O rápido diagnóstico é fundamental para o
desenvolvimento de um plano terapêutico adequado às necessidades do paciente
As Doenças
Inflamatórias Intestinais (DII) atingem ambos os sexos de forma equivalente,
prevalecendo em jovens com idade entre 20 e 40 anos. Segundo a Sociedade
Brasileira de Coloproctologia, a incidência de Doença de Crohn e Retocolite
Ulcerativa está aumentando nos países em desenvolvimento e, entre outros
motivos, pode estar indiretamente relacionada aos hábitos alimentares atuais de
consumo ocidentais.
As DII são
caracterizadas por uma inflamação crônica, de caráter recorrente, que resultam
de uma resposta imunológica inapropriada, em indivíduos geneticamente
suscetíveis, englobando essencialmente duas formas de apresentação: a
Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn. A Retocolite Ulcerativa é
caracterizada por uma inflamação na camada superficial (mucosa) do intestino
grosso (cólon) e reto. Já a Doença de Crohn, caracteriza-se por uma inflamação
transmural crônica do tubo digestivo, o que significa que pode envolver toda a
espessura da parede intestinal, que pode acometer da boca ao ânus de forma
segmentar ou salteada, com frequente comprometimento da região ileal (final do intestino delgado).
O Hospital
Alemão Oswaldo Cruz alerta para a importância de um rápido diagnóstico dessas
doenças, que podem fazer toda a diferença na designação do tratamento mais
adequado para as necessidades de cada paciente. Segundo o gastroenterologista
do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Matheus Azevedo, para a escolha apropriada
da melhor abordagem terapêutica é necessário considerar diversos fatores. “É
preciso analisar o grau de atividade clínica e endoscópica da doença,
localização, extensão, comportamento, eficácia da droga e seus potenciais
efeitos colaterais, resposta prévia a algum tipo de tratamento, presença de
manifestações extraintestinais ou complicações relacionadas à doença”, explica.
O diagnóstico
das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) depende de um conjunto de dados da
história clínica, exame físico, exames laboratoriais, e de procedimentos
endoscópicos e radiológicos. Dentre os principais sintomas estão: dor
abdominal, diarreia com ou sem sangramento e perda de peso. Cerca de 25% dos
pacientes podem apresentar manifestações extraintestinais, como sintomas de
pele e oculares, problemas nas articulações e febre. “Na última década houve um
grande avanço no tratamento das DII. O uso de drogas imunobiológicas,
especificamente para aqueles casos moderados a graves, assumiu um papel
fundamental no controle da inflamação intestinal. Se adequadamente tratado, o
paciente portador de DII pode ter uma qualidade de vida semelhante a qualquer
outra pessoa”, aponta Dr. Matheus.
DII e câncer
Tanto a
Doença de Crohn (que acomete o colón) quanto a Retocolite Ulcerativa, aumentam
em cerca de duas vezes o risco de câncer colorretal quando comparado com a
população em geral, principalmente se não forem adequadamente tratadas. A
previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é de que em 2018 sejam
diagnosticados cerca de 36,3 mil novos casos de câncer colorretal. Este é o
segundo tipo de tumor mais frequente em mulheres e o terceiro entre os homens.
Nos Estados Unidos a doença é a terceira principal causa de morte relacionada
ao câncer em homens e mulheres.
Hospital
Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br