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segunda-feira, 11 de março de 2024

Março Amarelo: diagnóstico de endometriose ainda é um desafio para mulheres

Março é o mês de conscientização da doença, que atinge 10% da população feminina em idade fértil; especialista esclarece mitos e verdades 


O terceiro mês do ano é marcado por campanhas voltadas para a Saúde da Mulher, entre elas o Março Amarelo, mobilização global dedicada à conscientização sobre a endometriose, que atinge cerca de 10% da população feminina na idade fértil.

 

A doença ocorre quando as células do endométrio, tecido que reveste o útero internamente, se encontram fora da cavidade uterina, se espalhando pela cavidade abdominal.

 

Além dos desafios físicos enfrentados pelas pacientes, a endometriose é marcada por uma batalha silenciosa: o difícil caminho para o diagnóstico. Estudos apontam que ele é realizado, em média, 6 anos ou mais após o início dos sintomas.

 

“É comum recebermos pacientes que relatam ter passado por vários médicos e que sofrem há anos com dores, sem conseguir diagnosticar e resolver o problema. É uma frustação, já que a endometriose afeta, em muitos casos, a qualidade de vida dessas mulheres”, relata Dra. Taís Martins Loreto, ginecologista do Núcleo de Endometriose do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano do Sul, no ABC paulista. 

 

O serviço reúne em um único local as diferentes abordagens necessárias para diagnóstico e tratamento, com consultas ambulatoriais, equipe multiprofissional composta por ginecologistas, urologistas, cirurgiões, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e um enfermeira navegadora que faz o acompanhamento durante todo o tratamento, além de um Grupo da Dor, exames, terapias, cirurgias e leitos de internação e UTI.

 

“Com o passar do tempo os sintomas podem se agravar, causando dores mais intensas e até incapacitantes. Inclusive, esse é um dos sinais de alerta, já que não é normal a mulher sentir dores menstruais tão severas, a ponto de interferir nas atividades diárias, no trabalho e nos relacionamentos pessoais”, alerta Dra. Taís, que também é cirurgiã ginecológica.

 

A endometriose é uma doença com uma ampla gama de sintomas, que incluem dor pélvica intensa, dor durante a menstruação, dor durante as relações sexuais, sangramento irregular, fadiga crônica e dificuldade para engravidar.

 

Além disso, pode causar complicações como cistos ovarianos, aderências pélvicas e infertilidade.

 

 “Por vezes, a dor pélvica é negligenciada, ou os sintomas atribuídos a outras condições de saúde, atrasando o diagnóstico. Por isso, é tão importante buscar um serviço especializado e com a estrutura adequada”, alerta a especialista do Hospital São Luiz São Caetano.

 

Ao longo de sua trajetória, o hospital da Rede D’Or, e primeiro da bandeira São Luiz fora da capital paulista, preza pela qualidade técnica e assistencial, com cuidado humanizado e centrado no paciente. No ano passado, conquistou a Joint Commission International (JCI), uma das principais certificações internacionais de qualidade.

 

Confira abaixo alguns mitos e verdades sobre a doença:

 

- A endometriose sempre causa dor

MITO. Apesar de a dor pélvica ser um dos sintomas, principalmente em casos mais severos, há casos assintomáticos, que são diagnosticados por outras questões, como por exemplo, a infertilidade. 

 

- Endometriose não tem cura

VERDADE. Trata-se de uma doença crônica, ou seja, que vai acompanhar o paciente ao longo da vida. No entanto existem diversos tratamentos que podem controlar os sintomas e proporcionar mais qualidade de vida às pacientes.

 

- Mulheres com endometriose não conseguem engravidar

MITO. Há uma correlação significativa entre endometriose e infertilidade, porém não é uma condição absoluta para todos os casos. Além disso, a doença tem tratamento, ou seja, em determinados casos, é possível reverter essa situação.

 

- Todo caso de endometriose é cirúrgico

MITO. A cirurgia para remoção dos focos da doença é um opção e sua indicação leva em consideração o quadro clínico de cada paciente. Entre as opções de tratamento para a endometriose temos também o uso de medicamentos para alívio dos sintomas ou métodos hormonais para interrupção dos ciclos menstruais, entre outros. 


- A endometriose afeta diversos órgãos  

VERDADE. Como a doença se caracteriza pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina, se espalhando pela cavidade abdominal, elas podem sim atingir outros órgãos e estruturas como intestino, bexiga e ureteres. Em casos raros, podem afetar até mesmo pulmões e coração.


Com o crescimento dos casos de dengue no país, conheça mais sobre os sintomas e sobre os principais cuidados em relação à doença

 A principal orientação é sempre procurar um médico especialmente se os sintomas se manifestarem de forma mais grave 

 

Com um aumento expressivo no número de casos em todo o país, crescimento no número de mortes e criação de hospitais de campanha para atender os pacientes com casos da doença, a dengue vem se tornando uma preocupação cada vez maior por parte das autoridades de saúde. Enquanto a vacina contra a dengue ainda deve estar restrita à rede privada de saúde, os especialistas dão mais detalhes e oferecem dicas sobre como tratar da doença e como se cuidar.

A infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Vanessa Truda, destaca que os sintomas podem variar muito. A doença pode se manifestar desde uma forma assintomática até formas mais graves com hemorragia e choque, até casos de óbito. “Os sintomas mais frequentes são febre, dores musculares e dor de cabeça. Em menor escala, os sintomas mais reportados nos casos confirmados são náuseas e vômitos, dor nas costas, dor no fundo dos olhos, dores nas articulares e manchas vermelhas pelo corpo”, destaca ela.

Os sintomas geralmente aparecem entre 3 a 5 dias. Segundo a especialista, o primeiro sintoma é a febre alta de início repentino que pode durar de 2 a 7 dias. Além disso, pode estar acompanhada de dor de cabeça, dores no musculares e articulares, fraqueza, dor atrás dos olhos e erupções cutâneas. “Após o declínio da febre (entre o 3º e 7º dia), a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. Porém, algumas situações podem evoluir para as formas mais graves da doença, iniciado os sinais de alarme”, alerta.

De acordo com a médica, é necessário buscar assistência médica imediatamente na presença de sinais de alarme: aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos em mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes.

Por não haver um tratamento específico, o ideal é manter uma hidratação adequada e medicações para o controle dos sintomas. “A recomendação para os casos sintomáticos leve é: repouso relativo, no período da febre; estímulo à ingestão de líquidos, administração de analgésicos como dipirona ou paracetamol em caso de dor ou febre; não utilizar AAS em casos suspeitos ou confirmados; observar atentamente os sinais de alarme e caso estejam presentes, buscar um serviço médico imediatamente”, finaliza Vanessa. 



Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


Especialista esclarece mitos e verdades sobre endometriose e fertilidade

Doença que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a endometriose é frequentemente cercada de dúvidas e informações desencontradas. Uma das principais preocupações das mulheres com a doença é a sua relação com a infertilidade. Para esclarecer os mitos e verdades sobre esse tema, a Organon convidou o Dr. Carlos Alberto Petta, professor livre docente de ginecologia pela Unicamp, para abordar questões como fertilidade, sintomas e tratamentos relacionados à endometriose. Confira. 

 

1 - A endometriose é uma causa comum de infertilidade feminina? 

Verdade. A endometriose é provavelmente a maior causa de infertilidade feminina nos dias de hoje. Embora a idade também desempenhe um papel importante, especialmente em mulheres com mais de 40 anos, a endometriose é identificada como a principal causa de infertilidade em pacientes abaixo dos 40 anos. 

 

2 - Todas as mulheres com endometriose terão dificuldades para conceber? 

Mito. Nem todas as mulheres com endometriose têm infertilidade. Estatisticamente, cerca da metade das mulheres nesta condição pode enfrentar dificuldades para engravidar. No entanto, esse dado ressalta a alta probabilidade de infertilidade associada à endometriose e a possibilidade de necessidade de intervenções como a fertilização in vitro para conceber. 


3 - A gravidade da endometriose está diretamente correlacionada com o grau de infertilidade? 

É um mito e verdade. Existem algumas classificações que não demonstram realmente se o grau está ruim, porque depende muito do envolvimento das tubas. Por exemplo, uma mulher com endometriose grau 2 pode ter uma chance de concepção menor do que alguém com estágio 3, dependendo do comprometimento tubário. No entanto, geralmente, nos casos mais graves, como o 4, a incidência de infertilidade tende a ser maior devido ao dano mais significativo nas tubas uterinas (trompas). 


4 - Tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV), são eficazes para mulheres com endometriose? 

Verdade. A fertilização in vitro (FIV) é uma opção eficaz para mulheres com endometriose e infertilidade. Há duas maneiras para a mulher com infertilidade em decorrência da endometriose engravidar: cirurgia ou FIV. A decisão entre uma ou outra é determinada pela gravidade dos sintomas, se há lesões que põem essa paciente em risco e pela idade da mulher. Para a maioria delas, a FIV é a abordagem mais indicada para alcançar a gravidez desejada. 


5 - A gravidez pode aliviar os sintomas da endometriose e melhorar a fertilidade a longo prazo? 

Mito. A gravidez melhora os sintomas, diminui a dor, mas não trata a doença. Durante a gravidez, os níveis hormonais alterados, especialmente a progesterona aumentada, podem contribuir para a redução da dor associada à endometriose. No entanto, esse efeito só ocorre durante a gestação e não aumenta a fertilidade da mulher.  

No entanto, é importante entender que a gravidez não é um tratamento para a endometriose, um mito muito comum entre as mulheres. 


6 - Mulheres com endometriose devem engravidar o mais rápido possível para evitar complicações futuras? 

Mito. Não é uma recomendação geral que as mulheres com endometriose devam engravidar imediatamente, pois isso depende de vários fatores pessoais. Mas, é altamente recomendado considerar a preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos o mais cedo possível. Atualmente, aconselha-se que as mulheres comecem a pensar em congelar óvulos por volta dos 30 anos. 

 

7 - A cirurgia para tratar a endometriose pode melhorar as chances de concepção natural? 

Verdade. A cirurgia pode, de fato, aumentar a chance de concepção natural em mulheres com endometriose. Em geral, para mulheres abaixo dos 36 anos, a taxa de gravidez após a cirurgia é de cerca de 40%. Mas, atualmente, muitos especialistas tendem a optar pela FIV, devido às suas taxas de sucesso mais altas, entre 55% e 60% nesta faixa etária. O problema é que ela não trata a doença. Assim, a cirurgia é recomendada para mulheres que sofrem de dor intensa ou correm um risco maior de complicações por causa da doença. 


8 - A endometriose é uma condição que afeta apenas mulheres mais velhas, diminuindo assim o risco de infertilidade em mulheres mais jovens? 

Mito. A ideia de que a endometriose é uma condição que surge apenas em mulheres mais velhas não é verdadeira. Os sintomas muitas vezes se manifestam na adolescência, e é comum que meninas que experimentem dor menstrual intensa recorram a contraceptivos hormonais para aliviar o desconforto. O uso de contraceptivos pode mascarar temporariamente os sintomas, enquanto a doença continua a progredir silenciosamente.   



Organon
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Engasgos podem causar danos irreversíveis e até mesmo a morte

 

O bloqueio da passagem de ar para os pulmões compromete o funcionamento de vários órgãos, aumentando o risco de diversas complicações como a parada cardiorrespiratória

 

 “Cuidado para não se engasgar”. Essa frase é um mantra para quem alimenta uma criança. No entanto, ao longo da vida, muitos esquecem que esse problema ainda pode ocorrer. Só no ano passado, pelo menos 2 mil pessoas morreram devido à asfixia por alimento no Brasil. Para conscientizar a população sobre a alteração no ato de engolir, que pode causar diversas complicações, 20 de março foi intitulado o Dia Nacional de Atenção à Disfagia. 

A disfagia pode ser um sintoma de uma doença ou ocorrer devido ao próprio envelhecimento. Achados globais apontam que a incidência desta alteração na deglutição está entre 2% e 16%. Em relação às principais taxas, destacam-se o aparecimento de 19% a 26% nos idosos, de 8% a 80% nos casos de AVC (dependendo da lesão e da gravidade), de 22% a 69% nas pessoas com necessidades de medicamentos devido a alterações cognitivas, de 30% a 75% naqueles que necessitam de intubação orotraqueal prolongada e de até 72% nas crianças com algum distúrbio neurológico. 

Entre as principais complicações, estão a pneumonia aspirativa, causada pelo alimento no pulmão, o emagrecimento, a desnutrição e a desidratação. “Quando causa sufocamento pela ingestão de um alimento sem a consistência adequada, pode levar a uma parada cardíaca e até mesmo à morte”, revela o responsável técnico-científico do Serviço de Fonoaudiologia do Hcor, José Ribamar do Nascimento Junior. 

De acordo com o especialista, é muito comum pessoas com disfagia sem diagnóstico confirmado receberem uma prescrição de alimentação com consistência inadequada. “Muitos dos pacientes necessitam de modificações no cardápio, como a adição de purês, alimentos macios e fáceis de mastigar, líquidos mais espessos, dentre outros, para evitar os episódios de engasgos constantes que podem agravar o quadro clínico e, assim, trazer grande desconforto e pior qualidade de vida”, explica. 

Embora pareça fácil falar sobre consistência adequada, no dia a dia não é bem assim, revela Ribamar. “Esse é um fator que ainda impacta o cuidado porque não há uma padronização completa entre os serviços de saúde de forma global, além do desconhecimento dos prescritores sobre as composições das dietas. A alimentação inadequada é uma das principais causas de intercorrências, variando de 18% a 29%, bem como a forma correta de administração do medicamento por via oral, que pode chegar a 21%”, conta.

 

Como agir em caso de engasgo? 

“Chamada de Manobra de Desengasgo, anteriormente conhecida como Heimlich, a técnica consiste em expulsar a comida ou o objeto que está obstruindo a traqueia e bloqueando a passagem de ar para os pulmões”, esclarece o enfermeiro André Nicola, coordenador de Enfermagem da Educação Assistencial do Hcor. Esta situação é considerada uma emergência. Em casos graves, pode causar danos irreversíveis e ser até fatal. 

Para fazer a manobra em adultos, é preciso se posicionar por trás da pessoa e envolver os braços ao redor do abdômen. Uma das mãos deve permanecer fechada sobre a chamada “boca do estômago”. A outra mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que empurra a “boca do estômago” para dentro e para cima, como se quisesse levantar a vítima do chão. 

Em crianças, o procedimento é o mesmo, mas é preciso realizá-lo ajoelhado, para ficar próximo da altura da vítima. Os bebês, por sua vez, precisam ser colocados de barriga para baixo, sobre a perna do socorrista, com a boca meio aberta. Na sequência, devem ser feitas cinco compressões firmes nas costas. 

É importante ressaltar que, caso a vítima esteja falando ou chorando, não se deve realizar a Manobra de Desengasgo, pois as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas. Além disso, acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é fundamental para garantir o socorro e preservar a vida.

 

Hcor


Sono restaurador: soluções naturais podem ajudar a amenizar os distúrbios causados por ansiedade e depressão

A relação entre saúde mental e qualidade do sono é complexa e bidirecional. Distúrbios como depressão e ansiedade frequentemente podem interferir na capacidade de adormecer ou manter um sono reparador. Essas condições psicológicas podem agravar a insônia, criando um ciclo vicioso que pode impactar no bem-estar, causando problemas de memória, dificuldades de concentração, irritabilidade, desânimo e tristeza.

Estudos indicam que os transtornos de ansiedade se manifestam por meio de preocupações excessivas e inquietação noturna, dificultando o relaxamento necessário para o início do sono. O impacto na estrutura do sono inclui redução das fases REM, essenciais para o descanso efetivo.

A depressão, por sua vez, está associada a problemas em adormecer, prevalência de despertares noturnos e sono não restaurador. Indivíduos acometidos por essa condição relatam dificuldade em encontrar paz mental na hora de descansar, o que complica o alcance de um estado de sono profundo.

A interrupção ou a diminuição da qualidade do sono contribui para o agravamento dos sintomas de ambos os distúrbios, realimentando a cadeia de desconforto psíquico e físico. Assim, a insônia pode não apenas ser um sintoma, mas também um fator de risco para o desenvolvimento ou exacerbamento de quadros de ansiedade e depressão.

“A qualidade do sono tem um impacto profundo em nossa saúde mental e física. Em casos de ansiedade e depressão, uma abordagem integrativa, incluindo a nutrição, pode ser especialmente benéfica. A dica é consumir alimentos leves, que sejam fontes de triptofano, como a banana, sementes de abóbora, soja, grão-de-bico, tâmaras secas, amendoins, leite, carne, peixe, peru e alimentos ricos em proteínas. Esse importante aminoácido é convertido em serotonina, neurotransmissor relacionado ao bem-estar e, posteriormente, em melatonina no cérebro, que ajuda a promover o sono e o relaxamento”, sugere a nutricionista Priscila Gontijo, da Puravida.

Priscila complementa explicando que o magnésio, a L-teanina e extratos de ervas calmantes podem ser ótimos aliados. “Estes complementam tratamentos convencionais, oferecendo suporte adicional para um descanso em prol da recuperação física e mental”, diz. 

“Especialistas recomendam abordagens que incluem terapias comportamentais, práticas de higiene do sono e a utilização de suplementos para melhorar a qualidade do descanso. “Produtos à base de melatonina, valeriana e camomila são exemplos de agentes naturais que auxiliam na regulação do ciclo sono-vigília”, finaliza Priscila Gontijo. 

  

Puravida


Meu filho machucou o olho. O que fazer?

  

Oftalmologista do Hospital Albert Einstein recomenda ações específicas para cada tipo de ferimento

 

Genericamente falando, crianças e adolescentes passam grande parte de seu tempo em atividades recreativas ou esportivas. Se por um lado isso é realmente bom para seu desenvolvimento motor e mental, por outro, esses ambientes também servem de palco para a maioria dos acidentes nesta fase da vida. Para se ter uma ideia, 50% das lesões oculares em crianças e adolescentes acontecem exatamente em momentos de recreação e prática esportiva. 

Por essa razão, a Dra. Claudia Faria, Oftalmologista do Hospital Albert Einstein, elaborou um guia de ações para os três principais tipos de lesões nos olhos:


1-Objetos com ponta

"Se um objeto pontiagudo penetrar no olho, como um lápis ou um anzol, não tente retirar, não puxe, leve a criança para o pronto-socorro o mais rápido possível", alerta a oftalmologista.


2-Pancadas

Outros ferimentos contusos, como uma pancada ou um soco, ou cortantes (como um corte na pálpebra) devem ser examinados por um oftalmologista, segundo a Dra. Claudia. "Deve ser assim por conta da natureza grave do ferimento, que pode não ser evidente naquele momento", explica.

 

3-Contato com produtos químicos

"Se houver um acidente em que os olhos tiverem contato com produtos químicos, como, por exemplo, cair álcool gel no olho da criança, deve-se enxaguar abundantemente da superfície do olho com água corrente por pelo menos 10 minutos", ensina a médica, informando que a lavagem deve seguir até que o atendimento médico chegue ao local.

 

Dra. Claudia Faria - Oftalmologista - CRM 104.991 | RQE 120756. Formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA); Residência Médica em Oftalmologia na mesma instituição; Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2005; Curso de Oftalmologia “Dr Guillermo Pico Santiago” em Porto Rico (E.U.A.), pela Associação Panamericana de Oftalmologia em 2005; Estágio de plástica ocular na Universidade Federal de São Paulo / UNIFESP em 2006 e 2007; Fellow em Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo pela Wright Foundation / Cedars Sinai Medical Center em 2008, em Los Angeles, Estados Unidos.


Brasil registra aumento significativo em número de embriões congelados e ciclos de FIV em 2023

Reprodução
  De acordo com os dados, o número de embriões congelados em 2023 totalizou mais de 107 mil, representando um aumento de 9,2% em relação a 2022.

 

Segundo dados da última atualização do Relatório de produção de embriões, da SisEmbrio, e analisados pela Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), referentes ao ano de 2023, revelou-se um aumento expressivo no número de embriões congelados e de ciclos de fertilização in vitro (FIV) em comparação com o ano anterior, o que indica uma tendência de crescimento na busca por tratamentos de reprodução assistida.

De acordo com os dados divulgados, o número de embriões congelados em 2023 totalizou 107.200, representando um aumento de 9,2% em relação a 2022, quando foram registrados 97.334 embriões congelados. Além disso, os ciclos de FIV também apresentaram um aumento significativo, totalizando 51.958 em 2023, contra 47.332 em 2022, o que representa um aumento de 8,9%.

Para o médico especialista em reprodução humana assistida e membro da SBRA, Carlos Marcondes, esse aumento se deve à popularização da especialidade nos últimos anos. “As técnicas de reprodução assistida como a FIV e o congelamento de óvulos estão cada vez mais populares. Com o adiamento da maternidade (principalmente por parte das mulheres), esses casais ou indivíduos recorrem ao congelamento de embriões ou gametas para que possam escolher o melhor período para engravidar. Sabemos que os embriões ou óvulos congelados não perdem sua qualidade com o tempo. É como se parássemos o relógio biológico”, explica Marcondes.

Outro dado relevante destacado na análise feita pela Associação Brasileira de Reprodução Assistida é o aumento no número de ciclos de coleta de óvulos, que totalizou 39.474 em 2023, representando um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior. O recorte por faixa etária também revelou que a maioria dos ciclos de coleta de óvulos foram realizados por mulheres com 35 anos ou mais. Percebe-se uma predisposição crescente neste grupo.

Carlos Marcondes explica que esse aumento é uma tendência também para os próximos anos. “Tanto o número de FIVs, com o aumento de congelamento de embriões, como o congelamento de óvulos, tendem a aumentar nos próximos anos. Isso se deve à maior informação e às excelentes taxas de gravidez na reprodução assistida: cerca de 77% por tentativa”, afirma o especialista.

Além dos números de procedimentos realizados, o relatório também forneceu informações sobre as taxas de fertilização, mostrando uma leve variação em relação ao ano anterior. No geral, os dados refletem um cenário dinâmico no campo da reprodução assistida, com um aumento na busca por tratamentos de fertilidade e uma diversidade de opções disponíveis para os pacientes em busca de conceber.
 

Queda no número de embriões descartados

Análise realizada pela SBRA aponta, ainda, uma redução no número de embriões descartados em comparação com o ano anterior. O relatório revelou que em 2023 foram descartados 50.064 embriões, representando uma queda de 6% em relação a 2022, quando o número foi de 53.291. Essa redução é um indicativo importante de uma possível melhoria nos processos de seleção e utilização de embriões no contexto da reprodução assistida.

A diminuição no número de embriões descartados sugere maior eficiência nos procedimentos de fertilização in vitro.

 

Fonte: Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)



Especialistas dão dicas para aproveitar a Páscoa sem culpa

Saiba como equilibrar o consumo de chocolates de forma saudável e com consciência, sem passar vontade. E entenda as diferenças disponíveis no mercado.


Junto com a data mais doce do ano, a Páscoa, chega também o período de maior tentação para quem mantém uma dieta saudável. O mercado oferece inúmeras opções de ovos de chocolate que facilmente podem sabotar a alimentação se for uma escolha errada ou consumido de forma exagerada. A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, comenta que há algumas pesquisas recentes apontando bons motivos para comê-lo, e que vão além do prazer gastronômico. “Estudos científicos têm sugerido que o consumo moderado de chocolate do tipo amargo, com 70% de cacau, pode trazer uma série de benefícios para a saúde, desde melhorias no humor até redução do risco de doenças cardíacas”, explica a médica.

A Dra. Elaine acrescenta que “o cacau é rico em antioxidantes, como os flavonoides, que auxiliam no combate aos danos dos radicais livres no corpo, contribuindo para a saúde cardiovascular e cerebral. O alimento também contém cafeína, que pode aliviar o estresse. Isso se deve, em parte, aos compostos presentes no chocolate, como a serotonina, que é um neurotransmissor conhecido por seu papel na regulação do humor”.

Um estudo publicado no Journal of Nutrition descobriu que o consumo regular de chocolate amargo estava associado a uma melhor função cognitiva em idosos. Os participantes da pesquisa que consumiram cacau regularmente, mostraram melhorias significativas na memória.

“No entanto, nem todos os tipos de chocolates oferecem os mesmos benefícios. O chocolate escuro, com uma concentração mais alta de cacau, tende a fornecer mais antioxidantes e menos açúcar do que o chocolate ao leite ou o branco. Portanto, ao escolher o alimento para maior benefício à saúde, é recomendável optar pelo chocolate escuro, com pelo menos 70% de cacau”, reforça a endocrinologista e metabologista.

A nutricionista da clínica Elaine Dias JK Health & Beauty, Paola Abreu, ressalta que, embora o chocolate ofereça benefícios, é fundamental consumi-lo com moderação, já que o alimento também é rico em calorias e gordura. O consumo em excesso pode levar a problemas de saúde, como ganho de peso e diabetes.

As versões diet e light também não podem ser consumidas à vontade. “Em termos de calorias, o chocolate diet pode não ter menos calorias do que sua versão regular, devido ao aumento de gorduras e adoçantes. Enquanto o light deve ter uma redução calórica significativa, porém, também não é isento de açúcar. Além disso, ambos podem ter alterações no conteúdo de gordura. E, tanto uma versão quanto a outra, podem conter adoçantes artificiais para compensar a redução ou ausência de açúcar”, explica a nutricionista Paola.

A especialista aponta a quantidade recomentada: “o ideal é comer cerca de 40 gramas de chocolate com mais de 70% de cacau na composição. Para quem não é adepto das opções amargas, não há problemas consumir outro tipo de chocolate, desde que seja de forma moderada, de uma a duas vezes na semana, no máximo”, orienta Paola.

Outra dica da nutricionista para o período de celebração da Páscoa é não misturar as calorias. “Equilibrar com a escolha de alimentos saudáveis, aumentar a ingestão de frutas e verduras, reduzir os carboidratos refinados e diminuir o consumo de açúcar são práticas que podem balancear a dieta, permitindo comer um chocolatinho sem culpa”, comenta a nutricionista.


Obesidade em jovens sobe 90%: como adultos podem ajudar?

  

É possível modificar algumas ações dentro de casa para inspirar e ajustar o estilo de vida das crianças, adolescentes e jovens. Endocrinologista comenta os dados do Covitel 2023 e ensina maneiras para reverter o quadro que hoje exibe 17,1% da população entre 18 e 24 anos com obesidade, contra 9% em 2022

 

No meio do ano passado, o Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) divulgou o alarmante dado de que a obesidade entre pessoas com 18 a 24 anos subiu de 9% para 17,1% em apenas um ano, e que, além disso, 40,3% dos jovens estão com sobrepeso. 

"Trata-se de um recorte de pessoas que bebem mais e não fazem atividade física, ou seja, possuem um estilo de vida que sustenta esses dados assustadores", reflete a Dra. Tassiane Alvarenga, Endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A pesquisa ouviu 9 mil brasileiros das 5 regiões, entre janeiro e abril de 2023. 

Em face desse resultado, a endocrinologista entende que existem ações que pais, cuidadores e a família desses jovens, em geral, podem adotar para iniciar um processo de reversão do quadro atual:

 

Envolvendo a todos no processo de alimentação da casa 

Para a Dra. Tassiane, os pais e cuidadores desempenham um papel crucial na formação dos hábitos alimentares das crianças, já que podem influenciar positivamente através do exemplo. "Também podem influenciar oferecendo alimentos saudáveis, estabelecendo rotinas alimentares regulares e envolvendo crianças, adolescentes e jovens no processo de compra e preparo dos alimentos", destaca a especialista, ao lembrar que as atitudes dos mais velhos tendem a ser imitadas pelos menores. 

"A educação nutricional e o estabelecimento de limites claros quanto ao consumo de ultraprocessados são também fundamentais", lembra a médica.

 

Falando em ultraprocessados… 

O Covitel 2023 mostrou que a faixa etária entre 18 e 24 anos é a que menos consome frutas, verduras e legumes, as "comidas de verdade", enquanto é a que mais consome refrigerantes ou sucos artificiais, exemplos de alimentos processados e ultraprocessados. "Eles inflamam o hipotálamo, nosso centro regulador do apetite e nos fazem desejar cada vez mais este tipo de alimento", explica a Dra. Tassiane. 

Além disso, 32,6% dos jovens ouvidos na pesquisa relataram episódio recente de consumo abusivo de álcool, que, além dos malefícios do próprio álcool, ainda levam ao aumento de peso, já que bebidas alcoólicas são bastante calóricas. 

Seguindo o raciocínio de que é melhor descascar do que desembalar, a endocrinologista sugere que os moradores da casa estimulem a ingestão do que se chama de comida de verdade, ou seja, alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras. "A preparação de refeições caseiras, utilizando ingredientes frescos e evitando aditivos alimentares, é uma estratégia eficaz. Além disso, a oferta de água, leite e sucos naturais pode substituir bebidas açucaradas e refrigerantes", sugere a especialista, ao continuar: "Por exemplo, no lugar de um bolo pronto do supermercado, que tal preparar um bolo em casa, como nossos avós faziam?". 

Ela lembra que, nos últimos anos, houve uma redução em 40% da alimentação feita em casa e um aumento em 22% da alimentação fora de casa, o que facilita o consumo de processados.

 

Sedentarismo 

A Dra. Tassiane resgata outro dado do estudo, que aponta que apenas 36,9% dos jovens ouvidos praticam os 150 minutos semanais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS); “A inatividade física causa mais de 5 milhões de mortes por ano no mundo", informa. 

Não à toa, essas pessoas também são líderes em tempo de tela: 76,1% utilizam dispositivos como celulares, tablets ou televisão três horas ou mais por dia para lazer. 

Uma sugestão da Dra. Tassiane para conter essa tendência é incentivar as atividades físicas regulares de forma lúdica e prazerosa. "Aos menores, os pais podem promover brincadeiras ao ar livre, passeios de bicicleta, caminhadas em família e esportes coletivos. E limitar o tempo de tela também é importante", receita a endocrinologista. 

Ela aponta ainda a iniciação esportiva e a participação em atividades extracurriculares como instrumentos que podem ajudar a despertar o interesse deles por um estilo de vida ativo.

 

Saúde Mental também lucra com o apoio familiar 

À medida que ações como essas se tornam cotidianas nos lares, diversos outros aspectos que interferem na obesidade vão sendo automaticamente aliviados, como o sono insuficiente e a saúde mental prejudicada. 

O Covitel mostrou que metade dos jovens não dorme a quantidade de horas recomendadas para a idade. "Sabemos que, com isso, no outro dia ocorre um aumento da grelina que é o hormônio da fome e uma diminuição da leptina, hormônio da saciedade", aprofunda a Dra. Tassiane. 

Uma vez ajustado o tempo de tela, somado a uma alimentação mais natural e um gasto real de energia, com esportes e brincadeiras, o sono vem e permite que o corpo execute a restauração necessária durante o sono. "Assim, evitamos consequências de um sono não saudável, como maior risco de desenvolver doenças cardíacas, pressão alta, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, infertilidade, obesidade e até mesmo demência", revela. 

Dessa forma, como resultado, a saúde mental também é modificada nessa reorganização do dia a dia. A endocrinologista lembra que a pesquisa cita que 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 14,1%, de depressão, em um período em que o final da pandemia se aproximava. 

"Agora, este momento pós-pandêmico pode ser visto como uma janela de oportunidade para melhorias no comportamento e desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens. Com o retorno à escola e às interações sociais, espera-se uma recuperação dos aspectos psicossociais e comportamentais que foram afetados durante a pandemia", observa a Dra. Tassiane. 

Ela, então, considera importante monitorar e apoiar as pessoas nessa transição, já que os efeitos do isolamento prolongado podem persistir e requerer intervenções específicas. "A ansiedade e a depressão podem persistir por anos, e a comida muitas vezes é uma fuga, uma válvula de escape para preencher estes vazios", alerta a endocrinologista. 

 

Dra. Tassiane Alvarenga - Endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)


Bia Garbato tira a bipolaridade do armário em livro que diverte, emociona e conscientiza

 Escritora esclarece os altos e baixos de viver com um transtorno mental que afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo

 

“Eu sempre soube que tinha uma coisa estranha aqui dentro”. É assim que a escritora Bia Garbato abre as portas da própria mente para que os leitores mergulhem no universo de quem convive com o transtorno de bipolaridade no livro Bipolar, Sim. Louca, Só Quando Eu Quero, lançamento da Matrix Editora. Com textos dinâmicos e divertidos, ela tira a doença do armário para educar mais pessoas sobre o tema.

Diagnosticada com o distúrbio que afeta cerca de 140 milhões de indivíduos no mundo, a autora contesta os estigmas sociais com bom humor e irreverência. “As pessoas não contam pra todo mundo que têm diabetes? Por que eu não posso contar que sou bipolar?”, questiona. Mesmo aconselhada a esconder sua condição para evitar o preconceito, ela acredita na transparência como o caminho da autoaceitação e da conscientização.

Quando fui diagnosticada, muita gente me aconselhou a encobrir a minha
doença, como se fosse vergonha, alegando que iria chocar as pessoas e gerar
preconceito. Estavam totalmente certos. O problema é que eu não consigo viver
meias-verdades. Minha maior qualidade – e defeito – é a sinceridade. Eu precisava
tanto digerir a questão, que contava para todo mundo. No ponto de ônibus:
“É aqui que passa o 304? Sabia que eu sou bipolar?”. Ou na manicure: “Quero
uma unha de cada cor. É que eu sou bipolar”. Falei para os amigos e os inimigos.

(Bipolar, Sim. Louca, Só Quando Eu Quero, pág. 19)

 Esse empoderamento, claro, foi conquistado a partir de um processo cheio de altos e baixos marcado por episódios de depressão e mania, os dois polos da bipolaridade. O primeiro, bem conhecido, está relacionado com o sentimento constante de tristeza profunda. Já o estado maníaco pode ser traduzido como momentos de euforia expressiva, que geram muita instabilidade emocional, prejudicam o sono, favorecem os comportamentos de risco e intensificam os hábitos compulsivos.

 As compulsões, aliás, também são tema do livro. Bebida, cigarro e comida são alguns dos vícios superados pela autora. Na busca por uma vida mais saudável, Bia perdeu 30 quilos em uma dieta transformadora. O processo de emagrecimento está registrado nas páginas a partir de passagens engraçadas que não têm pretensão de defender ou incentivar padrões irreais de beleza. Pelo contrário, a perda de peso é a prova de que ela, com o auxílio de profissionais e uso de medicamentos que estabilizam o humor, conseguiu recuperar o controle da própria narrativa.

 Bipolar, Sim. Louca, Só Quando Eu Quero expõe as vulnerabilidades de uma mulher como tantas outras, que lida com questões relacionadas à saúde mental, obesidade, sentimentos como a inveja, a maternidade real e as imperfeições do casamento. Endossado por Tati Bernardi, escritora, Guga Chakra, jornalista, Mica Rocha, influenciadora, e pelo psiquiatra Beny Lafer, referência internacional e uma das maiores autoridades sobre o transtorno bipolar, o livro trata de temas delicados com muita leveza e reforça que um diagnóstico não deveria definir a vida de ninguém. 

Divulgação

Ficha técnica

Título: Bipolar Sim, Louca, Só Quando Eu Quero
Autora: Bia Garbato
Editora: Matrix Editora
ISBN: 978-6556162881
Formato: 16 x 1,5 x 23 cm
Páginas: 160
Preço: R$ 40,00
Onde encontrar: Matrix Editora e Amazon

Sobre a autora

Bia Garbato nasceu no Rio de Janeiro em 1981 e cresceu em São Paulo. Foi publicitária, artista plástica, designer de interiores e locutora. Depois de ser diagnosticada bipolar, driblar suas depressões, se tornar mãe e perder 30kg, ela criou coragem de falar sobre suas vulnerabilidades e hoje se dedica à sua verdadeira paixão: a escrita. Com histórias bem-humoradas, ela mostra que rir de si mesmo é o melhor remédio.

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Trump na disputa à presidência: Suprema Corte dos EUA defere recurso do candidato republicano

Juízes anulam decisão da Suprema Corte do Colorado que tornou o republicano inelegível na disputa. Especialista do CEUB avalia risco aos adversários

 

Por decisão unânime, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o ex-presidente Donald Trump tem o direito de concorrer nas eleições presidenciais deste ano, anulando as decisões de tribunais estaduais que tentaram responsabilizá-lo pelo tumulto no Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Danilo Porfírio, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), avalia os desdobramentos do caso, com vantagem potencial para Trump, colocando em risco a reeleição de Joe Biden.

 

Qual é o impacto político e legal da decisão da Suprema Corte permitindo que o ex-presidente Donald Trump dispute as eleições presidenciais?

DP: É possível que a Suprema Corte não ignore a gravidade do ataque à democracia, porém, na prática, ela não condenou diretamente Trump neste caso. Ele continua elegível e competitivo, o que sugere que a campanha presidencial será acirrada. Os democratas precisam estar atentos, pois Trump mantém uma vantagem potencial. Biden corre o risco de perder a reeleição.

 

Como essa decisão pode influenciar o cenário político nos Estados Unidos e as perspectivas para as eleições presidenciais de novembro?

DP: A situação dos democratas fica um tanto complicada, até porque o governo Biden não é bem avaliado. Sabemos que nas pesquisas eleitorais o Trump está em vantagem, o posicionando como candidato altamente competitivo. Então há chances de retorno dos republicanos, mais precisamente de Trump, à Casa Branca.

 

Qual é a precedência legal para a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em relação à qualificação de candidatos presidenciais com base em eventos passados, como a insurreição do Capitólio?

DP: Voltamos ao cerne da questão: Trump está sendo acusado de minar o Estado Democrático de Direito e a República Americana. No entanto, até o momento, não houve nenhuma condenação efetiva contra ele. O que a Suprema Corte considerou é que os princípios garantistas e constitucionais devem ser respeitados. Isso inclui o processo legal, o direito à ampla defesa, o contraditório e a exaustão de todas as instâncias judiciais. Até que esses procedimentos sejam seguidos, não podemos afirmar que Trump seja inelegível. Não há precedentes porque não houve um processo legal completo. Portanto, dentro do princípio da presunção de inocência e da ausência de uma condenação definitiva, Trump estaria apto a se candidatar.

 

Considerando a natureza política e polarizada do país, como essa decisão pode afetar a confiança pública na integridade do processo eleitoral e na imparcialidade do sistema judiciário?

DP: No contexto da polarização, é comum questionar a idoneidade, a integridade e a imparcialidade. Isso faz parte do jogo político. No entanto, cabe questionar retoricamente, sem agir de forma contrária ao estado democrático. Deve-se respeitar as opiniões de todos, mas não permitir que se transformem em ações de confrontação, pois isso levaria a repetir o que está sendo atribuído a Trump.  

Se a maioria da população apoia Trump e, consequentemente, corrobora a decisão da Suprema Corte, haverá insatisfação por parte dos democratas. No entanto, em nome da ordem republicana e dos princípios democráticos, é crucial obedecer à decisão da Corte. Caso contrário, os democratas correm o risco de se assemelharem aos republicanos seguidores de Trump.

 

Levando em conta que a decisão da Suprema Corte foi unânime e que a maioria dos juízes é conservadora, como isso reflete o equilíbrio de poder dentro da corte e quais são as implicações para futuros casos relacionados à política?

DP: A decisão unânime indica que até mesmo os não conservadores reconheceram a validade do argumento jurídico que sustentava a elegibilidade. Argumentar a favor do conservadorismo não justifica uma decisão tendenciosa. Isso só ocorreria se a minoria divergisse da suposta maioria conservadora. O que podemos observar é que o critério utilizado, foi jurídico, processual e garantista, e isso foi em benefício de Trump.

 

Além das implicações imediatas para a corrida presidencial de 2024, que impacto essa decisão pode ter nas interpretações da Constituição dos Estados Unidos relacionadas à elegibilidade de candidatos e ao papel dos estados no processo eleitoral?

DP: A Suprema Corte Americana desempenha papel semelhante ao do Supremo Tribunal Federal no Brasil e às Cortes Constitucionais Europeias. Sua função é uniformizar interpretações da Constituição por meio de precedentes e jurisprudência. O que prevalece não é apenas a Constituição em si, mas a interpretação compartilhada de seus princípios constitucionais, sendo a Suprema Corte a instância final de decisão. Portanto, é provável que, após essa decisão, os estados que impediram a participação de Trump não repitam seus posicionamentos.

 

Como essa decisão pode moldar a estratégia política de Donald Trump e do Partido Republicano para as próximas eleições e além, considerando seu impacto na percepção pública e nas dinâmicas partidárias?

DP: Certamente, Trump aproveitará essa situação ao máximo, alegando que estava sendo perseguido. No contexto do neopopulismo e, mais especificamente, do populismo americano à la Trump, a ideia de martírio deve ser explorada, assim como a percepção de vitimização. Além disso, o candidato provavelmente destacará sua capacidade de superar essas adversidades como líder potencial.  

Em outras palavras, ele vai enfatizar a confiança no sistema legal americano e sua habilidade de superar as perseguições impostas pelo sistema. Também tende a explorar essa narrativa em relação à sua oponente, Nikki Haley, que será retratada como associada ao establishment, uma candidata que representa os interesses do sistema. Enquanto Trump se posicionará como antissistema, o representante da América autêntica, da sua essência profunda e dos valores do americano comum.

 

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