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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Comunidade judaica celebra um novo ano



Rosh Hashaná inicia no dia 20 de setembro, com encontros nas Sinagogas. Representantes da Federação Israelita do RS participarão da cerimônia oficial, a partir das 19h, na Sinagoga Sibra


A comunidade judaica de Porto Alegre se reúne ao entardecer da próxima quarta-feira, 20/09, para celebrar a chegada do ano 5778. No Rosh Hashaná (ano novo judaico), as famílias se encontram nas Sinagogas para orações e reflexões sobre o ano que passou. Representantes da Federação Israelita do RS participarão da cerimônia oficial, a partir das 19h, na Sinagoga Sibra (Rua Mariante, 772).

Nesta época, existem costumes e leis do judaísmo que são praticados tradicionalmente. Usam-se roupas brancas que representam a pureza da alma, enviam-se mensagens com os dizeres Shaná Tová U-metuká (um ano bom e doce), acendem-se velas e comem-se comidas que representem o bem, a plenitude e a feliz renovação do ano. Um costume antigo é comer um pedaço de maçã mergulhado no mel – para um ano bom e doce.

Passados 10 dias da celebração do ano novo, a comunidade celebra o Yom Kipur – Dia do Perdão, ao entardecer do dia 29 de setembro, realizando um jejum de 24 horas como forma de devoção e negação do prazer terreno, que é quebrado no final da tarde com um grande jantar em família.

Os Rabinos dizem que a essência do ano novo judaico não é uma ocasião para o excesso e o júbilo incontrolado. Para eles é necessário entrar num momento de reflexão e autoexame. O principal símbolo deste período é o toque do shofar (corneta feita de um chifre de carneiro) que como um alarme, chama à reflexão e à consciência adormecida.


O CALENDÁRIO JUDAICO

O calendário judaico, que é o oficial em Israel e o religioso para os judeus em todo o mundo, foi instituído por Hillel II por volta do ano de 359. Enquanto o calendário gregoriano baseia-se no sol, o judaico é baseado tanto no sol quanto na lua.







Ser bom é fazer com que muitas pessoas sintam felicidade em viver


Em qualquer profissão, em qualquer situação, procure sempre cultivar sentimentos de justiça em relação à família, aos colegas ou aos subordinados. Ser justo é saber compreender os que nos cercam, é trabalhar por sua felicidade. Ser justo é também ter a coragem de usar um remédio amargo para reverter uma situação difícil, seja na família, na empresa ou na comunidade em que vivemos. A verdadeira justiça é a que nasce da Verdade. Começa com a consciência de que somos filhos de Deus. É a “justiça do bom coração”, diz o autor japonês Ryuho Okawa em seu livro “As Leis da Justiça”.

Em outro de seus livros, “O Renascimento de Buda”, lançado na última Bienal do Rio, Okawa diz que “os iluminados não julgam o próximo. Os iluminados não tentam machucar as pessoas. E estão sempre prontos a oferecer uma boa palavra. São ignorantes os que lançam veneno no coração das pessoas. Ser bom é fazer com que muitas pessoas sintam felicidade em viver”. Para o autor, a Grande Compaixão é “enxergar o sofrimento e a tristeza do próximo e derramar lágrimas por ele”.

As leis humanas mudam de uma nação para outra, de uma época para outra, seguindo tradições e costumes. Uma atividade pode ser considerada ilegal em um país, não em outro, como, por exemplo, em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo ou ao uso controlado de drogas. Já a justiça que nasce de um coração bom e compreensivo é eterna, porque se preocupa com a realização e a felicidade dos outros.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”, disse Jesus em seu conhecido Sermão da Montanha. Traduzindo essa mensagem para o mundo de hoje, poderíamos dizer “bem-aventurados” os que lutam por um mundo melhor, por justiça social, pela divulgação de ideias que conduzem à Verdade e à felicidade. Bem-aventurados todos os pais, todas as pessoas, governantes e governados, que seguem esse caminho. Construirão famílias, comunidades e nações mais prósperas e felizes.

No mês de outubro celebramos o dia das Crianças, que precisam de exemplos de retidão e justiça para moldar um caráter que as capacite a tornar nosso país e nosso mundo um lugar melhor para se viver. Que os pais consigam ser, ao mesmo tempo, exigentes, justos e compreensivos no desafio de proporcionar aos filhos uma educação plena, que inclua formação científica, cultura, história e valores morais. O mesmo desafio é dos professores, cujo dia também comemoramos em outubro. Eles têm boa parte da responsabilidade de formar pessoas transformadoras.

O mundo está sedento de justiça. Há minorias que não têm seus direitos respeitados. Há centenas de milhares que não possuem uma moradia digna. Há milhões que estão à margem do desenvolvimento. O mundo anseia pelo surgimento de governantes justos, que se preocupem com os excluídos. A Justiça que vem de Deus paira acima das leis humanas. É praticada com sabedoria, humildade e compreensão, com a consciência de que devemos, sim, atacar o pecado, mas sempre abraçando o pecador e dando-lhe condições para que volte a trilhar o caminho do bem. Quem de nós não cometeu erros ao longo da vida? Atire a primeira pedra quem não tiver pecado, disse Jesus a um grupo de seu tempo que queria apedrejar uma prostituta.

Todos nós somos chamados a cultivar sentimentos mais nobres em nossos corações. Todos nós somos chamados a participar da construção de um mundo melhor e mais justo. Se cada árvore produzir seus frutos, se cada um deixar germinar em seu coração as sementes do bem, estará formada a floresta do amor.





Kie Kume - gerente da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.200 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas.  (www.okawalivros.com.br)





Jovem, negra e mãe solteira: a dramática situação de quem dá à luz na prisão



A mulher que dá à luz na prisão é jovem, negra e mãe solteira. Inédito, o censo carcerário de mães presas feito pela Fundação Oswaldo Cruz e pelo Ministério da Saúde confirmou um perfil socioeconômico observável nas unidades prisionais femininas. 

A pesquisa revelou também o drama da experiência de estar grávida e parir em uma prisão brasileira. Uma em cada três mulheres foi algemada após ser internada para o parto, apurou a pesquisa. A situação das mulheres que estão grávidas ou que tiveram filhos no sistema prisional é acompanhada pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, a partir de informações dos presidentes de tribunais de Justiça.

Entre agosto de 2012 e janeiro de 2014, os pesquisadores responsáveis pelo estudo “Saúde materno-infantil nas prisões” visitaram 24 estados brasileiros. Ouviram pessoalmente 495 mulheres presas, no ambiente prisional. Apenas 241 presas que deram à luz na cadeia e que tinham filhos menores de um ano foram consideradas como amostra do estudo. Desse grupo, 67% tinham entre 20 e 29 anos. A maioria das mulheres era negra – 57% se declararam pardas e 13%, pretas – e mãe solteira (56% da amostra). 


A vulnerabilidade social do grupo das mulheres presas, especialmente as mães que tiveram filhos na cadeia, também foi constatada pelo  fato de 30% delas chefiarem suas famílias – 23% delas tinham famílias chefiadas pelas próprias mães. Praticamente metade delas (48%) não tinha concluído o ensino fundamental, ou seja, uma em cada duas mulheres presas entrevistadas estudou sete anos ou menos.  

Experiência violenta e precária 

De acordo com os resultados do estudo, a vulnerabilidade social delas foi agravada durante a experiência da parição. Embora a maioria delas (60%) tenha sido atendida em até meia hora após o início do trabalho de parto, apenas 10% das famílias das presas foram avisadas. Uma em cada três mulheres foi levada ao hospital em viatura policial. A estadia na maternidade também foi problemática, uma vez que 36% das mulheres ouvidas relataram que foram algemadas em algum momento da internação. Maus tratos ou violência – verbal e psicológica –  foram praticadas por profissionais da saúde em 16% dos casos e por agentes penitenciários em 14% dos relatos. 

Algemadas 

Sete mulheres das 241 ouvidas (8% do total) alegaram ter sido algemadas enquanto davam à luz. Apenas 3% das mulheres entrevistadas tinham acompanhantes na sala de operação e as visitas pós-nascimento foram autorizadas em somente 11% dos casos. De acordo com os relatos colhidos durante a pesquisa, a intimidade das mulheres parturientes foi respeitada por 10,5% dos profissionais de saúde e por 11,3% dos agentes prisionais.

Antes do parto 

Para analisar a experiência pré-parto e o atendimento prestado às gestantes, foi considerada recomendação do Ministério da Saúde, segundo a qual o pré-natal adequado tem de ser iniciado antes da 16ª semana da gestação. A distribuição das consultas é trimestral: uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três, no terceiro. Apenas 32% das mulheres ouvidas tiveram um atendimento pré-natal adequado. Nove em cada dez mulheres entrevistadas chegaram à prisão grávidas. Destas gravidezes, duas de cada três  foram indesejadas. De todas as mulheres grávidas, 19% não ficaram satisfeitas com a notícia da chegada de um filho. 

Monitoramento 

Em reunião com os presidentes dos  tribunais da Justiça Estadual, realizada no gabinete do STF no início de agosto, a presidente do CNJ e do STF, ministra Cármen Lúcia, cobrou dos presidentes informações sobre o número de presas grávidas nos seus respectivos sistemas prisionais. Apenas cinco presidentes apresentaram dados: Amapá (nenhuma presa grávida na prisão), Goiás (12), Maranhão (seis), Minas Gerais (40) e Pará (quatro). A ministra deve cobrar respostas novamente na reunião de setembro.  

Regras internacionais 

O conjunto normativo considerado pelos pesquisadores, as Regras das Nações Unidas,  sobre o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras, foi editado em português pelo CNJ em 2016 na publicação “As Regras de Bangkok”. 




Manuel Carlos Montenegro 
Agência CNJ de Notícias 





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