Perfis falsos em redes sociais, contas de WhatsApp roubadas e plataformas de namoro são alguns dos recursos utilizados pelos criminosos para cometer fraudes
De
acordo com o Serasa Experian, os brasileiros sofrem uma tentativa
de fraude a cada 8 segundos. E as principais tentativas de golpes
registradas pelo indicador envolvem a compra de celulares com documentos
roubados, emissões de cartões de crédito e financiamento de eletrônicos com
dados de vítimas. Segundo a ESET,
empresa líder em detecção proativa de ameaças, embora o roubo de identidade
exista há muito tempo, ele cresceu a partir da pandemia.
Este
tipo de crime pode ocorrer de várias maneiras, como ligações, SMS, e-mail,
mensagens em aplicativos de conversa, como WhatsApp, ou redes sociais. Todos
estes estão muito conectados às técnicas de engenharia social, ou seja, a arte
de manipular psicologicamente e emocionalmente pessoas desprevenidas, para
convencê-las a fazer algo que as prejudique.
Segundo
a ESET, as plataformas e métodos utilizados mais frequentemente para cometer
esse golpe são:
- E-mails de phishing copiando
a identidade de terceiros: além de enviar comunicados que se passam por
órgãos governamentais, entidades financeiras, empresas ou serviços
digitais, como plataformas de compra online ou de entretenimento, também
podem fingir ser um contato conhecido, se sua conta foi previamente
invadida. Um caso exemplo de estelionato por meio de e-mail foi em que criminosos aproveitaram a
preocupação com a Omicron em uma nova campanha de phishing.
Nos
casos mais sofisticados, os criminosos podem enganar o usuário usando técnicas como
o e-mail spoofing, que permite que os hackers ocultem o endereço verdadeiro do
remetente e o substituam por um legítimo, se passando por uma empresa ou
usuário ao utilizar um domínio autêntico para enviar e-mails fraudulentos.
Quando
receber um e-mail é importante prestar atenção aos que se referem a supostas
contas não pagas, empréstimos e dívidas.
- Perfis falsos nas redes
sociais: por
meio das redes sociais, os criminosos tentam se passar por usuários
legítimos ou até mesmo celebridades, entidades bancárias, marcas ou
serviços conhecidos. Os estelionatários criam perfis falsos que não são
verificados, a não ser que consigam hackear a conta oficial, e desta
maneira, conversam com usuários desprevenidos para que entreguem dados
pessoais para se passarem por eles ou para que concedam diretamente os
dados bancários ou de outros serviços.
- Contas de WhatsApp roubadas: a partir das contas do
mensageiro, os golpistas conversam com contatos da vítima, se passando por
ela e fazendo familiares e amigos acreditarem que a pessoa passou por um
inconveniente e precisa de um empréstimo. Nos últimos meses, a ESET
registrou casos em que se passaram por um órgão governamental atribuindo
turnos de vacinação, mas o objetivo era
roubar o código de seis dígitos para
clonar a conta do WhatApp, para enganar os contatos.
Independentemente
da desculpa que eles usam, a forma de roubar a conta é utilizando o número de
telefone e pedindo o código de verificação de seis dígitos que chega via SMS
quando se quer abrir o aplicativo em um novo aparelho.
- Estelionato por meio de
ligações (vishing): o vishing é o nome dado para chamadas
telefônicas em que golpistas se passam por pessoas ou empresas, e que
segue sendo uma técnica recorrente dos criminosos. Embora o primeiro
contato seja, na maioria das vezes, feito pelo WhatsApp, SMS ou redes
sociais, os golpistas continuam por telefone até convencer a vítima a
entregar dados confidenciais, que geralmente levam ao roubo de dinheiro.
Um
exemplo foi o golpe telefônico registrado em Sergipe em que se fizeram passar pela Defensoria
Pública para receber quantias em dinheiro que foram retidas do Plano Collor
- Roubo de identidade em
aplicativos e plataformas de namoro: é comum que os golpistas se
passem por alguém que não são em aplicativos e plataformas de namoro.
Nestes casos o que geralmente acontece é que os criminosos criam perfis
falsos usando imagens roubadas de perfis oficiais ou mesmo da web, e então
entram em contato com pessoas interessadas em estabelecer conexões e
enganá-las, uma vez que um vínculo de confiança é estabelecido com
histórias bem trabalhadas sobre supostas emergências, envio de presentes
ou situações semelhantes.
- Roubo de identidade com
chips clonados: a clonagem de chip, o SIM Swapping, é outra modalidade relacionada
ao roubo de identidade que aumentou nos últimos tempos. Nestes casos, os
cibercriminosos conseguem contornar os controles de segurança
implementados pelas empresas de telefonia e se passam por clientes
legítimos para conseguir um novo chip com a linha telefônica dos usuários
que tiveram suas identidades roubadas. Desta forma, eles sequestram sua
linha telefônica e controlam suas ligações e mensagens.
Além
disso, eles usam informações adicionais das vítimas, como endereço de e-mail, documentos
de identidade e outras informações, e então solicitam uma nova senha. Assim que
recebem o código de verificação que chega via SMS, os criminosos acessam suas
contas bancárias, entre outros serviços online, para roubar dinheiro e
continuar realizando golpes.
"Quanto
às recomendações para prevenir o roubo de identidade, a primeira coisa é estar
atento aos sinais que possam indicar que sua identidade foi roubada.
Antes de tudo, é necessário entender como estes golpes ocorrem para saber como
se aproveitam desses dados que, pela desinformação, consideramos não tão
relevantes ou que não podem ser usados contra nós. Por isso, é importante estar
informado e conhecer as estratégias mais comuns utilizadas pelos criminosos,
tendo em vista que novas modalidades estão constantemente surgindo", aconselha
Camilo Gutierrez Amaya, Chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET América
Latina.
As
principais recomendações da ESET para prevenir roubos de informações na
Internet são:
- Implementar autenticação de dois fatores,
também conhecida como 2FA, em serviços e aplicativos. Essa camada extra de
segurança permite que os usuários não confiem apenas em sua senha para
proteger suas contas.
- Usar senhas longas e únicas para cada serviço
ou conta on-line.
- Instalar
uma solução antivírus em seus dispositivos e minimizar a quantidade de
informações que você compartilha online para ser menos exposto ao uso
indevido por terceiros. Para isso é necessário verificar as configurações
de privacidade em redes sociais e contas como o Google.
Caso
você tenha sido vítima, a primeira coisa a fazer é entrar em
contato com a instituição financeira, rede social ou serviço online que os
invasores tiveram acesso para recuperar suas contas e, em seguida, alterar as
senhas em todas as plataformas. Também é importante que, na medida do possível,
as pessoas façam a denúncia em caso de vítimas de roubo de identidade.
Atualmente é difícil obter dados fiéis à magnitude do problema porque muitos
usuários não relatam esses casos.
No
Brasil o serviço que pode ser usado para fazer reclamações de cibercrimes é
diferente para cada região, neste link
você encontra a descrição do contato para cada um dos estados. Além disso, a
Polícia Civil do Estado de São Paulo compartilha em seu site
algumas dicas de prevenção a crimes cibernéticos.
Para saber mais sobre segurança da informação, visite o
portal de notícias ESET: https://www.welivesecurity.com/br/
Por outro lado, a ESET convida você a conhecer Conexão
Segura, seu podcast para descobrir o que está acontecendo no mundo da segurança
da informação. Para ouvir acesse:
https://open.spotify.com/show/61ScjrHNAs7fAYrDfw813J?si=242e542c107341a7&nd=1
ESET