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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Malware que rouba credenciais bancárias “lacrou” em 2023 e retorna em 2024

 

Imagem ilustrativa – Divulgação Check Point Software

Os pesquisadores da Check Point Research (CPR) descobriram o ressurgimento do malware Qbot, que foi detectado em tentativas de phishing dirigidas ao setor de hotelaria; já o Chaes, um ladrão de informações usado para roubar dados em e-commerce volta a crescer no Brasil

 

A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software, publicou o Índice Global de Ameaças referente ao mês de dezembro de 2023. Os pesquisadores da CPR informaram o retorno do Qbot, quatro meses depois de as autoridades policiais internacionais e dos Estados Unidos terem desmantelado a sua infraestrutura na Operação Duck Hunt em agosto de 2023. Enquanto isso, o downloader de JavaScript FakeUpdates saltou para o primeiro lugar no ranking global do final do ano. 

Em dezembro do ano passado, o malware Qbot foi utilizado pelos cibercriminosos como parte de um ataque de phishing de escala limitada dirigido a organizações do setor de hotelaria. Na campanha, os pesquisadores da CPR descobriram que os hackers se fizeram passar pela Receita Federal dos Estados Unidos (o órgão IRS - Internal Revenue Service) e enviaram e-mails maliciosos contendo anexos PDF com URLs incorporadas ligadas a um instalador da Microsoft. 

Uma vez ativado, este instalador desencadeava uma versão invisível do Qbot que se aproveitava de uma biblioteca Dynamic Link Library (DLL) incorporada. Anterior a agosto de 2023, o Qbot dominava o índice de ameaças, tanto globalmente como no Brasil, classificando-se como um dos três malwares mais prevalentes durante dez meses consecutivos. Embora não tenha voltado entre os Top 10 Malwares do índice, os próximos meses determinarão se o Qbot recuperará a notoriedade que tinha previamente. 

Entretanto, o FakeUpdates continuou a sua ascensão ao topo depois de ter reaparecido no final de 2023, alcançando o primeiro lugar do ranking global com um impacto de 2%. O Nanocore também manteve uma posição entre os cinco primeiros durante seis meses consecutivos, ocupando o terceiro lugar em dezembro; e registraram-se novas entradas dos malwares Ramnit e Glupteba. 

"Ver o Qbot de volta ao cenário menos de quatro meses depois de a sua infraestrutura de distribuição ter sido desmantelada é um lembrete de que, embora possamos interromper as campanhas de malware, os cibercriminosos por trás delas se adaptarão às novas tecnologias", alerta Maya Horowitz, vice-presidente de pesquisa da Check Point Software. "É por isso que as organizações são orientadas a adotar uma abordagem preventiva à segurança dos endpoints e a realizar a devida diligência sobre as origens e a intenção de um e-mail", completa Maya. 

A equipe da CPR também revelou que "Apache Log4j Remote Code Execution (CVE-2021-44228) e "Web Servers Malicious URL Directory Traversal" foram as vulnerabilidades mais exploradas, afetando 46% das organizações em todo o mundo. A "Injeção de comandos Zyxel ZyWALL (CVE-2023-28771)" veio na sequência com um impacto global de 43%.

 

Principais famílias de malware

* As setas referem-se à mudança na classificação em comparação com o mês anterior. 

O FakeUpdates e o Formbook foram os malwares mais prevalentes em dezembro de 2023, com um impacto de 2% nas organizações mundiais, seguidos pelo Nanocore, com um impacto global de 1%.

 

FakeUpdates - Fakeupdates (também conhecido como SocGholish) é um downloader escrito em JavaScript. Ele grava as cargas no disco antes de iniciá-las. FakeUpdates levou a comprometimentos adicionais por meio de muitos malwares adicionais, incluindo GootLoader, Dridex, NetSupport, DoppelPaymer e AZORult.

 

Formbook - É um infoStealer direcionado ao sistema operacional Windows e foi detectado pela primeira vez em 2016. É comercializado como Malware-as-a-Service (MaaS) em fóruns de hackers ilegais por suas fortes técnicas de evasão e preço relativamente baixo. O FormBook coleta credenciais de vários navegadores da Web, captura telas, monitora e registra digitações de teclas e pode baixar e executar arquivos de acordo com as ordens de seu C&C (Comando & Controle).

 

Nanocore - É um Trojan de Acesso Remoto (RAT) que tem como alvo os usuários do sistema operacional Windows e foi observado pela primeira vez em 2013. Todas as versões do RAT contêm plugins e funcionalidades básicas, como captura de tela, mineração de criptomoedas, controle remoto do ambiente de trabalho e roubo de sessões de webcam. 

A lista global completa das dez principais famílias de malware em dezembro de 2023 pode ser encontrada no blog da Check Point Software.

 

Principais setores atacados no mundo e no Brasil 

Em dezembro de 2023, a Educação/Pesquisa continuou a ser o setor mais atacado a nível mundial, seguido das Comunicações e do Governo/Forças Armadas. 

1.Educação/Pesquisa

2.Comunicações

3.Governo/Forças Armadas 

No Brasil, os três setores no ranking nacional mais visados por ciberataques durante o mês de dezembro foram: 

1. Utilities (média de 1.891 ataques semanais por organização nos últimos seis meses – julho a dezembro 2023)

2. Transportes (média de 1.744 ataques semanais por organização nos últimos seis meses – julho a dezembro 2023)

3. Governo/Forças Armadas (média de 1.951 ataques semanais por organização nos últimos seis meses – julho a dezembro 2023)

 

Principais vulnerabilidades exploradas 

Em dezembro, "Apache Log4j Remote Code Execution (CVE-2021-44228)" e "Web Servers Malicious URL Directory Traversal" foram as vulnerabilidades mais exploradas, afetando 46% das organizações a nível mundial, seguidas da "Zyxel ZyWALL Command Injection (CVE-2023-28771)" com um impacto global de 43%.

 

1. Execução remota de código do Apache Log4j (Apache Log4j Remote Code Execution - CVE-2021-44228) - Existe uma vulnerabilidade de execução remota de código no Apache Log4j. A exploração bem-sucedida desta vulnerabilidade pode permitir que um atacante remoto execute código arbitrário no sistema afetado.

 

2. Web Servers Malicious URL Directory Traversal (CVE-2010-4598,CVE-2011-2474,CVE-2014-0130,CVE-2014-0780,CVE-2015-0666,CVE-2015-4068,CVE-2015-7254,CVE-2016-4523,CVE-2016-8530,CVE-2017-11512,CVE-2018-3948,CVE-2018-3949,CVE-2019-18952,CVE-2020-5410,CVE-2020-8260) - Existe uma vulnerabilidade de passagem de diretório em diferentes servidores web. A vulnerabilidade se deve a um erro de validação de entrada em um servidor web que não limpa adequadamente o URI para os padrões de passagem de diretório. A exploração bem-sucedida permite que atacantes remotos não autenticados divulguem ou acessem arquivos arbitrários no servidor vulnerável.

 

3.   Zyxel ZyWALL Command Injection (CVE-2023-28771) - Existe uma vulnerabilidade de injeção de comando no Zyxel ZyWALL. A exploração bem-sucedida desta vulnerabilidade permitiria que atacantes remotos executassem comandos arbitrários do sistema operacional no sistema afetado.

 

Principais malwares móveis

Crédito: Imagem de Anja por Pixabay

Em dezembro, o Anubis permaneceu em primeiro lugar como o malware móvel mais difundido, seguido por AhMyth e Hiddad.

 

1.Anubis é um cavalo de Troia bancário projetado para smartphones Android. Desde que foi detectado inicialmente, ele ganhou funções adicionais, incluindo a funcionalidade Remote Access Trojan (RAT), keylogger, recursos de gravação de áudio e vários recursos de ransomware. Foi detectado em centenas de aplicativos diferentes disponíveis na Google Store.

 

2.AhMyth é um Trojan de acesso remoto (RAT) descoberto em 2017. Ele é distribuído por meio de aplicativos Android que podem ser encontrados em lojas de aplicativos e vários sites. Quando um usuário instala um desses aplicativos infectados, o malware pode coletar informações confidenciais do dispositivo e executar ações como keylogging, captura de tela, envio de mensagens SMS e ativação da câmera, que geralmente é usada para roubar informações confidenciais.

 

3.Hiddad é um malware Android que reembala aplicativos legítimos e os libera em uma loja de terceiros. Sua principal função é exibir anúncios, mas também pode obter acesso aos principais detalhes de segurança incorporados ao sistema operacional.

 

Os principais malwares de dezembro no Brasil 

Em dezembro, o ranking de ameaças do Brasil contou com o Chaes na liderança do ranking com impacto de cerca de 3%; em segundo lugar, o Fakeupdates cujo impacto foi de 2,76% (pouco a mais que o global de 2,32%); enquanto o Nanocore permaneceu em terceiro lugar com impacto de cerca de 2%. 


O Índice de impacto de ameaças globais da Check Point Software e seu mapa ThreatCloud são alimentados pela inteligência ThreatCloud da Check Point, a maior rede colaborativa que fornece inteligência de ameaças em tempo real derivada de centenas de milhões de sensores em todo o mundo, em redes, endpoints e dispositivos móveis. A inteligência é enriquecida com mecanismos baseados em IA e dados de pesquisa exclusivos da divisão Check Point Research (CPR).
 


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Empresário, confira medidas de proteção antes de fechar negócio

A partir de análise caso a caso, pendência econômica em contrato de compra e venda pode gerar discussão na Justiça 

 

Para muitos empresários, a depender do ramo, fechar negócios pode ser algo rápido e fácil, que acontece de forma comum no seu dia a dia.  Contudo, tanta rapidez, muitas vezes, pode não ser algo tão bom assim. Isso porque o tempo despendido com análises sobre o negócio antes da conclusão é precioso. A avaliação prévia sobre a saúde financeira de uma empresa que está à venda é uma parte importantíssima porque pode evitar muita dor de cabeça para o empreendedor depois.

Isso é o que indica a advogada do MBT Advogados Thaís Rodrigues, ao dizer que, quando se opta pela aquisição de uma empresa já constituída, algumas medidas são essenciais. “Entre as primeiras ações, está a realização de uma due diligence, que consiste em uma análise detalhada da empresa, em que são observados todos os seus aspectos operacionais, financeiros, legais, comerciais, ambientais, entre outras informações relativas ao negócio”, explica.

Essas informações gerarão um relatório que identificará áreas de atenção, o que abre espaço para verificação de termos e condições de compra. “Nesses casos, se houver alguma questão, o que orientamos é que se busque uma proteção adicional ou renegociação do acordo com o vendedor”, complementa a advogada.

Com o acerto de todas as condições da compra e venda, é necessária a elaboração de um contrato abordando as condições de pagamento e obrigações das partes, sendo ainda possível a instituição de uma cláusula de não competição, com o objetivo de restringir o vendedor ou um ex-sócio da empresa adquirida de competir diretamente com o comprador em determinada área geográfica e por um período de tempo específico.

“No entanto, se a aquisição de uma empresa ocorrer sem a realização prévia das devidas diligências e, posteriormente, sejam descobertos dívidas ou outros passivos econômicos, que correspondam às obrigações financeiras que a empresa deve cumprir no futuro, como empréstimos, impostos, salários e fornecedores, é importante considerar alguns aspectos jurídicos para determinar a origem desses passivos econômicos e estabelecer a responsabilidade tanto do antigo quanto do novo proprietário”, esclarece.


Comprei uma empresa com passivo econômico: o que fazer?

Se o comprador adquirir uma empresa, por exemplo, com passivo econômico há algumas alternativas às quais ele pode recorrer. Entre as medidas jurídicas a serem tomadas está a análise do contrato, para verificação se existem cláusulas pactuadas sobre as responsabilidades das partes em relação a passivos conhecidos e desconhecidos.

“Além disso, com a identificação da origem do passivo econômico, por exemplo, se de ordem Cível, Trabalhista ou Tributário, é necessária a análise da legislação aplicável ao caso, visto que têm previsões sobre a responsabilidade das partes, ou seja, o antigo e novo proprietário ou sócio frente à empresa”, diz Thaís.

A partir destas constatações, podem ocorrer ajustes no preço de compra, estabelecimento de planos de pagamento ou outras formas de compensação.

“Contudo, se não for possível a composição amigável, podem ser buscados recursos judiciais, e, a depender do caso concreto, discutir a responsabilidade pelo passivo econômico ou eventual anulação do negócio jurídico”, informa a advogada.  



MBT Advogados Associados

Simples Nacional: microempreendedores individuais têm até 31 de janeiro para regularizar situação

 Quitação de dívidas e reenquadramento podem ser solicitados até o fim deste mês. Quem ultrapassou o teto de R$ 81 mil também tem o mesmo prazo para solicitar desenquadramento do MEI e permanecer no Simples

 

Os microempreendedores individuais (MEI) que foram excluídos do Simples por débitos com a Receita Federal têm até 31 de janeiro para regularizar sua situação e pedir o reenquadramento. A consulta em relação às dívidas pode ser feita no Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN) ou pelo portal e-CAC. Os MEI pendentes de regularização que foram notificados pela Receita Federal foram excluídos do Simples Nacional desde o dia 1º de janeiro de 2024.

Com o objetivo de facilitar a renegociação dos microempreendedores individuais, das microempresas ou empresas de pequeno porte, o governo federal, por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, lançou novas condições para esse público com a possibilidade de descontos de até 50% e em até 60 parcelas. O abatimento vai incidir sobre o valor total da dívida, de acordo com a opção escolhida pelo contribuinte. Para participar, o MEI precisa ter débitos inscritos há mais de um ano na dívida ativa da União. A simulação pode ser feita no portal Regularize.

Após a renegociação, o MEI excluído do regime simplificado de tributação e desenquadrado do Simei que queira retomar ao sistema deverá solicitar, após quitar os débitos, o reenquadramento no Portal do Simples Nacional. Primeiro no link "Solicitação de Enquadramento no SIMPLES” e depois na solicitação de "enquadramento no SIMEI", utilizando o código de acesso ou certificado digital.

“No caso de quem foi desenquadrado do Simples Nacional por pendência, é fundamental a regularização para poder continuar neste regime tributário que traz vantagens como imposto unificado e redução dos tributos”, ressalta a Coordenadora do Núcleo de Simplicação do Sebrae, Helena Rego.


Faturamento superior a R$ 81 mil

Os microempreendedores individuais que tiveram faturamento (ganhos dos valores brutos) superior ao teto de R$ 81 mil devem atualizar o seu cadastro e se desenquadrar como MEI para que eles não percam os benefícios do Simples Nacional. A recomendação é que o desenquadramento, para o ano de 2024, seja realizada até 31 de janeiro.

“No caso de quem excedeu o limite de faturamento, é fundamental começar o ano no regime tributário correto para pagar os impostos em dia e poder planejar os preços, custos, e os impostos que vão incidir na sua venda ou prestação de serviços”, destaca Helena, que sugere a procura por um contador para apoiar no processo.

 

Serviço:

Manual "Como Voltar a Ser MEI Após Exclusão do Simples Nacional"


Combate ao Doping: riscos associados ao uso de substâncias proibidas no esporte

 


No ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, especialista do CEUB alerta atletas e treinadores sobre incidências acidentais no âmbito esportivo e as consequências das substâncias proibidas 

 

No ano em que o mundo se mobiliza para acompanhar e concorrer aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024, ganha relevância o Dia Nacional do Jogo Limpo e Combate ao Doping no Esporte, celebrado em 15 de janeiro. A data busca conscientizar atletas, treinadores e dirigentes sobre a integridade e igualdade nas competições. De acordo com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, 71 atletas brasileiros foram suspensos por doping em 2023. O professor de Educação Física do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Tácio Santos, comenta a influência do doping e estratégias para promover o jogo limpo entre atletas e praticantes de atividades físicas em geral. 

Segundo Santos, a prática da dopagem vai de encontro a um dos princípios básicos do espectro esportivo: a busca pela equidade nas condições de competição. Ele afirma que, apesar das inevitáveis diferenças entre indivíduos, sejam elas na composição corporal, recursos materiais ou financeiros, há uma busca constante por um limite de igualdade. “O uso de dopagem que alguns atletas buscam rompe muitas vezes essa fronteira, criando desequilíbrios injustos que comprometem a integridade da competição e vão de encontro aos valores essenciais do esporte”. 

Atletas federados devem fornecer informações sobre sua localização ao longo do ano à agência de controle de dopagem de seus respectivos países, como é o caso da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem no Brasil. Isso permite que, por meio de sorteios ou investigações, sejam submetidos a exames de controle antidoping. Embora as práticas operem discretamente, visando direcionar o foco para a prática esportiva em si, há procedimentos em andamento. “Antes, durante ou após as competições, alguns atletas podem ser selecionados aleatoriamente ou por investigação para realizarem testes antidoping, garantindo a transparência e o jogo limpo”, explica o docente do CEUB. 

Santos revela que quando um atleta precisa usar uma substância com potencial efeito dopante por razões de saúde, surge a Autorização de Uso Terapêutico (AUT). Uma junta médica avalia a real necessidade e a dosagem apropriada para o tratamento específico do indivíduo: “É considerada uma tolerância proporcional ao uso terapêutico, com o uso autorizado por um período limitado, sujeito a reavaliações pela mesma junta médica. Essas reavaliações podem estender, renovar ou ajustar o uso terapêutico conforme necessário”. 

De acordo com o professor, apesar dos atletas estarem cientes dos efeitos imediatos dessas substâncias no desempenho esportivo, poucos têm conhecimento dos impactos adversos a longo prazo. Os profissionais de Educação Física são figuras chave ao oferecerem informações detalhadas no dia a dia dos atletas e praticantes de atividade física, além das campanhas em larga escala das autoridades e do governo. “As entidades representativas investem na comunicação efetiva sobre os perigos do doping, podendo inclusive impor sanções a indivíduos que façam uso das substâncias proibidas. É fundamental que todos os agentes informem sobre essa outra parte, menos conhecida”.

 

Consequências físicas e éticas das substâncias proibidas

Para o especialista, estimulantes, anabolizantes esteroides afetam todos os sistemas do corpo, levando a problemas nos órgãos vitais, como coração, rins e fígado, além de lesões musculares e efeitos psicológicos, como agressividade ou depressão. “Há ainda métodos proibidos, como autotransfusão de sangue para aumentar a capacidade de transporte de oxigênio, com riscos graves à saúde cardiovascular. No esporte paralímpico, há práticas para simular um estado de alerta corporal, como o uso de tiras apertadas ou pequenas agressões, o que representa um risco físico e psicológico considerável”, alerta. 

Eticamente, Tácio Santos acrescenta que o uso dessas substâncias e métodos vai contra os princípios do olimpismo e influencia negativamente não apenas os atletas, mas todos os envolvidos em atividades recreativas e físicas. Normalizar a violação dessas regras pode encorajar outros a buscarem substâncias dopantes para melhorar o desempenho em atividades recreativas ou estéticas, o que é amplamente discutido nas políticas de prevenção à dopagem.

 

Estratégias para o esporte limpo

O especialista em Educação Física do CEUB destaca estratégias para desencorajar o doping entre atletas jovens, com o papel de não apenas fiscalizar, mas também educar, oferecendo palestras para atletas de base e profissionais que atuam no cenário esportivo. Além de entidades nacionais, como a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, Tácio ressalta o esforço liderado pelo Conselho Federal de Educação Física para capacitar profissionais que possam conscientizar a população sobre os impactos à saúde: “O foco desse trabalho é ampliar a compreensão sobre os efeitos prejudiciais à saúde e éticos do doping”. 

Segundo o docente do CEUB, é importante ampliar a divulgação sobre a dopagem não intencional. Tanto atletas de elite quanto em formação muitas vezes inadvertidamente recorrem a substâncias proibidas por questões de saúde, uso de medicamentos, suplementos alimentares ou até mesmo produtos cosméticos que contenham componentes proibidos. “A ABCD oferece traduções das substâncias em português do Brasil e um aplicativo que facilita a consulta, segmentando por modalidade, já que diferentes esportes podem ter diferentes substâncias vetadas, evitando a dopagem involuntária”, finaliza Tácio Santos.

 

Economia global terá pior desempenho dos últimos 30 anos, diz Banco Mundial

Freepik


Segundo a instituição, em 2024 as pessoas de uma em cada quatro economias em desenvolvimento estarão mais pobres do que antes da pandemia

 

O Banco Mundial manteve em 2,4% a sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2024, o que marcaria o terceiro ano seguido de desaceleração. O órgão alerta que a economia global caminha para ter sua pior performance em meia década desde 1990. 

O relatório estima que a economia global expandiu 2,6% em 2023 (de 2,1% nas estimativas de junho) e que deve voltar a acelerar levemente a 2,7% em 2025 (de 3,0% anteriormente). 

Para o órgão, a desaceleração em 2024 será resultado dos efeitos atrasados do aperto na política monetária e condições financeiras restritivas, ao lado de investimento e comércio globais fracos. Além disso, a atividade enfrentará riscos negativos de possível escalada de conflitos no Oriente Médio, estresse financeiro, entre outros. 

Na visão do Banco Mundial, o fim de 2024 será um ponto de virada para "o que deveria ser uma década de transformação para o desenvolvimento". A organização prevê que, ao invés de cumprir metas de extinção da extrema pobreza e cortar pela metade emissões de carbono, os governos enfrentarão um crescimento fraco e abaixo da tendência pré-pandemia (cerca de 3%) no horizonte de projeções, com pessoas de uma em cada quatro economias em desenvolvimento mais pobres do que antes da pandemia. 

Como exemplo deste "cenário sombrio", o Banco Mundial estima que o crescimento do investimento per capita global em 2023 e 2024 seja, em média, de apenas 3,7% - quase a metade da média das duas décadas anteriores. 

"Em nível global, a cooperação precisa ser fortalecida para proporcionar o alívio da dívida, facilitar a integração comercial, combater as mudanças climáticas e aliviar a insegurança alimentar", aponta o documento, entre medidas que poderiam mudar estas perspectivas. 

Para 2024, também existem perspectivas que poderiam afetar positivamente a economia global, com destaque para a economia dos Estados Unidos. Conforme o relatório, a resiliência da atividade americana e a redução da inflação podem permitir continuidade do crescimento acima das projeções, impulsionando a atividade global. 

O Banco Mundial elevou para 1,5% (de 0,7% em junho) sua estimativa de alta do PIB dos EUA em 2023, manteve em 1,2% a projeção para 2024 e cortou para 1,6% (de 2,2% anteriormente) a de 2025. 

Entre outras economias desenvolvidas, a zona do euro teve previsão de crescimento do PIB mantida para 2023 (0,4%) e cortada para 2024 (de 1,3% a 0,7%) e 2025 (de 2,3% para 1,6%). 

No Japão, todas as projeções foram elevadas, com expectativa de que a economia consiga manter o ímpeto pós-pandemia e se beneficiar da recente flexibilização do controle da curva de juros pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Segundo o relatório, o PIB japonês deve expandir 1,8% em 2023 (de 0,8% anteriormente), 0,9% em 2024 (de 0,7% anteriormente) e 0,8% (de 0,6% anteriormente).

 

BRASIL 

O Banco Mundial elevou a previsão de crescimento da economia brasileira em 2023 e 2024, citando o desempenho acima do esperado na atividade ao longo de boa parte do ano passado, mas reduziu levemente a estimativa para a expansão do PIB de 2025. 

Em relatório com as perspectivas econômicas globais, o Banco Mundial estimou que o PIB de 2023 cresceu 3,1%. A previsão anterior, divulgada em junho do ano passado, apontava para uma expansão bem menor, de 1,2%. 

"A revisão para cima no crescimento de 2023 foi motivada pelos desempenhos mais fortes que o esperado na produção agrícola, no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano", disse o Banco Mundial no relatório. 

Para 2024, a previsão é que o PIB cresça 1,5% - ou 0,1 ponto porcentual a mais que na estimativa anterior -, refletindo a desaceleração da atividade no segundo semestre de 2023 e a produção agrícola mais moderada neste ano. 

"No entanto, a redução gradual tanto no índice cheio quanto no núcleo da inflação deve permitir mais cortes de juros, dando apoio às perspectivas de investimento e consumo de médio prazo", disse o Banco Mundial. 

Segundo a instituição, isso justifica a previsão de aceleração no crescimento do PIB em 2025 a 2,2%, ainda que a capacidade do governo para oferecer apoio fiscal à economia seja limitada pelos esforços de ajuste nas contas públicas. Vale ressaltar, porém, que antes do Banco Mundial esperava expansão de 2,4% para o PIB brasileiro no ano que vem. 

 

Estadão Conteúdo

 

*10 dicas para sobreviver as contas de janeiro*


É uma tendência que muitos brasileiros enfrentam um aumento nas dívidas no final do ano, especialmente durante a temporada de festas. As despesas relacionadas a presentes, celebrações, viagens e outras atividades festivas podem contribuir para um aumento nos gastos. Além disso, o recebimento do décimo terceiro salário pode levar algumas pessoas a fazerem compras que podem impactar as finanças no início do ano seguinte.

“Em janeiro, muitos brasileiros enfrentam o desafio de equilibrar o orçamento, lidando com contas acumuladas, impostos, matrículas escolares e outras despesas essenciais. Esse período pode ser desafiador, e é importante adotar práticas de educação financeira, como o planejamento antecipado, a contenção de gastos desnecessários e a negociação de dívidas, para enfrentar de maneira mais eficaz esse período crítico”, explica Sâmia Vasconcelos, especialista em planejamento financeiro.

A especialista Sâmia Vasconcelos separou 10 dicas para sobreviver a janeiro sem dívidas!


1. Planeje com Antecedência:
Antes mesmo do início de janeiro, faça um planejamento financeiro. Avalie suas despesas regulares, preveja gastos adicionais e estabeleça um orçamento realista.


2. Controle os Gastos Festivos:
Limite os gastos durante as festas de final de ano para evitar um impacto financeiro significativo em janeiro. Considere alternativas mais econômicas para presentes e celebrações.


3. Priorize Pagamentos Essenciais:
Identifique as contas essenciais, como aluguel, água, luz e alimentação, e priorize esses pagamentos para garantir estabilidade nas necessidades básicas.
4. Reavalie Assinaturas e Serviços:


Verifique suas assinaturas mensais e serviços. Considere cancelar ou reduzir aqueles que não são essenciais para aliviar o orçamento de janeiro.


5. Negocie Dívidas:
Se tiver dívidas acumuladas, entre em contato com credores para negociar condições de pagamento. Muitas vezes, é possível estabelecer acordos mais flexíveis.


6. Evite Compras Impulsivas:
Após as festas, evite compras impulsivas. Avalie a real necessidade de novas aquisições e concentre-se em economizar durante o mês de janeiro.


7. Planeje Refeições em Casa:
Reduza os custos com alimentação planejando refeições em casa. Compras de supermercado estratégicas e preparação de refeições podem ser mais econômicas do que comer fora.


8. Pesquise Descontos e Promoções:
Esteja atento a descontos e promoções para economizar em compras necessárias. Pesquise preços antes de comprar e aproveite ofertas especiais.


9. Crie uma Reserva de Emergência:
Se possível, crie uma reserva de emergência para situações imprevistas. Isso proporcionará uma rede de segurança financeira em momentos de dificuldade.


10. Invista em Educação Financeira:
Use janeiro como uma oportunidade para aprender mais sobre educação financeira. Entender como gerenciar seu dinheiro eficientemente pode ajudar a evitar apertos futuros.

“Lembre-se, é comum enfrentar desafios financeiros após as festas de fim de ano. Com planejamento e ajustes adequados, é possível atravessar o mês de janeiro de maneira mais tranquila”, finaliza Sâmia.

 

As contradições do Brasil no esforço pelo protagonismo mundial

 O Brasil vem tentando, desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conquistar posição de protagonista mundial. Faz uma aposta alta, reiterada nas inúmeras viagens internacionais do chefe da Nação nas quais busca influenciar decisões de repercussão internacional enquanto, paralelamente, acalenta o sonho de conquistar um assento no Conselho de Segurança da ONU, órgão que já se mostra anacrônico e não se presta mais a representar o mundo.

Embora legítimo, o movimento brasileiro esbarra em posicionamentos dúbios, por vezes contraditório, suficientes para despertar a desconfiança internacional sobre a capacidade diplomática de nosso país, nitidamente contaminada pela ideologia política do presidente. É o que revelam os fatos.

O governo brasileiro apressou-se em se apresentar para negociar o cessar-fogo na guerra entre Palestina e Israel. Sem sucesso, passou claramente a tomar partido do Hamas, contrariando o princípio básico da neutralidade por quem se dispõe a buscar a paz.

Não foi, porém, novidade. Já havia o precedente em relação à postura diante da invasão da Ucrânia pela Rússia, que inviabilizou qualquer chance de sucesso na mediação do conflito no leste europeu.

Curiosamente, muito recentemente, diante da realização de plebiscito da Venezuela para tomar parte do território da Guiana, o governo brasileiro, aliado de Nicolas Maduro, apressou-se em se posicionar no sentido de que a questão é um problema interno da Venezuela.

O mais adequado – e esperado – seria o Brasil se posicionar de forma intransigente em defesa do estado democrático de direito, da soberania e do respeito às leis e acordos internacionais. O que se vê, todavia, é o Brasil se aliando cada vez mais a estados que nada têm de democráticos. Apoia Venezuela, Rússia, China e Irã. Alia-se a ditadores que se perpetuam há muitos anos no poder, fingindo não enxergar se tratar de teocracias e regimes com eleições de fachada.

O país exercita uma política externa indisfarçavelmente contraditória, que sinaliza uma coisa e faz outra. Mais um exemplo disso foi dado agora na COP 28, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ao lado das questões climáticas, o presidente brasileiro dedicou-se a tentar acelerar e concluir o acordo entre Mercosul e a União Europeia, mesmo à revelia da Argentina, integrante do bloco sulamericano. Fracassou e o mundo inteiro ouviu o presidente francês Emmanuel Macron afirmar que o discurso de Lula se parece com o dele, mas a semelhança é meramente retórica porque o Brasil não pratica o mesmo que a França. Macron se posicionou contra o acordo por considerá-lo “completamente contraditório” e restou a Lula dizer que a posição do presidente francês não é a posição da União Europeia.

A pergunta é: como ser protagonista se o Brasil não tem comportamento de protagonista? O país e a intelligentsia nacional acreditam que basta ser a 9ª economia do mundo; o 5º maior país em área territorial e a nação com a 7ª maior população.

É uma ilusão que seria desfeita se o Brasil olhasse primeiro para dentro antes de sonhar com um papel de relevância no Exterior. A nação precisa reconhecer que tem doenças sérias, amplamente conhecidas por todos os líderes mundiais.

Essas doenças são desigualdade gigantesca, fome, miséria, baixa escolaridade, desnutrição infantil, violência urbana, falta de saneamento, saúde precária, corrupção e tantas outras repetidamente esmiuçadas e nunca solucionadas. A educação, por exemplo, está permanentemente em debate, porém sempre se aponta para inviabilidade de implantação de escolas em tempo integral em toda a rede pública, enquanto, por outro lado, a cada eleição se viabiliza o aumento dos fundos partidário e eleitoral.

O Brasil insiste em sua pretensão de mediar conflitos e guerras, entretanto ignora suas guerras internas, nas quais é derrotado todos os dias. Temos quase 100.000 cidadãos que morrem todos os anos, vítimas de assassinato e acidentes de trânsito. Somos o quinto país em homicídios e em índice de mortalidade. Ostentamos o triste título de país com maior número de homicídios em números absolutos.

Pior ainda, a nação parece almejar outro título mundial negativo: o de maior carga tributária do planeta. A única solução que nossos governantes sempre apresentam é a criação de tributos. Ignora que sem combater os desvios, jamais haverá orçamento para crescer. Patina nas mesmas medidas sem resultado, dispensa a ética, não cobra condutas corretas de seus governantes, é leniente com a corrupção e não pratica transparência. Sacrifica o próprio povo, diante dos olhos atentos do mundo.

É preciso ser protagonista no próprio país antes de sonhar com protagonismo mundial. Como se propor a negociar cessar-fogo em guerras entre nações se não consegue vencer as batalhas internas contra os traficantes, contra as facções criminosas que agem dentro e fora dos presídios, e contra as malícias? Com um comportamento contrário ao discurso, o Brasil jamais conseguirá ser percebido de outra forma pelo mundo.

Cabe à mídia colaborar para denunciar esse desacerto, apontando as incongruências e cobrando ações assertivas. Muitas vezes é displicente em sua missão, como aconteceu no recente flerte do governo brasileiro com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Faltou apontar a contradição de um governo que se ufana de ser democrático e pró-ambientalista, mas se junta a uma associação oligopolista, sob a justificativa de pretender ser “fiscal da oferta para reduzir consumo”.

Meio-ambiente, democracia e comércio andam juntos no mundo moderno e o governo brasileiro parece não ter se dado conta dessa realidade atual. Se, de fato, o governo pretende proteger o meio-ambiente e promover a redução do consumo de petróleo, um bom exemplo seria retirar toda a carga tributária – ICMS e o novo tributo IVA – incidente sobre energia solar e eólica.

Nesse sentido, perdeu-se uma oportunidade de ouro com a reforma tributária, pela qual poderiam ser eliminados os tributos incidentes sobre energia eólica e energia solar. Isso não foi feito. Pelo contrário, a reforma diminuiu a isenção para carros elétricos e híbridos. Mais uma vez, a prática contrariou o discurso.

O Brasil tem todas as condições de, em médio prazo, tornar-se um protagonista mundial. Entretanto, antes de querer ditar regras e garantir cadeira no Conselho de Segurança da ONU, o país precisa se mostrar capaz de mediar guerras entre os estados da Federação, acabando com a guerra fiscal e a tributação diferenciada, medida imprescindível para reduzir as desigualdades regionais e sociais, que ajudam a criar grandes abismos entre os próprios cidadãos brasileiros.

Nosso país tem de assimilar o ensinamento do teólogo, filósofo e médico alemão Albert Schweitzer (1875-1965): ““Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.” 

 

Samuel Hanan -engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

DA JUNTA MÉDICA E DA IMPORTÂNCIA DE SUA EXECUÇÃO PELAS OPERADORAS DE SAÚDE


Quando se trata de operadoras de saúde, é notável que são diversos os pedidos cirúrgicos solicitados pelos diversos beneficiários. Contudo, como regramento estipulado pela Agência Nacional da Saúde Suplementar, antes de autorizar qualquer procedimento solicitado pelo beneficiário, imprescindível que haja uma auditoria, porquanto pode haver técnicas e materiais que não são pertinentes.

 

Para isso, há a Junta Médica, a qual é instaurada sempre que há divergências entre a operadora de um plano de saúde e o profissional que prescreveu ao paciente a realização de determinado procedimento ou a utilização de próteses, órteses e outros materiais especiais. No caso, é criada uma junta composta por um médico ou dentista assistente, um profissional da operadora de plano de saúde e um terceiro – escolhido em comum acordo.

 

Tal medida é importante, pois evita que as operadoras de saúde realizem a cobertura de procedimento com técnicas ou materiais impertinentes sem qualquer justificativa razoável, não podendo prevalecer prescrição médica unilateral.

 

Passando a legislação pertinente ao caso, o parecer foi elaborado de acordo com a Resolução Normativa nº 424, que dispõe sobre a existência e critérios para realização, bem como por profissional desempatador, o qual é totalmente neutro na relação, profissional diligente e apto para emitir a sua opinião. Vejamos o disposto no artigo 1º da referida resolução:

 

Art. 1º Esta Resolução Normativa - RN dispõe sobre critérios para a realização de junta médica ou odontológica formada para dirimir divergência técnico-assistencial sobre procedimento ou evento em saúde a ser coberto pelas operadoras de planos de assistência à saúde.

 

Assim, no que tange ao procedimento de desempate, diante da divergência, em relação aos procedimentos solicitados, a operadora de saúde deve observar a resolução normativa mencionada acima, desta forma, quando o profissional assistente suscita a dúvida, cabe ao “desempatador” se pronunciar:

 

Art. 2. Para fins do disposto nesta Resolução, considera-se:

V – Desempatador: o terceiro membro da junta médica ou odontológica, cuja opinião clínica decidirá a divergência técnico-assistencial, podendo ser profissional médico ou cirurgião-dentista ou os respectivos conselhos profissionais; e

 

No mais, a conclusão da Junta Médica acompanha o parecer técnico do médico auditor da operadora de saúde, a fim de que haja a identificação do quadro característico para a realização dos procedimentos, bem como todos os materiais correlatos à cirurgia, de modo a averiguar se o que foi requerido pelos profissionais possui respaldo técnico ou não.

 

Para corroborar com tal fato, temos o artigo 3º da RESOLUÇÃO CFM Nº 2.318, DE 11 DE AGOSTO DE 2022:

 

Art. 3º O médico assistente requisitante deve justificar clinicamente a sua indicação, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e as legislações vigentes no país.

 

Outrossim, consoante prevê o artigo 6º, § 4º, da Resolução Normativa nº 424/2017, “o parecer do desempatador será acatado para fins de cobertura”.

 

Em contexto jurídico, diante da expressiva alta na distribuição de processos que versam sobre o Direito à Saúde, o CNJ, Conselho Nacional de Justiça, periodicamente convoca a execução da Jornada da Saúde, onde reúnem-se profissionais de diversos setores da medicina, para que ocorra o debate dos casos que são levados até o judiciário. Neste sentido, cabe aos Magistrados, de todas as instâncias do judiciário, observarem as notas técnicas que são emitidas.

 

Nota-se que, os enunciados são elaborados por clínicos, enfermeiros, cirurgiões, entre outros, não por operadores do direito, que apesar do seu imenso saber, não comtemplam as peculiaridades da ciência médica. Assim sendo, deve-se destacar o enunciado que trata sobre a Junta Médica:

 

ENUNCIADO Nº 24 - Cabe ao profissional da saúde assistente, a prescrição terapêutica a ser adotada. Havendo divergência entre o plano de saúde contratado e o prescritor é garantida a definição do impasse através de junta médica ou odontológica, nos termos da Resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS em vigor. (Redação dada pela III Jornada de Direito da Saúde – 18.03.2019)

 

Neste sentido, temos como exemplo a decisão presente:

 

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO. MEDICAMENTO OFF LABEL. NEGATIVA DE COBERTURA. LIMITAÇÃO AO ROL DA ANS. DIVERGÊNCIA ENTRE A PRESCRIÇÃO MÉDICA DO PROFISSIONAL QUE ASSISTE O BENEFICIÁRIO E A OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. INTELIGÊNCIA DA RESOLUÇÃO ANS Nº 424/2017. ENUNCIADO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Nº 24 JORNADA DE DIREITO A SAÚDE. INSTALAÇÃO DE JUNTA MÉDICA. EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL E EXERCÍCIO DE DIREITO. ARTIGO 188, INCISO I DO CÓDIGO CIVIL. 1- Não houve por parte da UNIMED GOIÂNIA ato abusivo ou que concorresse para deteriorar a saúde da paciente ou contribuir para seu falecimento, já que os documentos trazidos aos autos não atestavam a IMPRESCINDIBILIDADE do procedimento indicado pela médica. 2. Diante do cumprimento do que dispõe a Resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar nº 424/2017 - ANS, que estabelece os critérios para a formação da junta médica, no intuito de que sempre que não houver acordo entre a operadora e o profissional que assiste o beneficiário quanto à indicação do procedimento, a operadora do plano de saúde agiu conforme o regramento do órgão oficial e fiscalizador (ANS), a ré, ao negar o tratamento off label após o devido contraditório da beneficiária, estava amparada pela excludente de responsabilidade civil e do exercício de direito, consoante disposto no art. 188, I, do Código Civil. 3- Restando a autora/apelada vencida, deve ser condenada a suportar o ônus da sucumbência, de modo que diante da ausência da condenação, aplico o dispositivo previsto no artigo 85, § 8º do CPC e fixo o valor dos honorários advocatícios em favor do advogado do apelante vencedor em R$ 2.000,00 (dois mil reais) RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. (TJ-GO - 01210542620158090051, Relator: JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 11/04/2019, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 11/04/2019)

 

Destarte, é imprescindível a observância dos enunciados do CNJ, bem como das Resoluções Normativas expedidas pela ANS, pois, salienta-se que o contrato de plano de saúde tem natureza securitária, sendo que, quando o beneficiário adere ao plano, espera que com uma perda pequena, certa e atual, se previna de uma grande perda possível e futura. A operadora do plano de saúde, por sua vez, distribui estes custos entre todos os seus beneficiários, uma vez que o custeio das despesas geradas pelos atendimentos é suportado por um fundo de valores formado pelas contribuições pagas por eles. 

Assim, trata-se de uma medida fundamental para as operadoras de saúde, pois a Junta Médica é a única capaz de dirimir se o procedimento é ou não necessário para tanto, logo, totalmente necessária a sua instauração sempre que houver pedido que demande tal análise.


Giovanni Lammenda Barbeiro – Formado em direito pela Universidade Anhanguera e atua no Vigna Advogados Associados.


89% das PMEs já adotam algum tipo de prática ESG no dia a dia, revela pesquisa da Serasa Experian

 ·      Levantamento inédito traça a maturidade das MPMEs em ESG

 

·      67% não sabem o que significa a sigla ESG, mas já exercem práticas no dia a dia

 

·      MPMEs realizam práticas nas três frentes, sendo as de Governança as mais adotadas (66%)

 

·    Empresas da região Nordeste foram as que demonstraram mais conhecimento no assunto

 

Uma pesquisa inédita realizada pela Serasa Experian com o objetivo de entender a maturidade em ESG (Ambiental, Social e de Governança) das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), revela que, mesmo sem saber o que a sigla significa, 89% delas já adotam algum tipo de prática ESG no dia a dia.

 

A pesquisa apontou que somente 33,3% dos empreendimentos participantes têm conhecimento sobre a sigla, entretanto, quando se analisa a prática, 66% já atuam no pilar de “Governança”, 52% atuam em “Responsabilidade Social” e 50% têm atividades relacionadas a “Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental”.

 

A frente de Governança, que prevê boas práticas de gestão e normas éticas, é a primeira em prioridade de investimentos e esforços (43,8%), e 66% das empresas têm investido em criar seus mecanismos de integridade, principalmente consolidados em seus códigos de ética. 45,35% têm canais de denúncias internos e 44,5% têm pessoas ou fornecedor responsável pela investigação das denúncias recebidas. 

 

No pilar Ambiental, ligado às ações voltadas à sustentabilidade e ao meio ambiente, as MPMEs afirmam que realizam práticas de consumo consciente de energia (75,2%) e de água (64,2%) e menor geração de resíduos (71%), mas menos da metade mensura as ações com metas e indicadores (41,3%) e somente um terço delas reporta relatórios ao mercado (29%).

 

Já em Social, que envolve iniciativas relacionadas a responsabilidade social, como, por exemplo, respeito às leis do trabalho, diversidade e direitos humanos, 40,9% atendem os requisitos da legislação trabalhista. Salários justos (25,4%) e oferta de benefícios básicos (21,8%) aparecem na sequência. No tema diversidade ainda há caminhos para serem trilhados, pois 54% dos respondentes consideram que há poucas ou não veem iniciativas para mudar quanto à representatividade de pessoas LGBTQIAP+ e pretas/negras.

 

Quando questionados sobre o impacto da adoção das práticas na competitividade da empresa, 89% dos entrevistados concordam com seu papel fundamental, apesar de não possuir um conhecimento tão profundo sobre o assunto.


"A disposição para adotar práticas relacionadas ao ESG, mesmo entre aqueles que ainda estão aprimorando sua compreensão, sugere uma aceitação da importância do tema. Isso destaca a crescente conscientização sobre a necessidade de considerações ambientais, sociais e de governança na estratégia corporativa. A adoção dessas práticas podem impulsionar o empreendedor, permitindo que ele tenha diferencial competitivo, assuma com confiança sua jornada de gestão e acelere seus negócios, já que cada vez mais empresas demandam o cumprimento de padrões mínimos de ESG para fechar parcerias com seus fornecedores. ”, diz o vice-presidente de PMEs da Serasa Experian, Cleber Genero. 

Empresas das regiões Nordeste e Sudeste em destaque quanto ao conhecimento ESG

O estudo mostra, ainda, que as regiões com maior compreensão sobre os pilares são o Nordeste (38,8%) e o Sudeste (34,7%). Já em relação ao porte, as médias empresas são aquelas com maior ciência do assunto (56,3%). Confira, nos gráficos abaixo, os dados completos por região, porte e segmento: 





Metodologia e amostra

A pesquisa envolveu uma amostra representativa de 528 MPMEs, considerando a classificação estabelecida pelo SEBRAE. A pesquisa buscou abranger diversos setores, incluindo comércio, serviços e indústria, bem como empresas que atuam tanto no mercado B2B quanto no B2C. Foram incluídos cargos de coordenadores, gerentes, diretores, sócios e proprietários, desde que fossem maiores de 18 anos. A coleta foi realizada por meio de painel online e a margem de erro foi de 4% com um intervalo de confiança de 95%. Foram excluídas da amostra associações, federações, igrejas e outros órgãos religiosos. 


Serasa Experian
www.experianplc.com



Como a IA pode alavancar a área de Customer Experience?

 

Melhorar a experiência do cliente (CX) está no topo das prioridades de líderes e CIOS. Dentre as estratégias para isso, sem dúvidas, a utilização da Inteligência Artificial (IA) ganha protagonismo. Um exemplo disso está no hype do ChatGPT, em que passamos a ver a pressão das organizações em implementarem urgentemente soluções em IA, bem como o interesse súbito em projetos de Machine Learning, os quais foram desengavetados de forma acelerada. No entanto, é preciso chamar atenção que, em se tratando da jornada do consumidor, caso essas estratégias não estejam bem alinhadas, o resultado pode ser bem diferente do esperado.

Mesmo diante do boom da IA e suas diversas possibilidades, temos uma realidade distinta em grande parte das organizações. De acordo com uma pesquisa do CX Trends 2023, 62% dos líderes afirmaram que suas empresas estão ficando para trás no uso de IA.

De forma ampla, é seguro afirmar que cada vez mais as organizações precisarão investir na área de Customer Experience, a fim de manter seu desempenho e crescimento. E, certamente, a utilização dos recursos em IA permitirá que os clientes tenham um atendimento ainda mais completo, com a possibilidade de fazer perguntas de alta complexidade para chatbots, deixando essas interações naturais e fluídas.

Por sua vez, mesmo com todos os ganhos e oportunidades que esta tecnologia pode ocasionar, para que sua aplicação na área de CX tenha resultados efetivos, é crucial que o grande motivador para sua implementação seja, sobretudo, resolver problemas e direcionar soluções cada vez mais rápido.

Contudo, é fundamental que a empresa como um todo tenha estabelecido alguns princípios básicos antes de aderir o uso da IA, dentre eles, o amplo entendimento de que cuidar do cliente não é apenas responsabilidade apenas da área de CX, mas, sim da empresa toda – inclusive, da alta liderança. Além disso, antes de implementar experiências diferenciadas, é crucial que seja verificado se o básico já está sendo bem-feito e como o consumidor avalia.

Ademais, ouvir o cliente também lidera as ações que precisam ser priorizadas, até porque, mesmo isso parecendo óbvio, muitas empresas ainda criam produtos sofisticados sem antes ouvi-lo. Considerando que estamos apontando a implementação de novas tecnologias, é essencial que seja feito o investimento na capacitação técnica dos colaboradores, o que irá tornar possível a criação de soluções novas.

Com esses princípios bem estabelecidos, certamente, a aquisição do uso da IA na área de CX trará uma grande gama de benefícios. Dentre as funcionalidades inclusas na tecnologia, o setor pode obter ganhos por meio de chatbots, que oferecem suporte ao cliente; personalização da experiência do cliente com base no histórico e preferência de cada um; análise de sentimento, que pode ser utilizada para avaliar as opiniões dos clientes sobre sua empresa, produtos ou serviços; e, por fim, automatização de processos, eliminando tarefas repetitivas e melhorando a eficiência operacional.

Em suma, não há como negar os ganhos que a IA pode oferecer para a área de Customer Experience nas organizações. Entretanto, a chave para o sucesso é pensar nesta tecnologia desde a etapa de planejamento da área, entendendo em que pontos ela pode ajudar, compreendendo o quanto o fator humano e a empatia vão ser fundamentais para cativar e cuidar do público.

Dessa forma, é essencial que as empresas avaliem suas ações neste novo ano do ponto de vista do cliente, para que possam tomar decisões estratégias e assertivas. Afinal, de nada adianta implementar os diversos recursos da IA, sem que esteja claro quais os pontos precisam ser melhorados. Até porque, mais do que imaginar um futuro inovador e melhor para o cliente, é preciso corrigir os erros do presente.

 

Maria Luiza Chiquetto - Head de Customer Experience na Viceri-Seidor.


Viceri-SEIDOR
www.viceri.com.br

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