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quinta-feira, 5 de setembro de 2024

96% das mulheres submetidas à ninfoplastia resgataram a saúde sexual

3 em cada 4 mulheres sentirão dores e/ou desconfortos associados ao sexo em algum momento da vida

 

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 39,5% das brasileiras, entre 40 e 65 anos, sentem algum tipo de dor ou incômodo na relação sexual, seja durante ou depois. Além disso, o American College of Obstetricians and Gynecologists estima que 3 em cada 4 mulheres sentirão dores e/ou desconfortos associados ao sexo em algum momento da vida. 

“Uma das principais queixas no consultório é a perda do interesse sexual. O sofrimento pode ser tão intenso que a mulher chega a evitar o sexo por completo”, conta Claudia Petry, pedagoga com especialização em Sexualidade Feminina pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana). 

Segundo ela, para agravar o cenário, é muito comum a mulher hesitar em buscar ajuda. “Há um misto de medo, vergonha e até sentimento de culpa e fracasso, seja por falta de informação ou mesmo pelos tabus de sempre que, aliás, só reforçam a crença de que dor no sexo é normal”, pontua a especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC). 

Fatores anatômicos podem explicar dores na relação sexual: mulheres com alterações na área genital, como pequenos lábios assimétricos ou excessivamente grandes, podem sentir fricção ou dor não apenas no sexo, mas também ao usar roupas justas, ou mesmo ao realizar atividades físicas. Quando descobrem a origem do problema, muitas vão em busca das intervenções cirúrgicas. 

Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), o Brasil lidera o número de cirurgias íntimas, em especial, a ninfoplastia (ou labioplastia), procedimento realizado na genitália feminina com o objetivo de diminuir o tamanho dos pequenos lábios vaginais, corrigir assimetrias ou frouxidões no local. 

Em 2019 foram 30.356 cirurgias (18,43%), em comparação com 12.006 (7,29%) nos Estados Unidos, considerando o total de 164.667 cirurgias realizadas no mundo. Na maioria dos casos, as ninfoplastias foram realizadas por um especialista em cirurgia plástica (73,3%). 

De acordo com o cirurgião plástico Luís Maatz, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FMUSP); apesar de muitas mulheres buscarem a ninfoplastia por questões estéticas, sua principal função é a reparadora. 

“Ela é realizada em pacientes com quadros crônicos de dor e incômodo que dificultam desde atividades rotineiras até relações sexuais”, explica Maatz, que também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).

 

Em homenagem ao Dia do Sexo, em 06 de setembro, saiba comoa cirurgia íntima pode devolver o bem-estar sexual da mulher! 


Por que a ninfoplastia? De acordo com Claudia Petry, os pequenos lábios vaginais, localizados internamente aos grandes lábios, têm diversas funções como proteger a região íntima, ajudar na lubrificação, abrigar bactérias benéficas que contribuem para manter o pH ácido do local, entre outras. 

No entanto, algumas mulheres podem ser acometidas pela hipertrofia ou assimetria dos pequenos lábios, quando há crescimento ou aumento desproporcional destas estruturas, resultado de vários fatores como genética, alterações hormonais, traumas ou simplesmente pelo processo natural de envelhecimento. 

“Além de ter dor e desconforto no ato sexual, a mulher sente vergonha da sua genitália, comprometendo a intimidade com seu parceiro. Ademais, há dificuldade na higiene íntima, propensão a candidíase e infecção urinária, incômodo na prática de atividade física e no uso de determinadas roupas”, explica a sexóloga. 

Um estudo realizado em janeiro deste ano, publicado no Aesthetic Plastic Surgery Journal, entrevistou 630 mulheres que fizeram a ninfoplastia/labioplastia. Cerca de 96% delas relataram uma melhora importante na vida sexual, incluindo aumento da autoestima, da libido e do prazer durante a relação sexual. 

“Trata-se de um procedimento externo, que remove o excesso de pele dos pequenos lábios vaginais hipertrofiados, sem interferência nas estruturas internas. O objetivo da ninfoplastia é retirar apenas o excesso. Os pequenos lábios devem ser preservados, até porque eles são responsáveis por proteger a região íntima e auxiliar na lubrificação”, ressalta Luís Maatz. 

Segundo o cirurgião, o procedimento pode ser realizado em clínica ou hospital, com anestesia local associada ou não à sedação. A duração média é de 40 minutos e a paciente pode receber alta no mesmo dia. “Ao contrário do receio comum, a ninfoplastia não afeta de forma alguma a sensibilidade do clitóris”, explica Maatz. 

O médico afirma que a cicatriz é praticamente imperceptível devido à posição das incisões e às características da região. “Importante informar que, quando tem o objetivo de solucionar questões funcionais, o procedimento costuma ter cobertura dos planos de saúde”. 

E depois? No pós-operatório, são prescritas medicações para dor (analgésicos e anti-inflamatórios) e para prevenir infecções (antibióticos profiláticos), além de sprays de ação tópica local que ajudam na diminuição da dor. As recomendações incluem não usar calças justas nas primeiras semanas e fazer a higienização correta na região operada. 

As atividades físicas são liberadas após 15 dias da cirurgia, e relações sexuais após 30 dias. Banhos de mar e piscina não são recomendados antes de 20 a 30 dias. A recuperação costuma ser tranquila quando se segue à risca todas as recomendações médicas. 

“Em suma, se você sente dores durante e/ou após o sexo, busque uma avaliação médica o mais rápido possível. O diagnóstico preciso pode não só restaurar seu prazer, mas agilizar o tratamento de problemas mais sérios. Na ausência de causas físicas, não tenha receio de recorrer a profissionais que possam diagnosticar e tratar os fatores psicológicos que estão te impedindo de desfrutar de uma sexualidade plena”, finaliza a sexóloga Claudia Petry.

 

“A duração entre um fósforo e outro”, livro vencedor do prêmio Tato Literário, consolida a trajetória da cearense Zulmira Correia como poeta

Terceiro livro da autora, vencedor da premiação na categoria poesia, será lançado em São Paulo em setembro, na Bienal e Ponta de Lança; obra marca a estreia selo de publicação Tato Literário

 

“Entre portas, cicatrizes e chaves, somos carregados para dentro de uma rotina que parece sempre ter existido. Não há início, mas sim o fim. O tempo só existe porque acaba.”

Trecho da apresentação do livro, assinada pela escritora capixaba Carla Guerson

“A duração entre um fósforo e outro” (selo Tato Literário, 120 pág.), novo livro de poesia da escritora cearense Zulmira Correia (@zulmiracorreia__), trabalha a casa, o tempo e a memória a partir da poesia e de recursos visuais que mesclam ilustrações e rabiscos. Vencedora do Tato Literário - 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente, promovido pela com.tato, na categoria poesia, a obra marca a estreia o selo de publicação Tato Literário, destinado aos contemplados pela premiação. O texto de apresentação do livro é assinado pela escritora capixaba Carla Guerson. 

No dia 5, às 20h, Zulmira participa junto com Bárbara Zarif (@barbarazarif) e Maitê Lamesa (@microsentimavos) de roda de conversa mediada por Thaís Campolina (@thaiscampolina) com o tema “Viagem como motor poético”, na Ponta de Lança (@livrariapontadelanca), localizada na Rua Aureliano Coutinho, número 26, na Vila Buarque.

 Ela também lança a obra na 27ª Bienal do Livro de São Paulo, no dia 8 de setembro, às 14h, no estande do Escreva, Garota!, onde integra a mesa de debate “Poesia contemporânea feita por mulheres”, ao lado das poetas Bruna Escaleira e Thaís Campolina. O evento acontece no Distrito Anhembi, localizado na Av. Olavo Fontoura, 1209, no bairro de Santana, na Zona Norte de São Paulo. 

Por meio de uma linguagem que se cruza entre a prosa poética e o verso livre, Zulmira nos leva, de forma experimental, a acompanhar os processos mentais narrativos de uma mulher que se encontra em um momento de transição: desocupar a sua casa da infância para vendê-la em dois dias, mas esse tempo acaba se dissociando na medida em que o texto se amplia. Primeiro pelos minutos, que viram horas, depois semanas. Em capítulos marcados pela passagem do tempo, a poeta cearense se funde à personagem neste processo, no qual redescobre memórias, cômodos vazios e caixas que precisa esvaziar ou encher. 

A autoria se utiliza de datas, horários, escrita rápida sem pontuação e elementos estéticos como desenhos e linhas que aproximam a obra à ideia de diário.  Repleto de ilustrações, rabiscos e escritos à mão, os versos se fundem a isso intencionalmente. Todo o projeto gráfico de “A duração entre um fósforo e outro” foi pensado e realizado pela própria Zulmira. “Acessar esse livro, é acessar um diário, registros íntimos e subjetivos. Sou eu”, define a escritora. 

O tempo, a percepção de sua passagem e a rapidez das coisas se revelam como o fio condutor dos poemas do livro. Mas, sutilmente, Zulmira se afasta de marcadores temporais típicos como o relógio e o calendário e se detém no poder das lembranças e, assim, constrói um cotidiano perdido. “Eu me utilizo da expressão ‘a duração entre um fósforo e outro’, como uma unidade de medida temporal”, comenta a poeta. 

O que importa, então, é o processo de descoberta despertado pela necessidade de desocupar uma casa. Marcado pela subjetividade, em muitos momentos, eu-lírico e autora se fundem na obra. A poeta afirma que a ideia do livro surgiu da experiência de retornar à casa de seu avô, local onde passou muitos momentos da infância. 

“Os processos de retorno, não importa qual sejam, são sempre desafiadores. Olhar para a casa vazia, para os cômodos antigos, para as memórias, é sempre uma forma de resgate. Mas, muitas vezes, resgatar memórias é doloroso. Nesses processos, onde me encontro de volta?”, questiona.

 

“A raiz do que escrevo está no lugar onde coloco o pé” 

Nascida em Crato, região do Cariri, no Ceará, Zulmira é escritora, designer, artista e pesquisadora. Graduou-se em Design Gráfico pela Escola de Belas Artes, UFBA (Universidade Federal da Bahia), é mestra na linha de Design e Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação da UFBA/EBA, com direcionamento para livro de artista, publicações independentes e escrita expandida. Em paralelo, pesquisa os saberes, práticas e ofícios gráficos do Nordeste, em especial, do Cariri cearense, com foco em xilogravura e cordel, das cidades de Crato e Juazeiro do Norte. 

Em 2020, venceu o V Prêmio Cepe Nacional de Literatura, da Companhia Editora de Pernambuco, na categoria poesia, com o livro de estreia “As cartas de Maria”, sendo a autora mais jovem e única nordestina a levar o prêmio na edição. “Abissal”, seu segundo livro, saiu pela Editora Patuá no ano de 2023. Criou, em 2019, o projeto autoral Respiros Poéticos, RESPO, que expande os campos da arte visual para a literatura e design. Hoje, o projeto é uma plataforma livre de criação multidisciplinar e editora independente. 

A autora nasceu, cresceu e permanece vivendo na área rural da cidade, rodeada pela Chapada do Araripe. Muitas das suas narrativas de escrita estão permeadas por esse espaço. Zulmira gosta de “colocar o pé no chão e sentir o silêncio para escrever”. “Ter o pé na terra é quase como plantar raízes. É assim com a escrita. A raiz do que escrevo está no lugar onde coloco o pé.”

 

Sobre o Tato Literário - 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente 

Realizado em 2023,  o Tato Literário - 1º Prêmio com.tato de Literatura Independente, promovido pela com.tato, teve como objetivo viabilizar a publicação e distribuição de obras inéditas de autores e autoras independentes. Na categoria Conto, o livro selecionado foi "Beija-flor de concreto", do autor piauiense Andrey Jandson da Silva (@andreyjandson). Já na categoria Poesia, "a duração entre um fósforo e outro", da cearense Zulmira Correia (@zulmiracorreia__) foi a obra vencedora. Ambos estão sendo publicados pelo selo Tato Literário, que estreia no mercado editorial com a publicação dos vencedores do concurso.

 A com.tato é uma agência online que tem como objetivo fortalecer a imagem de autores, autoras e editoras independentes por meio de uma comunicação humanizada e autêntica. Criada pela jornalista Karoline Lopes, a empresa passou a focar somente no mercado literário em 2022. Conta também com os sócios e jornalistas Marcela Güther e Vincent Sesering. Acesse: www.comtato.co ou siga no Instagram (@comtatocomunicacao).

 

Confira o poema “a história do canivete” (pág.28): 

vovô tirava o canivete do bolso cortava laranjas

e me entregava as cascas

dizia que as cascas me dariam as respostas se eu jogasse

elas entre uma quina e outra do telhado

“Vá, faça uma pergunta. Se sim, vai ficar pregada na madeira.

Se não, cai.”

“Vou voltar um dia?”

a casca de laranja ficou presa na ripa

por isso voltei

 

Adquira “A duração entre um fósforo e outro”, via site da Com.tato Comunicação:

A duração entre um fósforo e outro – com.tato (comtato.co)

 

 

 

Reviravoltas e “Efeito Streisand” marcam corrida à Prefeitura de São Paulo

A corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo em 2024 está sendo marcada por uma série de fatores, incluindo reviravoltas inesperadas, preocupações com a disseminação de fake news e o chamado “Efeito Streisand”. Esse fenômeno social ocorre quando uma tentativa de ocultar ou censurar informações acaba gerando o efeito oposto. Ou seja, a informação é amplamente divulgada e amplificada, frequentemente com o auxílio da internet.

Até recentemente, era consenso entre estrategistas de campanha que o candidato do PRTB, Pablo Marçal, havia atingido seu limite eleitoral. O senso comum das campanhas era de que Marçal não tiraria votos suficientes do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), que, no segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL), seria vitorioso. Esse realmente parecia o curso natural dos eventos. Contudo, “havia uma Tabata Amaral no meio do caminho”.

Também candidata à prefeitura pelo PSB, a deputada federal mudou a situação. Visivelmente irritada pelos ataques pessoais que recebeu de Marçal, e lutando para avançar nas pesquisas, Tabata recorreu a argumentos jurídicos para bloquear a monetização de terceiros para alavancar as redes sociais e a presença digital do adversário. A Justiça Eleitoral aceitou a tese de haver indícios de que Marçal estaria cometendo abuso de poder econômico ao pagar a terceiros por cortes e edições de suas participações em debates e entrevistas, pois não contabilizava esses gastos como parte da campanha.

A estratégia de Marçal, inspirada em Andrew Tate, um influenciador internacional que utilizou métodos semelhantes para ampliar seu alcance, objetiva maximizar a visibilidade através de cortes e edições de vídeos feitas por terceiros, com premiações em dinheiro para aqueles que conseguissem mais visualizações ou interações. Marçal admitiu utilizar essa abordagem, a qual se mostrou eficaz na ampliação de sua presença online. No entanto, a decisão judicial obtida pela campanha de Tabata acabou gerando o efeito oposto ao esperado, aumentando a procura por Marçal, que criou um novo perfil nas redes sociais.

Quando se tenta impedir o acesso à alguma informação, conteúdo ou imagem, a busca por ela simplesmente aumenta de forma estrondosa. Isso se denomina "Efeito Streisand, uma "homenagem" à americana Barbara Streisand, que ao processar um site para remover a foto de sua casa, em 2003, alegando questões de privacidade, fez os acessos dispararem e eliminou qualquer expectativa real de privacidade. Esse fenômeno já se manifestou em outros contextos no Brasil, não apenas no cenário político, mas também em casos envolvendo jogadores e apresentadores de TV, ganhando destaque novamente. 

Em 2014, por exemplo, durante a campanha presidencial de Marina Silva, surgiu um meme nas redes sociais alegando que seu marido estava envolvido em desmatamento em 2003 e 2008, supostamente sem punição devido à sua relação com a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula. O caso foi investigado pelo MPF a pedido de Marina em 2011 e arquivado em 2013. Em 2014, o episódio foi amplamente divulgado, renovando as suspeitas sobre a liderança do partido Rede. Em 2018, o boato ressurgiu no WhatsApp, e as tentativas de restringir a circulação da informação podem ter intensificado os danos à campanha de Marina, já que aumentaram as buscas por ela.

Agora, após o bloqueio dos perfis de Marçal, o ex-coach se posicionou como vítima de censura, o que aumentou a curiosidade pública e gerou um impulso inesperado para sua campanha. Em questão de horas, sua conta reserva no Instagram superou a de Tabata. Já nas pesquisas, o candidato apareceu em 2º lugar no Datafolha, com 21%; em 3º no Atlas Intel, com 16,3%; e assumiu a liderança no Instituto Veritá, com 30,9%.

Atrelado a isso, um dos principais receios da sociedade atual no contexto das eleições é o impacto das fake news. Segundo uma pesquisa do Instituto DataSenado, 81% dos brasileiros acreditam que as notícias falsas podem influenciar significativamente o resultado das eleições. O levantamento também revelou que 72% encontraram fake news nas redes sociais nos últimos seis meses e consideram "muito importante" controlar essas publicações para assegurar uma competição eleitoral justa.

Além da possibilidade de Tabata ter, inadvertidamente, impulsionado a candidatura de Marçal ao ignorar o “Efeito Streisand”, outro fator relevante nas eleições é a crescente propagação de informações falsas. Com isso, é fundamental que os eleitores estejam atentos e informados sobre essas questões para entender o desenrolar dos próximos capítulos.

A seguir, alguns pontos que precisam ser considerados para as próximas etapas da campanha:

  • É fundamental que os eleitores verifiquem a veracidade das notícias que recebem, consultando fontes confiáveis antes de formar uma opinião ou compartilhar qualquer conteúdo;

 

  • É preciso acompanhar como os candidatos estão utilizando estratégias de campanha, incluindo o uso de redes sociais e a reação a ataques. A tentativa de combater irregularidades deve ser feita levando em conta o “Efeito Streisand”, ou pode influenciar a percepção pública dos candidatos, até mesmo favorecendo aqueles que possam estar cometendo irregularidades;

 

  • É necessário estar atento às maneiras como os candidatos gerenciam seus recursos e enfrentam acusações;

 

  • As reviravoltas inesperadas e a dinâmica das campanhas podem alterar o cenário eleitoral. Assim, é importante estar informado sobre as últimas atualizações nas candidaturas para avaliar melhor as implicações para o futuro da cidade.

 


Emanuel Pessoa - advogado especializado em Direito Empresarial, Mestre em Direito pela Harvard Law School, Doutor em Direito Econômico pela USP e Professor da China Foreign Affairs University, onde treina a próxima geração de diplomatas chineses.


Do medo à certeza: quais ações são essenciais antes do ERP?


Digitalização. Essa pode ser considerada a palavra da vez, tendo em vista a atual era da transformação digital que temos vivido dia após a dia, e que tem impulsionado as organizações, cada vez mais, a investirem em recursos que apoiem na gestão do negócio. Dentre tantas opções favoráveis a essa missão, o ERP (Enterprise Resource Planning), sem dúvidas, é a melhor. No entanto, antes da sua adoção, é necessário realizar ações importantes.

Embora alguns possam achar que esse movimento do mercado se trata de uma novidade, na prática, ele já começou há anos. Isso é, o boom da digitalização ocorreu durante a pandemia, uma vez que, com as medidas restritivas, as organizações compreenderam a necessidade de investir em recursos que garantissem o fluxo operacional.

Como exemplo do resultado desse investimento, hoje, anos após o fim da crise sanitária, de acordo com a pesquisa realizada pela Opinion Box em parceria com a Ploomes, 68% das empresas B2B no Brasil se tornaram mais digitais e, desse número, 61% se consideram com alto ou muito alto nível de maturidade digital, o que sinaliza uma mudança significativa no cenário empresarial do país.

Não há como negar o avanço que as empresas obtiveram nos últimos anos, utilizando ferramentas que apoiam nas operações no dia a dia. Entretanto, uma vez superado esse obstáculo, uma outra dor vem tomando conta do empresariado: como saber onde implementar, estrategicamente, tudo o que foi adquirido?

Até porque, mais do que adquirir uma ferramenta é necessário, antes, realizar o mapeamento a fim de conhecer a fundo os processos, identificar gargalos para localizar as dores do negócio e identificar quais são os pontos de dificuldade, sejam áreas ou processos que precisam ser solucionados. É, justamente, a falta desse diagnóstico que têm levado diversas empresas a dúvidas e incertezas quanto a adoção de um ERP, visto que não atingem resultados satisfatórios.

É importante destacar que mesmo um ERP tendo embarcado as melhores práticas do mercado, dificilmente, irá ter uma boa execução sem que haja um alinhamento prévio que auxilie na identificação e obtenção de métricas que contribuam para a melhor visualização e gestão da empresa. Desta forma, antes de aderir ou migrar de um software de gestão, é essencial ter estabelecido quatro pilares fundamentais: visão, valores, riscos e adoção de melhores práticas.

A partir desse alinhamento, torna-se possível eliminar incertezas e gargalos que prejudicam o bom desempenho do ERP. Certamente, esse não é um caminho fácil, considerando o fato de que se trata de uma abordagem a qual envolve diversas áreas, tornando necessário revisitar processos e realizar adequações sistêmicas que permitam o bom funcionamento do software.

Quanto a isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada nessa abordagem é uma excelente estratégia. Afinal, o time de especialistas, ao fazer uma análise adequada do negócio, irá identificar se a empresa está preparada ou não para um sistema de gestão, bem como executar pré-serviços que antecipem a jornada, guiando para tomadas de decisões efetivas.

Esse processo pré implementação é crucial para ajudar a empresa a trilhar um caminho rumo à inovação e eficiência, tendo atribuídas as melhores práticas atreladas ao uso de um sistema robusto. Além disso, a organização, além de acompanhar o movimento de transformação digital, também pode expandir o investimento em projetos Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), e obter incentivos fiscais através da Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005).

Tendo em vista o avanço da tecnologia com a Inteligência Artificial (IA) e a chegada de novas tendências, cresce a necessidade de as organizações investirem em estratégias que venham ao encontro do propósito do negócio, e que favoreçam no ganho de competitividade.

Para isso, é crucial que as empresas, desde já, aprimorem suas técnicas, bem como alinhem sua gestão de modo que se complementem ao uso do ERP. Afinal, mais do que um facilitador, a tecnologia deve ser vista com um elemento estimulante, que abra espaço para a conquista de novos resultados. Sendo assim, se a empresa está estagnada, mesmo utilizando ferramentas, é hora de analisar esse cenário e encontrar os diferenciais. Até porque, mais do garantir uma boa posição na competição, é preciso assegurar a sobrevivência das operações.

 


Beatriz Domingues - gerente de produtos e alianças da G2.

G2


'O momento do Brasil é bem delicado', diz Rivaldo sobre a Seleção nas Eliminatórias

Em entrevista exclusiva à Betfair, o embaixador da casa de apostas comentou sobre os jogos da Seleção contra o Equador e Paraguai; Betfair calcula o favoritismo da amarelinha nas partidas 

 

O embaixador da Betfair e campeão mundial com a Seleção Brasileira, Rivaldo avaliou a situação do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026, que joga contra o Equador nesta sexta-feira (06), e Paraguai terça-feira (10). Confira também os prognósticos da Betfair em relação ao favoritismo da Seleção nessas partidas.

Para a partida contra o Equador, nesta sexta, no estádio Couto Pereira, em Curitiba, o Brasil entra pressionado, pois possui apenas sete pontos em seis jogos, amargando a 6ª colocação nas Eliminatórias. Rivaldo afirmou que a Seleção precisa fazer um bom início de jogo contra o Equador, uma vez que atua dentro de casa, diante da sua torcida.

“O momento do Brasil é bem delicado, pela situação da Copa América, pelo desempenho na competição, pela situação que está as Eliminatórias e a colocação que se encontra a Seleção Brasileira, Mas o Brasil tem uma boa equipe, acho que todos os jogadores tem que ter tranquilidade nessa hora. Os primeiros minutos vão ser bastante importantes para a Seleção Brasileira que joga em casa”, afirmou Rivaldo.

Rivaldo relembrou que a pressão das arquibancadas acontece com frequência em solo brasileiro, principalmente em atuações do Brasil abaixo do esperado. “A torcida brasileira é muito exigente, principalmente pela maneira que está jogando a Seleção, pela situação que ela está, então vai ter aquela pressãozinha da torcida. Os jogadores precisam ter tranquilidade, paciência e personalidade para poder jogar e tentar fazer o primeiro gol o mais rápido possível para que a torcida possa ajudar fora de campo”, disse o embaixador da Betfair.

De acordo com a Betfair, casa de apostas especialista em análises de probabilidades, a Seleção Brasileira é a favorita no confronto contra o Equador. São 69% (odd de 1.36) do Brasil vencer no jogo realizado em Curitiba, 21% (4.5) da partida terminar empatada e 9% (9.0) dos equatorianos vencerem

Endrick, do Real Madrid, é o jogador com maiores probabilidades de gol pelo Brasil com 45% (2.2). Do lado equatoriano, Enner Valencia, atacante do Internacional de Porto Alegre, é o favorito a marcar pelos adversários com 20% (5.0).


Lista com jogadores que atuam no futebol brasileiro

Rivaldo também comentou sobre Dorival ter convocado mais nomes que atuam no país. Sete jogadores do Campeonato Brasileiro foram relacionados para as partidas das Eliminatórias. As surpresas ficaram por conta de Estêvão, do Palmeiras - e recentemente negociado com o Chelsea -, Luiz Henrique, do Botafogo, Lucas Moura, do São Paulo, e William, do Cruzeiro. 

“Acho que o Dorival acertou em levar jogadores que atuam no Brasil. Acredito que até o Mundial com certeza ele vai levar muitos jogadores que estão jogando por aqui. O Campeonato Brasileiro é bom de se jogar, recheado de grandes jogadores, atletas bons que se destacam e que precisam ter uma chance na Seleção. O Dorival está de parabéns por ter levado esses jogadores. Acredito que na convocação final para a Copa, seis ou até dez jogadores [que atuam no Brasil serão convocados], como o Felipão fez para a Copa do Mundo de 2002.”

Raphinha, que já tinha ficado de fora, não foi escolhido por Dorival por estar suspenso contra o Equador. Já a convocação de Lucas Moura no lugar de Savinho, lesionado, chamou muito a atenção do torcedor brasileiro e de Rivaldo.

“Acho que ele não foi convocado lá atrás, muito por decisão dos treinadores anteriores, porque ele já estava em uma boa fase. Ele pegou muitos momentos bons na carreira jogando fora do Brasil, quando atuava na Inglaterra. Acho que essa convocação é um prêmio, por tudo que ele fez atuando pelo São Paulo. Acredito que a convocação poderia ter acontecido muito antes pelo treinador passado, mas não aconteceu, vejo que ele tem tudo, se der oportunidade, para ir bem na Seleção Brasileira. Porque ele já jogou na Seleção, já conhece e é mais um jogador experiente que pode ajudar muito o Dorival dentro de campo.”


Paraguai x Brasil com favoritismo da Seleção canarinho

A segunda partida do Brasil na rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 será contra a Seleção do Paraguai, na terça-feira (10), no estádio Defensores Del Chaco, em Assunção (Paraguai). De acordo com a Betfair, uma das maiores casas de apostas esportivas do mundo, o Brasil leva favoritismo na partida: 59% de chances de vitória brasileira, contra 16% dos donos da casa. O empate aparece com 25%.

  

 Betfair

 

Sonhos de um cidadão comum da Amazônia


Sou um cidadão amazonense, nascido em Manaus há 77 anos, e ainda guardo em minha memória o mais frequente conselho de meus pais, ambos nascidos no interior do Amazonas: “Filho, estude. Estude muito. O Brasil é o país das oportunidades e logo será um dos líderes mundiais”.

Ouvia isso numa época em que Manaus tinha menos de 100 mil habitantes, e a população não dispunha de energia elétrica 24 horas por dia nem de água tratada. O serviço de esgotamento sanitário era precaríssimo e todas as crianças e jovens estudavam em escolas públicas.

Hoje, já próximo dos 80 anos, tenho a convicção de que meus mais estavam absolutamente certos em relação à potencialidade do país. O Brasil é a quinta maior nação em grandeza territorial, rico em seu subsolo repleto de minerais, rico em fertilidade do solo, com a sexta maior população mundial, recursos financeiros abundantes e suficientes para alavancar o progresso e, ainda, o exuberante patrimônio natural da Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo e a região de mais significativa biodiversidade do planeta.

A previsão dos meus pais só errou no tempo. Tantas décadas depois do vaticínio, o Brasil continua patinando na direção de país do futuro e se consolidando como a nação das oportunidades perdidas. Não por culpa de seu povo, mas pelos erros e omissão de seus governantes.

O futuro é hoje. Meus estudos e experiência de vida me permitem a autoclassificação em uma categoria muito bem definida pelo escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna ((1927- 2014): “O otimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”.

Apesar de tudo, ainda alimento o sonho de ver o Brasil fazer uma fundamental correção de rumo alicerçada na ética, na moral e na honestidade, três coisas que o dinheiro não compra. Mantenho a expectativa de o país levar ao cotidiano de todos os seus cidadãos os ensinamentos inseridos no Hino Nacional: liberdade, patriotismo e igualdade fraterna. Espero ainda ver a realização dos versos de Cazuza (1958-1990): “Brasil, mostra a tua cara/e eu não vou te trair/confia em mim”.  Esta canção é um retrato contundente da insatisfação social e política, permeada pelo sentimento de exclusão e desilusão com as promessas de um país melhor que nunca se concretizam para todos.

Minha geração assistiu ao Brasil governado por 23 presidentes diferentes (incluindo a Junta Militar de 1964 e dois interinos). O país teve sete moedas e 14 planos econômicos somente nos últimos 45 anos. Atingimos a maioridade democrática, entretanto o abismo econômico e a concentração de renda entre os brasileiros continuam gigantes. O que aconteceu, então?

Cabe indagar o que falta para a classe política, a imprensa, a sociedade, enfim, fazer uma reflexão profunda para enxergar que o processo político precisa ser alterado com urgência, dada a constatação de que não funciona. A retrospectiva dos últimos 35 anos comprova essa assertiva.

Nesse intervalo, o país elegeu cinco presidentes da República de diferentes perfis e ideologia. Destes, dois sofreram impeachment; um, após oito anos de mandato foi denunciado, julgado, condenado e preso por corrupção, teve posteriormente suas sentenças anuladas e voltou ao poder para o terceiro mandato; outros dois saíram do governo pela porta lateral devido à baixíssima popularidade, e o último não conseguiu se reeleger pela inabilidade no governo e outras razões que agora não importam.

O fato é que o país do futuro sofre no presente, conforme demonstram os indicadores sociais e econômicos. No Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil caiu de 77º lugar em 2002 para a 88ª posição em 2023. No coeficiente Gini, que mensura a distribuição de renda, estamos estagnados há 35 anos na 6ª pior classificação no ranking mundial.  Patinamos na Educação, com a 62ª posição no ranking do PISA (avaliação de matemática, língua portuguesa e conhecimentos gerais) entre 67 países avaliados e, agora, segundo o PNUD/Banco Mundial, ficamos pessimamente classificados também em criatividade. Não há como deixar de citar o líder abolicionista Frederick Douglass que escreveu que “Educação e escravidão são incompatíveis, o conhecimento torna o homem inadequado para ser escravo”.

A população vive com medo porque o país é o recordista mundial em número de homicídios, com 46 mil mortos por ano; um estupro a cada seis minutos – índice de 44,1 mil casos por grupo de 100 mil mulheres, a maioria crianças menores de 13 anos - alto índice de feminicídios; trânsito violento registrando a trágica média de 39 mil vítimas fatais por ano; e o avanço irrefreado das facções criminosas, em número superior a 70, dominando territórios e presídios, controlando o tráfico de drogas e de armas e decidindo quem vai viver e quem vai morrer.

Por outro lado, as desigualdades regionais se perpetuam, em grande parte provocadas por políticas públicas equivocadas. Exemplo disso: a renda mensal per capita dos habitantes das regiões Norte e Nordeste (R$ 1.160,00) é 36% menor do que a renda média nacional (R$ 1.828,00). A diferença é ainda maior se comparada com a renda per capita mensal da região Sudeste (R$ 2.237,00). Os brasileiros, portanto, não são de classe única, mas de classes diferenciadas em função do local onde nasceram ou vivem.

A concentração de renda é absurda, entre as seis ou oito piores de mundo. Hoje, 1% dos cidadãos mais ricos detêm quase a metade (49%) do total das riquezas do país. Cerca de 60% da população nacional vive com renda mensal bruta de até um salário-mínimo (R$ 1.412,00), mesmo valor dos proventos de 70% dos aposentados e pensionistas do INSS. Um degrau acima temos praticamente um terço (32%) dos brasileiros tem renda mensal que não ultrapassa três salários-mínimos.

O país vive à beira da estagnação. Nos últimos 35 anos, o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de apenas 2,13% a.a., muito abaixo dos períodos anteriores pois de 1965 a 1988 o crescimento médio foi de 6,05% a.a., mesmo com carga tributária 45% menor que a de hoje.

Este, aliás, é outro entrave ao desenvolvimento. O Brasil está em 13º lugar dentre os 30 países com maior carga tributária do planeta. Cobra muito, porém devolve pouco em serviços básicos como educação, saúde, segurança e habitação. É o 30º, o lanterna, nesse quesito no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES).

Temos motivos, ainda, para nos preocupar com outros importantes indicadores. Em termos de liberdade econômica – considerando-se estado de Direito, tamanho do governo, eficiência regulatória e mercados abertos –, o Brasil ocupa a 127ª posição no ranking de 186 países. Em liberdade de expressão o país é apenas o 87º colocado entre 161 países no ranking elaborado pela organização não-governamental inglesa Article 19.

Quando se fala em corrupção, nosso desempenho é igualmente vergonhoso. Nos últimos 25 anos, o país caiu 35 posições no Índice de Percepção de Corrupção do Setor Público, elaborado pela Transparência Internacional. Saímos da 69ª posição para a desonrosa e catastrófica 104ª posição. Ignoram-se solenemente os ensinamentos do deputado Ulysses Guimarães (1916-1992), autor de verdadeira aula de patriotismo: “A moral é o cerne da pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública”.

Outro problema grave da nação é o gigantismo da máquina pública. Um setor que, apesar do tamanho, é ineficiente. Seu enxugamento – sem comprometimento da qualidade dos serviços que oferece – é possível mediante a redução de uma casta privilegiada e não-concursada, que onera os cofres públicos, reduzindo os recursos destinados às atividades-fim, estas sim, de interesse da população.

Falta também maior controle dos gastos públicos, o que exige uma revisão urgente de prioridades. Hoje, o Brasil gasta 32% a 33% do PIB (carga tributária), compromete outros 8% a 10% do PIB com o déficit público nominal e ainda concede renúncias fiscais da ordem de 4,8% a 5% do PIB sem observar os preceitos constitucionais de que tais renúncias devem ser concedidas para reduzir as desigualdades regionais e sociais.

Tropeçamos também na competitividade, quesito no qual o Brasil tem a 6ª pior colocação entre os 67 países de maior expressão econômica no mundo. E nosso Judiciário, apesar de altamente custoso aos cofres públicos, nos deixa apenas na 104ª posição no ranking de 134 nações em eficiência judicial.

E, como se não bastasse, o Brasil insiste em apostar no equilíbrio das contas públicas somente por meio do aumento da carga tributária, “solução” que penaliza a população, notadamente a mais carente. “Uma nação que tente prosperar com base em impostos é como um homem com os pés dentro do balde tentando levantar-se puxando a alça do balde”, dizia Winston Churchill (1874-1965), ex-primeiro-ministro do Reino Unido, em lição não aprendida por nossos governantes.

Relembro as lições de meus pais e não quero ver meus sonhos transformados em pesadelos. Sigo acreditando no Brasil, convicto de que não faltam à nação recursos financeiros, humanos ou naturais. Temos todas as ferramentas necessárias. Mãos à obra!

  

Samuel Hanan - amazonense, e autor dos livros “Brasil, um país à deriva”, “Caminhos para um país sem rumo” e co-autor de “Brasil: que país é este?” juntamente com o prof. Ives Gandra Martins. Site: https://samuelhanan.com.br

 

Relatório da Kaspersky mostra como funciona o crescente mercado de “ransomware de prateleira”

SEXi, Key Group e Mallox são exemplos de grupos que usam malware de outros ransomware para novas criações



A Equipe de Análise e Pesquisa Global da Kaspersky (GReAT) publicou um relatório global sobre os recentes ataques de ransomware que utilizam códigos-fonte públicos e “de prateleira” – ou seja, prontos para uso –, o que permite aos golpistas buscar vítimas e propagar atividades maliciosas rapidamente. Esta pesquisa revela as ferramentas e métodos usados por grupos organizados de ransomware e golpistas individuais.

A Kaspersky traz os principais grupos que fizeram esse tipo de utilização:

SEXi: Em abril deste ano, o grupo realizou um ataque de ransomware no Chile, usando um novo código malicioso recentemente descoberto. Eles miram em um software de virtualização (ESXi) desatualizado e comum em diversas empresas. O grupo se diferencia por usar versões diferentes de ransomware dependendo do sistema: ambas são baseadas em amostras de ransomware vazadas do grupo de ransomware Babuk para a versão Linux e Lockbit para Windows.

Key Group: Ele utilizou oito tipos diferentes de ransomware desde sua criação em abril de 2022 e suas técnicas e mecanismos de persistência evoluíram com cada nova variante. Apesar da diversidade de métodos, o Key Group é conhecido por suas operações pouco profissionais, como a utilização do Telegram para interação, o que facilita seu rastreamento.

Mallox: esse é uma variante de ransomware menos conhecida, apareceu pela primeira vez em 2021 e iniciou seu programa de afiliados em 2022. Ao contrário do SEXi e do Key Group, os autores do Mallox afirmam ter comprado o código-fonte. Este grupo colabora exclusivamente com afiliados de língua russa e tem como alvo organizações com receitas superiores a 10 milhões de dólares, evitando ataques a hospitais e instituições de ensino. Em 2024, apenas oito das afiliadas originais ainda estavam ativas, sem recém-chegados.

"A barreira para o lançamento de ataques de ransomware está desaparecendo. Com ransomware pronto para uso e programas de afiliados, até os cibercriminosos novatos podem representar uma ameaça significativa", destaca Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. “Comprar uma amostra na dark web, afiliar-se a outros grupos ou encontrar uma variante de ransomware vazada não requer nenhum esforço extraordinário, pois o código-fonte geralmente pode ser vazado ou publicado anteriormente. A boa notícia é que as empresas que já conhecem as práticas dos grupos originais terão facilidade em evitar a infecção. Essa tendência destaca o benefício de manter o time de segurança informado sobre as novas práticas, táticas e técnicas usadas em ciberataques.

Para manter seus dados protegidos contra ataques de ransomware, os especialistas da Kaspersky recomendam:

  • Ofereça à sua equipe de segurança treinamento básico de higiene em cibersegurança. Realize um ataque simulado de phishing para garantir que seus profissionais saibam identificar e-mails de phishing.
  • Utilize soluções de proteção para servidores de e-mail com capacidades anti-phishing, para diminuir a possibilidade de infecção por meio de um e-mail de phishing.
  • Encontre uma solução dedicada para pequenas e médias empresas, com gestão simples e funcionalidades de proteção comprovadas.

Saiba mais em Securelist.




Kaspersky
Mais informações no site.


União Europeia vai implementar novo visto: o que muda e como se antecipar?

Cidadania europeia pode ser meio de driblar nova burocracia na região 

 

A União Europeia (UE) está prestes a implementar duas novas medidas de controle de fronteiras que afetarão diretamente brasileiros e cidadãos de outros países que atualmente não precisam de visto para entrar na região. Essas mudanças, representadas pelo ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem) e pelo EES (Sistema de Entrada/Saída), prometem alterar a forma como viajamos para a Europa e se torna essencial entender essas novas regras para evitar surpresas e se preparar adequadamente.

Com a entrada em vigor do ETIAS, prevista para maio de 2025, todos os brasileiros que desejarem viajar para a Europa precisarão obter uma autorização de viagem antes do embarque. Essa autorização, que custará 7 euros (R$ 43) por pessoa para adultos entre 18 e 70 anos, terá uma validade de três anos ou até o vencimento do passaporte, o que ocorrer primeiro. O ETIAS é parte de uma estratégia mais ampla da União Europeia para aumentar a segurança nas suas fronteiras, permitindo um controle mais rigoroso sobre quem entra e sai. 

Além do ETIAS, a UE também introduzirá o Sistema de Entrada/Saída (EES), que substituirá o tradicional carimbo de passaporte por um registro eletrônico de entradas e saídas. Este sistema ajudará a monitorar o cumprimento das regras de permanência dos visitantes e poderá impactar o tempo de processamento nas fronteiras, especialmente durante o período inicial de implementação. O EES começa já em outubro deste ano e pode resultar em tempos de espera mais longos nos pontos de entrada na Europa, como aeroportos e postos de fronteira terrestres.

Para os brasileiros, o impacto dessas mudanças será duplo: um pequeno custo adicional e a necessidade de planejamento antecipado. Embora o valor de 7 euros seja relativamente baixo, a introdução de um processo de autorização prévia pode ser vista como uma nova barreira burocrática, especialmente para aqueles acostumados a viajar livremente para a Europa. Segundo dados do governo federal, mais de 1,5 milhão de brasileiros viajaram para o continente europeu este ano.

Uma forma de contornar essas novas exigências é obter a cidadania europeia, como a italiana, o que oferece inúmeras vantagens. 

“Brasileiros com descendência italiana têm o direito de solicitar a cidadania, que elimina a necessidade de solicitar o ETIAS e de passar pelo controle do EES. Cidadãos italianos, assim como de outros países da União Europeia, podem circular livremente pelo bloco sem restrições de tempo de estadia e sem precisar de autorizações adicionais”, afirma Matheus Reis, CEO da io.gringo, empresa especializada em processos de obtenção de cidadania italiana e portuguesa.

“Além disso, eles têm o direito de residir, trabalhar e estudar em qualquer país da União Europeia sem a necessidade de vistos ou outras autorizações. Isso oferece uma liberdade de movimentação incomparável, especialmente em um contexto em que a burocracia para viajantes tende a aumentar”, complementa.

Sobre os novos documentos necessários para os viajantes, Matheus diz que há os dois lados desta moeda: “Introdução do ETIAS e do EES representa tanto um desafio quanto uma oportunidade para a Europa. A longo prazo, espera-se que esses sistemas aumentem a segurança, reduzam os riscos de imigração ilegal e melhorem a gestão do fluxo de turistas. No entanto, a curto prazo, é provável que haja alguns desafios estruturais e de fluxo nos pontos de entrada, especialmente à medida que os países da UE se adaptam às novas tecnologias e procedimentos. Uma forma de se prevenir disto e de correr atrás de burocracias a cada três anos é com a obtenção da cidadania europeia”.

“Para os brasileiros, a mensagem é clara: se preparar e se informar sobre as novas regras é fundamental para garantir uma viagem tranquila e sem contratempos à Europa. Para aqueles com direito à cidadania italiana ou de outro país da UE, o momento é oportuno para considerar a regularização dessa cidadania, que oferece vantagens significativas em termos de mobilidade, direitos e economia. Com as mudanças iminentes na política de fronteiras da UE, antecipar-se e estar bem informado será a melhor estratégia para continuar desfrutando das maravilhas do continente europeu”, completa.


Trend Micro bloqueia 76 bilhões de ameaças no primeiro semestre do ano

O Brasil foi o segundo país mais atacado por ransomware, em junho, com 16,7% das tentativas registradas, e também figurou no top 5 em abril 

 

Os cibercriminosos estão abusando de novas tecnologias, como IA, e eventos de projeção mundial, como Olimpíadas e eleições nacionais, para comprometer ativos vulneráveis e mal gerenciados. É o que revela o relatório semestral da Trend Micro, líder mundial em soluções de cibersegurança.

 


Nos primeiros seis meses de 2024, foram bloqueadas, em todo o mundo, 76 bilhões de ameaças, com o Brasil figurando na lista dos 5 países mais alvejados em dois momentos: em abril, quando ocupou a quinta posição, e em junho, mês em que foi a segunda nação mais atacada por ransomware, concentrando 16,7% das tentativas, atrás apenas dos Estados Unidos (31%).

Ao todo, foram registrados no período pouco mais de 5 milhões de ataques ransomware, com a maior incidência em janeiro, quando a Trend Micro bloqueou 1 milhão 268 mil casos. O LockBit liderou a lista de famílias de ransomware, com os maiores registros de arquivos neste primeiro semestre do ano.

 


Os fraudadores estão prontos para explorar as fronteiras ainda desconhecidas da IA. Isso porque à medida que as empresas exploram novas aplicações para a tecnologia, os erros tornam-se inevitáveis, criando oportunidades de ouro para os elementos mal-intencionados.

Durante o primeiro semestre, os pesquisadores da Trend Micro perceberam que os cibercriminosos voltaram suas atenções para o jailbreak de Modelo de Linguagem Grande (do inglês LLM, Large Language Model), técnica que usa prompts complexos em chatbots para induzi-los a responder perguntas que vão contra as suas próprias políticas. As ofertas de "jailbreak-as-a-service" têm aumentado na Deep Web, surgindo como opção inovadora para a criação de LLMs “criminosos” ou “desbloqueados”.


Ransomware

Com o objetivo de promover ameaças e campanhas rápidas, evasivas e sofisticadas, os atacantes têm evoluído suas técnicas. Mas as agências de aplicação da lei vêm trabalhado incansavelmente para interromper a atividade de grupos de ransomware, comprometendo seus botnets e plataformas criadas especificamente para operações de phishing e ações maliciosas.

Em fevereiro de 2024, a Operação Cronos interrompeu o maior grupo de agentes de ameaças financeiras, o LockBit, prejudicando sua operação e manchando sua reputação no submundo do crime. Na segunda fase da operação, em maio, houve congelamento de ativos e proibição de viagens contra o suposto administrador e desenvolvedor do grupo de ransomware, que já contabiliza 26 acusações somente nos EUA.

“Houve uma expansão dos delitos por conta da maior colaboração entre os integrantes da dark web e de grupos que oferecem crimes como serviço [CaaS, na sigla em inglês], que atraíram invasores menos técnicos e experientes, que compram ou alugam pacotes de ataques, sem precisar desenvolver um ransomware próprio. Isso fragmentou o ecossistema de roubos e simplificou as operações, agora realizadas para obter o maior lucro com o menor esforço possível”, explica Rayanne Nunes, diretora de Tecnologia da Trend Micro Brasil.

As instituições bancárias foram o principal alvo de ataques ransomware no primeiro semestre de 2024, seguidas de perto pelas empresas de tecnologia e logo depois pelos órgãos governamentais.

Grupos de ransomware experientes, como o LockBit, entendem que precisam evoluir para manter seus cobiçados lugares na comunidade do cibercrime. Durante a Operação Cronos, os pesquisadores localizaram uma amostra de LockBit em desenvolvimento com uma base de código completamente nova, identificada como LockBit-NG-Dev (onde NG significa "Nova Geração"). Com base nessa análise, o LockBit-NG-Dev é escrito em .NET, compilado usando o CoreRT e concebido para funcionar em diferentes sistemas operativos (Platform agnostic). Além do Lockbit foram detectadas as seguintes famílias de ransomware no primeiro semestre de 2024: Stopcrypt, Phobos,TargetCompany e Akira.


Para saber mais detalhes do relatório da Trend Micro  “Pushing the outer limits”, que analisa o cenário de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2024, clique AQUI.

 


Trend Micro
Site: https://www.trendmicro.com
Twitter: @TrendmicroBR
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