Especialista em
Terapia Cognitivo-Comportamental, mediação de conflitos e arteterapia, e com
forte pendor para a escrita, Cecília Rocha aplica todos os seus conhecimentos
para tornar menos tortuosa a vida de seus pacientes
“Essa menina não fala nada, mas presta uma
atenção”, comentava o avô de Cecília Rocha sempre que a menina adentrava ao
recinto, sem falar nada, mas com os olhos atentos de quem não quer perder
nenhum detalhe. Este comportamento detectado pelo patriarca da família rendeu à
menina Ciça o apelido de “corujinha”. E, de fato, reconhece hoje, seu avô tinha
razão. “Eu sempre fui uma menina quieta e observadora”, diz. E tais
características, segundo ela, foram preponderantes para que se tornasse
psicóloga, com especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e
Mediação de Conflito e arteterapeuta.
Foi essencial também para que ela abraçasse sua
profissão de psicóloga o fato de que não gostava de ser assim quando criança.
“Eu demorei muito para aceitar que esta era minha natureza”, diz Cecília E
isso, de acordo com ela, talvez tenha tornado seu caminho mais complicado.
Hoje, aos 45 anos, casada e mãe de dois filhos e um enteado, com toda a
“bagagem” acumulada, Cecília acredita que tudo poderia ter sido mais fácil caso
tivesse mais conhecimento, recursos emocionais e intimidade com a natureza
humana. “Assim, minha maior motivação e o objetivo hoje em dia é proporcionar
caminhos mais fáceis para as pessoas”, diz.
Uma das formas encontradas para isso foi através da
escrita, uma paixão antiga que andava escondida, mas que foi aflorada através
da terapia e que culminou em um livro infantil de sua autoria, intitulado “A
casa de Pedro”, cujo objetivo é ensinar as crianças (e aos pais) a entender e
acolher todas as emoções, mesmo aquelas desagradáveis de sentir, para levar uma
vida mais leve e tranquila.
Justamente por ser reticente à personalidade mais
voltada para o mundo interior, a psicóloga e arteterapeuta trilhou um caminho
tortuoso até compreender sua verdadeira missão. Findado o ensino médio, no
momento de escolher qual curso prestar no vestibular, Ciça ficou em dúvida
entre marketing e psicologia, mas acabou preferindo a primeira opção em relação
à segunda. Cursou a faculdade, formou-se e durante muitos anos trabalhou nesta
área.
“Mas a vida prega peças e lentamente fui migrando
para área de Recursos Humanos (RH), mais especificamente para atuar com
treinamento e seleção de pessoas. Meu destino era mesmo a psicologia”,
enfatiza. Com o objetivo de melhor capacitá-la para cumprir esta função, a
empresa onde Cecília trabalhava arcou com os custos de uma faculdade de
psicologia. “Eu uni o útil ao agradável e me formei psicóloga”, relata.
Durante dois anos, Cecília dividiu-se entre o
trabalho no RH de uma empresa e atendimentos em sua clínica particular. Em
2012, logo após dar à luz ao seu primeiro filho, resolveu se dedicar
integralmente ao atendimento. Neste intervalo, especializou-se em Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC), pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Posteriormente, a fim de
equilibrar seus conhecimentos profissionais, Cecília buscou especialização em
arteterapia.
Ao começar a atender muitas crianças e adolescentes
em sua clínica, outra especialidade entrou no caminho de Cecília: a mediação de
conflitos. “Quando tratamos esse tipo de paciente necessariamente precisamos
envolver a família no processo terapêutico. Esse envolvimento é em sua essência
muito conflituoso”, afirma. A psicóloga explica que as crianças e os
adolescentes chegam em sua clínica inseridos em um sistema familiar que pode
ser conflituoso e em alguns casos reforçar problemas emocionais. “Assim eu
necessito promover algumas mudanças no ambiente e a mediação de conflitos é de
grande ajuda para trazer de volta a harmonia familiar”, diz.
Há alguns anos, quando foi atendida por uma
arteterapeuta – encontro, aliás, que a fez assimilar essa especialidade ao seu
trabalho – Cecília recordou como gostava de escrever em sua tenra infância e
adolescência. “Eu escrevia peças de teatro quando era pequena e era recrutada
por minhas amigas para elaborar cartas de amor aos seus namorados. Era uma
atividade prazerosa, mas que foi se perdendo com o tempo”, relata. Com a
arteterapia, esta paixão foi despertada novamente.
“O que eu posso fazer, unindo a psicologia, a
escrita e a educação, para facilitar as pessoas em seu caminhar pela vida?”,
indagou Cecília após essa redescoberta. A resposta veio em formato de cursos,
livros e materiais com o intuito de viabilizar recursos que ajudem as pessoas
em suas jornadas. O livro infantil “A casa de Pedro”, é um desses frutos.
Agora, além de atender crianças, adolescentes, adultos e famílias, Cecília se
considera uma escritora, cujo intuito é ajudar as pessoas por meio de suas
histórias.
Cecília
Rocha – Psicóloga;
Especialista em TCC (terapia cognitiva comportamental) pela FMUSP; Arteterapeuta;
Mediadora de conflitos.