Nutrientes certos podem aumentar
naturalmente a produção hormonal e facilitar o ganho de músculos
Quem
frequenta a academia religiosamente sabe que músculos não surgem do dia para
noite e dependem, sobretudo, de treino regular, repouso e boa alimentação.
Ainda assim, é bastante comum que os adeptos da malhação se deparem em algum
momento com a temida estagnação, fase na qual, mesmo com tanta disciplina, o
físico parece não evoluir mais. É nesse momento que alguns são seduzidos pelo
uso de esteroides anabolizantes, substâncias extremamente perigosas, amplamente
conhecidas por aumentar a performance e os resultados dos treinos, porém, a um
custo bem elevado: o comprometimento da saúde.
Contudo,
quem enfrenta esse problema não precisa se arriscar tanto, existem outros
caminhos para retomar o desenvolvimento muscular sem cair em armadilhas. Uma
alternativa é fortalecer a dieta com alimentos pró-hormonais, em especial
aqueles capazes de aumentar a secreção de testosterona e de GH (hormônio do
crescimento). Anabólicos, esses hormônios são indispensáveis para que o corpo
consiga progredir no ganho de força e massa magra, afastando a inercia
muscular. Quer saber mais? Então confira:
Afinal,
o que é anabolizante?
Embora
muitas pessoas associem o termo unicamente às chamadas “bombas”, anabolizantes
podem ser, na realidade, substâncias variadas, inclusive alimentos. Isso porque
o conceito está ligado ao anabolismo – estado no qual o corpo (numa visão bem
resumida) constrói e/ou aumenta o nível de massa magra. Portanto, em suma,
anabolizantes são substâncias capazes de beneficiar a construção muscular
evitando, inclusive, que o processo oposto ocorra – o catabolismo. Já as
controversas “bombas” são, especificamente, esteroides anabolizantes –
hormônios anabólicos sintéticos capazes de propiciar um ganho de massa
acelerado e eficiente, porém, com efeitos colaterais extremamente danosos,
quando usados de maneira indiscriminada.
Em
contrapartida, conforme explica o nutricionista esportivo William Ribeiro,
nutrientes anabolizantes são indispensáveis no cardápio de quem deseja melhorar
os resultados dos treinos “Uma boa dieta é fundamental para qualquer indivíduo
que pratica musculação, pois evita que o corpo entre no estado catabólico, ou
seja, passe a utilizar a massa magra como energia. Porém, melhorar o estado
anabólico vai além: certos nutrientes são capazes de estimular a produção
endógena, ou seja, natural, de testosterona, GH e outros hormônios anabólicos,
beneficiando o desenvolvimento físico sem oferecer maiores riscos à saúde”.
O
papel dos hormônios na boa forma
Para
entender melhor, é preciso saber, ainda que superficialmente, como alguns
hormônios agem na construção dos músculos. A testosterona – principal hormônio
masculino – é responsável, por exemplo, pela redução do efeito catabólico,
aumento da força física e pelo favorecimento de outros hormônios anabólicos,
como o hormônio do crescimento, por exemplo. E engana-se quem pensa que essa
substância é produzida unicamente nos homens – mulheres também secretam
testosterona, só que em menor quantidade.
Já
o famoso hormônio do crescimento GH (growth
hormone) beneficia a síntese proteica, processo celular de
regeneração e construção de tecidos, fundamental para o anabolismo. Produzido
pela glândula pituitária, esse hormônio é responsável por inúmeras funções,
inclusive o desenvolvimento da estatura durante a infância e puberdade.
Contudo, na fase adulta, atua na reprodução celular, sobretudo das fibras
musculares. Níveis normais do GH também ajudam a reduzir a concentração de
gordura subcutânea e de colesterol no sangue; além de melhorar o aspecto da
pele e, até mesmo, beneficiar a libido.
Anabolizante
natural – mito ou verdade
A
ideia pode parecer estranha, mas, de acordo com o consultor da Nature
Center, existem sim anabolizantes naturais e eles são mais comuns do que se
imagina. “Todos os processos metabólicos do nosso corpo dependem de uma boa
oferta de nutrientes, afinal, eles são a matéria prima fundamental para o bom
funcionamento do organismo. Sendo assim, o que comemos pode influenciar na
secreção de hormônios anabólicos, como a testosterona, o GH, o IGF-1 e muitos
outros”. Por isso, Ribeiro enumera alguns nutrientes pró-hormonais,
primordiais para uma dieta anabolizante, e onde encontrá-los:
Aposte!
Zinco
e Magnésio –
essa combinação de minerais não só estimula a produção de testosterona, como
melhora o transporte de nutrientes aos músculos. Isso porque beneficia a
produção de óxido nítrico, substância vasodilatadora capaz de aumentar o fluxo
sanguíneo. O Magnésio também é responsável pela contração muscular, oferendo
mais força para os treinos. Já o Zinco, por sua vez, regula a produção de GH
(hormônio do crescimento) e está intimamente ligado à secreção do hormônio
masculino. “A combinação arroz integral com feijão preto é rica em ambos os
minerais. Outras opções são amêndoas, castanhas do Pará, vegetais folhosos
verde-escuros e proteínas animais como ostras, peixes, fígado e ovos”.
Alicina: essa substância presente no alho
não só é capaz de aumentar a secreção de testosterona, como também inibe a ação
do cortisol – o famoso hormônio do stress, cuja ação é catabólica, ou seja,
prejudicial ao ganho de massa. Além disso, o princípio ativo confere mais
elasticidade aos vasos sanguíneos, melhorando a oxigenação dos músculos. Onde
encontrar: “Além do alho, no alho poró, cebola e cebolinha”.
Bromelina: essa enzima digestiva encontrada na
banana e também no abacaxi é capaz de aumentar a libido. E o que isso tem a ver
com a síntese hormonal? O estímulo sexual também é fundamental para aumentar a
liberação de testosterona. Portanto investir nesse nutriente beneficia a
secreção do hormônio masculino e, por sua vez, o efeito anabólico da dieta.
Além disso, por ser digestiva, contribui para uma melhor absorção de proteínas.
Boro e vitaminas do complexo B: o boro é um
mineral responsável por regular a ação de outros minerais no corpo. E embora
pouco conhecido, é amplamente utilizado por fisiculturistas devido sua fama de
precursor dos hormônios sexuais. Já as vitaminas do complexo B, em especial o
ácido pantatênico, participam ativamente da produção de hormônios dessa classe,
sobretudo a testosterona. Além disso, esses nutrientes também estimulam a
produção de óxido nítrico. “Mel,
maçã, manteiga de amendoim, abacate, batata doce e carnes são excelentes fontes
desses nutrientes.”
Vitamina
D3 – considerada
um pré-hormônio, esse nutriente é a fonte exclusiva (ou seja, único meio de
conseguir) de calcitriol – um hormônio esteroide que além de melhorar a
absorção de cálcio, é apontado por diversos estudos como potencializador da
produção natural de testosterona. Pesquisas apontam, inclusive, que a
suplementação da vitamina está ligada a altos níveis de testosterona no corpo.
“Embora sua “matéria prima” possa ser encontrada em alimentos como carnes,
peixes e frutos do mar, é essencial tomar sol diariamente, por pelo menos 15
minutos, para que o corpo consiga produzi-la. Infelizmente sua deficiência é
mais comum do que se imagina, o que, em alguns casos, pode levar a necessidade
de suplementação”. – aponta o nutricionista.
Relaxe!
Como
tudo na vida precisa de moderação, é fundamental que o indivíduo já tenha uma
dieta alinhada com sua atividade física, para que esses elementos contribuam,
de fato, para o progresso físico. Contudo, existem outros fatores tão
importantes quando a alimentação para que o corpo alcance a sonhada hipertrofia
“Treinos moderados, sono tranquilo e, até mesmo, um bom estado de espírito são
fundamentais para conseguir aumentar a massa magra. Isso porque mesmo que uma
pessoa siga uma dieta regrada; se não dormir direito, se exercitar em excesso e
se estressar frequentemente, estará estimulando a secreção de hormônios catabólicos
e radicais livres, substâncias contrárias ao desenvolvimento muscular. Portanto
a palavra de ordem é, mais do que disciplina, equilíbrio!”.
Fonte: Nature
Center