da postura de vitimização;

·         reconhecer os problemas sem jogá-los para debaixo do tapete; 

·         focar mais em soluções do que nos problemas;

·         encontrar significado e propósito para a sua existência; 

·         desenvolver a capacidade de sentir gratidão e reclamar menos ;

·         criar e manter relacionamentos sociais; 

·         desenvolver a capacidade de se abrir com pessoas em quem você confia;

·         respeitar os seus limites e aprender a delegar; 

·         praticar atividade física regular; 

·         não deixe de procurar a ajuda de um psicólogo.






Rosalina Moura - psicóloga formada pela USP, especialista em stress e coach de bem-estar. Diretora da Rumo Saudável. Atuou por 12 anos como coordenadora de psicologia no Hospital das Clínicas de São Paulo. É terapeuta individual, de casais e de famílias.
facebook: @rosalina.moura.3





O Brasil está envelhecendo e é preciso aprender a lidar com isso

Em 30 anos, 30% da população brasileira será idosa


O que deveria ser encarado como um ponto positivo, a longevidade do brasileiro, está se tornando um motivo de preocupação. Ter mais tempo para curtir a família, ver os netos crescendo, realizar sonhos, viver por mais tempo, deveriam ser sinônimo de felicidade. Porém, a falta de apoio ao processo de envelhecimento e de ações voltadas aos idosos, faz com que o País enxergue o aumento da população idosa como um problema.

Pensando em buscar melhorias para a população idosa e criar conscientização nos jovens para que busquem um envelhecimento saudável, médicos e pesquisadores em todo o mundo vem trabalhando para encontrar uma maneira de se conquistar a longevidade com qualidade. “Conseguir chegar a longevidade é um prêmio. Triste que no Brasil isso tem sido encarado como um peso”, comenta Dra. Maisa Kairalla, Coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

De acordo com Maisa, o envelhecimento e a longevidade são processos que devem ser compreendidos como um grande avanço para a evolução dos tempos, porém, a falta de preparo para este momento tem criado um sentimento negativo. “É preciso que haja maior educação e conhecimento sobre o envelhecimento no Brasil. Precisamos envelhecer com saúde, qualidade de vida e que sejamos produtivos e independentes”, complementa.

Educação para um envelhecimento saudável está primeiramente ligado em mostrar aos jovens que não serão jovens para sempre. É importante levar uma vida saudável com atenção aos alimentos ingeridos e uma rotina de atividades físicas. Esses processos relativamente simples podem ter um grande impacto no processo de envelhecimento de cada pessoa.

Mas também é preciso ter atenção com a população que já atingiu a senioridade. Promover maior controle de um plano nutricional e ajustes de medicamentos podem reduzir as reinternações destes pacientes em hospitais, reduzindo custos e também a exposição a agentes infecciosos. As doenças que mais ocasionam internações são pneumonia, insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio.

Atualmente a medicina conta também com programas de vacinação contra pneumonia e herpes zoster em idosos, práticas que também podem diminuir as internações e melhoram a qualidade de vida da população idosa. “O médico geriatra tem uma visão muito importante sobre todo o processo de envelhecimento, entendendo todas as preocupações do paciente referentes ao envelhecimento e doenças relacionadas, mas há outros profissionais envolvidos nesse trabalho de prevenção e educação como fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos. Nosso trabalho está focado em buscar ganhos funcionais e qualidade de vida aos pacientes”, destaca Maisa.

Entre os dias 6 e 8 de abril, acontece em São Paulo, o 10º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia, onde serão abordados temas referentes a saúde, prevenção a doenças e educação em saúde de idosos, com temas que abordarão vacinação, demência, fragilidade, longevidade, direito dos idosos, entre outros.






As redes sociais podem mesmo atrapalhar o relacionamento de um casal?



Todas as formas de expressão e comunicação social podem produzir ruídos de comunicação entre pessoas e a comunicação feita pelas redes sociais pode ser meio de conflitos num casal. “Numa rede social, muitas vezes a publicação de uma circunstância pode ser impulsiva e  outro pode desconsiderar o contexto. Assim já temos uma forma bastante comum de produção de ruídos na comunicação”, fala Oswaldo.

Um problema anexo das redes sociais, que nem todos os indivíduos compreendem é a criação rápida de formas de expressão utilizando contrações nas palavras, emoticons, figuras variadas, gifs. Quando uma forma específica se cria num grupo, somente terá o significado combinado dentro do grupo. Fora dele deverá receber novos significados e a compreensão da comunicação será desvirtuada e poderá produzir conflitos com a mudança da compreensão original. 

Um casal precisará ter meios muito limpos de comunicação ou quando um deles publicar alguma coisa relativa a um dos tantos grupos dos quais participe e que usa aquelas formas diferentes de comunicação... o que publicou poderá ser mal-entendido.

Então voltamos ao casal: se ambos têm segurança em como se relacionar, com o futuro e compromissos entre si, não serão as redes sociais que trarão mal-estar, dificuldades de comunicação, brigas ou separações. Então, quando existe um problema num casal e reportam que é devido a uma rede social, perguntem-se: não haveria algum problema anterior? Possivelmente esse deva ser o caminho a ser compreendido para buscar uma superação da situação problema.


Abster-se de ter perfis nas redes pode ser a solução?
Para Carla Zeglio, esse comportamento não adianta. A aparência será de que se não nos envolvermos com redes sociais, elas não serão problema, mas e se o casal já tem problemas?Então de nada adiantará absterem-se das redes sociais. O casal precisa compreender que se algo está errado, devem procurar ajuda. E atenção: muitos casais não conseguem relacionar-se se não apresentarem problemas cotidianos, discussões e situações de mal-estares. Esses casais arranjarão problemas com ou sem as redes sociais”, comenta.

Ter perfil de casal pode ser a solução (2)?

Para Carla, alguns casais acreditam que os perfis de casal, aqueles com fotografias que colocam os nomes dos dois será suficientemente controlador dos problemas que por ventura, teriam nas redes sociais. Contudo, não são definitivamente segurança para nada se não houver realmente confiança, disponibilidade e vontade de se manterem juntos. Um perfil de casal na rede social, não vai impedir qualquer um dos dois de usar a rede social com fins de romper ao contrato do casal. Por fim, nenhum tipo de controle funciona muito se ambos não estiverem realmente dispostos a permanecerem juntos, apesar da grande possibilidade de encontrar muitas outras pessoas legais pela vida, nas redes sociais e fora delas. 

O ciúme se estende para a vida social virtual da mesma maneira como na vida real?
O mundo virtual pode exacerbar as emoções, pois as consequências podem não se apresentar tão imediatamente como na vida real. “Assim, visualizar uma publicação do cônjuge, sem tê-lo por perto para questionar e debater, pode permitir fantasiar a busca de uma compreensão que pode ser a errada e começam os sofrimentos”, fala Oswaldo. Esse mecanismo existe no mundo real e nas redes sociais, mas no mundo real existe mais controle e menos impulsividade!

Quais as dicas, em um mundo tão on-line e tecnológico, para que um casal não seja afetado pelo universo virtual, seja pelas redes sociais ou pelo tempo que passam conectados na tela e desconectados um do outro?
Um casal que pretende manter-se junto por mais tempo necessita de mecanismos para que isso ocorra. “Um casal precisa solucionar problemas, ter habilidades sociais e capacidades em comunicação assertiva e afirmativa. Tudo em prol do futuro juntos”, diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr.


Mas, e quando o casal não sabe administrar problemas, facilmente discutem e sentem-se mal com os debates sobre o relacionamento?
Carla fala que um casal como esse precisa de atenção profissional de psicoterapeutas que atendam casais para que desenvolvam estas habilidades. Não se tratam de conselhos nem de orientações. ”Estamos nos referindo a casais que têm estas dificuldades e não saem do lugar! As redes sociais podem ser mal usadas nestas horas, expondo um ou outro cônjuge de modo a produzir um futuro negativo. Com raivas e ciúmes, publicar informações verdadeiras ou falsas levará a expor e deixar compreensões erradas sobre o outro. Quem foi exposto também poderá reagir com emoções negativas e a briga virtual poderá continuar e lesar a ambos de modo irremediável”, explica.

Também devemos considerar que existam casais que vivem destes meios agressivos, um agredindo ao outro e depois da briga sentem o alívio e confundem isso com o amor e o prazer. Consideram-se adequados e acreditam que brigar e discutir não é um problema.

Outra questão sempre será o tempo usado na vida on-line. Muitos não compreendem que passar horas em comunicações ou jogos virtuais os retiram do contato real a dois. Estes têm mais problemas que os afastam e dificultam reencontrar um caminho diferente em prol de um futuro. Não basta um reclamar que o outro não tem participado da vida conjugal. Aquele que está envolvido com esta vida virtual é que precisa compreender se está desenvolvendo estas formas para evitar algo que não controla ou se não sabe como produzir um relacionamento de prazer a dois. Os prazeres que um casal sente juntos é o que manterá o casal. Evitar o contato pode conduzir a alívios e, se forem confundidos com prazer, o problema se estenderá em muito.


Como lidar com a tecnologia então?
Os psicólogos especialistas em terapia de casais falam que a vivência de uma variedade de comportamentos e formas de relacionamento e interação de um casal será muito útil num prazo longo. Casais nem sempre aprendem e desenvolvem novas e variadas formas para ampliar e manter o relacionamento a dois. Também podem  usar todos os meios tecnológicos para que o casal exista. As redes sociais e os novos mecanismos de comunicação podem ser muito úteis para que o casal se desenvolva e crie novos comportamentos que tragam mais bem-estar juntos. Mas, se existem problemas, eles precisam ser compreendidos, modificados e superados. Só assim o casal se manterá e viverá com qualidade.




  
Fontes:
Carla Zeglio e Oswaldo M. Rodrigues Jr  - psicólogos especialistas em sexualidade e terapia de casais do InPaSex (Instituto Paulista de Sexualidade) http://psicologia.inpasex.com.br/


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