Coração, rins e fígado podem ser atingidos
“Embora o pré-diabetes seja amplamente conhecido como uma fase intermediária entre a normalidade e o diabetes tipo 2, seus impactos vão muito além da glicemia alterada e podem comprometer seriamente a saúde de diversos órgãos, como o coração, rins e fígado”, alerta Dra. Patrícia Moreira Gomes, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (SBEM-SP).
A condição que
atinge milhões de brasileiros e é frequentemente negligenciada pode levar a
risco aumentado para doenças cardiovasculares, como
infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), que são as principais
causas de morte no Brasil. “Mesmo sem o diagnóstico de diabetes, os níveis
elevados de glicose no sangue começam a danificar os vasos sanguíneos e os
nervos, o que favorece o desenvolvimento de problemas cardíacos graves”,
explica a médica.
Além disso, o
pré-diabetes também está associado à doença renal crônica (DRC), uma
condição progressiva que afeta a capacidade dos rins de filtrar adequadamente o
sangue. “O excesso de glicose no sangue sobrecarrega os rins e, com o tempo,
essa sobrecarga pode causar danos permanentes, levando à insuficiência renal”,
explica Dra. Patrícia.
Outro perigo
frequentemente ignorado é o impacto no fígado. O acúmulo de
gordura no fígado, conhecido como doença
hepática esteatótica associada à disfunção metabólica, tem uma
alta prevalência entre os pré-diabéticos. Essa condição pode evoluir para
inflamação do fígado, fibrose e até cirrose, aumentando o risco de complicações
hepáticas severas.
A boa notícia é
que, com a perda de peso e mudanças no estilo de vida, como alimentação
balanceada e prática regular de atividades físicas, o pré-diabetes pode ser
revertido, prevenindo a progressão para o diabetes tipo 2 e reduzindo os riscos
das complicações associadas. “A identificação precoce e o controle rigoroso são
essenciais para evitar o avanço dessas complicações. Recomendamos que todas as
pessoas com fatores de risco, como obesidade, histórico familiar de diabetes e
hipertensão, realizem exames regulares de glicemia”, conclui a
endocrinologista.
A SBEM-SP reforça a importância de campanhas educativas sobre o pré-diabetes e a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção e manejo dessa condição. A conscientização sobre os perigos ocultos do pré-diabetes pode salvar vidas e reduzir a sobrecarga no sistema de saúde.
SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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