Exames moleculares detectam a bactéria com mais precisão, proporcionando agilidade ao início do tratamento adequado
No
Brasil, a bactéria Helicobacter pylori é responsável
por mais de 60% dos casos de câncer de estômago. Apesar da bactéria ser
encontrada em habitantes dos cinco continentes, a infecção causada por ela
prevalece mais nos países em desenvolvimento. No Brasil, a prevalência média é
estimada em 71,2%. Entre as doenças que podem ser originadas pelo H. pylori,
estão a gastrite crônica, úlcera péptica, duodenal, até câncer e linfoma
gástrico.
A
infecção provocada pela bactéria é responsável por cerca de 50% de todos os
cânceres gástricos no mundo. Isso corresponde a quase 350 mil casos da
doença anualmente. Esse tipo de câncer é a segunda causa de morte no
mundo, com incidência de 800 mil casos por ano. A infecção pelo H. pylori
está associada a um risco duas vezes maior para o desenvolvimento do problema.
Acredita-se que mais de um terço dos carcinomas gástricos seja atribuído à
infecção pela doença.
A
prevalência da infecção pelo H. pylori varia com a idade,
características de saúde e com o nível socioeconômico das pessoas. Segundo o
último Consenso
Brasileiro sobre infecção por H. pylori, a prevalência em crianças de
2 a 5 anos é de 50% e nas menores de 10 anos a porcentagem aumenta de 70
para 90%.
Em países em desenvolvimento e em subcontinentes, como a América Central e a
América do Sul, a porcentagem de pessoas infectadas gira em torno de 70% e 90%.
Na Ásia, o índice varia entre 50% e 80%. Na Europa Oriental, 70%, e na Europa
Ocidental a porcentagem fica entre 30 e 50%. Já em países desenvolvidos, esse
percentual cai drasticamente. No Canadá e nos Estados Unidos, esse valor
corresponde a 30% e na Austrália cerca de 20% da população é infectada pelo H. pylori.
Os principais fatores de risco para adquirir a infecção são status sanitário e
nível socioeconômico baixos.
70% da população brasileira pode estar infectada pela
bactéria
O H. pylori é
uma bactéria que vive na superfície da mucosa gástrica e desenvolveu mecanismos
de defesa que a permitem sobreviver no ambiente ácido e inóspito do
estômago. “A gastrite induzida por ela é uma das infecções crônicas mais
comuns na espécie humana. Estima-se que, aproximadamente, 70% da população
brasileira esteja infectada por esta bactéria, mas por razões ainda
desconhecidas, enquanto algumas pessoas são assintomáticas, outras desenvolvem
gastrites, úlceras e até mesmo câncer gástrico”, diz Cristiane
Nagasako, médica gastroenterologista.
A
médica lembra que, desde 1994, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer,
da Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhece o H. pylori como
um agente carcinogênico do tipo 1, ou seja, uma bactéria relacionada ao
câncer em humanos. A presença da bactéria no estômago pode levar à atrofia
gástrica, que aumentaria o risco de desenvolver, posteriormente, adenocarcinoma
gástrico, responsável por causar cerca de 95% dos casos de tumor do
estômago.
Tratamento
O
tratamento do H.pylori é feito principalmente
com antibióticos. E o sucesso na erradicação depende da aderência e da
sensibilidade da bactéria ao medicamento escolhido. A presença de resistência a
determinados antibióticos reduz drasticamente a chance de eliminar a bactéria.
“Atualmente,
os testes moleculares permitem identificar as cepas resistentes a determinados
antibióticos e esse conhecimento auxilia o médico a escolher o tratamento mais
efetivo para a erradicação da bactéria, evitando tratamentos ineficazes e
efeitos colaterais desnecessários. A resistência antibiótica, principalmente
aos compostos Claritromicina e Levofloxacina, vem aumentando mundialmente e se
mostra como o principal fator determinante para a dificuldade de erradicação do H.
pylori”, afirma a gastroenterologista.
Exames moleculares garantem mais assertividade no
tratamento
Diante
desse cenário, os testes de PCR em tempo real, projetados para a identificação
específica do H. pylori e detecção de
resistência à Claritromicina em fragmentos do tecido gástrico de pacientes com
sintomas gastrointestinais, podem auxiliar na adequada detecção e no tratamento
da bactéria. “Em razão da alta sensibilidade e especificidade do teste, é
possível identificar a presença da bactéria e da resistência à Claritromicina”,
destaca Cristiane.
A
Mobius, empresa de soluções para diagnóstico molecular, genético e automação,
que soma mais de duas décadas de atuação, acaba de lançar o Kit
Master H.pylori para identificação do H.pylori. Além
dele, o GenoType
HelicoDR também faz parte das soluções disponibilizadas para todo o
Brasil.
A tecnologia
é baseada em uma técnica que extrai o DNA a partir de amostras de biópsia ou
cultura primária e que fornece vantagens em relação ao tempo de processamento
reduzido - já que leva o tempo de cerca de 1h30. Além de fornecer facilidade na
análise do resultado, alta sensibilidade e 100% de especificidade para os alvos
pesquisados, os reagentes de PCR podem ser armazenados em temperatura ambiente
até seu primeiro uso e possuem um fluxo de bancada simplificado, otimizando o
diagnóstico.
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