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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil lança campanha “Tocando no Assunto”



Em formato de animação, cartilha, websérie e encontro presencial, os eventos fortalecem o Mês da Consciência Negra e seguem até dezembro, em São Paulo. Com foco na desigualdade, o projeto aborda o racismo de todas as maneiras, tocando no assunto e promovendo um diálogo de construção.


Para dar início as atividades deste mês, o Vídeo de Animação, idealizado pelo comitê e disponível online a partir do dia 20 nas redes sociais do Grupo Mulheres do Brasil, reúne informações importantes sobre a data: como foi criado o Dia Nacional da Consciência Negra, a fundação do Grupo Palmares, em 1971, e a homenagem a Zumbi dos Palmares,  líder do Quilombo dos Palmares.

Na mesma semana, quinta-feira, 22, acontece na Unibes Cultural o lançamento da 1ª Edição da Cartilha de Conscientização. Participam do evento Luiza Helena Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, e Alexsandro Santos, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo e autor do texto “A Educação das Relações Étnico-Raciais e a Superação do Racismo, que integra a cartilha e nos faz refletir sobre a desconstrução de visões equivocadas que inferiorizam e desqualificam os povos africanos e seus descendentes. Assina também um dos textos sobre ética, justiça, respeito e solidariedade a filósofa e doutora em Educação, Teresinha Azerêdo Rios.


Em dezembro, Fórum encerra as atividades

Mas não para por aí. No dia 13/12, novamente na Unibes Cultural, vamos ter o Fórum Igualdade Racial – Os Novos Desafios do Mercado de Trabalho, Inovação e Inclusão, debatendo temas importantes sobre a mudança que queremos ver no mercado corporativo e como será esse país para a mulher negra no século XXI. Aproveitando a oportunidade de fomentar discussões importantes com executivos e lideranças - e mostrar que não basta contratar, é preciso integrar -, o comitê produziu uma série de vídeos curtos para abordar a temática de janeiro a janeiro, não só em novembro. A proposta é que a websérie seja destinada a pessoas de todas as classes sociais, mas também abordando temas específicos, como no Episódio 1: Racismo Institucional e Racismo Estrutural, exibido no evento, podendo ser veiculada tanto em ambiente corporativo/empresarial, como em meios que abrem espaços para a divulgação de produções independentes. Estes meios são canais, instituições e festivais que se preocupam com questões raciaissociaisculturais e educacionais.

O Comitê de Igualdade Racial desenvolve ações afirmativas voltadas à desigualdade racial e ao abismo social existente, abrindo caminho para que mulheres negras se sintam representadas em diversos setores.



Serviços:

Lançamento do Vídeo de Animação
Data: 20 de novembro (terça-feira)
Local: Redes Sociais do Grupo Mulheres do Brasil


Lançamento da 1ª Edição Cartilha de Conscientização
Data: 22 de novembro (quinta-feira)
Horário: 19h às 22h
Local: Unibes Cultural – Rua Oscar Freire, 2500, Sumaré, São Paulo
Ao lado da estação Sumaré do Metrô, Linha 2 – Verde


Fórum Igualdade Racial | Os Novos Desafios do Mercado de Trabalho, Inovação e Inclusão
Data: 13 de dezembro (quinta-feira)
Horário: 8h às 13h
Local: Unibes Cultural – Rua Oscar Freire, 2500, Sumaré, São Paulo
Ao lado da estação Sumaré do Metrô, Linha 2 – Verde


Estreia da Websérie Tocando no Assunto | Episódio 1: Racismo Institucional e Racismo Estrutural
Data: 13 de dezembro
Horário: Ver programação do Fórum
Local: Unibes Cultural – Rua Oscar Freire, 2500, Sumaré, São Paulo
Ao lado da estação Sumaré do Metrô, Linha 2 – Verde

Os próximos episódios da série serão divulgados nas redes sociais do Grupo Mulheres do Brasil.

Programa CCBB Educativo celebra Consciência Negra com atividades gratuitas em torno da obra de Ibrahim Mahama


Non-Orientable Paradise Lost 1667 - 2017, obra destaque da exposição Ex Africa – maior mostra sobre arte contemporânea africana já realizada na América Latina, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo neste ano –, tem exibição gratuita no Edifício Banco do Brasil, na Avenida Paulista, e inspira oficinas abertas ao público




No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o Programa CCBB Educativo - Arte e Educação dedica suas atividades para mediar a obra Non-Orientable Paradise Lost 1667 - 2017, do artista ganês Ibrahim Mahama. Destaque da exposição Ex Africa, maior mostra sobre arte contemporânea africana já realizada na América Latina, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo neste ano, a instalação monumental chega para habitar a avenida mais famosa da cidade de São Paulo.

A peça também se insere no circuito da inédita Virada da Consciência, marcada para discutir e festejar a cultura negra entre os dias 18 e 21 do mês de novembro. Ao visitar o saguão do Edifício Banco do Brasil na avenida Paulista, espaço com mais de seis andares de pé direito, o público poderá conhecer a peça de 14 metros de comprimento, 4 metros de largura e 6 metros de altura confeccionada com cerca de 1.600 caixas de madeira.

Os educadores do Programa CCBB Educativo também desenvolverão uma Oficina de Ativação com materiais impressos produzidos em parceria com os artistas convidados para as exposições de Jean-Michel Basquiat (atualmente em cartaz no CCBB Rio) e Ex Africa. No Convite à Ativação para Basquiat, recortes, colagens e sobreposições produzem máscaras a partir da desconstrução da obra do artista Desali. Já com material inspirado no universo de Dalton Paula, presente na exposição Ex Africa, os participantes praticam a leitura, a escrita e a pintura. As oficinas são ao público de qualquer idade. O Edifício Banco do Brasil fica no número 1.230 da Avenida Paulista. A entrada é gratuita; as selfies, liberadas. O patrocínio é da BB Seguros.


Arte contemporânea africana

A mostra Ex Africa, realizada no CCBB São Paulo de 28 de abril a 16 de julho de 2018, recebeu cerca de 700 mil visitantes. Agora, a montagem no Edifício Banco do Brasil pode ser vista com grande destaque. “O artista usa a transformação de materiais para explorar temas como commodities, migração, globalização e intercâmbio econômico", explica o curador Alfons Hug, responsável pela escolha da obra que conta ainda com sapatos, martelos, agulhas e muitos outros objetos coletados nas ruas do Brasil pelo artista.


A ação pactua com a adesão do Banco do Brasil e suas coligadas à Iniciativa Empresarial pela Igualdade, integrada por empresas comprometidas a trabalhar pela inclusão. O projeto, liderado pela ONG Afrobras e pela Faculdade Zumbi dos Palmares, em parceria com a iniciativa privada, foi anunciado em agosto deste ano.

“A exibição da obra de Ibrahim Mahama em um dos locais de maior circulação da cidade contribui para a democratização da cultura no país”, explica o presidente da Grupo Segurador do Banco do Brasil, Fernando Barbosa. “Temos muito orgulho de patrocinar iniciativas dessa natureza, com reflexos para uma sociedade menos desigual”, completa.



Ibrahim Mahama

Destaque no panorama artístico internacional em mostras como a Bienal de Veneza (2015) e a Documenta (2017), o ganês Ibrahim Mahama tem no tema trabalho uma característica marcante. Ele junta achados e pedaços de escombros de cidades para simular a devastação das metrópoles nos países subdesenvolvidos. É uma arquitetura do impossível, entre ordem e caos, estrutura e ruína.  Na 56ª Bienal de Veneza (2015), encantou o público com impressionantes painéis com tecidos. Outro trabalho elogiado foi o Check Point Sekondi, apresentado na mostra de arte mundial Documenta (2017), em Kassel, na Alemanha. 




Serviço

CCBB Educativo e a Consciência Negra

·         20 de novembro de 2018
·         Mediação junto à obra de Ibrahim Mahama – 10h às 18h
·         Oficinas do programa CCBB Educativo – das 10h às 12h e das 16h às 18h
·         Entrada gratuita


Ibraim Mahama no Edifício Banco do Brasil
·         Até 16 de dezembro de 2018
·         Segunda a sexta: 10h às 20h
·         Sábados, domingos e feriados: das 10h às 18h
·         Entrada gratuita


Edifício Banco do Brasil
Avenida Paulista, 1230 – Bela Vista, São Paulo



Dia da Consciência Negra: shows de Craca e Dani Nega e Ilú Obá de Min, segunda, 19 de novembro, na Casa Natura Musical


Nova edição do projeto Frequências traz dois shows na mesma noite.


Na véspera do feriado do Dia da Consciência Negra, segunda, 19 de novembro, às 21h30, a Casa Natura Musical apresenta mais uma edição do seu projeto Frequências, com dois shows diferentes na mesma noite e apenas um ingresso: a dupla Craca e Dani Nega e o coletivo Ilú Obá de Min. Enquanto a dupla faz show do seu mais novo álbum, O Desmanche, o coletivo apresenta o espetáculo Akotirenes Yibi das Mulheres Quilombolas, sobre a história de incríveis mulheres e sua incansável luta por respeito e liberdade. Em algum momento da noite, todos se apresentarão juntos, além de fazerem uma bela homenagem a Raquel Trindade.


Craca e Dani Nega

Em seu segundo álbum O Desmanche, a dupla Craca e Dani Nega, vencedora do Prêmio da Música Brasileira e do Prêmio Profissionais da Música 2018, refina a união entre a música eletrônica latina, o spoken word e o hip-hop numa potente e dançante performance poética e política. Com grande habilidade no RAP e muita presença de palco, a atriz-MC Dani Nega dispara com precisão versos que denunciam o racismo e a misoginia, enquanto Craca "espécie de Amon Tobin puxado no Tom Zé" (NowLoading) à frente da banda e com seus aparatos eletrônicos sob as mãos, coordena a massa sonora de beats e temperos "trazendo uma musicalidade completamente autêntica, mostrando que é possível inovar e renovar" (Fritz Molotov). A dupla se apresenta acompanhada por Priscila Briganti (bateria), Gil Duarte (trombone e flauta), Gisah Silva (percussão) e Eloiza Paixão (backing vocals). No repertório, músicas como Quando Voltarão, Sarava Xangô e Preta Velha.

Craca, alter-ego sci-fi trash do produtor musical Felipe Julián, incorpora essa figura de homem-crustáceo gaiato, sem nação, imigrante e desarraigado, recolhendo em sua tralha componentes étnicos do mundo todo para temperar seu ensopado, feitiçaria, cujo objetivo maior reside em fazer humanos dançar. Dani Nega, uma potente mestra de cerimônia com voz suave, precisa e irônica. Uma metralhadora poética que honra a sigla R.A.P. em suas duas versões: 'rhythm and poetry' no inglês ou 'revolução através da palavra' em sua apropriação brasileira. Em memória de Raquel Trindade e sobre um show de Craca e Dani Nega, com participação de Ilú Obá de MinClarianasLuedji Luna e Roberta Estrela D`Alva, um belo minidoc dirigido por Day Rodrigues e Pétala Lopes pode ser visto neste link: https://youtu.be/VFv5YzhLbTk


Ilú Obá De Min

O Ilú Obá De Min se apresentará com 19 integrantes, tocando instrumentos como alfaias, xequerê, agogô e djembe. No repertório, cantos em Yorubá e danças, advindos dos terreiros de Candomblé e das culturas populares, realizando uma grande ópera de rua comandada pela força dos tambores. O protagonismo é inteiramente feminino e vem das mulheres a força para lutar por uma sociedade menos racista, sexista, machista e discriminatória.

Como uma associação paulistana sem fins lucrativos que tem como base o trabalho com as culturas de matriz africana e afro-brasileira, o Ilú Obá De Min surgiu em 2004, após vinte anos de pesquisa-ação desenvolvidas com variados grupos sociais. Atualmente dirigida por Beth Beli (indicada ao Prêmio Nacional do Cinema Brasileiro pela trilha do filme Pitanga) e Mazé Cintra, o objetivo da associação é preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, mantendo diálogo cultural constante com o continente africano através dos instrumentos, dos cânticos, dos toques, da corporeidade, além de abrir espaço para ideias que visem ao fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade.

O espetáculo Akotirenes Yibi das Mulheres Quilombolas conta, através de suas composições, a história das mulheres quilombolas que tanto lutaram e lutam ainda hoje por terras, direitos igualitários e respeito. O Ilú Obá com sua proposta inovadora e única na metrópole de São Paulo tornou-se referência étnico-cultural e educativa, tendo sido premiado pelo Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto Maracanã 2008 – SID/MINC ao lado de grandes iniciativas culturais brasileiras, com o Prêmio Governador do Estado 2013, Brasil Criativo em 2014, Prêmio Jovens do Axé 2015, Prêmio Africa-Brasil 2015, Prêmio Jovens do Axé 2017 e Prêmio Banda Redonda 2018.


Projeto Frequências

O Frequências promove o encontro de artistas que admiram o trabalho um do outro, mas transitam em outras searas musicais, muitos deles jovens artistas que tenham algum tipo de interlocução entre si, mesmo atuando em cenas diferentes. As primeiras edições do projeto reuniram o vocalista da banda BaianaSystem Russo Passapusso e o rapper paulista Rico Dalasam, o cantor paraense Jaloo e a banda Aeromoças e Tenistas Russas e os cantores Tássia Reis e Baco Exu do Blues. No sábado, 24 de novembro, será a vez de Siba e Banda Eddie fazerem dois shows na mesma noite, na Casa Natura Musical.


Casa Natura Musical

Inaugurada em maio de 2017, a Casa Natura Musical celebra um ano e o fato de ter entrado para o mapa cultural de São Paulo como uma das mais charmosas e aconchegantes casas de shows do país, eleita como a melhor casa de shows de grande porte de São Paulo (O Estado de S. Paulo, em 5/10/18). Com total visibilidade de qualquer ponto da plateia, a Casa oferece uma combinação de conforto e qualidade musical, configurando o palco ideal para abrigar nomes consagrados, novos talentos e projetos desenhados a muitas mãos. O acesso por transporte público é fácil, pois a Casa está localizada na esquina da rua Artur de Azevedo com a rua dos Pinheiros, entre as estações Fradique Coutinho e Faria Lima do metrô, próxima a linhas de ônibus e ciclovias.

O empreendimento soma as credibilidades dos empresários Paulinho Rosa, dono do Canto da Ema, e Edgard Radesca, fundador do Bourbon Street Music Club, à cantora e compositora Vanessa da Mata. Formaram assim a VIVÁ Cultural, empresa proprietária e realizadora do projeto. O patrocínio é da Natura, empresa que há 12 anos destaca-se pela atuação na valorização da produção contemporânea e da identidade musical brasileira por meio do Natura Musical. Uma novidade da casa, inspirada nas lojinhas de museu, é o espaço de experimentação de produtos Natura, com balcões de maquiagem e perfumaria e consultoria especializada.



Craca e Dani Nega e Ilú Obá de Min
Projeto Frequências – dois shows na mesma noite e apenas um ingresso
Quando: segunda, 19 de novembro, às 21h30
Abertura da Casa: 20h
Ingressos:
Meia-entrada para todos os setores
Pista: R$ 40 (lote 1), R$ 50 (lote 2) e R$ 60 (lote 3)
Bistrô Superior: R$ 120
Camarote: R$ 120
Lotação para este show: 710 lugares
Classificação etária: 12 anos (menor de 12 acompanhado pelos pais ou responsáveis)



Casa Natura Musical
Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, São Paulo, tel: (011) 3031-4143
Ingressos sem taxa de conveniência na bilheteria da Casa 
Ingressos podem ser pagos com dinheiro, cartões de crédito e débito
Horário da bilheteria: de terça a sábado, das 12h às 20h. Segundas e domingos, quando houver show. Em dias de espetáculo, a bilheteria fecha mais tarde, até uma hora após o início da apresentação.
Vendas de ingressos: Eventim
Vendas para pessoas com deficiência: 4003-6860

Medicina dá nova chance aos pacientes com Diabetes Tipo 2


Na data em que é comemorado o Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) é importante destacar que a medicina está dando uma nova chance para pessoas que possuem diabetes tipo 2 – a forma mais comum da doença e que afeta geralmente pessoas obesas – de voltarem a ter uma vida saudável. 

Em dezembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a resolução Número 2.172, que traz novas regras e amplia a indicação da cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes com diabetes. A Cirurgia Metabólica – que comprovadamente contribui para a remissão da diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) – passou ser indicada  para pacientes com Índice de Massa Corporal entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2.

A diabetes tipo 2 está diretamente associada à obesidade. Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes mais de 425 milhões de pessoas têm diabetes no mundo, sendo que 13 milhões de pessoas convivem com a doença no Brasil, o que representa 9% da população brasileira. Com a nova resolução do CFM estas pessoas passam a ter a cirurgia metabólica como opção terapêutica, caso o tratamento clinico não apresente resultados.

O diabetes tipo 2 surge, em geral, na fase adulta e está ligado à resistência à ação e diminuição da produção de insulina no pâncreas, ação deficiente de hormônios intestinais, dentre outros. A obesidade, dislipidemia (elevação do colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, histórico familiar da doença ou de diabetes gestacional, e o processo de envelhecimento são os principais fatores de risco.

Além do IMC e da ausência de resposta ao tratamento clínico, outros critérios para a indicação da cirurgia metabólica são a idade mínima de 30 anos e máxima de 70 anos e ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes.

O CFM definiu também que a cirurgia metabólica para pacientes com DM2 se dará, prioritariamente, por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível. Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes.

Em 2011, a International Federation of Diabetes (IFD) introduziu a cirurgia metabólica nos algoritmos de tratamento de diabetes mellitus tipo 2 como alternativa para pacientes com IMC entre 30 kg/m2 e 35 kg/m2 desde que a doença não tenha sido controlada apesar de tratamento medicamentoso otimizado e associada a fatores de risco para doença cardiovascular.

Nos anos de 2013 e 2014, a American Society for Metabolic and Bariatric Surgery (ASMBS) e a International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO), respectivamente, recomendaram a cirurgia para pacientes com diabetes, sem controle da doença após tratamento clínico e mudança no estilo de vida.

O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) passou a recomendar, em 2014, o tratamento cirúrgico para pacientes com mesmo perfil desde que o diagnóstico da doença seja inferior a 10 anos.
Por fim, em 2016, 49 associações médicas de diferentes países revisaram as recomendações para o tratamento da diabetes e reconheceram a cirurgia metabólica como opção para o tratamento de diabetes e inadequado controle glicêmico após tratamento clínico.

De acordo com os estudos analisados, a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, diminuindo a mortalidade de origem cardiovascular, conforme demonstram estudos prospectivos pareados com mais de 20 anos de seguimento, séries de casos controlados, além de estudos randomizados e controlados.





Caetano Marchesini - presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)

Cirurgia metabólica é eficiente no combate ao diabetes tipo 2, mesmo antes da perda de peso do paciente


No Dia Mundial de Combate ao diabetes, cirurgião explica como o procedimento age no paciente


Os resultados da cirurgia metabólica, aprovada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) para tratamento de diabetes tipo 2, começam a aparecer no paciente muito antes da perda de peso. Especialistas costumam chamar de efeitos antidiabéticos do procedimento. No Dia Mundial de Combate ao Diabetes, comemorado em 14 de novembro, o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho explica de que forma a cirurgia age nos pacientes para reverter a doença, que, segundo informações do Ministério da Saúde, acomete 8,9% da população brasileira.

De acordo com Concon, a técnica de cirurgia metabólica indicada para esses casos é a chamada bypass gástrico, em que é realizada a redução do estômago do paciente e um desvio do intestino. “Dessa forma, o alimento chega mais rápido à parte final do intestino delgado e isso faz com que o corpo produza hormônios, que estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, e substâncias, que reduzem a resistência à insulina. Por isso, os efeitos costumam aparecer muito antes da diminuição do peso, em alguns casos, ainda antes da alta hospitalar”, destaca o cirurgião, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Ele reforça, no entanto, que a perda de peso e a mudança de hábitos são importantes para manter os resultados alcançados com a cirurgia metabólica.

A cirurgia metabólica é o mesmo procedimento da cirurgia bariátrica, mas com finalidades diferentes. Enquanto na bariátrica, o objetivo principal é a redução do peso, na metabólica, é o controle de doenças. A perda de peso é um “efeito colateral” da cirurgia.

Após anos de pesquisa sobre o tema, o CFM liberou, em dezembro do ano passado, a cirurgia metabólica para tratamento de diabetes tipo 2 para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2. Até então, a cirurgia só era permitida para pacientes com IMC acima de 35.

O diabetes tipo 2 é uma doença crônica e progressiva, considerada o “carro chefe” que leva a problemas cardiovasculares. Ela também pode causar ACV (Acidente Vascular Cerebral), insuficiência real e cegueira.

“O diabetes é uma doença séria e cada vez mais comum. De 2006 a 2016, o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8%. Estima-se que cerca de 14 milhões de pessoas tenham indicação para a cirurgia metabólica. São aqueles pacientes que não conseguiram sucesso no tratamento clínico”, comenta o cirurgião.

Pelas regras do CFM, o paciente só pode ser submetido à cirurgia metabólica se se enquadrar em vários pré-requisitos. Além do IMC e da falta de resposta ao tratamento clínico, a pessoa precisa ter, no mínimo, 30 anos e, no máximo, 70 anos. Também é necessário ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes.
De acordo com os estudos analisados para a aprovação, a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, diminuindo a mortalidade de origem cardiovascular, conforme demonstram estudos prospectivos pareados com mais de 20 anos de seguimento, séries de casos controlados, além de estudos randomizados e controlados.






Admar Concon Filho - membro titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders.




Dia Mundial do Diabetes reforça conscientização e incentivo na prevenção e controle da doença



O Dia Mundial do Diabetes, data celebrada em 14 de novembro, traz a importância da atenção para a doença que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge mais de 16 milhões de brasileiros. O país é a quarta nação com o maior número de casos de diabetes, atrás apenas da China, da Índia e Estados Unidos.
O aumento do diabetes no Brasil e no mundo pode estar associado a fatores como a rápida urbanização, transição nutricional, estilo de vida sedentário, maus hábitos alimentares, obesidade, entre outros. Por isso que medidas, como campanhas de conscientização e de estímulo à vida saudável, podem ser determinantes no combate ao crescimento da doença. O acesso a informação e alimentos seguros e de qualidade para esse público também deve ser prioridade.

A indústria alimentícia demonstra preocupação com esse público,  e por meio de investimento em pesquisas sobre hábitos de consumo e novas tecnologias, inovam e disponibilizam no mercado produtos que atendam à legislação vigente em relação à segurança, formulação (sem adição de açúcares, diet, light, etc.), informações no rótulo mais consistentes e de fácil entendimento, além de oferecer mais opções em produtos para esses indivíduos.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), como representante da indústria para o segmento de alimentos especiais, está alinhada a todas as ações, contribuindo também em discussões com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Saúde (MS), na prevenção e consumo.

Diabetes juvenil
Dados da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) revela que aproximadamente 1 milhão de crianças e adolescentes são diabéticos. Estudo realizado pela OMS mostra que na década de 90, uma em cada 15 mil crianças tinha a doença. Agora, a dimensão é de uma para cada 8 mil.

O diabetes pode ser de dois tipos: 1 e 2. A doença, quando se manifesta na infância, normalmente é a tipo 1, que pode ser ocasionada por um trauma, estresse, fatores genéticos, obesidade infantil, sendo fatores únicos ou combinados.

“Não há como negar que o excesso de peso e obesidade, vem aumentado entre crianças e adolescentes. A alimentação inadequada, a falta de atividade física, o excesso de tempo gasto com jogos eletrônicos e computadores, estão relacionados ao aparecimento de doenças, entre elas o diabetes do tipo 2 (DM2)”, ressalta Kathia F. Schmider, Nutricionista, Especialista em Nutrição em Saúde Pública e Coordenadora Técnica da ABIAD.


Diabetes na terceira idade
De acordo com pesquisa da International Diabetes Federation (IDF), o diabetes atinge mais de 4,3 milhões de idosos no Brasil. Nessa população, o diabetes Tipo 2 é o mais comum e está presente em pelo menos 90% dos casos, ocorrendo em adultos a partir de 40 anos ou mais, sendo mais comum em idosos, devido ao sedentarismo e à obesidade.
Segundo levantamento da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), quase um terço das pessoas com diabetes têm mais de 65 anos.
Um dos motivos para o aumento da incidência de diabetes em idosos é a diminuição da produção de insulina, hormônio secretado pelo pâncreas, que tem importante função no metabolismo dos carboidratos no sangue. Logo, sua falta faz com que tenha mais açúcar na corrente sanguínea, sobrecarregando o pâncreas. Nessa fase da vida também ocorre   a redução da prática de exercícios, com consequente diminuição da massa muscular, e como os músculos consomem glicose desempenham um papel importante para regular os níveis desse componente no sangue.
Manter uma alimentação saudável com acesso à alimentos adequados, com redução de açúcares, deve ser prioridade no cotidiano dessas pessoas, claro que aliado a atividades físicas, e acompanhamento de nutricionistas e outros profissionais de saúde.

Importantes aliados contra a diabetes e população com restrição alimentar

Necessidade, indicação médica ou na busca de palatabilidade quando se substitui o açúcar, fato é que boa parcela da população brasileira adotou na dieta o uso dos adoçantes de mesa que são feitos de edulcorantes (matéria-prima dos adoçantes de mesa), substituindo o açúcar tradicional na preparação de sobremesas ou para adoçar bebidas.

“Os adoçantes têm eficácia comprovada, sendo uma ferramenta adicional para combater o sobrepeso e obesidade, assim como desempenha importante papel no controle dos níveis sanguíneos de glicose, fundamentais para o controle da diabetes”, explica Kathia.

Todos os edulcorantes empregados pela indústria brasileira já foram avaliados pelo JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives) que é um comitê de experts sobre aditivos alimentares da Organização Mundial da Saúde e regulamentados pela ANVISA. São considerados seguros para consumo dentro dos valores de Ingestão Diária Aceitável (IDA) estabelecidos por esse comitê. A IDA é a quantidade estimada do aditivo, expressa em miligrama por quilo de peso corpóreo (mg/kg p.c.), que pode ser ingerida diariamente, durante toda a vida, sem oferecer risco apreciável à saúde, à luz dos conhecimentos científicos disponíveis. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os tipos mais populares de adoçantes naturais são stevia, sacarose, aspartame, e os artificiais são a sacarina, sucralose e neotame.





ABIAD
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres

Conheça 5 substitutos do açúcar que podem ajudar a controlar a doença

Considerada uma doença silenciosa, uma vez que os sintomas podem aparecer apenas em fases posteriores, o diabetes atinge cerca de 6,2% da população brasileira, sendo 39,5% com mais de 65 anos.

Mas, como manter o doce da vida para essas pessoas, já que elas não podem consumir açúcar?

De acordo com a nutricionista Iara Pasqua, adoçantes de baixa caloria podem ser utilizados na dieta dos portadores de diabetes, pois existem evidências científicas de que eles podem contribuir de maneira positiva para a prevenção da obesidade, controle do Diabetes, entretanto deve-se respeitar as quantidades orientadas pelo especialista. Por isso, ela destaca abaixo 5 destes substitutos para o açúcar.
  1. Aspartame: Seu poder adoçante é de até 200 vezes maior do que o açúcar, não possui calorias, e o seu consumo liberado para diabéticos.
     
  2. Sucralose: Extraído da cana-de-açúcar e modificado para não ser absorvido pelo corpo, seu sabor é próximo ao açúcar, não contém calorias, não altera a glicemia e seu uso é indicado para pessoas com diabetes.
     
  3. Stevia: Derivado da folha da planta estévia nativa da América Central e do Sul. A estévia é livre de calorias e tem pouco ou nenhum impacto sobre o açúcar no sangue, tornando-se um excelente substituto do açúcar para pessoas com diabetes.
     
  4. Acessulfame K: Tem um poder de doçura 180 vezes maior que o açúcar, é livre de calorias, não é metabolizado pelo corpo e é eliminado com a urina.
     
  5. Sacarina: Foi o primeiro adoçante a ser descoberto, não tem calorias e seu poder adoçante é 500 vezes maior que o açúcar, pode deixar um sabor amargo residual quando ingerido em altas concentrações. A única restrição com sacarina é para mulheres grávidas.



Fonte: Iara Pasqua, nutricionista e consultora do Salud en Corto
www.saludencorto.com


Diabetes: educação e informação são fundamentais para conviver com a doença e evitar complicações


A educação em diabetes visa orientar as pessoas portadoras da doença sobre como enfrentar os desafios e as eventuais dificuldades impostas. Para surtir efeitos, esse processo deve ser iniciado logo após o diagnóstico e mantido por toda a vida, passando por etapas que incluem a exposição ao conhecimento num momento inicial. Os resultados clínicos positivos serão uma consequência lógica dessa mudança, que pode ser denominada “cascata do conhecimento”.

Com frequência, o paciente mal informado e pouco motivado tende a encarar o diabetes como um castigo, principalmente quando é necessário tratamento com insulina. Assim, ao invés de aceitar o tratamento como uma opção salvadora para sua vida, acaba por achá-lo responsável direto por seus infortúnios. E fica a pergunta: alguém duvida que um programa bem estruturado de educação motivacional e adequada intervenção farmacológica poderiam aliviar grande parte desse desespero incontido?

A International Diabetes Federation (IDF) considera o diabetes uma condição “mortal” e estima que, em 2045, possa atingir até 629 milhões de pessoas no mundo. Atualmente, só no Brasil já são mais de 12 milhões de pacientes. O mau controle glicêmico é universal e se nada for feito para conter essa epidemia, a consequência será um impacto significativamente desastroso para o desenvolvimento econômico não só do Brasil, mas em todo o mundo.

O farmacêutico bem treinado é uma figura de fundamental importância na promoção da educação em diabetes. No atendimento ambulatorial, o contato do paciente com o farmacêutico é bem mais expressivo do que com qualquer outro membro da equipe de saúde. A literatura internacional apresenta vários estudos que comprovam a importância e a efetividade da atuação farmacêutica nas atividades de educação e controle do diabetes, tanto em nível hospitalar como em nível comunitário e ambulatorial. Entretanto, ainda é relativamente reduzido o número de profissionais envolvidos no processo.

Apesar de ser um excelente investimento em saúde pública, a educação em diabetes não recebe o devido apoio das estruturas privadas e oficiais de saúde. As empresas farmacêuticas podem e devem implementar ações educacionais de maneira ética e sem interferir no tratamento médico, disponibilizando uma estrutura de educadores especialmente treinados para tentar suprir, pelo menos parcialmente, a deficiência reinante nesse setor. Além disso, tais empresas também poderiam implementar estratégias de manutenção da adesão a produtos de uso crônico, por meio de programas de redução de custos de medicamentos especiais.

A união de esforços entre iniciativa privada e governamental é uma postura altamente desejável para promover a educação adequada em diabetes, tanto do ponto de vista da informação como da facilitação do acesso a medicamentos especiais de uso crônico. E só há benefícios, principalmente para os pacientes, que poderão ter à disposição informação e apoio para entender que é possível conviver com o diabetes e ter uma vida saudável.






Carlos Alberto M. Aita - médico patologista clínico e possui mais de 15 anos de experiência em pesquisas científicas. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria, com Residência Médica em Patologia Clínica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, possui Mestrado em Imunologia no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Doutorado em Bioquímica e Pós-Doutorado no Instituto de Química da USP. Diretor de Comunicação e Marketing da SBPC/ML no biênio 2018-2019 e responsável técnico no Diagnósticos do Brasil.

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