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quarta-feira, 2 de maio de 2018

Dormir durante o dia pode não ser uma boa ideia para as mães



Especialista do Hospital CEMA explica por que não é recomendável que as mães compensem o sono noturno com sonecas à tarde e ensina como dormir melhor


Se tem uma coisa que falta na vida das mães é o sono. Seja por que o bebê precisa mamar ou está com o dente nascendo, ou por que a criança sente medo ou está gripada. Pergunte para uma mãe o que ela acha de tirar um cochilo e experimente ver a alegria nascer no rosto dela. Muitas, na ânsia por dormir, aproveitam as sonecas da tarde do bebê e vão dormir junto. No entanto, essa atitude pode não ser tão adequada. "A regulação do sono se dá por uma série de mecanismos, o sono da noite faz parte do ciclo natural das pessoas, e a qualidade dos sonos é melhor quanto mais natural puder ser. Dormir durante o dia não compensa a alteração de sono noturno, podendo, inclusive, alterar ainda mais a qualidade do sono", explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA e membro da International Sleep Surgery Society, Emerson Thomazi. 

Segundo o médico, o mais indicado é ter uma rotina consistente, ao invés de tentar entrar na rotina dos bebês. "Acompanhar o ritmo deles pode ser pior do que ficar sem dormir durante o dia", alerta. Quem tem filhos pequenos sabe, eles demoram a engatar um sono de noite inteira. Para as mães, as consequências dessas noites mal dormidas vão desde inseguranças, cansaço e muita aflição, até conflitos no casamento, mal humor, agitação e muito estresse causados pela falta de sono.

Para os filhos, os danos também são sentidos. Além de contarem com mães cansadas, estressadas e, muitas vezes, isoladas pela falta de compreensão - o que impacta negativamente na relação entre mãe e filho - há o risco de que o sono das crianças fique ainda mais prejudicado. Principalmente se a mãe sofrer de insônia. Um estudo da Universidade de Basel, na Suíça, e de Warwick, no Reino Unido, concluiu que mães com insônia afetam diretamente a qualidade do sono dos filhos, fazendo-os dormir menos e de maneira mais superficial. "Talvez as crianças aprendam a imitar os padrões de sono dos pais, embora a insônia tenha também uma influência genética", avalia o especialista.

Mas, como conseguir ter boas noites de sono? O médico dá algumas dicas. "A atividade física contribui para um sono melhor, além de aumentar a autoestima e disposição. Beber água com frequência também é importante, pois ajuda a regular o funcionamento do organismo. Comer bem, de modo saudável, sem recorrer a dietas desnecessárias, evitar o excesso de equipamentos eletrônicos, pois eles são péssimos para um sono de qualidade, são algumas ações que podem ajudar", aconselha.

De acordo com Thomazi, outra medida essencial é adotar uma rotina consistente, para que o corpo se adapte e o relógio biológico funcione de modo adequado. Por último, é importante que as mães tenham clareza de que essas alterações de sono no início da vida dos filhos fazem parte do pacote da maternidade. "É importante saber que não é a única mãe a passar por esse período de adaptação. Isso diminui as angústias e incertezas geradas nessa fase. Vale a máxima de que esse período passa rápido", finaliza o médico.




Instituto CEMA


A relação entre obesidade, irritabilidade e compulsão por trabalho


Obesidade, irritabilidade e compulsão por trabalho podem estar mais relacionados do que as pessoas imaginam! Isso porque os altos e baixos no humor, obesidade e pessoas consideradas multitarefas e workaholics (obsecadas por trabalho) podem na verdade estar  excessivamente aceleradas em virtude de um excesso de ativação cerebral. O problema pode ser doença psiquiátrica. Quem explica é o psiquiatra Dr. Diego Tavares, do Hospital das Clínicas de SP.



É natural do ser humano a variação de humor. Um dia estamos contentes e, em outro podemos acordar mais sensíveis ou mau humorados. Mas, quando essa oscilação se torna intensa o sinal de alerta precisa estar aceso. O grande problema é que a maior parte das pessoas não presta atenção às próprias oscilações de humor, principalmente quando o assunto é irritabilidade. Associado a isso, comportamentos como o comer intenso ou compulsivo e picos de ânimo e energia seguidos de momentos de maior tédio e cansaço podem ser sinais de formas leves e silenciosas de transtorno bipolar.

“A doença na sua forma mais leve e crônica pode passar despercebida por anos, porque é comum a família e a própria pessoa muitas vezes justificarem alguns comportamentos (que na verdade são sintomas) alegando que a oscilação de humor vem de um “gênio forte” ou que a oscilação de energia venha de "preguiça e estar trabalhando muito", levando a um diagnóstico e tratamento tardios”, fala o médico.

De acordo com o psiquiatra e pesquisador do programa de transtornos afetivos do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares, o transtorno bipolar nem sempre tem sinais explícitos e é uma doença cerebral marcada pela instabilidade do humor, dos níveis de energia e disposição e do impulso aumentado para comportamentos diversos (comer, beber, sexo, gastos, etc). “O grande problema é que quando falamos em distúrbios do humor todo mundo só lembra de humor para baixo (depressão) mas, pessoas consideradas multitarefas e workaholics podem na verdade estar  excessivamente aceleradas em virtude de um excesso de ativação cerebral. Porém, todo motor que acelera demais pode esquentar e parar de funcionar e depois desse excesso de ativação o cérebro passa pra fase desacelerada e o indivíduo deprime. Nesse momento busca tratamento com queixa de depressão mas o momento anterior de excesso de  humor, energia e atividade também não era normal e é justamente neste momento que o equívoco diagnóstico acontece: a pessoa é tratada como tendo apenas depressão quando na verdade tem oscilação de humor para baixo e para cima, ou seja, bipolaridade ”, conta Dr Diego.

“Há vários graus de transtorno bipolar e todos, quando corretamente diagnosticados, têm tratamento. E muitas vezes quando se fala em bipolaridade às vezes vem à mente das pessoas compulsões muito prejudiciais como por sexo ou drogas, mas muitos esquecem que pessoas compulsivas por trabalho e por comida e com irritabilidade persistente merecem ser investigadas por especialistas acerca de possível bipolaridade.” conclui o psiquiatra.


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