Mulheres que
sofrem com a perda de cabelo excessiva tem baixa autoestima e desconhecem
opções terapêuticas eficazes
A alopecia não é uma condição exclusiva dos homens.
A queda de cabelo também afeta milhões de mulheres, trazendo impactos diretos
na autoestima e no bem-estar emocional. Segundo um estudo da American Academy
of Dermatology, cerca de 40% da população feminina vai apresentar algum grau de
perda capilar visível até os 50 anos.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD) estima que cerca de 5% desse público sofra de calvície, sendo que muitas
desconhecem as opções de tratamento disponíveis. Ainda de acordo com o órgão,
25% das pacientes que procuram ajuda para solucionar o problema têm
aproximadamente de 20 anos, refletindo a preocupação com a queda de cabelo já
na juventude.
No mês da mulher, celebrado agora em março,
especialistas aproveitam a data para fazer um alerta sobre o tema, reforçar a
importância do diagnóstico precoce e informar sobre os avanços terapêuticos na
área.
Além de medicamentos tópicos e tratamentos
inovadores, o transplante capilar surge como uma solução viável que visa recuperar
a densidade dos fios de forma natural e duradoura. Stanley Bittar, médico e CEO da Stanley's Hair, explica que o procedimento tem se tornado uma opção
popular para mulheres que perderam volume de cabelo significativo e não
responderam a outros tratamentos. “A técnica mais moderna é a Extração de
Unidades Foliculares (FUE), que permite a retirada dos folículos de uma área
saudável e o reimplante nas regiões afetadas. A aplicação custa a partir de
R$13 mil reais e pode ser financiada em até 18 vezes”, destaca.
Os primeiros sinais de crescimento costumam surgir
entre três e seis meses após o transplante, com resultados completos em até um
ano. “ A nossa equipe já realizou mais de 10 mil procedimentos, que devolveram
a densidade aos fios e com um efeito natural, recuperando não apenas a aparência,
mas também a autoconfiança das pacientes, que já conseguem sentir o efeito
completo em um ano”, salienta o especialista.
Fatores que podem desencadear
o problema
Entre os principais fatores estão as alterações
hormonais como a menopausa, distúrbios da tireoide e o uso prolongado de
anticoncepcionais que podem impactar o ciclo de crescimento dos fios. Segundo
estudos da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), o
declínio do estrogênio após os 40 anos está diretamente ligado ao afinamento
capilar”, aponta.
A alopecia androgenética, também chamada de
calvície hereditária, é uma das formas mais comuns e está relacionada à
sensibilidade dos folículos aos hormônios andrógenos. A queda de cabelo
também pode estar ligada a eventos estressantes, como traumas emocionais,
cirurgias e mudanças hormonais bruscas. “Um estudo publicado pelo Journal of
Clinical Psychology apontou que 35% das mulheres que enfrentam alopecia relatam
aumento de ansiedade e sintomas depressivos”, alerta Stanley.
A falta de ferro, zinco, biotina e vitaminas do
complexo B pode comprometer a saúde dos fios. Além desses fatores, o uso excessivo
de químicas e penteados agressivos, procedimentos como alisamentos, colorações
frequentes e penteados que exercem tração excessiva como rabos de cavalo e
tranças apertadas, podem levar à alopecia por tração.
Como identificar a
alopecia
A perda capilar pode ocorrer de forma progressiva,
dificultando sua identificação inicial. “Alguns sinais de alerta incluem a
queda de fios em grande quantidade ao lavar ou pentear. A miniaturização dos
fios indica um processo de enfraquecimento progressivo dos folículos, sendo que
o afinamento capilar pode deixar a pele do couro cabeludo mais visível,
especialmente na risca do cabelo”, destaca o CEO.
Quando os cabelos demoram mais para crescer e
apresentam menor volume, pode ser um sinal de alerta.
Nem toda queda é indicativa de alopecia, mas
algumas condições exigem uma investigação mais aprofundada. O ideal é procurar
um especialista quando o problema persistir por mais de três meses, ou quando
houver falhas visíveis no couro cabeludo.
Entretanto, para chegar ao diagnóstico correto,
Stanley explica que é preciso avaliar o couro cabeludo por meio de um
dermatoscópio, permitindo identificar inflamações e afinamento dos fios, fazer
biópsia em casos específicos para identificar doenças autoimunes e até mesmo
testes hormonais e nutricionais que ajudam a identificar possíveis deficiências
ou desregulações.
Mais do que uma questão estética, a queda de cabelo
afeta diretamente a autoestima feminina. O cabelo é um símbolo de feminilidade
e identidade para muitas mulheres, e sua perda pode gerar impactos emocionais
profundos.
“A perda de cabelo mexe com a forma como a mulher se vê e se sente. Muitas pacientes relatam que evitam sair de casa ou interagir socialmente por vergonha da aparência. O impacto emocional é tão forte quanto a questão estética”, explica Stanley Bittar.
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