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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Especialista em Educação orienta sobre como criar os filhos na Era Digital



A psicopedagoga especializada em Educação Sharon Thomas, brasileira radicada em Nova York, esteve recentemente na Casa do Saber, em São Paulo, para apresentar uma de suas palestras mais requisitadas: Como Criar Filhos e Adolescentes Saudáveis na Era da Tecnologia.

Sua abordagem começa por ressaltar a necessidade de que os adultos/educadores se atualizem para estarem aptos a equipar os jovens para participarem de um mundo que requer uma visão global, hoje acessível através da tecnologia.

Sharon Thomas entende que as crianças e adolescentes se sentem mais seguros quando os adultos monitoram o uso da tecnologia. “A responsabilidade deste monitoramento é coletiva e inclui educadores, pais e todos os que têm alguma influência na formação do jovem”, destaca a especialista. “Monitorar é colocar limites a partir do entendimento sobre quais são os programas que esse jovem utiliza e sempre num contexto de conversa franca e aberta sobre os benefícios e os danos vinculados à tecnologia”, completa.

Para Sharon, é muito importante tratar o jovem como um ser inteligente, mas ainda em desenvolvimento. Pesquisas mostram que o lado pré-frontal do cérebro, responsável por nove áreas que incluem autorregulação, gestão do tempo, organização, planejamento, execução de atividades, memória de trabalho, iniciação de tarefas, inibição de impulso e atenção sustentada, leva de 25 a 32 anos para atingir o amadurecimento.

“O diálogo com jovens sobre o desenvolvimento cerebral tende a ser fascinante”, afirma Sharon. “Temos mais chances em ajudá-los por meio da informação e da conversação do que pela simples e pura proibição”, acrescenta.
Embora ainda não se saiba exatamente como as horas gastas em frente às telas de um computador ou de um smartphone alteram a estrutura cerebral, é certo que mudanças estão acontecendo e continuarão a acontecer. Essa interferência tem que ser vista e entendida com seriedade.

Como destaca Sharon, “A tela hoje disputa espaço com o tempo social que os jovens reservavam para brincadeiras na hora do recreio, ou com irmãos, amigos, primos etc. A tela é a nova chupeta, a nova babá, sem os benefícios do contato humano que nos fortalece como pessoas. A tecnologia pode trazer um falso sentido de conexão, que pode ser bastante danoso para jovens que, logo à frente, descobrirão que não possuem amigos ou vínculos verdadeiros”, explica. “Além do mais, temos enfrentado as dificuldades geradas pelo bullying virtual, onde se vê a agressão entre indivíduos que nem sempre entendem como suas palavras e/ou imagens atingem o outro”, ressalta.

Essa é uma discussão relativamente nova, que está apenas começando. Para Sharon Thomas, “é preciso discutir como as escolas usam a tecnologia. Não se trata de simplesmente aceitá-la apenas como algo sofisticado e que chegou para agregar valor. Precisamos aprofundar a conversa no sentido de entendermos como os nossos filhos e essa geração estão se beneficiando, para que tenhamos a segurança de saber que a tecnologia não está substituindo um tempo importante dentro ou fora da sala de aula”, conclui.






Sharon Thomas - possui ampla experiência no desenvolvimento, colocação e orientação de carreiras acadêmicas de jovens nos EUA. A especialista é formada em Psicologia pela Universidade de Georgetown e possui mestrados pela Universidade de Londres e pelo Hunter College. Em Nova York, fundou e dirige o Centro de Educação e Recursos MAIA, onde presta atendimento educacional para alunos de escolas públicas e privadas, desde os anos da Educação Infantil até o Ensino Superior, além de recrutar e treinar professores, entre diversas outras atividades. É também palestrante internacional e especialista em tópicos relacionados à educação.


O Youtube é má influência para as crianças?


Especialista fala sobre os cuidados que os pais devem ter em relação ao conteúdo do Youtube e a educação 


A internet pode ser acessada de vários dispositivos, desde a tela de um smartphone às televisões. O vasto conteúdo tem se tornado uma grande preocupação para os pais, pois é cada vez mais difícil saber o que as crianças estão acessando no mundo online. Além disso, grande parte dos conteúdos que são classificados como infantil possuem versões impróprias para os pequeno. 

Mais de 400 horas de conteúdo são carregadas a cada minuto no Youtube por usuários de várias parte do mundo. O Brasil é o segundo pais que mais assiste vídeos da plataforma, ficando atrás apenas do Estados Unidos. Por isso, o acompanhamento dos pais em relação ao conteúdo visto pelos pequenos é muito importante. Para a psicopedagoga e especialista em educação especial e gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga se a plataforma for usada de forma errada, ela pode ser prejudicial. “Os pequenos são apresentados a uma enxurrada de inversão de valores. O que os pais lutam para construir dentro de casa e na escola, muitas vezes, o Youtube consegue acabar em alguns minutos”, explica Ana.

Prestar atenção no conteúdo e decidir o que a criança pode ou não assistir é uma decisão dos pais. “Há conteúdos que podem ser bloqueados. 

Principalmente os que falam palavrões ou tem valores diferentes dos que os pais buscam para seus filhos”, comenta a especialista.

Muitos pais e responsáveis acabam permitindo que as crianças passem horas vendo vídeos do Youtube, apenas usando aquele meio como uma distração, sem se preocupar com o que está sendo transmitido. E, segundo a especialista, isso pode ser ruim para a criança. “Muitos youtubers tem uma força muito grande para a construção do imaginário da criança, podendo ser uma má influência para as crianças e adolescentes. Tudo o que eles falam acaba impactando a criança, o que pode ocasionar a possibilidade de algumas mudanças no comportamento dos pequenos”, completa a especialista.





Escolas do futuro ensinarão mais habilidades socioemocionais do que conteúdos”, diz especialista em educação básica


Um dos executivos mais influentes da Educação Básica brasileira, Mario Ghio falou durante o encontro Tendências da Educação, que reuniu mais de 200 gestores educacionais em São Paulo


No modelo tradicional, a escola parece se tornar cada vez menos convidativa aos estudantes. Não basta tecnologia ou recursos dos mais diferentes tipos para atraí-los e estimular o interesse pelo aprendizado. Por isso, é necessário discutir os rumos da educação do futuro, analisar e buscar soluções para os novos desafios e promover melhores relações sociais, estimulando as habilidades do século XXI.  

Em evento realizado na última terça-feira (28) pelo Programa Semente, Tendências da Educação 2019, no Novotel Center Norte,  em São Paulo, Mario Ghio, um dos executivos mais influentes da Educação Básica, presidente da holding Saber, afirmou a importância de desenvolver a aprendizagem socioemocional nas escolas brasileiras, para acompanhar as tendências da educação: “se as escolas não se atentarem sobre as habilidades socioemocionais, não haverá alunos; no futuro, as instituições de ensino irão perder o caráter instrucional para se tornar ambientes de aprendizagem colaborativa e de relacionamento”, disse.

Com a presença dos palestrantes Leandro Karnal e do fundador do Programa Semente, Celso Lopes de Souza, as habilidades socioemocionais e as novas ideias de solução para a melhoria da educação no Brasil foram apresentadas para gestores e mantenedores de escolas. Em sua palestra, Karnal ressaltou a importância do professor e da educação no mundo líquido (conceito de Zygmunt Bauman), onde as relações são instáveis e sem formas. Nesse contexto, os professores devem reconhecer que todo o esforço de hoje não terá um resultado imediato, mas sim, um efeito futuro, somente quando será possível observar os adultos que seus alunos se tornarem.  

A aprendizagem socioemocional permite o desenvolvimento de habilidades exigidas no século XXI, como empatia, resiliência, autoconhecimento, trabalho em equipe e tomada de decisões responsáveis. Celso Lopes mostrou como esse ensino dentro das escolas, quando bem estruturado, contribui para a melhoria desses domínios. “É preciso diferenciar o que é conhecer as habilidades socioemocionais e o que é aprender a desenvolver essas habilidades. Por exemplo, no domínio de autocontrole, construímos que não são as situações que deflagram as emoções, mas sim o que pensamos a respeito dessas situações. Em outras palavras, são os nossos pensamentos que determinam as nossas emoções. Esse modelo abre a porta para a regulação emocional à medida que podemos questionar os nossos pensamentos em situações em que as emoções estão mais atrapalhando do que ajudando. Isso é chamado de flexibilização cognitiva”, explica Celso. 

Esse ensinamento também vale aos professores, para que eles tenham capacidade de lidar melhor com os estudantes e implantar nas salas de aulas a aprendizagem socioemocional. “Quando o professor da escola se capacita para aplicar essa metodologia, o impacto é muito maior, pois ele conhece os alunos e tem maior envolvimento”, afirma Celso. 

Atualmente, das 10 competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 4 são explicitamente habilidades socioemocionais. “Nós percebemos que todas as habilidades exigidas por grandes empresas não são apenas os conceitos da profissão, mas sim, habilidades socioemocionais, como agilidade, proatividade, resolução de problemas, capacidade de negociação, comunicação e planejamento, além de liderança e trabalho em equipe”, ressaltou Mario Ghio.
Segundo Ghio, daqui a 30, 40 anos os jovens não irão para a escola somente para adquirir conteúdos e disciplinas, mas para aprender a se relacionar. Por conta disso, o futuro das instituições de ensino está nas mãos da aprendizagem socioemocional. 

Pesquisa nacional – O fundador do Programa Semente chamou a atenção para a necessidade do embasamento científico como auditor dos programas sobre aprendizagem socioemocional no mundo. Amparado pelas principais pesquisas científicas na área de aprendizagem socioemocional, o Programa Semente acaba de publicar o maior estudo sobre o impacto do ensino das habilidades socioemocionais em alunos brasileiros. A pesquisa, realizada pela UFRJ, foi feita com 9,6 mil estudantes do Programa Semente e mostrou impactos positivos em todos os domínios avaliados, apontando nos índices gerais de Habilidades Socioemocionais um aumento estatisticamente significativo de 6,7% na melhora do comportamento desses alunos.





Programa Semente


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