Em 30 anos, 30% da população brasileira será
idosa
O
que deveria ser encarado como um ponto positivo, a longevidade do brasileiro,
está se tornando um motivo de preocupação. Ter mais tempo para curtir a
família, ver os netos crescendo, realizar sonhos, viver por mais tempo,
deveriam ser sinônimo de felicidade. Porém, a falta de apoio ao processo de
envelhecimento e de ações voltadas aos idosos, faz com que o País enxergue o
aumento da população idosa como um problema.
Pensando
em buscar melhorias para a população idosa e criar conscientização nos jovens
para que busquem um envelhecimento saudável, médicos e pesquisadores em todo o
mundo vem trabalhando para encontrar uma maneira de se conquistar a longevidade
com qualidade. “Conseguir chegar a longevidade é um prêmio. Triste que no
Brasil isso tem sido encarado como um peso”, comenta Dra. Maisa Kairalla,
Coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e
Gerontologia da Unifesp e Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia de São Paulo, SBGG.
De
acordo com Maisa, o envelhecimento e a longevidade são processos que devem ser
compreendidos como um grande avanço para a evolução dos tempos, porém, a falta
de preparo para este momento tem criado um sentimento negativo. “É preciso que
haja maior educação e conhecimento sobre o envelhecimento no Brasil. Precisamos
envelhecer com saúde, qualidade de vida e que sejamos produtivos e
independentes”, complementa.
Educação
para um envelhecimento saudável está primeiramente ligado em mostrar aos jovens
que não serão jovens para sempre. É importante levar uma vida saudável com
atenção aos alimentos ingeridos e uma rotina de atividades físicas. Esses
processos relativamente simples podem ter um grande impacto no processo de
envelhecimento de cada pessoa.
Mas
também é preciso ter atenção com a população que já atingiu a senioridade.
Promover maior controle de um plano nutricional e ajustes de medicamentos podem
reduzir as reinternações destes pacientes em hospitais, reduzindo custos e
também a exposição a agentes infecciosos. As doenças que mais ocasionam
internações são pneumonia, insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio.
Atualmente
a medicina conta também com programas de vacinação contra pneumonia e herpes
zoster em idosos, práticas que também podem diminuir as internações e melhoram
a qualidade de vida da população idosa. “O médico geriatra tem uma visão muito
importante sobre todo o processo de envelhecimento, entendendo todas as
preocupações do paciente referentes ao envelhecimento e doenças relacionadas,
mas há outros profissionais envolvidos nesse trabalho de prevenção e educação
como fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos. Nosso trabalho está
focado em buscar ganhos funcionais e qualidade de vida aos pacientes”, destaca
Maisa.
Entre
os dias 6 e 8 de abril, acontece em São Paulo, o 10º Congresso Paulista de
Geriatria e Gerontologia, onde serão abordados temas referentes a saúde,
prevenção a doenças e educação em saúde de idosos, com temas que abordarão
vacinação, demência, fragilidade, longevidade, direito dos idosos, entre
outros.
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