Pesquisar no Blog

terça-feira, 10 de julho de 2018

Um país em crise existencial


A ideia de que tudo se resolve no Estado teve sua expressão máxima na Constituição brasileira de 1967, no artigo 158, inciso XIX, que assegurava aos brasileiros “colônia de férias e clínicas de repouso”. A partir de Karl Marx, cresceu a legião de intelectuais, pensadores e políticos, na direita e na esquerda, dedicados a convencer a sociedade de que para cada problema individual há sempre uma solução estatal.

A socialdemocracia, que se propunha ser uma terceira via entre socialismo e capitalismo, foi responsável pelo crescimento do setor público e pelo aumento da tributação. A essência dessa ideia é que o sistema produtivo deve ser capitalista, com base na propriedade privada, na organização empresarial da produção e no trabalho assalariado, mas com governo grande, tributação pesada e programas de transferência de renda via serviços públicos. Os socialdemocratas se inspiraram em Marx para dizer que o problema da produção já estava resolvido e tudo se resumia a ter um bom sistema de distribuição.

Os defensores desse modelo não entenderam duas coisas. A primeira, que Marx não estava pensando na pobre Rússia czarista quando propôs o socialismo, mas na Inglaterra, um país com desenvolvido capitalismo industrial sob um regime liberal. Marx disse, em A Ideologia Alemã, que enquanto não houver aumento da produtividade capaz de gerar abundância, a briga pela redistribuição será apenas uma briga pela “die alte Scheisse” (a velha merda).

Ajudados pela grande depressão econômica dos anos 1930, que reduziu o produto mundial e lançou milhões no desemprego, os adeptos do crescimento do Estado tiveram a oportunidade de promover a expansão desmedida da máquina pública. Porém, cinco décadas depois, o gigantismo estatal gerou subprodutos perversos: carga tributária pesada, ineficiência governamental, inibição do investimento privado, casta de funcionários públicos de altos salários, privilégios para os tripulantes da máquina oficial, déficits fiscais, elevadas dívidas públicas e muita corrupção.

Conquanto o governo seja necessário e tenha suas funções, o gigantismo estatal e o excesso de intervenção na vida das pessoas passaram a produzir a doença que vieram para curar, além de disseminarem uma danosa consequência de natureza cultural: a crença de que a solução de todos os males sociais e individuais está no Estado. Na América Latina, os políticos populistas e demagogos cresceram na esteira da cultura da dependência, que se tornou a marca de grande parte da população.

O alemão desempregado de Ansbach, afora o aspecto hilário e jocoso de sua ação, apenas expôs o reflexo da crença de que o bem-estar é direito de todos e dever do Estado. Não se trata de ser contra redes de proteção social, mas é justamente para bem cumprir esse papel que o Estado não pode ser inchado, perdulário, endividado e excessivamente tributador. O caso do Brasil hoje é notório: o maior obstáculo ao crescimento econômico é o setor público, inchado, ineficiente, endividado e corrupto.

A redução da pobreza depende da criação de riqueza, tarefa da sociedade e do sistema produtivo privado.






José Pio Martins - economista e reitor da Universidade Positivo (UP).


A importância da avaliação do MEC na Educação Infantil


A cultura da infância tem ocupado posição de destaque no cenário mundial, seja nos países desenvolvidos, seja nos países em desenvolvimento. Esta centralidade se dá desde a Revolução Industrial, no século 18, quando a mulher passou do papel de dona de casa e criadora dos filhos à gestora da vida familiar. Nasce então a necessidade de um ambiente para atendimento e acolhimento às crianças e, desde então, o ambiente escolar passou por vários momentos de ressignificação teórica que se estendem até os dias atuais. E entre os destaques contemporâneos estão em pauta as melhorias para a Educação Infantil.

A primeira etapa da Educação Básica, que compreende o atendimento escolar de crianças de zero a cinco anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento integral dos pequenos, visto que é o momento de adaptação à rotina pedagógica, em que eles aprendem conceitos básicos necessários para as séries iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, na Educação Infantil se desenvolvem aspectos cognitivos, afetivos, emocionais e físicos nas crianças, ampliando conhecimentos sobre a sua realidade social e cultural, contribuindo assim na construção da identidade e do exercício da cidadania.

Partindo dessa premissa, o MEC pretende implementar – em parceria com o INEP, que realiza avaliações educacionais em variados níveis de ensino – a Avaliação Nacional da Educação Infantil (ANEI), a fim de monitorar o nível da Educação Infantil no país. A ANEI surgiu da necessidade de se ter informações sobre a qualidade da Educação Infantil, visando oferecer às crianças uma escolarização de qualidade desde os primeiros anos na escola. A avaliação deve ser realizada a cada dois anos, por meio de questionários baseados em parâmetros nacionais de qualidade da Educação Infantil publicados pelo MEC, que deverão ser preenchidos pelos gestores e profissionais de instituições e sistemas de Educação Infantil (creches e pré-escolas), buscando aferir os recursos pedagógicos; o perfil dos educadores; as condições de gestão; a infraestrutura física; a situação de acessibilidade; a oferta de vagas, bem como outros indicadores relevantes.

A interpretação dos resultados da avaliação poderá contribuir para a melhoria da qualidade educacional em pontos importantes como o processo de formação contínua dos profissionais, a busca da igualdade de oportunidades em meio as diversidades e desigualdades sociais, e a objetividade na construção do currículo.

A Educação Infantil vem provando a cada dia que é primordial na aprendizagem efetiva, a partir da utilização de ferramentas essenciais para este período escolar, como o cuidado com a organização dos espaços e materiais; a promoção de atividades que provoquem o desenvolvimento de capacidades; a garantia do direito ao brincar como forma genuína de aprendizado e a prática de atividades lúdicas como ferramenta facilitadora na aprendizagem. Mas há de se pensar em melhorias na qualificação dos profissionais.

Acredito que a Avaliação Nacional da Educação Infantil virá para agregar valores no que tange à resolução e enfrentamento de problemas desta fase escolar. Sabemos das muitas arestas a serem aparadas. A Educação Infantil necessita cuidados e um olhar diferenciado, tendo vista que se trata do verdadeiro alicerce da aprendizagem, onde a criança se prepara para as próximas etapas educacionais.







Simone Barros - Analista de Operações da Planneta Educação, empresa do grupo Vitae Brasil (www.vitaebrasil.com.br); graduada em Letras pela Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP, pós-graduada em Gramática e Uso pela Universidade de Taubaté - UNITAU e Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER, com experiência em trabalhos relacionados à Educação e Tecnologia Educacional. Contato: simone.barros@vitaebrasil.com.br.


Sobre o universo condominial


Ao escolher viver em um condomínio, seja de casas ou apartamentos, ou ainda trabalhar em um condomínio comercial, nem sempre é possível antecipar como serão as relações com os futuros vizinhos.
Condomínio é um universo em que tudo depende. A convivência condominial é completa e complexa. É um fenômeno de desprendimento do conceito de propriedade. O conceito próprio de direito condominial é o de que não há propriedade exclusiva.

Se amores, valores e humores não se discutem, como lidar com essas diferenças vivendo em condomínio, onde o privado está limitado pelo que é comum? Onde tudo é lido, interpretado e julgado, e ao adquirir uma unidade privativa, estamos adquirindo um vínculo com dezenas de vizinhos?

O homem é um ser social, que cada vez mais vive em condomínios. Neste espaço, amplia seu relacionamento familiar para o convívio com uma coletividade de vizinhos, seja nas áreas de lazer, seja nas áreas comuns.

Clubes de lazer, cada vez mais procurados na escolha do condomínio, pressupõem uma convivência harmônica com os demais condôminos, para que realmente as áreas destinadas ao lazer, descanso e bem-estar se prestem ao seu destino final.
Quanto mais serviços e maior área comum o condomínio oferece, maior a responsabilidade do condomínio e do síndico em sua administração, gerando a necessidade deste ser devidamente assessorado.

A administração de um condomínio equivale à administração de uma pequena empresa. Embora muitas questões sejam delegadas às imobiliárias administradoras, o síndico também deve atuar de forma ativa e ter conhecimento e cuidados para que a administração seja realizada observando todos os requisitos legais.

Para isso, não basta boa vontade. O síndico morador, que já conta com inúmeros compromissos profissionais e pessoais, muitas vezes abdicando de seu escasso tempo de lazer e descanso em família para atender às demandas do condomínio, precisa contar com habilidades para o bom desenvolvimento da atividade.

Saber ouvir as reclamações dos condôminos, ser político, imparcial, bom comunicador e excelente líder, além de possuir conhecimentos específicos de direito civil e trabalhista, contabilidade e administração, são essenciais para desenvolver esta atividade.

É neste contexto que a figura do síndico profissional vem ganhando destaque no mercado. O foco deve ser o atendimento personalizado ao condomínio por uma atuação imparcial na solução de conflitos, profissionalismo e excelência na busca pelos melhores resultados. 






Renata Bettin Waechter - gestora da Banca de Síndicos


Posts mais acessados