Aspecto
moderno e falta de informação têm feito aumentar consumo do dispositivo
Em 29 de agosto, no
Brasil, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Atualmente, cerca de 10%
da população brasileira acima de 18 anos é tabagista, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (IBGE). O número representa um avanço em relação há 20 anos,
quando esse percentual era o dobro, mas o vício ainda atinge mais de 20 milhões
de brasileiros. E conforme as políticas públicas de prevenção avançam, novos
desafios também se apresentam. O cigarro eletrônico é um dos principais deles.
Segundo o Ibope
Inteligência, o número de pessoas que usam cigarro eletrônico no Brasil, em
apenas um ano, dobrou, saltando de 0,3% da população para 0,6%. São cerca de
600 mil usuários brasileiros da tecnologia que, dizem os especialistas, é capaz
de causar tanto dano físico e psicológico quanto o cigarro tradicional.
"Como não há
regulação em relação ao cigarro eletrônico no país, não sabemos o que as
pessoas estão aspirando. Outro importante ponto é que esse tipo de vício tem atraído
principalmente os adolescentes, pelo formato, pela novidade e pela falta de
informação também sobre o impacto nocivo deles. Os produtores investem em um
design moderno, com cara de aparelho eletrônico, para atrair essa geração que,
até então, já tinha quase que abandonado o cigarro", explica Clarissa
Mathias, oncologista do Grupo Oncoclínicas.
A pandemia da Covid-19
vem deixando os especialistas em estado de alerta. Ansiedade, solidão provocada
pelo isolamento social e o medo da doença têm levado os tabagistas a
descontarem os sentimentos de incerteza no cigarro. Segundo pesquisa da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os tabagistas aumentaram o número de cigarros
consumidos diariamente em até 40%. E isso também pode estar acontecendo com os
consumidores de cigarro eletrônico, acreditam especialistas.
"Não temos como
saber quais serão as consequências do consumo desse tipo de cigarro a médio e
longo prazos. Teremos que esperar talvez 20 anos para medir isso, o que pode
ter consequências para toda uma geração, já muito afetada por um evento de
grande proporção, que foi a pandemia, que deixou muita gente mais ansiosa e
mais angustiada e que pode buscar esse hábito como válvula de escape",
ressalta Clarissa.
O dispositivo vaporiza
um líquido que contém uma grande quantidade de nicotina e, embora não existam
ainda estudos definitivos que indiquem o impacto no desenvolvimento de
cânceres, os dispositivos eletrônicos possuem sim elementos que podem ser
altamente prejudiciais, mesmo não contendo tabaco em sua composição. O
crescimento desse consumo pode representar um retrocesso para o Brasil, que é
reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate
ao tabagismo.
"A nicotina pode
ser consumida com combustão e produção de fumaça - caso de cigarros, charuto,
narguilé - ou sem combustão e produção de fumaça, como acontece em situações de
uso de rapé e cigarros eletrônicos sem tabaco ou com tabaco modificado para ser
aquecido. Por isso devemos estar atentos ao estímulo da conscientização dos
riscos de todo e qualquer tipo de fumo", comenta o oncologista Carlos Gil
Ferreira, líder de tumores torácicos do Grupo Oncoclínicas e Presidente do
Instituto Oncoclínicas.
Tabagismo ainda é a
principal causa de câncer
O tabagismo continua
sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão em todo o mundo. Aliás, não
apenas deste tipo de tumor: em 2017, conforme dados do INCA, 73.500 pessoas
foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo no país
e 428 pessoas morrem diariamente no país por conta dele. A entidade aponta
ainda que mais de 156 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco
fosse evitado.
Em 79% dos casos de
câncer de pulmão, por exemplo, os pacientes eram fumantes, ou ex-fumantes.
Apenas 21% nunca tiveram contato com o tabaco. "Todo ano, cerca de dois
milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer de pulmão ao redor do globo. E
quem fuma tem de 20 a 30 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de tumor.
Isso porque as substâncias químicas presentes no cigarro danificam e provocam
mutações no DNA das células pulmonares, fazendo com que deixem de ser saudáveis
e se transformem em células malignas",
diz Carlos Gil Ferreira.
O hábito de fumar
também contribui para o aumento no risco de ocorrência de ao menos outros 12
tipos de câncer: bexiga, pâncreas, fígado, do colo do útero, esôfago, rim e
ureter, laringe (cordas vocais), na cavidade oral (boca), faringe (pescoço),
estômago e cólon, leucemia mielóide aguda. Adicionalmente, o tabagismo é um dos
hábitos relacionados a formas mais graves de infecção pelo novo coronavírus.
Desafio 21 dias sem
cigarro
Com foco no público
jovem, o Grupo Oncoclínicas lança neste mês nas redes sociais a campanha
"Desafio 21 Dias Sem Cigarro", voltada ao incentivo ao abandono do
vício no fumo. A cada dia, é sugerida uma nova meta a ser cumprida. Essas
atividades procuram diminuir a sensação de ansiedade e a própria fissura física
que vem com o consumo de cigarro e dispositivos eletrônicos de vape.
"Parar de fumar
não é um ato isolado na vida. A sensação de perda é muito grande, e o fumante
deve encarar a cessação como uma oportunidade de fazer um balanço e modificar
seus hábitos e estilo de vida. Para vencer a dependência psíquica, a dependência
física e os condicionamentos é preciso ter muita força de vontade e contar com
o apoio de profissionais de saúde, amigos e familiares. A partir desta
mobilização, temos o objetivo de incentivar esse movimento em prol da saúde e
da vida", finaliza Clarissa Mathias.
Para saber mais sobre
o Desafio 21 Dias Sem Cigarro, acesse o www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida
e siga as páginas oficiais nas redes sociais Instagram e Facebook para conferir
as dicas diárias no combate ao fumo e melhora da qualidade de vida.
Oncoclínicas (ONCO3)
www.grupooncoclinicas.com