Neste mês, Brasil adota definitivamente
o novo modelo de vacinação, com dose única
O Ministério da Saúde anunciou mudanças
na aplicação da vacina contra a poliomielite. A famosa imunização por
"gotinhas" foi substituída por uma única dose injetável em todo o
Brasil. A mudança entrou em vigor definitivamente a partir do dia 4 de
novembro, em todo o território nacional.
A
poliomielite é causada por um vírus da família dos poliovírus, que ataca
o trato intestinal, principalmente de crianças, por meio da ingestão de água ou
alimentos contaminados. Em sua forma mais grave, a doença pode causar paralisia
progressiva, resultando em sequelas motoras permanentes. A vacinação na
primeira infância é uma forma de prevenção.
“Mesmo
com essa mudança, vacinar é fundamental para garantir uma proteção eficaz, com
até 99% de imunidade após o ciclo completo. Além disso, a vacinação evita a
circulação do vírus, reduzindo o risco de mutações e novas infecções em pessoas
que possam ser vulneráveis”, afirma o Dr. Paulo Antônio Friggi de Carvalho,
infectologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
O
esquema de vacinação contra a poliomielite com as “gotinhas” funciona com três
doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, feitas com a vacina injetável, e
os reforços ocorrem com a vacina oral, aos 15 meses e aos 4 anos. Com a nova
diretriz, o esquema será simplificado: as três doses injetáveis permanecem, mas
o reforço será dado apenas aos 15 meses, também com a vacina injetável,
eliminando a dose aos 4 anos.
De
acordo com o médico, a principal diferença entre as vacinas é o tipo de vírus
utilizado. "A vacina oral contém cepas de vírus vivos atenuados, enquanto
a injetável utiliza vírus inativados. Apesar disso, ambas oferecem o mesmo
nível de proteção", afirma.
A
alteração segue recomendações científicas recentes, tanto que outros países já
adotaram a prática. Segundo o Dr. Paulo, além de garantir eficácia máxima com
menor número de doses, o uso exclusivo da vacina injetável elimina o pequeno,
mas existente, risco de mutação das cepas atenuadas, presentes na vacina oral,
que poderiam circular no ambiente e infectar pessoas com o sistema imunológico
comprometido.
Em 2023, a cobertura vacinal do país contra poliomielite atingiu 84,63%, mas a meta anual é vacinar, no mínimo, 95% do público-alvo, que abrange cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde.
“É importante destacar que a vacinação segue sendo o método mais eficaz para prevenção e até erradicação de doenças em todo mundo. Ela está disponível de forma gratuita e segura nas unidades básicas de saúde e devem fazer parte da rotina de cuidados de todos”, finaliza o profissional.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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