Março é o mês de conscientização da doença, que atinge 10% da população feminina em idade fértil; especialista esclarece mitos e verdades
O terceiro mês
do ano é marcado por campanhas voltadas para a Saúde da Mulher, entre elas o
Março Amarelo, mobilização global dedicada à conscientização sobre a
endometriose, que atinge cerca de 10% da população feminina na idade fértil.
A doença ocorre
quando as células do endométrio, tecido que reveste o útero internamente, se
encontram fora da cavidade uterina, se espalhando pela cavidade abdominal.
Além dos
desafios físicos enfrentados pelas pacientes, a endometriose é marcada por uma
batalha silenciosa: o difícil caminho para o diagnóstico. Estudos apontam que
ele é realizado, em média, 6 anos ou mais após o início dos sintomas.
“É comum
recebermos pacientes que relatam ter passado por vários médicos e que sofrem há
anos com dores, sem conseguir diagnosticar e resolver o problema. É uma
frustação, já que a endometriose afeta, em muitos casos, a qualidade de vida
dessas mulheres”, relata Dra. Taís Martins Loreto, ginecologista do Núcleo de
Endometriose do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano do Sul, no ABC
paulista.
O serviço reúne
em um único local as diferentes abordagens necessárias para diagnóstico e
tratamento, com consultas ambulatoriais, equipe multiprofissional composta por
ginecologistas, urologistas, cirurgiões, fisioterapeutas, nutricionistas,
psicólogos e um enfermeira navegadora que faz o acompanhamento durante todo o
tratamento, além de um Grupo da Dor, exames, terapias, cirurgias e leitos de
internação e UTI.
“Com o passar do
tempo os sintomas podem se agravar, causando dores mais intensas e até
incapacitantes. Inclusive, esse é um dos sinais de alerta, já que não é normal
a mulher sentir dores menstruais tão severas, a ponto de interferir nas
atividades diárias, no trabalho e nos relacionamentos pessoais”, alerta Dra.
Taís, que também é cirurgiã ginecológica.
A endometriose é
uma doença com uma ampla gama de sintomas, que incluem dor pélvica intensa, dor
durante a menstruação, dor durante as relações sexuais, sangramento irregular,
fadiga crônica e dificuldade para engravidar.
Além disso, pode
causar complicações como cistos ovarianos, aderências pélvicas e infertilidade.
“Por vezes,
a dor pélvica é negligenciada, ou os sintomas atribuídos a outras condições de
saúde, atrasando o diagnóstico. Por isso, é tão importante buscar um serviço
especializado e com a estrutura adequada”, alerta a especialista do Hospital
São Luiz São Caetano.
Ao longo de sua
trajetória, o hospital da Rede D’Or, e primeiro da bandeira São Luiz fora da
capital paulista, preza pela qualidade técnica e assistencial, com cuidado
humanizado e centrado no paciente. No ano passado, conquistou a Joint
Commission International (JCI), uma das principais certificações
internacionais de qualidade.
Confira abaixo
alguns mitos e verdades sobre a doença:
- A
endometriose sempre causa dor
MITO. Apesar de
a dor pélvica ser um dos sintomas, principalmente em casos mais severos, há
casos assintomáticos, que são diagnosticados por outras questões, como por
exemplo, a infertilidade.
-
Endometriose não tem cura
VERDADE.
Trata-se de uma doença crônica, ou seja, que vai acompanhar o paciente ao longo
da vida. No entanto existem diversos tratamentos que podem controlar os
sintomas e proporcionar mais qualidade de vida às pacientes.
-
Mulheres com endometriose não conseguem engravidar
MITO. Há uma
correlação significativa entre endometriose e infertilidade, porém não é uma
condição absoluta para todos os casos. Além disso, a doença tem tratamento, ou
seja, em determinados casos, é possível reverter essa situação.
-
Todo caso de endometriose é cirúrgico
MITO. A cirurgia para remoção dos focos da doença é um opção e sua indicação leva em consideração o quadro clínico de cada paciente. Entre as opções de tratamento para a endometriose temos também o uso de medicamentos para alívio dos sintomas ou métodos hormonais para interrupção dos ciclos menstruais, entre outros.
- A endometriose afeta diversos órgãos
VERDADE. Como a doença se caracteriza pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina, se espalhando pela cavidade abdominal, elas podem sim atingir outros órgãos e estruturas como intestino, bexiga e ureteres. Em casos raros, podem afetar até mesmo pulmões e coração.