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terça-feira, 27 de junho de 2023

Pessoas que dormem tarde morrem mais cedo? Veja se isso é verdade

     

Descubra como melhorar a sua qualidade de sono e de vida para viver mais e melhor


Você já se questionou sobre os impactos de dormir tarde e desenvolver vícios noturnos na sua qualidade de vida? Pesquisas recentes têm revelado dados alarmantes sobre a relação entre hábitos noturnos, mortalidade e problemas de saúde. 

Um estudo finlandês que demorou quase 4 décadas para ser realizado mostrou que pessoas que tendem a ficar acordados até mais tarde têm maior probabilidade de morrer em uma idade mais jovem do que aqueles que dormem mais cedo. Porém, a causa não está relacionada com o tempo, mas sim com a associação a vícios ruins relacionados a uma rotina noturna, como alcoolismo e tabagismo. O consumo de álcool e o uso de substâncias estão correlacionados com a preferência por ficar acordado até tarde da noite, como explicam os especialistas no artigo publicado. 

A pesquisa examinou cerca de 23 mil adultos finlandeses. Dentre eles, 43% se consideraram "tipos noturnos", ou seja, pessoas que preferencialmente tendem a ficar acordadas até mais tarde. Estudos anteriores sugeriram que os com hábitos noturnos têm um risco maior de mortalidade e uma propensão a comportamentos mais nocivos à saúde. No entanto, segundo o pesquisador do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional e autor principal do estudo, essa pesquisa mostrou que não há uma relação direta entre o cronotipo (predisposição que cada pessoa tem de sentir picos de energia e cansaço num ciclo de 24 horas) e a mortalidade. 

Os resultados revelaram que o aumento do risco de mortalidade entre aqueles que são claramente noturnos parece ser explicado principalmente por um maior consumo de tabaco e álcool em comparação com as pessoas consideradas matutinas. Isso significa que os hábitos de vida, como fumar e beber, desempenham um papel fundamental na associação entre ser uma pessoa noturna e o risco de mortalidade. 

No entanto, é importante lembrar que cada pessoa é única e outros fatores também podem influenciar a saúde e a longevidade. Esses resultados não significam que todas as pessoas noturnas estão destinadas a ter uma vida mais curta, mas destacam a importância de adotar um estilo de vida saudável, independentemente do cronotipo. 

A Dra. Letícia Lucas comenta que é importante ressaltar, que além dos hábitos de sono, é necessário considerar as escolhas de estilo de vida que tendem a ocorrer devido a esses padrões de sono. O estudo enfatiza a importância de examinar não apenas o sono em si, mas também os comportamentos e escolhas relacionadas, que podem ter um impacto significativo na saúde e no bem-estar geral. 


Veja a seguir estratégias para melhorar a qualidade do sono e o estilo de vida para viver mais e melhor
 

1. Estabeleça uma Rotina de Sono Regular: Mantenha um horário de sono consistente, indo para a cama e acordando aproximadamente no mesmo horário todos os dias. Isso ajuda a regular o relógio interno do seu corpo e promove um sono mais profundo e reparador. 

2. Crie um ambiente propício ao sono: Certifique-se de que seu quarto seja confortável, escuro, silencioso e fresco. Use cortinas nas janelas para bloquear a luz, experimente sons relaxantes, para acalmar a mente e ter uma noite de sono mais tranquila. 

3. Evite estímulos eletrônicos antes de dormir: A luz azul emitida por dispositivos eletrônicos, como celulares e televisão, pode interferir nos ritmos circadianos e dificultar o sono. Desligue esses dispositivos pelo menos uma hora antes de ir para a cama e, se possível, crie um ambiente livre de eletrônicos no quarto. 

4. Pratique higiene do sono: Adote práticas que promovam um sono saudável, como evitar cafeína e refeições pesadas antes de dormir, limitar o consumo de álcool e nicotina, e evitar exercícios intensos à noite. Também é importante criar uma rotina relaxante antes de dormir, como ler um livro, tomar um banho quente ou praticar técnicas de relaxamento, meditação, sons relaxantes, chás naturais ou respiração profunda podem ajudar. 

5. Gerencie o estresse: O estresse pode interferir na qualidade do sono. Encontre estratégias eficazes para gerenciar o estresse, como a prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento, como ioga ou tai chi, e a busca por hobbies ou atividades prazerosas que ajudem a reduzir a tensão. 

6. Mantenha um estilo de vida saudável: A Dra. Letícia Lucas explica que uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos contribuem para uma boa qualidade de sono. Evite refeições pesadas antes de dormir e dê preferência a alimentos ricos em triptofano, que promovem a produção de melatonina, o hormônio do sono. 

7. Exponha-se à Luz Natural: Durante o dia, se possível, tenha um tempo de exposição a luz natural, pois ela ajuda a regular o relógio biológico e melhora a qualidade do sono à noite. Passe um tempo ao ar livre, especialmente pela manhã, para estimular a produção de melatonina no momento certo.

 

E para quem tem uma rotina noturna por necessidade? 

Encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho, sono e alimentação é fundamental para promover uma melhor qualidade de vida. Considere criar um ambiente adequado para sua hora de dormir e manter uma rotina de sono consistente, com programação regular de sono, mesmo que durante o dia. Isso envolve dormir e acordar nos mesmos horários todos os dias, mesmo nos dias de folga. Isso ajuda a regularizar o ritmo circadiano e facilita a obtenção de um sono mais profundo e reparador. 

Um plano de alimentação balanceada também é de extrema importância em rotinas noturnas, opte por refeições mais leves perto da hora de dormir e evite o consumo de café ou bebidas alcoólicas.

Também separe um tempo para a prática de alguma atividade física. Encontre um momento adequado para se exercitar, levando em consideração sua rotina de trabalho e descanso. Escolha atividades que sejam agradáveis e que possam ser realizadas dentro ou fora de casa. 

Trabalhar à noite pode ser estressante e afetar o sono. Encontre estratégias eficazes para gerenciar o estresse, como meditação, técnicas de respiração, ioga ou terapia cognitivo comportamental. Encontre o que funciona melhor para você e incorpore essas práticas em sua rotina diária. 

“Ao adotar abordagens para aprimorar a qualidade do sono e transformar sua rotina noturna, você estará investindo em sua saúde física, mental e emocional. As estratégias apresentadas fornecem orientações práticas e embasadas cientificamente para superar os desafios e ter boa qualidade de sono e mais bem-estar. Lembre-se de que cada indivíduo é único, e pode ser necessário ajustar e personalizar essas estratégias de acordo com suas necessidades e circunstâncias pessoais. Com determinação e suporte adequado, você pode transformar a qualidade do seu sono e alcançar uma vida mais saudável e gratificante.” Finaliza a Dra. Letícia Lucas.

 

Dra. Letícia Lucas - Médica, graduada pela FAME – JF(Faculdade de Medicina de Juiz de Fora). Pós graduada em Nutrologia pela USP. Capacitada em Medicina Funcional Integrativa, o qual é fundamental para otimização da saúde dos pacientes. Com mais de 7 anos de experiência e mais de 5.000 vidas transformadas, tenho como missão ajudar meus pacientes a terem uma vida mais saudável e equilibrada. Hoje realizo meus atendimentos presenciais em São Paulo. Dê esse passo decisivo para transformar sua saúde e autoestima neste ano!


Implante hormonal: saiba o é que mito e verdade

 • Tratamento pode ser indicado para casos de endometriose, miomatose, entre outras comorbidades ginecológicas. 

• "O que faz mal em hormônio não é o hormônio, mas sim, o excesso ou a carência", revela especialista.

 

Muito se fala sobre implante hormonal no Brasil, no entanto, um número considerável de mulheres desconhecem esse tratamento - que pode trazer inúmeros benefícios à saúde.

 O implante hormonal, inserido na pele através de um tubinho de 4 a 5 cm, contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino.

 “É comum a utilização desses hormônios para bloquear a ovulação, tratar desequilíbrios, assim como nos casos de doenças hormônio dependentes. Ademais, os tratamentos podem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente, revela o Dr. Walter Pace, Prof. Doutor em Ginecologia, especialista em reprodução humana.


Mas, afinal, para que serve o implante hormonal?

Implante hormonal é uma via de administração de hormônios pelo subcutâneo que, pelo fato de não ter a primeira passagem pelo fígado e pelo estômago, traz uma série de vantagens, principalmente, evita efeitos colaterais.

Através dessa via, é possível usar hormônios para anticoncepção, para o tratamento de doenças que são hormônio dependentes como endometriose, miomatose, hiperplasia, displasia mamária, osteoporose e, também, para reposição hormonal – a exemplo de mulheres no climatério e na pós-menopausa.


A aplicação do implante hormonal pode ocasionar dor?

Mito. A aplicação dos implantes hormonais raramente provoca dor, é um procedimento bastante inócuo, tranquilo, pouco agressivo para a mulher.


O tratamento através do implante hormonal pode causar infertilidade?

Mito. O implante é só uma via. É preciso analisar as substâncias que vão dentro dos implantes, os hormônios. Determinados hormônios, ao contrário, protegem contra fatores que levam à infertilidade, tal como os progestínicos - que bloqueiam a ovulação, tratam da endometriose e tendem a desinflamar a pelve e, na maioria das vezes, suprimem a menstruação. Com isso, levam à preservação da fertilidade porque diminuem a inflamação e diminuem o refluxo do sangue do interior do abdômen.  


Tratamentos individualizados podem minimizar o surgimento de efeitos colaterais?

Verdade. Partindo do princípio que o que faz mal em hormônio não é o hormônio, mas sim, o excesso ou a carência, a partir de uma medicação ou esquema hormonal que seja equilibrado, esses efeitos colaterais tendem a reduzir. Os tratamentos hormonais, na maioria das vezes, têm como propósito tratar uma determinada carência, ou algumas vezes, tratar o excesso. O que de fato faz mal é o desequilíbrio. Por meio de um tratamento individualizado, é possível montar um esquema equilibrado, eliminando os efeitos colaterais.

A chave e o ponto central é buscar uma linha de equilíbrio na administração desses hormônios, quando aplicados corretamente, tratamos os desequilíbrios, de fato. Determinados hormônios, provém o ganho de massa magra, perda da gordura, o que facilita o emagrecimento, mas sozinhos não fazem isso, precisa-se de uma boa alimentação e bom hábito de atividades físicas.  A vida tem que ser saudável”, afirma o Dr. Pace. 

 

Dr. Walter A. P. Pace - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (1981), Mestrado em Reprodução Humana – Assistant Ètranger pela Universidade Paris V René Descarte e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor-doutor e Coordenador Geral da Pós Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Vice Presidente do PHD Pace Hospital e ginecologista do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana – SP.

 

H. pylori: bactéria que pode causar câncer de estômago se manifesta em cerca de metade da população mundial

 Exames moleculares detectam a bactéria com mais precisão, proporcionando agilidade ao início do tratamento adequado


No Brasil, a bactéria Helicobacter pylori é responsável por mais de 60% dos casos de câncer de estômago. Apesar da bactéria ser encontrada em habitantes dos cinco continentes, a infecção causada por ela prevalece mais nos países em desenvolvimento. No Brasil, a prevalência média é estimada em 71,2%. Entre as doenças que podem ser originadas pelo H. pylori, estão a gastrite crônica, úlcera péptica, duodenal, até câncer e linfoma gástrico.

A infecção provocada pela bactéria é responsável por cerca de 50% de todos os cânceres gástricos no mundo. Isso corresponde a quase 350 mil casos da doença anualmente. Esse tipo de câncer é a segunda causa de morte no mundo, com incidência de 800 mil casos por ano. A infecção pelo H. pylori está associada a um risco duas vezes maior para o desenvolvimento do problema. Acredita-se que mais de um terço dos carcinomas gástricos seja atribuído à infecção pela doença.

 A prevalência da infecção pelo H. pylori varia com a idade, características de saúde e com o nível socioeconômico das pessoas. Segundo o último Consenso Brasileiro sobre infecção por H. pylori, a prevalência em crianças de 2 a 5 anos é de 50% e nas menores de 10 anos a porcentagem aumenta de 70 para 90%.
Em países em desenvolvimento e em subcontinentes, como a América Central e a América do Sul, a porcentagem de pessoas infectadas gira em torno de 70% e 90%. Na Ásia, o índice varia entre 50% e 80%. Na Europa Oriental, 70%, e na Europa Ocidental a porcentagem fica entre 30 e 50%. Já em países desenvolvidos, esse percentual cai drasticamente. No Canadá e nos Estados Unidos, esse valor corresponde a 30% e na Austrália cerca de 20% da população é infectada pelo H. pylori. Os principais fatores de risco para adquirir a infecção são status sanitário e nível socioeconômico baixos. 


70% da população brasileira pode estar infectada pela bactéria

H. pylori é uma bactéria que vive na superfície da mucosa gástrica e desenvolveu mecanismos de defesa que a permitem sobreviver no ambiente ácido e inóspito do estômago. “A gastrite induzida por ela é uma das infecções crônicas mais comuns na espécie humana. Estima-se que, aproximadamente, 70% da população brasileira esteja infectada por esta bactéria, mas por razões ainda desconhecidas, enquanto algumas pessoas são assintomáticas, outras desenvolvem gastrites, úlceras e até mesmo câncer gástrico”, diz Cristiane Nagasako, médica gastroenterologista. 

A médica lembra que, desde 1994, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhece o H. pylori como um agente carcinogênico  do tipo 1, ou seja, uma bactéria relacionada ao câncer em humanos. A presença da bactéria no estômago pode levar à atrofia gástrica, que aumentaria o risco de desenvolver, posteriormente, adenocarcinoma gástrico, responsável por causar cerca de 95% dos casos de tumor do estômago. 


Tratamento

O tratamento do H.pylori é feito principalmente com antibióticos. E o sucesso na erradicação depende da aderência e da sensibilidade da bactéria ao medicamento escolhido. A presença de resistência a determinados antibióticos reduz drasticamente a chance de eliminar a bactéria.

“Atualmente, os testes moleculares permitem identificar as cepas resistentes a determinados antibióticos e esse conhecimento auxilia o médico a escolher o tratamento mais efetivo para a erradicação da bactéria, evitando tratamentos ineficazes e efeitos colaterais desnecessários. A resistência antibiótica, principalmente aos compostos Claritromicina e Levofloxacina, vem aumentando mundialmente e se mostra como o principal fator determinante para a dificuldade de erradicação do H. pylori”, afirma a gastroenterologista. 


Exames moleculares garantem mais assertividade no tratamento 

Diante desse cenário, os testes de PCR em tempo real, projetados para a identificação específica do H. pylori e detecção de resistência à Claritromicina em fragmentos do tecido gástrico de pacientes com sintomas gastrointestinais, podem auxiliar na adequada detecção e no tratamento da bactéria. “Em razão da alta sensibilidade e especificidade do teste, é possível identificar a presença da bactéria e da resistência à Claritromicina”, destaca Cristiane.

A Mobius, empresa de soluções para diagnóstico molecular, genético e automação, que soma mais de duas décadas de atuação, acaba de lançar o Kit Master H.pylori para identificação do H.pylori. Além dele, o GenoType HelicoDR também faz parte das soluções disponibilizadas para todo o Brasil. 

A tecnologia é baseada em uma técnica que extrai o DNA a partir de amostras de biópsia ou cultura primária e que fornece vantagens em relação ao tempo de processamento reduzido - já que leva o tempo de cerca de 1h30. Além de fornecer facilidade na análise do resultado, alta sensibilidade e 100% de especificidade para os alvos pesquisados, os reagentes de PCR podem ser armazenados em temperatura ambiente até seu primeiro uso e possuem um fluxo de bancada simplificado, otimizando o diagnóstico. 

 

O clima frio e o diabetes podem aumentar o risco de infarto?

Cardiologista explica como o inverno e o diabetes podem se tornar fatores de risco para enfermidades ligadas ao coração

 

O inverno teve seu início no dia 21 junho e segue até setembro trazendo baixas temperaturas pelo país e aumento de doenças cardiovasculares. Uma revisão sistemática publicada em 2015 no periódico "Circulation" analisou 64 estudos sobre o tema e concluiu que, de forma geral, há uma associação modesta entre o frio e o aumento do risco de infarto agudo do miocárdio.

O cardiologista do Grupo São Lucas, Leon Macedo, alerta que apesar de existirem evidências científicas, o tema ainda é objeto de estudo e pesquisa, não podendo comprovar a relação. Entre as teorias analisadas, está a vasoconstrição que, aumentando a pressão arterial e a carga de trabalho do coração, pode levar ao aumento do risco de infarto e AVC, especialmente em indivíduos com doença cardiovascular preexistente.

Temperaturas frias também podem tornar o sangue mais propenso a formar coágulos. Isso pode aumentar o risco de obstrução de uma artéria coronária (causando um infarto) ou de um vaso cerebral (causando um AVC). As correlações ainda destacam a diminuição ou interrupção dos exercícios físicos, o aumento no consumo de alimentos calóricos e ricos em gordura, redução na ingestão de líquidos e o aumento no estresse psicossocial.

“É importante lembrar que vários fatores influenciam o risco cardiovascular, como histórico médico individual, estilo de vida, fatores genéticos e outros. O clima frio pode ser apenas um dos muitos fatores que contribuem para o risco global. Se uma pessoa tiver preocupações específicas relacionadas à sua saúde cardiovascular, é sempre recomendável consultar um profissional de saúde”, ressalta o médico.

 

Diabetes e a propensão a doenças cardiovasculares 

Com data para conscientização nacional no dia 26 de junho, a diabetes também é uma condição que pode colocar propensões ao infarto e doenças cardiovasculares. O médico explica que resistência à insulina, aumento dos níveis de glicose no sangue, dislipidemia e alterações no metabolismo lipídico são fatores que podem levar às doenças cardíacas.

“A resistência insulínica está associada à disfunção endotelial, que é a incapacidade do revestimento interno dos vasos sanguíneos, e leva a alterações na dilatação dos vasos, aumento da inflamação, coagulação sanguínea e formação de placas de ateroma. Níveis elevados de glicose no sangue podem acumular placas de gordura nas paredes das artérias, estreitando os vasos e reduzindo o fluxo sanguíneo, fator significativo para doença arterial coronariana e doença arterial periférica. Anormalidades no colesterol e triglicérides, juntamente com outras alterações metabólicas, aumentam o risco de formação de placas de ateroma nas artérias e contribuem para doença cardiovascular”, explica.

Entre as recomendações para evitar e ajudar na redução do risco cardiovascular, estão controle glicêmico, controle da pressão arterial (Recomenda-se manter abaixo de 130/80 mmHg em pacientes com diabetes), controle do colesterol e dos triglicerídeos e adoção de uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis.

 

Grupo São Lucas


Junho é o mês da conscientização sobre infertilidade: a doença que afeta cerca de 278 mil casais no Brasil

A infertilidade é uma doença diagnosticada após 1 ano de tentativas sem sucesso e que pode ter como causa fatores relacionados ao aparelho reprodutor feminino, do masculino ou ambos.

Os fatores femininos são diversos entre eles alterações hormonais, metabólicas, nutricionais, fatores ovulatórios e relacionados a idade do óvulo, endometriose, obstrução das trompas de falópio, alterações anatômicas como malformações uterinas, pólipos endometriais, miomas e outros tumores. Nos homens: alterações hormonais, metabólicas e nutricionais, problemas com a produção de sêmen, causados pelo consumo de drogas e fumo, peso, causas genéticas e varicocele.

“A infertilidade não é culpa de ninguém, é uma condição médica que pode ser tratada e gerenciada com ajuda adequada. A medicina reprodutiva oferece distintos tratamentos eficazes e seguros e é uma opção para casais que têm dificuldades em engravidar naturalmente e desejam ter filhos”, explica a obstetra Dra. Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 278 mil casais não conseguem ter filhos no Brasil, o que representa 15% do total da população brasileira. Dados recentes da OMS revelam que aproximadamente 17,5% da população adulta - 1 em cada 6 em todo o mundo – é infértil. Esses estudos indicam que se trata de um problema de saúde pública, em todas as partes do mundo, sem discriminação de classes. Por isso, há necessidade de ampliar o acesso aos tratamentos de alta qualidade as pessoas sem condições.

“Existem várias alternativas para casais que enfrentam a infertilidade, desde tratamento de baixa complexidade como a relação em data programada e inseminação intrauterina (IIU – o sêmen é processado para melhorar a performance e colocado diretamente no útero da mulher), até de alta tecnologia e sofisticação como a Fertilização in Vitro (FIV) , que é um dos tratamentos mais conhecidos e eficazes, envolvendo a coleta de óvulos e espermatozoides. Outras opções incluem a doação de óvulos, embriões e realização de diagnóstico genético antes de transferir o embrião para o interior do útero”, explica e especialista em reprodução humana.

Carla alerta que o congelamento de óvulos, por exemplo, é uma opção real e assertiva para mulheres que desejam se preparar para ser mãe no futuro, mas ainda não decidiram o melhor momento ou a parceria. Já as mulheres que não tiveram a oportunidade de congelar óvulos e cursam com menopausa, ou que necessitaram realizar quimioterapia para tratamento de câncer, ou mesmo que perderam os ovários em alguma cirurgia, podem buscar o sonho da maternidade centros de Reprodução Assistida, que oferecem todo o processo de ovodoação e ovorecepção. Algumas clínicas mantêm óvulos e embriões excedentes de outros tratamentos que foram autorizados para doação.

“As doadoras não devem conhecer a identidade das receptoras e vice-versa, exceto na doação de óvulos para parentesco de até 4º grau. A idade limite para doação é de 37 anos. Ser mãe após os 35 anos é absolutamente possível, e muitas mulheres conseguem ter filhos saudáveis e felizes nesta fase da vida. A maternidade ‘tardia’ pode ter seus desafios, mas também pode ser uma experiência profundamente gratificante e transformadora, desde que seja com acompanhamento médico especializado, afinal é tarde para quem?” finaliza Dra. Carla Iaconelli.


Junho Violeta: hábito de coçar os olhos pode levar à cegueira

 

Campanha alerta para o Ceratocone, doença progressiva e que pode provocar sérios problemas oculares 


A campanha Junho Violeta reforça a prevenção do Ceratocone, doença ocular genética que  danifica a estrutura da córnea. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge uma a cada 2 mil pessoas no Brasil e, por ano, afeta cerca de 150 mil brasileiros. A falta de acompanhamento especializado agrava ainda mais o problema. 

 

De acordo com a oftamologista Maria Regina Chalita, do CBV - Hospital de Olhos e especialista em córnea, o ceratocone é uma doença que pode iniciar no final da adolescência ou início da idade adulta. A médica alerta ainda que crianças com quadro grave de alergia ocular podem apresentar ceratocone ainda na infância.

 

A especialista ressalta que a coceira ou a alergia nos olhos estão entre os principais fatores  do ceratocone, e a doença é diagnosticada com exames que avaliam a curvatura e espessura corneanas, sendo estes a topografia (ou ceratoscopia) de córnea e a tomografia de córnea. 

 

“Os principais sintomas são baixa de visão que não melhora totalmente com o uso de óculos, mudança brusca de grau (principalmente aumento do astigmatismo), dificuldade de visão noturna“, explica a especialista. 

 

Com a evolução da doença, a visão pode piorar e o uso dos óculos deixa de ser efetivo. Assim, o paciente precisa usar lentes de contato, ou até mesmo realizar cirurgia, dependendo da gravidade. A doença avançada pode levar a uma limitação grande da visão com prejuízo em diversas atividades cotidianas, podendo chegar à cegueira legal e transplante de córnea. Por isso, é tão importante a prevenção e o acompanhamento com o oftalmologista, que se divide entre estabilizar a doença evitando sua progressão e melhorar a acuidade visual.


Como evitar trombose venosa no pós-operatório

O maior risco de trombose acontece nas primeiras 48 horas após a cirurgia, mas há diversas formas de evitá-la


 

É bem provável que você já deva ter ouvido falar sobre casos envolvendo trombose e cirurgia. Mas, afinal, qual é a relação entre a doença e procedimentos cirúrgicos? Há fatores de risco? O que fazer para evitar?

 

Segundo Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo HC-FMUSP, e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em toda cirurgia há risco de trombose venosa, também conhecida como Trombose Venosa Profunda (TVP).

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a formação da TVP é mais comum na região das pernas ou na área pélvica, correspondendo a 80-95% dos casos.

 

“Ela é caracterizada pela formação de coágulos ou trombos dentro dos vasos sanguíneos, comprometendo o fluxo de sangue. Quando estes coágulos se desprendem das veias podem atingir órgãos vitais, em particular, os pulmões, causando o tromboembolismo pulmonar (TEP), podendo gerar complicações potencialmente graves”.


 

Quais os fatores de risco


Segundo ele, o risco de trombose é mais comum no período pós-cirúrgico, quando o paciente necessita de repouso, fica com a mobilização reduzida e, consequentemente, tem sua circulação sanguínea diminuída.

 

“Entretanto, a chance é maior quando há fatores de risco como uso de pílula anticoncepcional, histórico familiar, tabagismo, obesidade, sedentarismo, doenças genéticas ou autoimunes, que alteram a coagulação sanguínea, entre outras condições”, completa Luís Maatz.


 

É possível prevenir


A primeira consulta é fundamental para que o médico faça uma triagem completa, obtendo todas as informações necessárias sobre o paciente, incluindo histórico de saúde, histórico familiar, hábitos de vida, doenças pré-existentes, cirurgias anteriores, uso de medicamentos, entre outras questões.

 

“A cirurgia plástica não é indicada para pessoas que estão muito acima do peso ideal, com problemas cardiorrespiratórios sem controle adequado ou com algumas pré-disposições individuais. Daí a importância de fazer todos os exames pré-operatórios, que incluem exames de sangue e cardiológicos. Além disso, ela deve ser realizada em um hospital adequado, com toda infraestrutura necessária para atender a algum eventual problema durante ou após a cirurgia”, pontua Maatz.


 

Como notar um possível quadro de trombose no pós-operatório


O maior risco de trombose acontece nas primeiras 48 horas após a cirurgia. No entanto, é fundamental ficar em alerta por mais 15 a 20 dias, período em que ainda pode surgir a trombose.

 

“Fique atento se notar inchaço ou dor na panturrilha; pele quente, avermelhada ou enrijecimento das pernas. Caso identifique os sintomas, dirija-se a um pronto-socorro e comunique seu cirurgião imediatamente”, orienta Luís Maatz.


 

Regras para minimizar o risco de trombose


Primeiramente, certifique-se que seu cirurgião segue o protocolo de prevenção de TVP/TEP. Na maioria das cirurgias plásticas, exceto os procedimentos de pequeno porte e sem restrição da deambulação pós-operatória, há necessidade de algum tipo de intervenção para evitar a trombose.

 

“Verifique com seu cirurgião se o hospital disponibiliza aparelho compressor pneumático intermitente, para massagear as pernas, e se você deverá fazer uso de medicações anticoagulantes”.


 

Mantenha as pernas elevadas e massageadas


Coloque travesseiros ou almofadas embaixo das pernas e dos pés, de modo que eles fiquem em uma altura pouco acima do seu corpo. Várias vezes ao dia, faça movimentos com os pés, como se estivesse pressionando e soltando o acelerador do carro.

 

Além disso, peça para alguém massagear suas pernas. “Essas técnicas evitam que o sangue fique estagnado nas pernas e circule melhor, o que diminui o risco da trombose”, diz Luís Maatz.


 

Não fique o tempo todo parado


O repouso pós-operatório é necessário para a recuperação mais rápida e uma melhor cicatrização. Porém, o paciente não deve permanecer o tempo todo imóvel.

 

“Pequenas caminhadas dentro de casa, ao longo do dia, são importantes para evitar a formação de coágulos, além de favorecerem o funcionamento intestinal. Na primeira semana após a cirurgia, é fundamental fazer essas caminhadas, com alguém supervisionando ou auxiliando”.


 

Faça uso das meias de compressão continuamente


Quando tiver alta e voltar para casa, siga as orientações médicas à risca, o que inclui o uso de meias de compressão para estimular a circulação.

 

“Nos primeiros 10 ou 14 dias após a cirurgia, é fundamental fazer uso contínuo das meias antitrombo. Se achar necessário, compre duas, caso sujem. O importante é mantê-las o tempo todo nas pernas e só retirar quando for tomar banho”.


 

Tome as medicações prescritas com responsabilidade

“Após uma cirurgia plástica, é de praxe a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para dor e antibióticos para evitar infecções. Se for necessário, o cirurgião pode prescrever também anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos no sangue”, reforça Luís Maatz.

 

Ceratocone e rinite alérgica: especialista explica a relação das enfermidades

É comum e, de certa forma instintivo, levarmos a mão aos olhos em diferentes momentos do dia. Seja para nos livrarmos de uma coceira, enxugar lágrimas repentinas ou por causa de doenças alérgicas, como a rinite. Essa enfermidade em questão pode, inclusive, potencializar o desenvolvimento de diversos problemas que prejudicam a saúde ocular, como, por exemplo, o ceratocone. 

Marcelo Diogines, médico oftalmologista do Núcleo de Oftalmologia, explica que a ligação entre as doenças se dá justamente por uma relação de causa e efeito. ”Isso ocorre porque a doença alérgica provoca irritação nos olhos, como lacrimejamento, vermelhidão e coceira. Com isso, automaticamente acabamos esfregando e friccionando mais os olhos em busca do alívio desses sintomas. Porém, a prática pode acabar desencadeando uma inflamação na córnea que é capaz de alterar o seu formato, tornando-o mais ‘cônico'", salienta Dr. Marcelo.

A enfermidade, apesar de não inflamatória, pode prejudicar a visão a longo prazo, como pontua Dr. Marcelo. “O ceratocone altera inicialmente a curvatura da córnea. Essa modificação pode fazer com que o paciente desenvolva o astigmatismo irregular que reduz drasticamente a acuidade visual. Caso não haja tratamento, a doença pode avançar significativamente até o ponto de haver a necessidade de um transplante de córnea para retomar a visão”, declara o médico.

Pessoas suscetíveis aos efeitos de doenças atópicas como rinite e sinusite podem ainda desenvolver diversas outras doenças oculares, como conjuntivite alérgica, infecções nas pálpebras e mais. O especialista indica que é preciso ter atenção a propensão do indivíduo em desenvolver reações alérgicas diversas. “Se você é uma pessoa atópica, provavelmente desenvolverá doenças oculares com mais frequência. Nesses casos, é fundamental um acompanhamento oftalmológico de forma regular a fim de assegurar a saúde da córnea“, finaliza o oftalmologista. 

 

Núcleo de Oftalmologia


Doenças respiratórias: novas tecnologias facilitam o diagnóstico de doenças respiratórias, que aumentam no inverno

Com casos crescentes de bronquiolite em crianças e gripe em adultos, médica do Hospital Israelita Albert Einstein aponta as vantagens dos testes sindrômicos como o QIAstat-Dx, da QIAGEN

 

Com a chegada do outono e do inverno, as doenças respiratórias são as responsáveis por boa parte dos diagnósticos hospitalares. Após a alta crescente dos casos de bronquiolite em crianças, os casos de gripe seguem a mesma tendência, com 31% dos quadros respiratórios na população adulta associados à influenza A, causados pelo H1N1, de acordo com o Boletim InfoGripe da Fiocruz. Com diversos vírus e bactérias em circulação, provocando sintomas bastante parecidos entre eles, novas tecnologias diagnósticas, como os testes sindrômicos, a exemplo do QIAstat-Dx, da multinacional alemã QIAGEN, têm sido fundamentais nesse período.

É o que aponta a Dra. Maira Marranghello Maluf, médica patologista clínica no Hospital Israelita Albert Einstein, ao destacar o teste que utiliza PCR em tempo real, detectando 23 patógenos respiratórios diferentes em até uma hora para identificar o causador dos sintomas.  “Agora podemos fazer diagnósticos que antes eram muito difíceis de concluir”, diz a especialista.

Segundo ela, essa identificação é essencial para o tratamento adequado. “Se a infecção é viral, nenhum recurso terapêutico específico é necessário, a maior parte do tempo. Por outro lado, se uma infecção é bacteriana, geralmente é necessária terapia antimicrobiana. Com tratamento precoce e eficaz, torna-se possível obter melhores resultados clínicos, reduzir tempo de internação e consequentemente reduzir custos”, destaca. A médica espera que, à medida que a tecnologia avança, os custos caiam, e as operadoras de saúde passem a cobrir tais testes, uma vez que diagnósticos rápidos podem trazer economia em saúde a longo prazo.

De acordo com Allan Richard Gomes Munford, gerente regional LATAM de Marketing para Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, doenças como a bronquiolite e a gripe podem desencadear a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) uma condição que pode provocar sintomas quase sempre comuns, como coriza, tosse, febre, dor de garganta e falta de ar, o que dificulta um diagnóstico clínico preciso por parte dos médicos.

“Nesse sentido, os testes sindrômicos ganharam relevância ao identificar, simultaneamente, diversos vírus e bactérias que possam estar agindo sobre o sistema imunológico do paciente. Um diagnóstico rápido e correto contribui para a administração assertiva de medicamentos, reduz as internações desnecessárias e diminui a janela de tempo dessas pessoas nos hospitais”, destaca o executivo.


QIAGEN
https://www.qiagen.com/us/

 

Estação Eucaliptos da Linha 5-Lilás recebe campanhas de vacinação contra Gripe e combate à Diabetes

Estação Eucaliptos - Foto: Divulgação/ViaMobilidade
Em parceria com a UBS Sigmund Freud, ação visa ampliar cobertura vacinal contra a Influenza


A Estação Eucaliptos, da Linha 5-Lilás de metrô paulistano, recebe nesta quarta-feira (28) a campanha de vacinação contra Gripe (Influenza), entre 10h e 14h. O espaço contará com profissionais da UBS (Unidade Básica de Saúde) Sigmund Freud, localizada em Moema, zona sul da Capital. Em alusão ao Dia Nacional da Diabetes, celebrado nesta segunda-feira (26), passageiros também receberão orientação no combate à doença.

 

A ação é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde da Capital e a ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação e manutenção das da Linha 5-Lilás. O objetivo da campanha é ampliar a cobertura vacinal e conscientizar a população sobre a importância de manter as vacinas em dia.

 

A equipe da UBS estará posicionada na área não paga, pelo túnel de acesso ao Shopping Ibirapuera.

 

Serviço: Campanha de Vacinação

Data: 28/06/2023

Horário: 10h às 14h

Local: Estação Eucaliptos, da Linha 5-Lilás   



OceanGate: o que o caso nos ensina sobre inovação?

Até onde você está disposto a correr riscos? Para os tripulantes da OceanGate, empresa criadora do submersível Titan implodido, a resposta parecia estar em uma experiência “inovadora” e acessível para poucos. A promessa da companhia em “tornar o fundo do oceano acessível para a exploração humana como nunca havia sido”, no entanto, se tornou uma terrível tragédia amplamente noticiada, resultando na morte dos cinco tripulantes. Em meio às investigações feitas para descobrir os motivos que levaram a tal cenário, falhas cruciais estão sendo ressaltadas em termos de testagem e inovação.

Fundada em 2009, por Stockton Rush, a companhia surgiu com o objetivo de realizar explorações oceânicas focadas no fornecimento de serviços submersíveis tripulados, permitindo, assim, que pesquisadores e exploradores acessassem os recursos dos oceanos. A princípio, seu sucesso se mostrava promissor, tendo feito sua primeira expedição aos destroços do Titanic, em 2021 e, se tornado a primeira empresa a registrar imagens em 8k do navio, em 2022. Mas, com grandes poderes, vem também grandes responsabilidades.

As apreensões frente à segurança e eficácia do submersível existiam desde o início. Apesar de ter sido criado com o “mais leve e econômico material para mobilizar do que qualquer outro submersível de mergulho profundo”, de acordo com a descrição de seu site, a tecnologia utilizada no processo ainda é nova e não havia padrões de segurança suficientes para que fosse colocado em prática.

Em uma carta escrita pelo próprio Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society ao CEO, em 2018, foi ressaltado o “receio em relação aos possíveis resultados negativos, que teriam sérias consequências para toda a indústria”. Não faltaram alertas de risco sobre a experiência vendida. Até que, em seu terceiro passeio, a falta de preparo do submersível frente a tensão cíclica à qual estava inserida, ocasionou no desastre acompanhado nos últimos dias.

Não há como determinar, ainda, 100% as causas do acidente, mas algo é fato: uma das maiores falhas cometidas pela OceanGate está diretamente ligada à pressa por inovar e se destacar, sem tomar os devidos cuidados ao longo do processo. O mercado está sedento por inovações que alavanquem a marca em seu segmento, conquistando lucros exorbitantes e atingindo um futuro brilhante. Contudo, muitas companhias se equivocam ao trilhar essa jornada desenfreadamente, falhando em seus objetivos por, justamente, não conduzir o processo de inovação com base em uma gestão constante.

No caso do submersível, não foram feitos testes suficientes para analisar os possíveis impactos deste serviço a longo prazo, como por exemplo, o fato de que a pressão da água sobre ele seria equivalente ao peso da Torre Eiffel, se aproximado em dezenas de milhares de toneladas. Algo extremamente perigoso, não apenas considerando que estes modelos apresentam menos reserva de energia do que os submarinos, mas principalmente, pelo fato do Titan ter sido construído com fibra de carbono em vez do titânio tradicional – o que deveria, por isso, ter passado por muitas outras experimentações antes de ser lançado.

Essa é a clássica premissa do funil de inovação, no qual, através de três etapas muito bem estruturadas, visa uma análise minuciosa sobre as ideias propostas, possíveis riscos aos quais estarão sujeitas, e retornos que poderão trazer para que as melhores sejam testadas rigorosamente.

Essas experimentações são cruciais ao inovar, uma vez que permitirão não apenas ter uma maior noção sobre os resultados que essas propostas trarão, como, principalmente, descobrir pontos de falhas a serem corrigidas antecipadamente – evitando, justamente, consequências drásticas que, como neste caso, coloquem vidas em risco.

O mesmo erro foi visto, por exemplo, no acidente do Boeing 737 MAX 8, da companhia aérea Lion Air. Apesar de ter sido desenvolvida através de uma extrema automatização e recursos modernos, o software utilizado ainda não havia sido devidamente testado pelo piloto – o que fez com que, em uma simples manobra de ajuste da aeronave, a falta de conhecimento e experiência de utilização do sistema o impedisse de endireitá-lo a tempo, antes da queda.

É claro que não há como negar o fascínio existente sobre a história do Titanic e a possibilidade de ver de perto os destroços desta embarcação tão famosa. Mas, qualquer lançamento inovador e disruptivo precisa ser muito bem testado antes de qualquer coisa, contando sempre com uma gestão robusta por trás e que dê a segurança necessária para a sua implementação.

Inovar por inovar não faz o menor sentido, e certamente não trará o resultado desejado. É preciso sempre ter uma governança de inovação por trás, sendo extremamente criterioso nos testes instaurados até ter certeza de que o serviço ou produto está pronto para ser lançado. Apenas assim, será possível se tornar uma empresa verdadeiramente inovadora, segura e com credibilidade no mercado.

 


Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio-fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.


ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br

 

O Papel da Inteligência Artificial na Agricultura: Impulsionando a Inovação no Campo.


Agricultura e tecnologia são dois conceitos intrinsecamente ligados ao longo da história. Desde os primeiros avanços na produção de alimentos até as técnicas modernas de cultivo, a inovação tem sido um fator chave para impulsionar a produtividade e o desenvolvimento no setor agrícola. E agora, com o advento da inteligência artificial (IA), estamos testemunhando uma revolução sem precedentes no campo.

 

A IA está transformando a agricultura em todos os aspectos, desde a análise de dados para otimizar o plantio até o monitoramento de culturas com drones. Essas tecnologias estão permitindo que os agricultores aumentem a eficiência, melhorem a produtividade e reduzam o desperdício, garantindo a sustentabilidade e a segurança alimentar em um mundo em constante crescimento populacional.

 

Uma das aplicações mais importantes da IA na agricultura é a análise de dados. Com a coleta de informações sobre solo, clima, nutrição de plantas e outros fatores relevantes, os agricultores podem tomar decisões mais informadas e precisas. Algoritmos de IA são capazes de processar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões e fornecendo insights valiosos sobre o momento certo de plantar, irrigar e colher. Isso ajuda a otimizar o uso de recursos, reduzindo o consumo excessivo de água, fertilizantes e defensivos agrícolas, resultando em uma produção mais sustentável.

 

Além disso, a IA está revolucionando o monitoramento de culturas. Os drones equipados com câmeras avançadas e sensores são capazes de sobrevoar as plantações e coletar informações precisas sobre a saúde das plantas. Algoritmos de visão computacional e aprendizado de máquina podem identificar doenças, pragas, estresse hídrico e deficiências nutricionais com uma precisão impressionante. Essas tecnologias permitem que os agricultores ajam de forma proativa, adotando medidas corretivas antes que os problemas se tornem generalizados. Isso resulta em uma melhor qualidade dos produtos, redução de perdas e aumento da lucratividade.

 

Outro campo promissor para a IA na agricultura é a automação. Máquinas autônomas e robôs equipados com sistemas de IA estão sendo desenvolvidos para realizar tarefas agrícolas complexas, como o plantio, a colheita e a pulverização de defensivos. Essa automatização reduz a dependência de mão de obra humana, que muitas vezes é escassa e cara, e aumenta a eficiência operacional. Além disso, a IA permite que essas máquinas ajam de forma adaptativa, ajustando-se a diferentes condições e respondendo às mudanças no ambiente, o que é essencial em um setor tão dinâmico quanto a agricultura.

 

É importante ressaltar que a implementação da IA na agricultura não substitui o papel fundamental do agricultor, mas sim o capacita e o torna mais eficiente. A expertise e o conhecimento humano continuam sendo essenciais para tomar decisões estratégicas e interpretar os resultados gerados pelas tecnologias de IA. A combinação da inteligência humana com a inteligência artificial é o caminho para a agricultura do futuro.

 

No entanto, apesar de todos os benefícios e avanços proporcionados pela IA na agricultura, é necessário um cuidadoso monitoramento e gerenciamento ético dos dados. A privacidade dos agricultores e a segurança das informações coletadas devem ser prioridades, evitando-se o uso indevido dos dados ou a concentração excessiva de poder nas mãos de poucas empresas.

 

Através da análise de dados, monitoramento de culturas e automação, a IA está transformando a forma como os agricultores produzem alimentos, aumentando a eficiência e a sustentabilidade. No entanto, é fundamental que a implementação da IA seja feita de forma responsável, garantindo a privacidade e a segurança dos agricultores. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa para impulsionar a inovação no campo, e seu potencial está apenas começando a ser explorado.

 

 

Ricardo Martins - CEO da TRIWI e especialista em Marketing Digital.



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