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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

21 a 28 de agosto, Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla: Instituto Gabi aproveita a data para refletir e lutar pela continuidade de sua missão


Na ocasião, Gabi iniciará, também, as comemorações do 18º ano de atuação em prol da pessoa com deficiência e suas famílias


Entre os dias 21 a 28 de agosto acontece, no Brasil, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla – instituída pela Lei 13.585 de 26 de dezembro de 2017. O objetivo é abrir debates e colocar a sociedade em reflexão no dever da igualdade para inclusão.

No Instituto Gabi, esta é uma pauta recorrente desde o começo de suas atividades, em 2001. Fundado pelo casal Francisco e Iracema Sogari, tem como meta atender, orientar e encaminhar pessoas com deficiência e suas famílias. “Entraremos na maioridade com sério risco de encerrar nossas atividades”, lamenta Francisco Sogari. “Desde abril deste ano, a luta tem sido diária para seguir atendendo nossas crianças, adolescentes e jovens”. 

Dois anos após a fundação, em 2003, um convênio com a Prefeitura de São Paulo fez nascer o Núcleo de Apoio à Inclusão Social para Pessoas Com Deficiência (NAISP II e III). Diariamente, 68 crianças, adolescentes e jovens com deficiência recebem atendimento e as mães participam de atividades, com destaque para a oficina de artesanato, que contribui para a geração de renda e no resgate da autoestima.

Mas, no dia 30 de abril deste ano, o convênio chegou ao fim e as atividades foram encerradas. As famílias, convictas de que não seria nada fácil encontrar atendimento de qualidade semelhante, especialmente para os jovens adultos, começaram a se mobilizar, com o apoio da família fundadora, do Ministério Público e da deputada federal Luiza Erundina. As articulações resultaram na continuidade das atividades por um período emergencial de até seis meses. Paralelamente, o Gabi participa de um Edital de Chamamento Público para continuar por mais cinco anos. 


Maioridade – Para o Gabi seguir com sua missão, que completará 18 anos em fevereiro de 2019, há muitos desafios. O maior deles passa pela sustentabilidade do projeto. A entidade segue aproveitando todas as oportunidades para divulgar seu trabalho e, assim, obter mais apoio. “Mantemos um setor de captação de recursos e oferecemos formas de apoio que se adequam às estratégias das empresas, seja via leis de incentivos ou outras formas de ajuda”, explica Francisco Sogari.

Para ele, o Gabi trilhou um longo caminho de amadurecimento e consolidação, chegando à idade adulta com um movimento sólido de inclusão social da pessoa com deficiência. “Foram muitas conquistas – entre elas a estruturação da Sede Multidisciplinar, um espaço próprio para a complementação do serviço, além de ser um polo de captação com o Bazar de Oportunidades”, ilustra. “Vale lembrar que conquistamos o reconhecimento das famílias atendidas, da sociedade civil, do poder público e da imprensa. Prova disto foi o Prêmio de Relevância Social, conferido pela Câmara dos Deputados. Queremos nos firmar como um Centro de Referência no atendimento da Pessoa com Deficiência, mas ainda há muito a ser feito”, diz.  

Fazem parte da programação para celebrar os 18 anos do Instituto Gabi o lançamento do selo comemorativo, a publicação de um livro com a história da entidade, Desfile Cívico, Semana Cultural e o Encontro da Rede de Comunicadores Amigos do Gabi, entre outras ações. 



Cirurgia segura: veja os cuidados necessários


Superintende da ONA aponta os erros mais cometidos e mostra práticas que aumentam a segurança do paciente


Um ambiente domiciliar está longe de ser o mais adequado para uma cirurgia. É nos centros cirúrgicos que profissionais de saúde e pacientes podem ter acesso ao que é necessário para que o procedimento ocorra da melhor forma possível. Mas, mesmo em ambientes adequados, é preciso que os profissionais sigam diversos padrões e processos para que o procedimento ocorra com segurança.

O centro cirúrgico é uma das unidades de maior nível de complexidade de um hospital. Geralmente, esses espaços recebem variados procedimentos cirúrgicos. Além disso, contam com uma alta rotatividade tanto de profissionais e quanto de pacientes. Tudo isso aumenta os riscos de eventos adversos – popularmente conhecidos como “erros médicos”, ainda que esse termo não seja correto.

De acordo com o Superintendente Técnico da Organização Nacional de Acreditação (ONA), Dr. Péricles Cruz, quando os profissionais de saúde se envolvem com os procedimentos e normas voltados para um cuidado seguro, observa-se uma redução no tempo de tratamento e da hospitalização do paciente. 

Dr. Cruz alerta para atitudes e problemas que aumentam as chances de erros:
  • Excesso de confiança dos profissionais de saúde, que acabam não seguindo todas as etapas necessárias para uma cirurgia segura;
  • Falta de comunicação entre os integrantes da equipe;
  • Erros de identificação de pacientes e do local que deve ser submetido à cirurgia (ex.: braço esquerdo ou direito);
  • Falta de mão de obra qualificada, devidamente treinada para executar o procedimento;
  • Estrutura física inadequada.

“Vale ressaltar que esta é uma situação que ocorre no mundo todo, não apenas no Brasil. Felizmente, temos observado nos últimos tempos uma considerável mudança de comportamento dos profissionais de saúde com um grande direcionamento para a segurança do paciente”, analisa.

A utilização de protocolos associada a modelos de gestão voltados para a garantia da segurança do paciente pode evitar eventos adversos. Dr. Cruz aponta informações que devem ser sempre conferidas pelos cirurgiões, auxiliares, anestesistas e demais profissionais envolvidos:
  • Nome do paciente;
  • Tipo de cirurgia;
  • Exames pré-operatórios;
  • Região do corpo a ser abordada;
  • Intervenção correta para aquele paciente e para o órgão a ser operado;
  • Instrumentos a serem empregados na cirurgia, todos devidamente identificados, verificados e contados no início e ao final da cirurgia.

Além dos padrões e processos seguidos durante a cirurgia, é importante que as instituições de saúde:
  • Façam a manutenção preventiva e corretiva das instalações e dos equipamentos;
  • Implantar protocolos de cirurgia segura;
  • Tenham critérios para Identificar pacientes críticos;
  • Determinem o fluxo de atendimento em urgências e emergências;
  • Deixem claros para as equipes os critérios e procedimentos de segurança para a utilização de equipamentos, materiais médico-hospitalares e medicamentos.

Os pontos mencionados acima e muitos outros estão descritos no Manual Brasileiro de Acreditação da ONA, utilizado na avaliação de hospitais e demais organizações de saúde. “São requisitos válidos para qualquer tipo de procedimento cirúrgico. É importante ressaltar que o pós-operatório é também muito importante. Especialistas apontam para o fato de que o descuido pode ocasionar consequências prejudiciais não só para a obtenção do resultado pretendido, como também para a saúde do paciente”, explica.









Sobre a ONA
A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde, com foco na segurança do paciente. É reconhecida pela ISQua (International Society for Quality in Health Care), associação parceira da OMS e que conta com representantes de instituições acadêmicas e organizações de saúde de mais de 100 países. Com 19 anos de atuação e com 700 instituições certificadas, a ONA se consolidou como a principal metodologia de acreditação de saúde do país. Sua metodologia possui Normas de Avaliações para 16 diferentes tipos de serviços para saúde, tais como: hospitais, ambulatórios, laboratórios, pronto atendimento, atenção domiciliar, hemoterapia, nefrologia e terapia renal substitutiva, medicina hiperbárica, atendimento oncológico, diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear, clínicas odontológicas, processamento de roupas para serviços de saúde, esterilização e reprocessamento de materiais, dietoterapia e de manipulação, além de programas de saúde e prevenção de riscos.


Neurite ótica pode ser primeira manifestação da Esclerose Múltipla (EM)


Cerca de 50 a 60% dos pacientes que apresentam um episódio de neurite ótica desenvolvem a esclerose múltipla
 
 
Perda aguda da visão de um dos olhos, que piora em questão de horas ou de dias. Dor ao movimentar os olhos, dificuldade para enxergar cores e sensação de luzes piscantes. Estes são os sintomas clássicos de um episódio de neurite ótica, uma inflamação que danifica o nervo ótico, responsável por transmitir as informações visuais para o cérebro. A neurite ótica pode ser o primeiro sintoma da esclerose múltipla em cerca de 20% dos pacientes.

O mês de agosto foi eleito para falar sobre a esclerose múltipla, doença autoimune que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). Na esclerose múltipla, o próprio sistema de defesa do organismo ataca a bainha de mielina, substância que reveste e protege as células nervosas, permitindo a troca de mensagens entre o cérebro e o restante do corpo. A esclerose múltipla causa danos na bainha de mielina, o que leva os nervos a perderem a capacidade de enviar e de receber as mensagens da forma correta.
 

Problemas visuais são prevalentes nos pacientes com EM
 
“Esse processo degenerativo e progressivo na bainha de mielina leva aos sintomas, como enfraquecimento dos músculos, perda da coordenação, paralisia e aos problemas que afetam o nervo óptico, como a neurite ótica. Os problemas visuais afetam de 50 a 60% dos pacientes. A neurite ótica pode ser o primeiro sintoma, como também uma manifestação posterior da doença”, explica a neuroftalmologista Dra. Marcela Barreira, Chefe do Setor de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba.

Dra. Marcela afirma que cerca de 50% das pessoas que apresentam uma crise isolada de neurite ótica irão desenvolver a esclerose múltipla dentro de 15 anos. “A neurite ótica é a causa mais comum de perda visual aguda em jovens adultos, sendo que as mulheres são mais afetadas que os homens, assim como a EM também afeta mais o sexo feminino do que o masculino”.

A neurite ótica também está ligada a outras doenças autoimunes, como também pode ser idiopática, ou seja, sem causa definida.


Diagnóstico & Tratamento
 
O médico responsável por fazer o diagnóstico da neurite ótica é o neuroftalmologista. “Além do exame clínico, o médico irá solicitar uma série de exames laboratoriais e de imagem para confirmar a suspeita. O tratamento pode variar de paciente para paciente, mas em geral é feito com medicamentos que ajudam a controlar a inflamação e a dor”, explica Dra. Marcela. Vale lembrar que o tratamento para a esclerose múltipla também ajuda a diminuir a quantidade e a gravidade das crises de neurite ótica.
 

Prognóstico
 
Embora a maior parte dos pacientes recupere a visão depois de um episódio de neurite ótica, alguns podem apresentar diminuição da acuidade visual, assim como dificuldades para enxergar cores, brilho e nitidez.

“Outra consequência da neurite ótica em alguns pacientes é o embaçamento da visão quando há aumento da temperatura corporal, seja em um quadro febril ou em situações como atividade física e locais quentes, por exemplo. Isso é chamado de sinal de Uhthoff”, explica Dra. Marcela.

Por fim, estima-se que cerca de 3 em cada 10 pacientes que já tiveram um episódio de neurite ótica podem apresentar outro, no mesmo olho, ao longo da vida.


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