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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Mito ou verdade: a cor pode desvalorizar um carro?


Carros de segmentos grandes de cor marrom e vermelho tendem a valorizar, enquanto o preto perde mais valor em veículos compactos e médios


Quando o assunto é cor no universo automotivo as possibilidades são inúmeras, embora algumas já tenham caído no gosto do público. De acordo com um estudo da PPG Industries, empresa de tintas e revestimentos, o branco é a tonalidade mais popular na América do Sul (36%), seguida pela prata (31%). Um dos maiores motivos para a escolha de tons neutros é o impacto no valor do carro na hora da venda.

Para entender se essa afirmativa é um mito ou verdade, a KBB Brasil, referência em precificação de automóveis novos e usados, preparou um estudo sobre o impacto da cor na desvalorização de um automóvel. A KBB utilizou como parâmetro o comportamento da cor branca, uma vez que foi uma das mais presentes no estudo e em mais tipos de pinturas – sólidas, metálicas e perolizadas. Por isso, representa a porcentagem média do impacto, ou seja, ao comparar um modelo nesta cor e o mesmo em outra, o dado positivo ou negativo determinará o valor em relação à tonalidade.

Na análise, foram identificados e considerados 9 grupos de pinturas: amarelo, azul, branco, cinza, marrom, prata, preto, verde e vermelho. Portanto, os tons próximos às tais matrizes ou com pouca amostragem foram incluídos em algum grupo próximo, são eles: laranja, rosa, dourado, bege, roxo, vinho e bronze. Já as demais, não estão inseridas no levantamento devido à baixa taxa de aderência.


Impacto da coloração

O levantamento contempla os segmentos compactos, médios e grandes entre automóveis de passeio e utilitários, além das desvalorizações por regiões. Uma das mais populares entre os carros vendidos no Brasil, a cor prata não surpreende e possui a maior presença nas amostras da análise. Porém, o tipo de pintura (sólido, metálico ou perolizado), ainda que cobrada como opcional pelas fabricantes, mostra que não influencia na perda de valor de um veículo.

Ao olhar para as categorias, nota-se que o impacto referente aos automóveis grandes é maior que a média nacional, como: o marrom valoriza em 1,7% e o vermelho 1,5%; já o verde e amarelo caem 3,5% e 4,4%, respectivamente.

As regiões brasileiras apresentam curiosidades sobre as tonalidades. No Nordeste, a cor preta impacta em 1,4% na desvalorização. Enquanto no restante do Brasil, o azul conta com a porcentagem de 0,9%, no Norte, o tom possui maior índice com 2,4% em queda. Já no Rio de Janeiro, a coloração dos taxis – amarelo - tende a impactar mais com taxa de 2,1%.

Confira abaixo a relação completa com as cores que mais e menos desvalorizam um veículo por região e segmento:


Branco
Prata
Preto
Cinza
Vermelho
Amarelo
Marrom
Azul
Verde
Outras
Compactos
-
-0,24%
-1,24%
-0,51%
-0,25%
-0,58%
-0,48%
-1,10%
-1,16%
0,87%
Médios
-
-0,75%
-1,46%
-1,03%
-0,11%
0,09%
0,04%
-0,99%
-1,33%
-0,50%
Grandes
-
-0,74%
-0,95%
0,68%
1,53%
-4,40%
1,69%
-1,23%
-3,53%
-1,42%
Compactos (SUVs/utilitários)
-
-0,02%
-0,48%
0,12%
0,43%
0,26%
0,48%
-0,98%
-0,48%
2,49%
Médios (SUVs/utilitários)
-
-0,33%
-0,46%
-0,22%
0,10%
-0,34%
0,13%
-0,35%
-0,89%
3,11%
Grandes (SUVs/utilitários)
-
-0,96%
-0,67%
-0,31%
-0,73%
-1,24%
-0,42%
-1,18%
0,86%
-3,01%
SP
-
-0,27%
-0,74%
-0,05%
-0,48%
-0,09%
-0,12%
-0,51%
-0,96%
-1,44%
RJ
-
-0,27%
-0,61%
-0,21%
-0,55%
-2,42%
-0,02%
0,04%
0,91%
1,85%
MG
-
-0,22%
-0,61%
-0,23%
-0,35%
0,36%
0,21%
-0,54%
-1,28%
4,68%
PR
-
0,68%
0,21%
0,26%
0,18%
0,78%
0,47%
-0,20%
-1,66%
0,58%
SC
-
0,19%
-0,74%
-0,57%
0,09%
-0,35%
-0,16%
-1,98%
-0,47%
4,71%
RS
-
0,91%
0,13%
0,33%
0,87%
1,54%
0,93%
-0,35%
0,72%
-2,86%
DF, GO, TO, MT e MS
-
-0,08%
-0,91%
0,06%
-0,30%
-0,89%
-1,23%
-0,68%
-1,01%
-7,18%
BA, SE e ES
-
-0,38%
-1,34%
-0,80%
-0,71%
0,22%
-0,48%
-1,05%
-1,36%
-3,96%
PE, AL, PB e RN
-
-0,09%
-1,58%
-0,07%
0,27%
-0,78%
-0,84%
-0,79%
-1,35%
0,36%
CE, PI e MA
-
-0,85%
-1,37%
-0,28%
-0,20%
-2,13%
0,96%
-1,43%
-4,08%
-4,47%
AM, AC, RO, PA, RR e AP
-
-0,42%
-0,70%
-0,81%
-0,47%
0,11%
-0,06%
-2,40%
-1,03%
-2,37%
BR
-
-0,33%
-0,99%
-0,46%
-0,11%
-0,38%
-0,15%
-0,88%
-1,02%
1,07%

Quando o assunto é preço de carros, há duas metodologias para calcular a perda de valor: Desvalorização e Depreciação. Desvalorização é a comparação do preço atual de um veículo com os valores aplicados pelo mercado à mesma versão fabricada em anos anteriores. Já a Depreciação usa o valor do veículo 0 Km em um período determinado em relação a seu atual valor residual, sempre considerando o mesmo ano/modelo e sem o mesmo rigor de sua definição contábil, que tem regras muito estritas. Neste estudo, foi aplicado o conceito de desvalorização, levando em consideração todo o período de vida dos modelos analisados.

A KBB utiliza tecnologias de análise de dados e Big Data para produzir os levantamentos de precificação e desvalorização de veículos novos e usados. Os valores aqui presentes são gerados por meio de um complexo algoritmo, que analisa diversos fatores de comportamento do mercado automotivo brasileiro, além de seguir uma rígida análise de especialistas. A empresa atua com o propósito de conscientizar os consumidores na compra e venda de carros a partir da determinação de preços justos.




Kelley Blue Book



Cox Automotive



Como fazer mapeamento de riscos nas organizações em um mundo VUCA?



No mundo atual, as tecnologias se renovam a todo instante e a cada minuto hábitos de consumo são criados ou transformados, gerando incertezas e causando mudanças constantes no mercado. Com esse cenário desafiador, podemos considerar que este ambiente conturbado pode ser o novo modelo de normalidade.

VUCA é um conceito que define bem este momento, o termo originou-se nos anos 1990 com estudantes americanos do US Army War College para descrever o contexto pós-Guerra Fria. O mundo VUCA, que em português significa Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, foi incorporada ao vocabulário corporativo recentemente, quando os gestores financeiros começaram a perceber que o planejamento estratégico convencional não estava mais dando conta de prever os cenários prováveis do mercado.

A adaptabilidade e o preparo para as mudanças que o mercado exige são qualidades cruciais para manter-se competitivo. Portanto, entender o contexto em que cada organização se encontra é imprescindível para a sustentabilidade do negócio, pois afeta diretamente a maneira como a empresa planeja o futuro, gere seus riscos, toma decisões, executa mudanças e resolve intercorrências.


Entendendo o conceito do mundo VUCA e o mapeamento de riscos nas organizações

Na era digital, a informação viaja a uma velocidade surpreendente. Atualmente, quase toda a população tem um celular com acesso à internet e perfis nas redes sociais, plataforma disseminação de dados em massa.

Um exemplo claro é a origem da primavera árabe, que foi fomentada pelo ato de protesto suicida de um vendedor tunisiano que ateou fogo no próprio corpo por ter tido o lucro do dia (aproximadamente U$ 7,00) confiscado pelas autoridades.

Naquele momento, em 17 de dezembro de 2010, se as pessoas não tivessem seus celulares para filmar e fotografar aquele ato do vendedor de frutas chamado Mohamed Bouazizi, a situação talvez não servisse de combustível para os jovens iniciarem uma revolução. Algo que foi possível graças aos milhares de compartilhamentos e acessos que as cenas ganharam.

O mapeamento de riscos nas organizações deve levar em consideração tais preceitos de Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, para entender situações, que, como aconteceu no exemplo citado, não aconteceriam ontem, da mesma forma como podem acontecer amanhã. Dada a questão tecnológica, o mundo hoje está ainda mais sujeito a black swans (cisnes negros), eventos possíveis mas até há pouco inimagináveis. Este termo tem origem na época em que os primeiros navegadores chegaram ao continente australiano e se depararam com cisnes negros, animal sem registros para os viajantes europeus.

Por mais recente que o mundo VUCA seja, os exemplos que servem como base de analise para entender os prováveis movimentos do mercado mudam com muita velocidade, quantas situações como a primavera árabe aconteceram tendo como linha de entendimento estes preceitos?

Para saber como fazer o mapeamento da sua organização de acordo com o mundo VUCA algumas perguntas devem ser respondidas: O seu modelo de negócios pode ser fortemente afetado por variações nas taxas de câmbio, juros? Decisões políticas? Escândalos e decisões judiciais?

Sendo assim, estar suscetível a mudanças é um fato imutável, contudo, o planejamento e organização prévios, são medidas cautelares capazes de conter grande a imprevisibilidade do mercado que o mundo VUCA oferece.  Muito mais cuidado deve ser dado aos riscos desconhecidos, pouco prováveis mas de grande impacto (cisnes negros) do que aos riscos conhecidos do dia a dia, que têm impacto de baixo a moderado.





Julio Cardozo - diretor executivo de Riscos no Banco Cooperativo Sicredi



Sociedade inteligente


Vivemos em uma nova era, em que a globalização e a rápida evolução de tecnologias digitais, como a internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e robótica estão trazendo mudanças significativas para a sociedade. O ambiente e os valores das pessoas estão se tornando cada vez mais diversificados e complexos.

O mundo enfrenta desafios de larga escala, como esgotamento de recursos naturais, aquecimento global, crescente disparidade econômica, uma população em amadurecimento, taxa de natalidade em declínio.

Portanto, é de extrema importância aproveitar ao máximo as tecnologias da informação e comunicação (TIC) para obter novos conhecimentos e criar valores, estabelecendo conexões entre pessoas e coisas e entre os mundos real e cibernético, como um meio eficaz e eficiente de resolver problemas na sociedade.

Antecipando essas tendências globais, a sociedade 5.0 foi apresentada como um conceito central do quinto Plano Básico de Ciência e Tecnologia, adotado pelo governo japonês em 2016, que pode servir de exemplo e ser aplicado por outros países.

A iniciativa da sociedade 5.0 está fundamentada no paradigma da indústria 4.0, embora as manifestações do modelo da indústria se concentram na aplicação de tecnologias emergentes para aprimorar a eficácia e o desempenho financeiro das organizações (fábricas inteligentes).

A sociedade 5.0 procura contrabalançar essa ênfase comercial, aplicando tecnologias emergentes relacionadas à robótica social, IA, inteligência ambiental e avanços nas interfaces homem-computador para melhorar qualitativamente a vida de seres humanos individuais e beneficiar a sociedade como um todo (sociedade inteligente).

O objetivo é criar uma sociedade centrada no ser humano, na qual o desenvolvimento econômico e a solução dos desafios sejam alcançados, e as pessoas possam desfrutar de uma alta qualidade de vida totalmente ativa e confortável. Alguns campos estratégicos foram selecionados como capazes de alavancar os pontos fortes dessa iniciativa.


Assistência médica: por meio da inteligência artificial, é possível cobrir aspectos como dados pessoais em tempo real, informações de localização da assistência médica, informações sobre tratamento e informações ambientais. Além disso, a assistência possibilita uma vida saudável e a possibilidade de detectar doenças precocemente, por meio de exames médicos de dados fisiológicos e clínicos e oferecer um tratamento ideal.


Mobilidade: um novo valor pode ser gerado analisando, por meio de IA, bancos de dados que abrangem vários tipos de informações, incluindo dados de sensores de carros e informações em tempo real sobre clima, tráfego. Esse campo estratégico facilita as viagens e passeios turísticos que correspondem às preferências pessoais e tornam o movimento agradável sem congestionamentos, além de reduzir os acidentes por meio da condução autônoma e da combinação de serviços de carros e transporte público.


Criação de cadeias de suprimentos de próxima geração: migrar de um modelo convencional (obtendo lucro simplesmente vendendo produtos) para um novo modelo (com lucro pelo serviço como um todo, incluindo atendimento e pós-venda), e materializar a produção em massa sob medida, atende as necessidades de cada consumidor.


Agricultura: aplicando IA e big data para aspectos como dados meteorológicos, crescimento de culturas, condições de mercado, tendências e necessidades alimentares, é possível maior oportunidade de emprego e alta produtividade por meio de soluções como tratores robóticos e automatizar a integração de dados de culturas com o uso de drones. Outras aplicações incluem operação e automação do gerenciamento da água e aprimorar sua capacidade com base em previsão do tempo e dados de águas subterrâneas.


Energia: analisar dados meteorológicos, status operacional de usinas, status de descarga/cobrança de veículos elétricos (VE) e condições de uso de energia de cada domicílio contribui para o fornecimento de suprimento de energia estável por várias fontes de energia, com base em previsões precisas de demanda, além de reduzir a carga ambiental, diminuindo as emissões de gases do efeito estufa (GEE).


FinTech: possibilitada pelas tecnologias emergentes, será possível apoiar os negócios financeiros existentes e trazer benefícios econômicos, fornecendo bens e serviços necessários às pessoas que precisam, facilitando a prosperidade humana.

As iniciativas não são para o desenvolvimento de um único país, mas para gerar resultados positivos globalmente. Isso implica que o mundo inteiro se beneficiará da sociedade 5.0, que busca integrar as tecnologias desenvolvidas em diferentes setores, bem como nas diversas atividades, para alcançar o desenvolvimento econômico para um grande número da população (e não para poucas pessoas), fornecer soluções paralelas aos problemas e promover uma sociedade em que as pessoas aproveitem a vida ao máximo.




Débora Morales - mestra em Engenharia de Produção (UFPR) na área de Pesquisa Operacional com ênfase a métodos estatísticos aplicados à engenharia e inovação e tecnologia, especialista em Engenharia de Confiabilidade (UTFPR), graduada em Estatística e em Economia. Atua como Estatística no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).


Advogado fala de férias na legislação do trabalho: Brasil, China e EUA


 As férias dos empregados no Brasil tem previsão legal no art.7º, XVII da Constituição, que informa o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.


As férias dos empregados no Brasil tem previsão legal no art.7º, XVII da Constituição, que informa o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.

Do ponto de vista prático, a lei nº 13.467 de 2017, conhecida como reforma trabalhista, fracionou os períodos de férias de trinta dias em até três partes, sendo que uma delas não poderá ser inferior a quatorze dias corridos, e os demais períodos não poderão ser inferiores a cinco dias corridos cada um, desde que haja concordância do empregado.

O gozo das férias, bem como demais períodos de afastamento do trabalho, pode permitir ao empregado realizar uma desconexão, bem como, viabiliza a movimentação do turismo, principalmente interno, além do comércio, não obstante a situação de desemprego e de baixos salários por parte expressiva da população atualmente.

Mas o gozo de férias é uma questão também cultural, e há países nos quais os períodos destinados ao lazer existem de forma bem distinta do que ocorre no Brasil.

Na China, há obrigação legal de permitir aos empregados dias de férias remuneradas com base no total de anos de serviço.

O período de férias é bem mais curto do que no Brasil e baseado no tempo do contrato de trabalho. Desta forma, contratos com um ou mais anos e menos de dez anos de serviço permitem cinco dias de férias por ano. Com dez  anos ou mais de contrato de trabalho e menos de vinte anos de serviço, o período aumenta para dez dias de férias. Após vinte anos de serviço ou mais, deverá ser concedido quinze dias de férias.

Na China, os empregadores devem permitir que seus empregados tirem seus dias de férias, porém, na ausência de férias, ele deverá pagar ao empregado mais 200% do salário normal por cada dia de férias não utilizado. Lembrando sempre que a China é uma país continental, existindo peculiaridades em cada região.

Já nos EUA, onde prevalece regras contratuais, não há previsão legal de férias, mas existem acordos em níveis individual e sindical. Destaque-se que os norte-americanos realizam muitas viagens de lazer, e isso ocorre em períodos de afastamento do trabalho. Se as férias serão remuneradas, ou não, dependerá sempre da negociação existente com o empregador, em que pese a cultura do norte-americano de pagar apenas se há trabalho realizado.

Importante destacar tratar-se de uma país de direito costumeiro, enquanto o Brasil adota o sistema de direito escrito, ou civil law.

Outro aspecto relevante é a hora de trabalho do norte-americano que situa-se entre USD 7,50 e USD 15,00, dependendo do Estado, enquanto no Brasil a hora trabalho mínima nacional é de USD 1,15, aproximadamente. A base salarial faz muita diferença.

Com isso, temos um painel geral de duas imensas economias mundiais em comparação ao que ocorre no Brasil.






Cassio Faeddo - Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. MBA em Relações Internacionais. Autor da obra “Erradic


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