O
Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data de luta,
resistência e reflexão. É uma ocasião para relembrar as conquistas e os
desafios da população feminina ao longo da história e reforçar a importância da
cultura da legalidade como ferramenta para garantir seus direitos.
O
alinhamento aos valores democráticos se manifesta no dia a dia das mulheres
quando elas têm acesso igualitário à educação, à saúde, ao mercado de trabalho
e à participação política. É a certeza de que seus direitos serão respeitados e
que a lei será aplicada de forma justa e igualitária. No entanto, os obstáculos
ainda são muitos.
No Brasil, mesmo com leis como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, a violência contra a mulher segue em níveis alarmantes: em 2023, foram registrados 1.410 casos de feminicídio, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Isso demonstra que a legislação, apesar de avançada, precisa ser efetivamente aplicada e disseminada para que alcance todas as mulheres, especialmente as mais vulneráveis.
A desigualdade salarial entre homens e mulheres também é outro reflexo da
ausência de cidadania plena e ativa para todos. Dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as trabalhadoras continuam
ganhando, em média, 23% menos do que seus pares do sexo masculino, mesmo
desempenhando as mesmas funções. Essa disparidade reforça a importância de
garantir que os direitos das mulheres sejam cumpridos na prática.
A
promoção da cultura da legalidade também passa por estimular a participação das
mulheres nos espaços de decisão. Embora as mulheres já ocupem mais espaços,
ainda são minoria em cargos de poder. Em 2023, o Brasil ocupava a 142ª posição
no ranking mundial de representação feminina na política. Apenas 15% das
cadeiras no Congresso Nacional são ocupadas pelas parlamentares, o que revela a
necessidade urgente de ampliar suas posições de liderança e decisão.
Portanto,
o Dia Internacional da Mulher não deve ser apenas uma data para celebrar
conquistas, mas também para reconhecer que ainda há muito a ser feito.
Precisamos promover o acesso à educação jurídica e ao conhecimento sobre
direitos fundamentais, ampliando as oportunidades para mulheres,
proporcionando-lhes informação e suporte para que possam reivindicar seus
direitos e construir trajetórias mais autônomas e seguras.
Necessitamos
trabalhar de modo incansável por uma sociedade que compreenda que os direitos
femininos são inerentes à condição humana e ao exercício pleno da cidadania.
Por isso, precisamos fortalecer a cultura da legalidade, garantindo que todas
as mulheres conheçam seus direitos e tenham condições reais de exercê-los.
Em
um país como o Brasil, onde a desigualdade ainda é muito presente, é
determinante que todos engajem-se nesse processo de mudança. Somente poderemos
avançar na conquista de um mundo mais justo e igualitário se houver união da
sociedade, ações do Terceiro Setor, políticas públicas efetivas e a
conscientização de cada um de nós.
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