Diabéticos sabem que precisam
monitorar uma série de coisas, como o que comem e o que bebem, além dos
exercícios físicos que precisam praticar. Mas um estudo realizado por médicos
do Wills Eye Hospital, na Filadélfia (Estados Unidos), revelou que seis
em cada dez diabéticos deixam de fazer exames oculares anualmente. O estudo
analisou perto de dois mil pacientes com mais de 40 anos, portadores de
diabetes tipo 1 e tipo 2. Vale ressaltar que esse check up anual da
visão é considerado fundamental justamente para que os portadores da doença não
deixem de enxergar no médio ou longo prazo. Esse cuidado pode prevenir até 95%
da perda de visão relacionada à doença.
De acordo com o
oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de
Olhos, em São Paulo, o paciente diabético deve dilatar a pupila todos os
anos e se submeter a um exame ocular bastante minucioso. “O diabético pode
apresentar problemas de visão a qualquer momento. Daí a importância de um
acompanhamento oftalmológico frequente. Como o comprometimento da retina pode
ser assintomático, sem alterações na qualidade da visão, o exame de fundo de
olho é fundamental para detectar pontos e vasos sanguíneos propensos a romper e
desencadear hemorragia. É sempre melhor investir na prevenção do que correr
atrás do prejuízo depois”.
Estudos realizados nos
últimos anos apontam para o sucesso das injeções intravítreas de
antiangiogênicos em pacientes com retinopatia diabética. Somente em casos raros
há complicações, como descolamento da retina, formação de catarata e aumento ou
redução da pressão intraocular. “O principal papel dos antiangiogênicos é a
interrupção da perda de visão. Embora seja difícil recuperar a visão perdida,
as injeções intravítreas impedem a progressão da doença, evitando que a pessoa
acabe ficando cega. Com anestesia local e pupilas dilatadas, a injeção é
aplicada diretamente no vítreo, camada gelatinosa localizada entre a retina e o
cristalino”, diz Neves. Esse tratamento precisa ser repetido em intervalos
regulares para atingir resultados duradouros. Além disso, o paciente deve usar
colírios antibióticos durante cerca de trinta dias. Ensaios clínicos
demonstram melhora em até 34% da visão central e estabilização da visão em 90%
dos casos.
Fonte:
Prof. Dr. Renato Neves -
médico oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos,
em SP – www.eyecare.com.br