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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Semana conscientiza sobre prevenção do câncer de boc


Hospital Amaral Carvalho é referência na região no rastreamento e tratamento da doença


   A saúde oral é assunto de destaque no início deste mês em todo o Brasil, com a celebração da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal (2 a 6 de novembro). Mesmo escondidos por trás da máscara, bochechas, lábios, gengivas e língua merecem atenção especial para evitar o câncer de boca.

   Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam o alto índice de mortalidade pela doença: para 2020, são estimados 15.190 novos casos e 6.455 óbitos. “Um pouco mais de 42% dos casos podem evoluir para morte, um número alarmante, que deve nos fazer priorizar o autocuidado bucal”, avalia o cirurgião-dentista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Giovane Furlanetto.

   O especialista explica que, quando detectadas precocemente, as lesões da cavidade oral podem ser tratadas com mais facilidade, com maiores chances de cura e menos sequelas para o paciente. “O diagnóstico em fase inicial possibilita ótimos índices de cura, como nos casos de câncer de lábio (92%) e de câncer de língua (81%)”.

  

Sinais de alerta

   Diretamente relacionado ao uso de cigarro e consumo de bebidas alcoólicas, o câncer de boca está entre os 12 tipos mais frequentes nos brasileiros. De acordo com o profissional, é importante ficar de olho em sinais como feridas na boca que persistam por mais de 15 dias. “A maioria das pessoas com suspeita da doença apresenta dor, aumento de volume da lesão e até dificuldade de alimentação”, destaca.

   Uma afta que doía bastante foi o que fez o auxiliar contábil Guilherme Rosseto (26) suspeitar de algo errado, em agosto deste ano. “Achei estranho, porque, geralmente, aftas somem com certo tempo e essa, não sumia de jeito algum. Então resolvi procurar um dentista”, conta.

   Com encaminhamento ao HAC por um posto de saúde, o jovem afirma que descobrir a doença em fase inicial foi importantíssimo, pois somente a remoção bastou para resolver seu caso, sem precisar de outros tratamentos, como quimioterapia.

   O susto fez Guilherme mudar hábitos antigos, como a má alimentação e falta de atividades físicas. O cirurgião-dentista do HAC lembra que, para prevenir o câncer de boca, é importante manter alimentação saudável, evitar a exposição solar e usar sempre protetor solar, não fumar nem consumir bebidas alcoólicas e usar preservativo também para sexo oral.

 

Referência

   O Hospital Amaral Carvalho, centro de excelência em tratamento oncológico, tem capacidade de atender cerca de 240 pacientes todo ano pelo Programa de Prevenção do Câncer de Boca, mas o número de atendimentos tem sido menor. O serviço é referência para os postos de saúde da região, que podem encaminhar pessoas com queixas bucais para o atendimento especializado. 

   Após avaliação com a equipe de odontologia, se necessário, o paciente realiza biópsia e inicia o tratamento no setor de Cabeça e Pescoço da instituição. “Temos capacidade de receber mais pessoas com suspeita de câncer de boca que, com rapidez e eficiência desde o primeiro atendimento, podem ter acesso a tratamento de qualidade e com segurança”, destaca Furlanetto.

 

Serviço

Programa de Prevenção do Câncer de Boca – Hospital Amaral Carvalho

Agendamento e orientações pelo telefone (14) 3602-1190.


14 de novembro: ADJ Diabetes Brasil promove evento online nacional de educação no mês do diabetes

Estudos mostram que 73% das pessoas com diabetes tipo 2 não aderem ao tratamento*, o que leva a uma série de complicações. Entre elas, a incidência de insuficiência cardíaca, que é de 2 a 5 vezes maior em pessoas com a condição, quando se compara com a população em geral** , além de amputações, retinopatia diabética que leva à cegueira, nefropatia (doença que afeta os rins)...

Para alertar as pessoas com diabetes e seus familiares a se cuidarem, a ADJ Diabetes Brasil fará, no dia 14, às 9h50, o Conexão Diabetes, evento online que trará educação em diabetes. Esta iniciativa é gratuita e as pessoas podem obter mais informações no www.adj.org.br e nas redes sociais da ADJ Diabetes Brasil.

Nele, haverá palestras educativas e interativas sobre alimentação para crianças, monitoramento de glicemia, retinopatia diabética, catarata, como aplicar insulina, a importância da vacinação, tecnologias a favor do tratamento, a iniciativa Quem Vê Diabetes Vê Coração, como contar os carboidratos, curso de uma receita saudável, direitos e deveres da pessoa com diabetes e como cada cidadão pode realizar sua participação social. Todas as aulas serão realizadas por especialistas de renome, para ajudar na adesão ao tratamento.

Para a realização desta ação, a ADJ Diabetes Brasil conta com o patrocínio das empresas: Astrazeneca, Novo Nordisk, Allergan, Bayer, Roche, BD.

 

 Sobre o Dia Mundial:

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

O símbolo do Dia Mundial do Diabetes é um circulo azul que simboliza a união. A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.

 

  

ADJ Diabetes Brasil

www.adj.org.br 

 

 

 

*1. Mendes AVB. Acta Diabetl. 2010; 47(2):137-145; 2. CDC. Available at: http://www.cdc.gov/diabetes/statistics/comp/fig7_overweight.htm. Last accessed September 2015; 3. CDC. National Diabetes Statistics Report, 2014. Available at: http://www.cdc.gov/diabetes/data/statistics/2014StatisticsReport.html. Last accessed September 2015; 4. Gregg EW, et al. N Engl J Med 2014;370:1514–23.

**Nichols et al. Diabetes Care.2004;1879-1884


Novembro Azul: a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

A campanha de conscientização “Novembro Azul”, voltada para as doenças masculinas, tem ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata — a fase inicial do tumor é silenciosa, por isso a importância da detecção precoce. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). A entidade prevê mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata até o final de 2020.

Em seu estágio inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

De acordo com Marcelo José Sette, médico do ambulatório de urologia do Centro Clínico Dona Helena, de Joinville (SC), as causas do câncer de próstata não são completamente conhecidas, mas observa-se que a idade está relacionada: homens acima de 50 anos têm mais chance de desenvolver o tumor. Segundo o INCA, o câncer de próstata é considerado um “câncer da terceira idade”, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Fatores genéticos (hereditários), hábitos alimentares ou estilo de vida podem refletir no surgimento do câncer. O excesso de gordura corporal também aumenta o risco de câncer de próstata avançado. “Bons hábitos alimentares e de saúde física podem auxiliar na prevenção”, frisa o urologista.

Se não tratado, o câncer de próstata pode gerar outras complicações. “Dependendo do estágio da doença, as mais comuns são metástases em gânglios próximos à próstata, invasão da bexiga, levando à obstrução urinária e sangue na urina em grande quantidade, e, por último, metástases em ossos do corpo, como vértebras, bacia e crânio (geralmente provocando dor relevante) ”, explica o profissional.

O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento. “O exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o exame do toque retal são os mais eficientes na investigação do câncer de próstata”, aponta o médico. “Em casos iniciais, a cura é o objetivo do tratamento, podendo este ser feito de modo cirúrgico e/ou radioterapia, com excelentes resultados. Em casos mais agressivos ou mais avançados, o tratamento engloba o uso de medicações com resultados cada vez mais promissores”, destaca Marcelo. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um. 


Oncogenética para rastreamento precoce

No Onco Center Dona Helena, há profissionais aptos a realizar aconselhamento genético, serviço que auxilia na prevenção — a oncogenética é uma ciência que estuda os aspectos moleculares, celulares, clínicos e terapêuticos de síndromes de predisposição ao câncer. “O objetivo principal é identificar portadores de defeitos genéticos que aumentariam as chances do indivíduo desenvolver câncer de próstata e, então, atuar de forma preventiva para reduzir o risco, por meio de exames de rastreamento, cirurgias preventivas e/ou terapias”, detalha Lucas Sant'Ana, médico oncologista. 

Pacientes com histórico familiar de câncer de próstata ou de outros cânceres; com presença de certas mutações genéticas; e pacientes com câncer de próstata já diagnosticado, com risco alto, muito alto ou metastático formam um grupo de indivíduos que possuem maior probabilidade de terem diagnóstico de mutações genéticas. “Sendo assim, a avaliação de um médico que atue com oncogenética é indicada para realizar a investigação genética do paciente”, aponta Lucas. “Caso diagnosticado com alguma mutação genética, este paciente pode se beneficiar de um rastreamento mais precoce do que o usual, bem como de terapias diferenciadas para aqueles que já têm esse diagnóstico. ”


Conheça alguns fatos sobre a asma

A asma, doença respiratória crônica, ainda sem cura, atinge cerca de 20 milhões de brasileiros¹ e, se não tratada corretamente, pode matar8; Planos de saúde avaliam a incorporação de medicamento para o tratamento de asma alérgica grave e a sociedade pode opinar!

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 20 milhões de brasileiros convivem com a asma1. Apesar de ser uma enfermidade comum, e ter recebido mais atenção nos últimos meses devido à pandemia, já que pacientes asmáticos não tratados e/ou não controlados têm maior risco de gravidade, existem alguns fatos importantes que nem sempre são conhecidos por todos. A seguir, listamos alguns deles:

Asma é a doença não transmissível mais comum entre as crianças

Segundo levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença respiratória é a mais comum entre as crianças2. No Brasil, aproximadamente 20% das crianças convivem com a asma3. Entretanto, a maioria das mortes causadas pela condição ocorre nos adultos mais velhos2. 



Não ter sintomas não significa que o tratamento pode ser interrompido

A asma é uma doença de tratamento contínuo. "O erro de muitos pacientes é não aderir ao tratamento prescrito pelo médico, só porque os sintomas não estão presentes. A asma é uma doença crônica, portanto, o tratamento medicamentoso ajuda na prevenção do agravamento de sintomas na forma de crises", alerta Rafael Stelmach, presidente da Fundação ProAr e médico pneumologista do Hospital das Clínicas. 


Além dos anti-inflamatórios, como os corticoides inalados1, os pacientes com asma alérgica grave (ou seja, aqueles que, mesmo seguindo o tratamento corretamente não conseguem controlar os sintomas da doença) podem contar terapias mais avançadas, já disponíveis no Brasil, capazes de controlar os sintomas, permitindo uma vida normal aos pacientes4,5. "Cada pessoa apresenta a doença de maneira diferente, por isso, é sempre muito importante conversar com o pneumologista para saber quais as linhas de tratamento mais eficazes para cada caso. Hoje em dia, o SUS já oferece alguns medicamentos, inclusive biológicos5 que, em casos muito graves, são a melhor opção para o controle da asma", diz o médico. 



Adotar hábitos saudáveis e evitar os fatores desencadeadores da doença, em conjunto com o medicamento correto, ajuda no controle dos sintomas

Stelmach explica que, para chegar ao tratamento mais eficaz, o médico avalia, entre outras questões, o histórico clínico e os sintomas do paciente. "Com essas informações, conseguimos orientá-los a reduzirem os fatores desencadeadores ou agravante dos sintomas como exposição a poeira, ácaros, fungos, cheiros fortes, cigarro, entre outros. A prática de atividades físicas regulares e uma alimentação saudável, também são recomendadas em adição ao tratamento medicamentoso6,7", esclarece. 


O especialista também enfatiza que a ausência dos sintomas não significa que o paciente esteja curado. "Um erro de muitos pacientes é parar com a medicação, quando a asma está controlada. É importante lembrar que a asma é uma doença crônica e sem cura, o que significa que os sintomas podem voltar a qualquer momento, por isso, é tão importante a adesão ao tratamento". 



A asma, quando não tratada corretamente, pode ser fatal

No Brasil, aproximadamente 20 milhões de pessoas sofrem com a asma8, sendo que, uma em cada vinte tem a forma grave da doença9. Os tipos de asma são classificados de acordo com a gravidade e frequência da manifestação dos sintomas10. De acordo com essa apresentação, o médico determina o melhor curso a ser seguido, pois, apesar de crônica, essa é uma doença que possui tratamentos que possibilitam a redução do número de exacerbações, e com isso, a diminuição no número de hospitalizações11,12.

Em casos extremos, e quando o paciente não adere ao tratamento correto, a asma pode matar8. Seis pessoas morrem diariamente no Brasil por causa da doença13. Por isso, é importante controlar os fatores de risco e ficar atento aos sintomas, pois, o quanto antes se iniciar um tratamento adequado, melhores as chances de controle.



O protocolo de tratamento de asma não é atualizado há sete anos

Os atendimentos feitos via SUS devem seguir o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que determina quais são as melhores práticas para diagnóstico, tratamento e monitoramento de pacientes atendidos pelo sistema público de saúde14.

Quando um novo medicamento chega ao Brasil e é incorporado ao SUS (ou seja, fica disponível para tratamento de pacientes que usam o sistema público), ele passa a fazer parte das possibilidades de medicamentos providos pelo PCDT para que o médico consiga considerá-lo em seu plano de tratamento, seguindo as diretrizes do documento. No caso do PCDT de asma, a última atualização aconteceu em 2013, o que significa que os medicamentos mais avançados que chegaram ao Brasil desde então não constam no regulamento seguido pelos médicos do SUS e, portanto, não podem ser prescritos pelos pneumologistas e alergistas.

Com isso, a Associação Brasileiro de Asmáticos (ABRA) lançou a campanha #AtualizaAsma, com o objetivo de engajar a população no manifesto que pede que as autoridades responsáveis entendam os benefícios da atualização deste protocolo, uma vez que ele não contempla as terapias disponibilizadas nos últimos sete anos no país. Para mais informações sobre a campanha, entre no site: www.atualizaasma.com.br



A ANS abriu consulta pública para ouvir a população sobre a incorporação de novos medicamentos para o tratamento da asma na cobertura dos planos de saúde

A cada dois anos, a Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula os planos de saúde, atualiza o seu rol de Procedimentos. Essa lista contém todos os procedimentos e tratamentos que os planos de saúde são obrigados a oferecer aos seus beneficiários.

Como parte do processo de atualização do Rol, que entra em vigor em 2021, a ANS abriu uma consulta pública para entender a opinião da sociedade sobre os benefícios da incorporação de novas tecnologias, como os medicamentos biológicos, para o tratamento da asma, no Rol de Procedimentos.
A Consulta Pública nº 81 para manifestação da sociedade civil a respeito da atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde1 está disponível de 08 de outubro de 2020 a 21 de novembro de 2020. As contribuições podem ser realizadas por meio do site da Agência Nacional de Saúde (ANS), menu Participação da Sociedade / Consultas e Participações Públicas.




Novartis

www.novartis.com


Novembro Roxo, nascimento de bebês prematuros no Brasil preocupa

 Cuidados simples, como ir às consultas pré-natal, podem fazer a diferença na saúde do bebê


Alguns bebês chegam ao mundo antes do tempo. Apressadinhos, os prematuros nascem antes da 37ª semana de gestação e, mais frágeis, demandam cuidados especiais com sua saúde e desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, por ano, nascem quase 300 mil prematuros, número que coloca o país na 10º posição no ranking mundial de prematuridade, que é a maior causa de mortalidade infantil até os cinco anos de idade em todo o mundo. Aqui no Brasil, a cada 30 segundos, morre um bebê ou uma criança por complicações relacionadas ao parto prematuro.

Por isso, o mês de Novembro é o mês de conscientização para a prematuridade, e, especialmente, no dia 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade. A Dra. Thais Bustamante, pediatra e neonatologista (especialista em prematuros) da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que a prematuridade constitui um maior risco para adoecimento, tanto na vida neonatal quanto na infância e vida adulta. "Os prejuízos que a prematuridade traz extrapolam as questões cognitivas e comportamentais. É, de fato, um problema de saúde pública. Entre os prematuros, temos 59% de casos de prematuridade espontânea - os casos que não conseguimos prevenir. E o restante (41%) é de prematuros provocados", diz Thais.

Segundo a neonatologista, entre os principais desafios estão os de identificar a sobrevida do bebê, minimizar as complicações de curto prazo e evitar as complicações de longo prazo, para permitir que recém-nascido e família tenham uma boa qualidade de vida.

Apesar de algumas causas da prematuridade ainda serem desconhecidas, cuidados simples podem fazer a diferença na sua prevenção. Dra. Thais Bustamante cita algumas medidas que colaboram para evitar que o bebê nasça antes do tempo:

- "Se quer engravidar, programe-se", diz, "é importante conversar com o obstetra sobre a intenção para poder iniciar o uso de vitaminas e exames antes mesmo da concepção".

- Inicie o pré-natal o quanto antes: é melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.

- Relate ao seu obstetra o seu histórico de saúde como doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê.

- Siga as consultas e exames do pré-natal rigorosamente!

- Atenção com a sua pressão arterial e com o peso.

- Evite bebidas alcoólicas: "o álcool durante a gestação, mesmo em doses muito pequenas, pode ter efeitos bastante nocivos para o bebê, como a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento."

- Não fume: "o tabagismo aumenta chances de parto prematuro, do baixo peso do bebê e da morbimortalidade dos recém-nascidos", diz a médica.

- Pratique exercícios de forma correta, sob supervisão e sem exageros.

- Mantenha o calendário de vacinação atualizado.

- Tome ácido fólico e vitamina B12, que vão garantir que o bebê não desenvolva malformações e danos no sistema nervoso.

- Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.

A pediatra lista ainda algumas das causas da prematuridade:

◦ bolsa rota/ruptura prematura de membrana;

◦ hipertensão crônica e/ou pré-eclâmpsia;

◦ síndrome de Hellp;

◦ insuficiência istmo-cervical;

◦ descolamento prematuro da placenta;

◦ placenta prévia;

◦ malformações uterinas e fetais;

◦ infecções uterinas;

◦ gestação múltipla;

◦ fertilização in vitro.

"O obstetra deve sempre fazer o acompanhamento de perto da gestante para ajudar a prevenir o parto prematuro. Além disso, há mulheres que estão fora do risco e podem passar por isso. Com o acompanhamento médico do pré-natal, é possível minimizar os perigos da chegada antecipada do bebê", conclui Dra. Thais.

 


Dra. Thais Bustamante - Pediatra e Neonatologista pela UNESP. Mestre em Cirurgia Pediátrica UNESP. Pós Graduada em Nutrição Pediatrica pela Boston Medicine University


Dia da Radiologia - 8 de novembro

Medo de contraste em exames de imagem pode comprometer precisão do diagnóstico e sucesso no tratamento de diversas doenças


• Receio de fazer exames pode atrasar ainda mais a detecção e/ou acompanhamento de enfermidades como o câncer


• Campanha "Por que contraste?" traz esclarecimentos e desmistifica o assunto por meio de um webiste, brochuras para centros de imagens e vídeos educativos


Ao longo da história da Medicina, avanços científicos e tecnológicos na realização de exames foram fundamentais para que muitas doenças pudessem ser corretamente diagnosticadas e tratadas, beneficiando a saúde e qualidade de vida dos pacientes. Isso porque um diagnóstico preciso e precoce faz toda a diferença no sucesso do tratamento e na chance de cura de diversas doenças.

Alguns exemplos de métodos de diagnóstico que foram surgindo ao longo desse tempo e que permanecem em constante evolução são exames de imagem como a Ultrassonografia, a Radiografia (Raio-X), a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética, que utilizam diferentes tecnologias que permitem a visualização de estruturas internas do corpo sem a necessidade de procedimentos e cirurgias invasivas. Cada um tem vantagens e limitações próprias e são indicados pelo médico de acordo com a região a ser investigada.

Em paralelo, outra grande aliada do diagnóstico é a classe dos medicamentos chamados contrastes, que são indicados em alguns exames para trazer ainda mais informações sobre a parte do corpo que está sendo avaliada. Na maioria das vezes, eles são aplicados através de uma veia, como acontece em exames de Tomografia, e precisam de um termo de aceite do paciente para serem feitos. Porém, pelo fato de serem injetáveis, muitas pessoas têm receio e recusam sua utilização, o que pode compremeter a qualidade do exame e até a investigação de diversas doenças.


Por que contraste?

A indicação do contraste no exame auxilia em diversos diagnósticos, como em doenças de causas inflamatórias, vasculares, infecciosas e principalmente em tumores. Desta forma, fornecem detalhes que muitas vezes não podem ser vistos sem o seu uso. "No passado havia muito receio com o uso de contrastes, mas houve uma evolução nesta classe de medicamentos, tornando-os muitos mais modernos e seguros para os pacientes", esclarece Dra. Ana Teresa de Paiva Cavalcante, médica radiologista e membro do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Para reforçar o compromisso com o cuidado e a segurança dos pacientes e ajudar a desmistificar este tema, a Bayer lançará, este mês, a campanha "Por que contraste?", que é resumida a uma plataforma que reunirá brochuras para os centros de imagem e vídeos educativos para pacientes com intuito de ajudar a esclarecer o porquê do uso do contraste em certos exames. "Sempre existem riscos no uso de qualquer medicação, porém hoje em dia essas taxas são muito baixas para o uso dos contrastes. E se bem indicados, eles trazem informações valiosas para o médico e para o paciente. É importante entender se existe uma contraindicação real ao uso ou se é apenas um receio", alerta a médica.

 


Bayer

http://www.bayer.com.br.

 

Uso regular de analgésicos aumenta risco de deficiência auditiva, diz estudo

São centenas de remédios que, se usados sem controle, trazem riscos para os ouvidos


Apesar de ser muito comum as pessoas tomarem remédios para combater resfriados, febre ou dor de cabeça, a automedicação pode ocasionar um sério risco para a saúde, principalmente se isso for uma prática constante. Especialistas advertem que o uso prolongado de cerca de 200 medicamentos ototóxicos pode provocar zumbido, tonturas e perda de audição.

O consumo regular (duas ou mais vezes por semana) de acetaminofen - mais conhecido como Paracetamol - aumenta em 99% o risco de deficiência auditiva em homens com menos de 50 anos; e em 38% em homens entre 50 e 59 anos. Para quem tem mais de 60 anos, o risco de perda auditiva é 16% maior. Esta é a conclusão de um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Harvard, Hospital Brigham and Women, da Universidade Vanderbilt e da Massachusetts Eye and Ear (EUA), publicado no American Journal of Medicine .

A pesquisa também mostrou que entre as pessoas que usam regularmente aspirina - indicada na prevenção de doenças cardiovasculares -, o risco de perda auditiva foi 33% maior em homens abaixo dos 59 anos. E entre os que usam com frequência anti-inflamatórios não esteroides, como o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e dipirona sódica, o risco foi 61% maior para homens abaixo dos 50 anos, 32% maior para a faixa entre 50 e 59 anos e 16% maior para quem tem 60 anos ou mais.

Outro estudo, este conduzido pelo NUPES (Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), comprovou a relação entre o uso de anticoncepcionais e alterações auditivas. Foi observado que "os contraceptivos hormonais tendem a influenciar alterações do sistema auditivo e do sistema vestibular; ocasionando sintomas como zumbido e vertigem, porém, tais alterações dependem da dosagem administrada. Tais achados evidenciam que os contraceptivos estão diretamente relacionados à perda auditiva neurossensorial em mulheres".

Medicamentos diuréticos, como furosemida e bumetanida, usados no tratamento de pressão alta e insuficiência cardíaca, também podem causar perda auditiva, principalmente se a pessoa tomar mais de um, durante o período de uma hora, segundo aponta relatório da ASHA (American Speech-Language-Hearing Association). A neomicina é outra droga também traz riscos à audição.

Todos esses remédios podem causar lesões graves - algumas vezes irreversíveis - nas partes do ouvido humano responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. As substâncias conhecidas como ototóxicas podem provocar perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento.

Muitas pessoas tomam remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, mas esses medicamentos devem ser consumidos apenas sob prescrição médica.

"Aconselho a quem suspeita de alguma dificuldade para ouvir que procure um médico otorrinolaringologista o mais rápido possível, para que o problema não se agrave. A perda de audição pode ter muitas causas: trauma acústico, infecções, idade avançada, mas pode ser conseqüência também do uso prolongado de um medicamento ototóxico", adverte a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

Claro que, devidamente recomendados, esses remédios são essenciais no tratamento das doenças para os quais foram criados. Por isso, se o indivíduo sabe que está começando a tomar medicamento ototóxico, deve ser acompanhado por um profissional da área auditiva antes e durante o tratamento. O ideal é que, antes mesmo de tomar, sejam feitos exames para se verificar se já existe lesão auditiva que possa se agravar com o uso da substância.

Quimioterápicos usados contra o câncer; antibióticos da família dos aminoglicosídeos (prevenção e tratamento de infecções pós-operatórias e contra tuberculose); além de antineoplásicos e antimaláricos também fazem parte da lista de remédios ototóxicos. É um dilema enfrentado pelos médicos. Até os bebês prematuros correm riscos, já que precisam tomar antibióticos para combater determinadas infecções respiratórias.

A perda auditiva causada por medicamento ocorre quando a medicação prejudica as células sensoriais da cóclea, no ouvido interno. Alguns têm perda de audição temporária. Uma vez que a medicação é suspensa, a audição pode retornar. Outros remédios, no entanto, podem causar danos mais sérios, resultando em perda auditiva permanente. Portanto, é preciso cuidado e atenção!


Fisioterapia de cheiros ajuda a recuperar perda de olfato pela Covid19

Dra. Maura Neves otorrinolaringologista ensina técnicas para treinar o olfato e recuperar o sentido após a COVID-19


A perda da capacidade de sentir cheiro ou olfato, é um dos principais sintomas da Covid19. Há vários graus para essa perda e ela pode ocorrer em qualquer fase da doença ou até não aparecer.

Dra. Maura Neves Otorrinolaringologista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF explica que em muitos casos a perda do cheiro vem associada a perda do sabor (ou paladar). O que a ciência percebeu recentemente é que, em muitos casos, a perda de olfato pode durar meses, mesmo após a pessoa ter se curado da Covid-19.

O que ajuda a combater essa sequela é uma série de exercícios, uma espécie de "fisioterapia de cheiros".

Perder o olfato pode afetar a qualidade de vida, e leva, em alguns casos, a isolamento e até problemas emocionais como a depressão.

Há vários tipos de perda de olfato:

• Anosmia: é uma ausência completa do olfato;

• Hiposmia: é um olfato reduzido;

• Parosmia: é um olfato distorcido, ou seja, sente um cheiro "bom", mas, o cérebro interpreta como "ruim" ou vice versa;

• Fantosmia: é quando você sente cheiros que não existem.

A médica explica que a perda do cheiro também pode afetar a sensação do sabor ou paladar. "Muitas pessoas confundem a perda do olfato com a perda do paladar (ageusia). No caso da Covid-19 a perda do paladar é o que chama atenção para a perda do olfato na maioria das vezes". Explica Maura Neves.

Além da Covid-19 há outras causas de perda de olfato que devem ser investigadas. São elas:

-Gripes e Resfriados: outros vírus podem afetar o nervo olfatório. Isso não é exclusivo do coronavírus!

-Trauma: batida na cabeça ou nariz pode causar perda de olfato.

-Doenças neurológicas: Parkinson, Demência e Alzheimer podem ter redução ou perda do olfato. Nestes casos o treinamento traz bons resultados tanto para o cheiro quanto a memória.

-Doenças nasais: sinusites e rinites crônicas afetam a percepção de cheiro.

A otorrinolaringologista explica que o treinamento do olfato consiste em estimular o nervo olfatório e as conexões cerebrais com aromas específicos e assim ajudar na sua recuperação.

Como fazer o treinamento do cheiro (olfativo)?

São utilizadas 4 fragrâncias de óleos essenciais para estímulo do olfato. Os aromas sugeridos são: rosa, eucalipto, limão e cravo. "Cada essência deve ser inalada por 10 segundos com intervalo de 15 segundos entre cada uma. O treinamento deve ser feito 2 x ao dia durante 24 meses para que haja tempo de recuperação da sensação do cheiro e da comunicação com o cérebro." Explica a médica.

Também podem ser usadas fragrâncias "domésticas" o que torna a realização do treinamento mais fácil. Algumas sugestões abaixo:

• Café;

• Cravo;

• Mentol;

• baunilha;

• Menta (pasta de dente);

• Vinagre;

• Tangerina (suco).

O modo de uso das "fragrâncias domésticas é o mesmo das essências em frequência e tempo. Deve-se ter cuidado apenas em escolher aromas que não causem irritação no nariz para evitar o desenvolvimento de rinite.

Mesmo que a pessoa não sinta o cheiro de nada nos primeiros dias é importante fazer o treinamento. Isso porque um nervo danificado tem uma boa chance de se reparar e o treinamento é a maneira de ajudar isso a acontecer mais rápido.

Estudos recentes mostram que pessoas que usam o treinamento olfativo se saem melhor nas áreas de identificação de cheiros do que aquelas que não fazem nenhum treinamento. Há outros tratamentos possíveis para a perda de olfato. Os medicamentos podem ser prescritos caso a caso e dependem de avaliação e seguimento com médico otorrinolaringologista.

Sobre recuperar o olfato, um estudo brasileiro mostra que a maioria dos casos melhora e que apenas 5% dos casos não apresenta melhora alguma. De qualquer forma, o tratamento precoce ajuda essa recuperação e deve ser feito com orientação médica.

 


Dra. Maura Neves - Otorrinolaringologista

Clínica MEDPRIMUS

http://www.medprimus.com.br


05 MITOS SOBRE APNEIA DO SONO COM DR. ALEXANDRE COLOMBINI

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de sono ruim e aproximadamente 30% da população adulta sofre de apneia do sono.  Infelizmente, a maior parte dos pacientes - entre 85% e 90% -, convive com a doença sem receber o diagnóstico e continua sem tratamento.

Dr. Alexandre Colombini, médico otorrinolaringologista, explica que as apneias do sono, basicamente, são pausas respiratórias por no mínimo 10 segundos durante o sono e quando muito intensas e frequentes, causam a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Existem sintomas noturnos e diurnos:

      - Sintomas noturnos: ronco ressuscitativo, pausas respiratórias presenciadas por alguém, episódios de sufocação, despertares frequentes, sudorese excessiva, pesadelos, insônia e engasgos durante o sono. 


      - Sintomas diurnos: sonolência excessiva, sono não reparador, dor de cabeça ao acordar, alteração do humor, dificuldade de concentração, alteração da memória e diminuição da libido.   

Além desses aspectos clínicos estudados, Colombini elenca alguns alertas e curiosidades dessa doença que, não tratada corretamente, pode aumentar muito a mortalidade e os riscos de problemas cardiovasculares graves como um derrame cerebral (AVC- Acidente Vascular Cerebral) ou um infarto agudo do miocárdio. 

“O Brasil está entre os três países com maior número de casos de apneia. De acordo com um estudo publicado pela revista The Lancet, existem no mundo quase 1 bilhão de casos de apneia do sono”

Mas calma! O especialista explica também que tem tratamento para ronco e da SAOS, claro, variando de acordo com a gravidade de cada caso. Os procedimentos podem ser feitos desde medidas clínicas até cirurgias, melhorando a qualidade de vida e aumentando a sobrevida dos pacientes.



CONFIRA AS CURIOSIDADES E ALERTAS:

1-    Todo mundo que ronca tem apneia? MITO. 
Não é verdade. São necessárias avaliações clínicas por um médico especialista e o diagnóstico é realizado pelo monitoramento do sono através de um exame chamado de Polissonografia.



2-    Perder peso e não dormir de barriga cheia melhora a apneia do sono? VERDADE!
Sim. Hábitos saudáveis de vida, como alimentação balanceada, estar em forma e evitar tabagismo (sem fumar até 04 horas antes de deitar) podem contribuir com melhor qualidade dos quem sofre desse mal. Vale ressaltar que a pessoa que está acima do peso  tem o excesso de tecido mole na garganta e isso dificulta mantê-la aberta ou o formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.


3-    Dormir de lado e elevar o travesseiro até 20cm podem melhorar a oxigenação, consequentemente, a apneia? VERDADE! 
Parece até lendas, mas são medidas simples que ajudam durante o sono.



4-    Uma taça de vinho antes de dormir é indicada para quem tem apneia? MITO!
Trata-se de mais uma crendice popular, infelizmente. Ao contrário, as bebidas alcoólicas intensificam o ronco e aumentam a gravidade da patologia. Invista em chás como camomila ou suco de maracujá



5-    Os efeitos da apneia do sono nas mulheres são mais intensos do que nos homens? VERDADE!
Mesmo sendo mais comum entre o público masculino, as mulheres apresentam e sofrem mais com alguns sintomas entre eles: tonturas, cansaço excessivo, dificuldade de concentração, falta de ar e taquicardias, infelizmente. 

“O aumento na circunferência do pescoço, com valores superiores a 35 cm para mulher e 40 cm para homens, é um dos marcadores para deposição central de gordura e tem demonstrado ser importante preditor de ronco e apneia obstrutiva do sono”, finaliza Colombini com mais essa curiosidade sobre a doença.





Dr. Alexandre Colombini - Otorrinolaringologista, formado pelo renomado Instituto Felippu e Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF. Suas áreas de atuação: Otorrinolaringologia clínica e cirúrgica com enfoque nas patologias nasais, cirurgia endoscópica, ronco e apneia.

 

O desafio das cadeias de suprimentos:Levar vacina contra a COVID-19 para todo o planeta

A Rússia chocou o mundo quando anunciou o lançamento do "Sputnik V", a primeira vacina contra a COVID-19 a ser comercializada em vários países na esperança de acabar com a pandemia que marcou 2020. Embora organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), tenham pedido cautela no seu uso e distribuição, a notícia marcou o início de uma corrida contra o tempo para garantir o fornecimento da medicação.

Claro, o país não é o único que desenvolveu pesquisas para encontrar uma vacina contra o vírus. China, Estados Unidos e Itália também informaram sobre o progresso que fizeram. No Brasil, por exemplo, o Governo de São Paulo assinou um contrato com a farmacêutica chinesa Sinovac que prevê o fornecimento de 46 milhões da vacina Coronavac até dezembro de 2020 e outros 14 milhões até fevereiro de 2021.

Este cenário representa uma tarefa clara e precisa: a responsabilidade das cadeias de suprimentos. A rapidez com que conseguem levar o medicamento a todo o planeta implica em um objetivo que ultrapassa qualquer finalidade comercial: o de parar as infecções e salvar mais vidas.

Paradoxalmente, a "corrida" para encontrar uma forma eficaz de imunização contra o vírus tem levado o mundo a desenvolver essas vacinas em poucos meses quando, normalmente, essa tarefa levaria de cinco a 18 anos apenas entre o desenvolvimento de testes e pesquisas para seu lançamento no mercado.

Produzir uma vacina: O primeiro desafio

Cerca de 35 empresas especializadas e instituições acadêmicas em todo o mundo estão concentrando seus esforços na busca de um medicamento eficaz contra a COVID-19. Após extensos testes em laboratórios e com pacientes voluntários, avanços importantes foram revelados.

Antes que a vacina possa ser comercializada, é necessário a aprovação regulatória de agências de saúde especializadas para validar sua aplicação e resultados na população; enquanto isso acontece, deve ser garantida uma infraestrutura com capacidade para produzir milhões de doses. Neste sentido, centenas de agências em todo o mundo já estão se preparando para esta tarefa.

No entanto, até agora, as vacinas que foram produzidas para outras doenças foram feitas com medicamentos desenvolvidos ao longo de décadas. Agora, depois de apenas alguns meses de pesquisa, as companhias farmacêuticas devem ter milhares de toneladas de materiais, colaboradores e uma grande implantação de capacidade de fabricação como nunca antes visto.

De fato, estima-se que para derrotar a COVID-19 é necessário que pelo menos 60% da população mundial esteja imune e, para isso, são necessários cerca de 4,7 bilhões de doses.

Para isso é necessário ter tecnologia de ponta para tornar o processo produtivo eficiente, permitindo visualizar e escolher os melhores fornecedores de insumos para o desenvolvimento do medicamento. Mas não só: é preciso também promover uma integração de todos os elos que participam de sua elaboração para que haja clareza sobre seu papel e também o nível de otimização e antecipação de disrupções que possam surgir durante este processo.


A sua distribuição: Tarefa para logística e transporte

Mover uma vacina de um ponto a outro envolve um esforço significativo. Por se tratar de um produto perecível, o ideal é que a temperatura necessária para manter suas condições varie entre 2 e 8 graus. Isso implica um dilema para as empresas farmacêuticas, que devem ter veículos suficientes para transportá-las nessas condições.

Além disso, há outro desafio: o de ter controles rígidos de embalagem e segurança nas transferências. Por sua vez, também é necessário o transporte de suprimentos médicos (como seringas) para sua aplicação, o que leva à articulação com governos e fornecedores locais.

Logicamente, hospitais, farmácias e postos de atendimento médico seriam os locais prioritários para os quais a vacina teria de ser transportada. No entanto, o verdadeiro desafio é chegar às áreas rurais com pontos de difícil acesso, o que transcende as dificuldades de entrega da "última milha".

Felizmente, já existe tecnologia para enfrentar esses desafios. O Digital Twin, por exemplo, é um recurso útil para analisar as diferentes rotas de transporte para distribuição com base nas fontes de contágio. Além disso, é uma ferramenta que permite escolher fornecedores logísticos que atendam a toda as capacidades de armazenamento para transportar o medicamento no estado desejado.

Países de clima tropical, como o Brasil, enfrentarão grandes desafios devido as elevadas temperaturas e a entrega na última milha, pois o País possui cidades e comunidades de difícil acesso. Para tentar simplificar a logística da Coronavac no Brasil, no acordo feito entre o Governo de São Paulo e a farmacêutica Sinovac há uma cláusula de transferência tecnológica para o Instituto Butantan, o que dá direito a entidade de fabricar doses da Coronavac, o que poderá facilitar o processo logístico no País. Porém, como a Coronavac não é uma vacina ‘comum’, ela precisará de operadores logísticos especializados.

Diante disso, percebemos que o esforço coordenado entre governos, organizações e farmacêuticas é o levará a uma distribuição global bem sucedida da tão sonhada vacina contra a COVID-19.

 


Rafael Vasquez - Vice-presidente Regional da LLamasoft, empresa especialista em soluções para tomada de decisões estratégicas nos negócios.

 

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