Superintende
da ONA aponta os erros mais cometidos e mostra práticas que aumentam a
segurança do paciente
Um ambiente domiciliar
está longe de ser o mais adequado para uma cirurgia. É nos centros cirúrgicos
que profissionais de saúde e pacientes podem ter acesso ao que é necessário
para que o procedimento ocorra da melhor forma possível. Mas, mesmo em
ambientes adequados, é preciso que os profissionais sigam diversos padrões e
processos para que o procedimento ocorra com segurança.
O centro cirúrgico é uma
das unidades de maior nível de complexidade de um hospital. Geralmente, esses
espaços recebem variados procedimentos cirúrgicos. Além disso, contam com uma
alta rotatividade tanto de profissionais e quanto de pacientes. Tudo isso
aumenta os riscos de eventos adversos – popularmente conhecidos como “erros médicos”,
ainda que esse termo não seja correto.
De acordo com o
Superintendente Técnico da Organização Nacional de Acreditação (ONA), Dr.
Péricles Cruz, quando os profissionais de saúde se envolvem com os
procedimentos e normas voltados para um cuidado seguro, observa-se uma redução
no tempo de tratamento e da hospitalização do paciente.
Dr. Cruz alerta para
atitudes e problemas que aumentam as chances de erros:
- Excesso de confiança dos profissionais de saúde, que acabam não seguindo todas as etapas necessárias para uma cirurgia segura;
- Falta de comunicação entre os integrantes da equipe;
- Erros de identificação de pacientes e do local que deve ser submetido à cirurgia (ex.: braço esquerdo ou direito);
- Falta de mão de obra qualificada, devidamente treinada para executar o procedimento;
- Estrutura física inadequada.
“Vale ressaltar que esta é
uma situação que ocorre no mundo todo, não apenas no Brasil. Felizmente, temos
observado nos últimos tempos uma considerável mudança de comportamento dos profissionais
de saúde com um grande direcionamento para a segurança do paciente”, analisa.
A utilização de protocolos
associada a modelos de gestão voltados para a garantia da segurança do paciente
pode evitar eventos adversos. Dr. Cruz aponta informações que devem ser sempre
conferidas pelos cirurgiões, auxiliares, anestesistas e demais profissionais
envolvidos:
- Nome do paciente;
- Tipo de cirurgia;
- Exames pré-operatórios;
- Região do corpo a ser abordada;
- Intervenção correta para aquele paciente e para o órgão a ser operado;
- Instrumentos a serem empregados na cirurgia, todos devidamente identificados, verificados e contados no início e ao final da cirurgia.
Além dos padrões e
processos seguidos durante a cirurgia, é importante que as instituições de
saúde:
- Façam a manutenção preventiva e corretiva das instalações e dos equipamentos;
- Implantar protocolos de cirurgia segura;
- Tenham critérios para Identificar pacientes críticos;
- Determinem o fluxo de atendimento em urgências e emergências;
- Deixem claros para as equipes os critérios e procedimentos de segurança para a utilização de equipamentos, materiais médico-hospitalares e medicamentos.
Os pontos mencionados
acima e muitos outros estão descritos no Manual Brasileiro de Acreditação da
ONA, utilizado na avaliação de hospitais e demais organizações de saúde. “São
requisitos válidos para qualquer tipo de procedimento cirúrgico. É importante
ressaltar que o pós-operatório é também muito importante. Especialistas apontam
para o fato de que o descuido pode ocasionar consequências prejudiciais não só
para a obtenção do resultado pretendido, como também para a saúde do paciente”,
explica.
Sobre a ONA
A Organização Nacional de
Acreditação (ONA) é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que
certifica a qualidade de serviços de saúde, com foco na segurança do paciente.
É reconhecida pela ISQua (International Society for Quality in Health Care),
associação parceira da OMS e que conta com representantes de instituições
acadêmicas e organizações de saúde de mais de 100 países. Com 19 anos de
atuação e com 700 instituições certificadas, a ONA se consolidou como a
principal metodologia de acreditação de saúde do país. Sua metodologia possui
Normas de Avaliações para 16 diferentes tipos de serviços para saúde, tais
como: hospitais, ambulatórios, laboratórios, pronto atendimento, atenção
domiciliar, hemoterapia, nefrologia e terapia renal substitutiva, medicina
hiperbárica, atendimento oncológico, diagnóstico por imagem, radioterapia e
medicina nuclear, clínicas odontológicas, processamento de roupas para serviços
de saúde, esterilização e reprocessamento de materiais, dietoterapia e de
manipulação, além de programas de saúde e prevenção de riscos.
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