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terça-feira, 19 de julho de 2022

22 de julho: Dia do Cérebro

Envelhecimento do cérebro: Dez mitos e verdades que você precisa saber 

 

Como qualquer outro órgão do corpo humano, o cérebro também passa por alterações e mudanças ao longo dos anos e envelhece com o tempo. As alterações são não apenas estruturais, mas também funcionais. Nos cérebros idosos, por exemplo, ocorre uma perda de sintonia entre as regiões. 

Para esclarecer algumas curiosidades sobre a saúde do cérebro e o envelhecimento cerebral, o Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein elencou alguns mitos e verdades sobre o tema. Veja abaixo:

 

1) O tamanho do cérebro pode diminuir com a idade. VERDADE. 

A redução do volume do cérebro com a idade é comum durante o envelhecimento. Isso se deve à diminuição no número de células, entre elas, os neurônios, que são os principais responsáveis pelo funcionamento do órgão. “Além disto, acontece também uma diminuição das conexões entre os neurônios. Esta alteração do volume cerebral também é chamada de atrofia e pode ser maior ou menor, de acordo com outras condições de saúde, que variam para cada pessoa”, explica o Dr. Marcelo Valadares.

 

2) Exames preventivos podem contribuir para evitar o envelhecimento do cérebro. MITO.

Até o momento, não existem exames que possam prevenir o envelhecimento do cérebro. As recomendações são relacionadas a prevenção de problemas de saúde. Exames podem ser úteis quando existem alterações neurológicas perceptíveis, como problemas de memória e de atenção.

 

3) Os neurotransmissores - substâncias que levam a informação de um neurônio ao outro ou a um tecido - também sofrem com mudanças durante o envelhecimento. VERDADE.

Dentro do próprio neurônio a transmissão se dá por meio de energia, como acontece com o sistema elétrico de uma casa, por exemplo. Como os cabos de energia, os neurônios são compridos e podem ter mais que 1 metro de extensão. Entre as células, são os neurotransmissores que se comunicam, passando a mensagem adiante. “Hoje conhecemos mais de 60 tipos de neurotransmissores e, com a idade, a concentração de cada um pode variar; isso pode estar associado a problemas de saúde”, ressalta o neurocirurgião.

 

4) Já existem formas de frear o desenvolvimento das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. MITO.

Infelizmente, ainda não existe uma forma clara de frear processos degenerativos no cérebro, principalmente quando doenças como Alzheimer e Parkinson já forma identificadas. Porém, segundo o neurocirurgião da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, existem condições de saúde que podem reduzir o risco do desenvolvimento destas doenças. “Adotar um estilo de vida mais saudável desde cedo, com alimentação balanceada, prática de atividades físicas e evitando o excesso de bebidas alcoólicas, por exemplo, pode reduzir o risco de doenças neurodegenerativas”, diz o médico.

 

5) O estilo de vida de um jovem pode influenciar, no futuro, no envelhecimento do seu cérebro. VERDADE.

Um cérebro jovem deve ser estimulado e bem cuidado. “A forma como se estimula o cérebro hoje, impacta diretamente no amanhã. O cuidado deve ser físico, mental e emocional, uma vez que as emoções e a cognição estão ligadas às conexões entre os neurônios. Hábitos de vida saudáveis associados a um sono regular, evitando estresse e ansiedade, são cuidados essenciais”, afirma o Dr. Marcelo Valadares.

 

6) Pessoas que mantêm hábitos relacionados à atividade intelectual, como ler e estudar, têm uma menor predisposição a desenvolver demência. VERDADE.

Sim, é verdade: manter vivos hábitos como ler e estudar parecem estar relacionados a um menor risco de desenvolver demências ou, ao menos, de resistir aos sintomas em seu início. O neurocirurgião explica que a principal hipótese para explicar o mecanismo é chamada de reserva cognitiva. “Estudos indicam que, quem estimula o cérebro, teria mais conexões entre seus neurônios e maior capacidade de processamento da informação. Essa reserva seria fundamental diante da morte de neurônios ligada ao envelhecimento ou a doenças, suprindo a função que seria perdida normalmente”, afirma.

 

7) A qualidade do sono é importante para porque o cérebro desliga e, assim, estaremos descansados para o próximo dia. MITO.

Segundo o Dr. Valadares, o sono de qualidade é um dos principais elementos para manter a saúde do cérebro em dia. “Enquanto dormimos, em vez de ‘desligar’, nosso cérebro inicia um dos seus momentos de maior atividade. Enquanto nossa consciência está ausente e sonhamos, os neurônios processam e arquivam as informações recebidas durante o dia. Além disso, acreditamos que boa parte da ‘limpeza’ de resíduos de atividade cerebral ocorra durante o sono. Esse trabalho noturno é o que garante a qualidade e a limpeza, garantindo que o órgão esteja apto às atividades no próximo dia”, diz o médico.

 

8) A prática de atividades físicas que desenvolvam a musculatura corporal também pode contribuir para o cérebro. VERDADE.

Por mais estranho que pareça, é verdade. Diversas pesquisas apontam que a atividade física moderada está associada com menores índices de atrofia do cérebro. Ou seja: o cérebro de quem faz exercício físico pode ser maior daqueles que não fazem. Pesquisadores também acreditam que isso também signifique um risco menor de doenças neurodegenerativas.

 

9) Alimentação desregulada e excesso de álcool podem influenciar diretamente no envelhecimento do cérebro. VERDADE.

Tanto o consumo excessivo de álcool, quanto açucares e alimentos processados em excesso podem influenciar o cérebro. Entre mudanças possíveis estão: alterações na capacidade cognitiva em qualquer idade; aumento na atividade inflamatória, afetando especialmente especial pessoas idosas. De acordo com médico da Unicamp, pesquisas apontam que evitar alimentos do tipo em excesso pode preservar a estrutura e as funções cerebrais. No caso do álcool, especificamente, podem ocorrer alterações profundas nos neurotransmissores.

 

10) Suplementação com DHA é essencial para prevenção do envelhecimento cerebral. MITO.

O DHA é um ácido-graxo que faz parte do chamado ômega 3, complexo de 3 tipos diferentes de substâncias muito importantes para o organismo. Ele pode ser obtido por meio do leite materno e de alimentos como óleos de peixes. Porém, a decisão de suplementar ou não DHA além do que já é obtido naturalmente na alimentação, deve ser avaliada caso a caso, com orientação médica e nutricional. “O DHA está presente em nosso corpo e é parte essencial de nosso cérebro, mas ainda não está claro se consumi-lo pode ajudar no funcionamento do organismo. Como dito anteriormente, é importante ressaltar que também não existe, até o momento, uma forma de prevenir o envelhecimento do cérebro”, finaliza o Dr. Valadares.
 
 

Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.  O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.  No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation - Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia. 


6 problemas de saúde que dificultam a gestação

 Obstetra e paciente devem atuar juntos para obterem os melhores resultados, já que grande parte do tratamento da maior parte das doenças consiste numa mudança de estilo de vida para promoção da saúde integral da futura mamãe e de seu bebê

 

Por que algumas mulheres têm dificuldade de engravidar? O que faz com que outras cheguem a conceber – mas não levem a gestação além de algumas poucas semanas? 

A Obstetrícia – ciência médica responsável pela gravidez, parto e puerpério – está bastante evoluída para fornecer respostas a essas perguntas e, atualmente, sabe-se que o estilo de vida adotado pelas mulheres e homens que desejam ter um bebê interfere diretamente na possibilidade de o gerarem. Além disso, inúmeras doenças e disfunções são capazes de impedir que a gestação aconteça ou que, quando a concepção ocorra, o embrião não seja implantado ou mesmo não consiga se desenvolver. “Quando uma mulher tem dificuldade de engravidar, é preciso que se investigue logo o que está acontecendo. E se há uma perda gestacional, é fundamental que ela seja investigada imediatamente, na primeira vez que ocorre. Não se deve aguardar que aconteça um segundo aborto, até mesmo em respeito a essa família”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein. 

Segundo a obstetra, algumas condições de saúde da mulher podem ser a causa de não haver a concepção, a não implantação do embrião ou a perda gestacional. Ela relata seis problemas bastante comuns, que chegam ao consultório corriqueiramente, e fala sobre diagnóstico e tratamento deles. “É fundamental ressaltar que boa parte deles tem, em comum, a mudança do estilo de vida como pilar do tratamento. Esse ponto merece atenção especial, então, deixei para abordá-lo em destaque, ao final do texto”, esclarece a especialista. 

Abaixo, Dra. Mariana Rosario elucida os seis problemas de saúde que dificultam a gestação:

 

  • Disfunções da tireoide – A tireoide é chamada de maestrina do metabolismo porque ela produz os hormônios T3 e T4, que ajudam a regular a função de diversos órgãos, como intestinos, cérebro, rins, fígado e coração. Em desequilíbrio, esses hormônios atrapalham a gestação. Começando com o hipertireoidismo, com a alta produção dos hormônios T3 e T4, o metabolismo fica acelerado, bem como as funções corporais. Assim, muitas mulheres não ovulam e têm a menstruação irregular ou suspensa – o que impede a gestação. Se a gestação ocorre, pode haver alterações no feto ou aborto. Portanto, é importante tratar o problema antes de engravidar ou, caso a gestação aconteça, ter acompanhamento durante todo período. Existe uma relação direta entre os hormônios da tireoide e os ovários. De forma mais simples, a glândula hipófise, localizada no cérebro, estimula a produção tanto dos hormônios dos ovários quanto dos da tireoide e os receptores para os hormônios tireoidanos encontram-se justamente nos ovários. Assim, quando faltam hormônios tireoidanos – condição causada pelo hipotireoidismo – a ovulação é prejudicada e a gravidez pode não acontecer. O bebê também precisa do hormônio T4 para se desenvolver plenamente, então, é fundamental que a mãe tenha essa dosagem regulada no seu organismo.

 

  • FSH alto – FSH é a sigla para o hormônio folículo-estimulante, uma substância que auxilia o ovário na produção de hormônios. Toda mulher nasce com o número exato de óvulos que terá durante sua vida e, a cada ciclo, libera os que serão fecundados e gerarão embriões ou, então, serão expelidos na menstruação. Conforme os anos passam, a quantidade de óvulos diminui e essa redução faz com que acabemos por produzir menos hormônios – o que pode indicar a falência ovariana, o fim da idade reprodutiva. O cérebro, então, turbina a produção de FSH. A ideia, com isso, é obter uma resposta do ovário e estimulá-lo a produzir mais hormônios. Então, quando o exame da Tentante mostra o TSH alto, ela se preocupa porque sua reserva ovariana pode estar baixa. Para as Tentantes, trata-se de uma situação que gera bastante preocupação, afinal, não é possível recuperar os óvulos que já se esgotaram. Porém é possível, com cuidados corretos, melhorar a qualidade dos óvulos e da ovulação e baixar o FSH – e isso tem a ver com mudança no estilo de vida.

 

  • Hiperestrogenismo – O estradiol é um hormônio que, produzido pelos ovários, pela glândula adrenal e pela placenta (neste caso, durante a gravidez), tem imenso impacto no bem-estar e na saúde da mulher, em todas as fases da sua vida. E o que o estradiol alto tem a ver com a infertilidade? Bem, o estradiol é o antagonista da progesterona, ou seja, onde sobra estradiol, falta progesterona ou se cria uma resistência à progesterona. E, sem progesterona, não há gravidez. Portanto, quando o estradiol está muito alto (hiperestrogenismo), existe a dificuldade em engravidar. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em casos extremos, adoção de implantes hormonais pode ser necessária. 

 

  • Trombofilia – A trombofilia, de forma simplificada, é a formação de um coágulo que percorre a corrente sanguínea e, ao se deparar com um vaso mais estreito, o ‘entope’ e causa a interrupção da passagem do fluxo sanguíneo. Essa condição pode ser bastante grave, porque o sangue carrega oxigênio e alimenta o organismo. Na Obstetrícia, a trombofilia está ligada à morte placentária, que é quando o coágulo interrompe a alimentação do bebê porque bloqueou os vasos da placenta. A trombofilia pode ser classificada como hereditária ou adquirida. No último caso, ela está ligada a um problema chamado de Síndrome Antifosfolípide (SAF), síndrome que altera os vasos do útero que deveriam ser responsáveis pela implantação do embrião. A trombofilia pode levar ao óbito fetal, mesmo em fetos com mais de dez semanas e de desenvolvimento normal; abortamentos precoces sem razão aparente e parto prematuro antes de 34 semanas, muitas vezes com pré-eclâmpsia. Para saber se há predisposição ao problema, é necessário fazer alguns exames laboratoriais. Neles, é feita a detecção dos anticorpos antifosfolípides. No caso de exame positivo, a gestante ou tentante entra em um processo de tratamento preventivo. Essa é uma maneira de preservar tanto a mãe quanto o bebê que está por vir! Esse é um dos únicos quadros que, diretamente, independe da mudança do estilo de vida da paciente para que se obtenham ganhos consideráveis no tratamento.
  • Endometriose – A endometriose é uma inflamação sistêmica, que pode interferir em diversas etapas do processo de fecundação e implantação do embrião. A doença também altera a anatomia do sistema reprodutor, já que pode estar presente nos ovários, tubas uterinas, útero e outros órgãos. Além disso, a inflamação sistêmica libera substâncias capazes de interferir no sistema imunológico, dificultando ainda mais todo o processo. O tratamento da endometriose começa na mudança do estilo de vida.

 

  • SOP – Síndrome dos Ovários Policísticos – Esse termo, conhecido por muitas mulheres, refere-se a um ‘conjunto de sinais e sintomas (síndrome)’ que inclui cistos nos ovários. Mas não basta apresentar cistos para que uma mulher seja diagnosticada com SOP: para que se feche o quadro, é necessário que se apresentem alguns sintomas como menstruação irregular ou inexistente (o principal sintoma); resistência à insulina ou diabetes; pelos em locais pouco comuns do corpo (como costas e rosto); acantose nigricans (manchas escuras pela pele); problemas de pele e queda de cabelos. O tratamento se inicia pela adoção de dieta e exercício físico. Não existe tratamento de SOP sem essas duas ‘estratégias’. Depois, se há resistência à insulina, o médico deve avaliar se existe a necessidade do uso de medicação para o quadro. Por fim, entra a suplementação – e existe muita novidade nessa área.

 

Por que a mudança do estilo de vida é tão importante para quem tenta engravidar 

Os casais Tentantes (mulheres e homens) devem ter como fundamento que a mudança de estilo de vida faz com que óvulos e espermatozoides mais saudáveis geram embriões com melhores condições – e, consequentemente, bebês muito mais saudáveis. 

No caso das mães, além disso, preparar o organismo para a gestação significa que ela será levada do começo ao fim com mais disposição, saúde e segurança, tanto para ela quanto para o seu bebê. “Já se sabe que filhos de mães obesas desenvolvem obesidade e diabetes quando adultos, bem como os das mães desnutridas. E que conseguimos mudar a ocorrência de doenças crônicas que nossos filhos poderão ter a partir dos hábitos que desenvolvemos hoje”, alerta Dra. Mariana. 

É por isso que, em todo o mundo, preconiza-se o preparo de um ano para a mulher engravidar. “Nesse período, é possível investigar doenças existentes e tratá-las, adotar a suplementação adequada, acertar dieta e atividade física, verificar a qualidade do sono e a saúde intestinal, pilares para a boa saúde do casal, sendo a do pai até a concepção e a da mãe, até o puerpério”, enfatiza a médica. 

Ela comenta que a SOP, endometriose, disfunções da tireoide, hiperestrogenismo e FSH alto, por exemplo, não são tratados sem a adoção de dieta equilibrada, adoção de atividade física, ajuste nas atividades intestinais, equilíbrio do sono e suplementação específica para cada caso. “Ainda que, em alguns casos, essas patologias exijam intervenção medicamentosa, nenhuma delas se resolve sem que esses ajustes sejam realizados. E alguém dificilmente engravidará sem que haja o equilíbrio desses elementos”, explica a médica. 

Portanto, fica o último conselho da especialista: “quem pretende engravidar pode, por conta própria, iniciar ajustes em sua alimentação, cortando alimentos prejudiciais à saúde e investindo em frutas, verduras, legumes, carnes magras e alimentos saudáveis, com muitas fibras, água e redução de açúcar, lactose e glúten. Tudo isso também ajudará o intestino. Também deve buscar a prática de atividade física diária, sem desculpas. Com essas atitudes, naturalmente o peso tenderá a se estabilizar. Depois, dedicar-se a dormir bem, evitando eletrônicos duas horas antes de ir para a cama. A suplementação deve ser realizada sob orientação médica, então, é preciso marcar uma consulta com especialista. Mas é possível iniciar o processo já!”, finaliza.

 

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.


Toxina Butolínica (Botox) é usada no tratamento com sucesso

Enxaqueca atinge cerca de 15% dos brasileiros, especialmente mulheres em idade fértil, e tem tratamento

Quando se fala no tratamento em longo prazo, um dos mais recentes contra a doença é a aplicação da Toxina Botulínica, conhecida popularmente como Botox

 

Definida como uma dor incapacitante, a enxaqueca tem tratamento e não precisa ser um problema para o resto da vida do paciente. Por isso, ao ter a primeira crise, a pessoa deve procurar por um médico. A neurologista Viviane Moroni Felici, membro do corpo clínico da Clínica Tosello, em São Paulo, explica que os remédios podem ajudar nesse processo, que pode também contar com tratamentos alternativos e com uma mudança no estilo de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 15% da população brasileira tem a doença – especialmente mulheres em idade fértil.

“As crises de enxaqueca podem ser tratadas com analgésicos e outros medicamentos recomendados pelo médico. Para aqueles que têm a enxaqueca com aura, a orientação é que o medicamento seja ingerido quando surgirem os sinais visuais, para tentar evitar que a crise de dor aconteça”, diz a neurologista.

Mas, quando se fala no tratamento a longo prazo, um dos mais recentes contra a doença é a aplicação da Toxina Botulínica, conhecida popularmente como Botox. Com ela, é possível atuar na região em que acontecem as dores, o que contribui para que a cadeia de estímulos, responsável pelas crises dolorosas, seja inibida. “A aplicação do Botox também ajuda a reduzir o uso de medicamentos, o que pode ser benéfico para pacientes que consomem muitos anti-inflamatórios ou analgésicos, mesmo sob a indicação médica”, explica a neurologista.

Além do tratamento clínico, outras medidas devem ser tomadas buscando evitar que as crises se desenvolvam. Como ela é desencadeada a partir de gatilhos, mudar o estilo de vida é fundamental para o tratamento.

Uma das principais recomendações é uma alimentação e a prática de exercícios físicos e, ainda, ter um sono regulado, reduzir o consumo diário de cafeína, controlar os níveis de estresse e buscar, ao menos, reduzir o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas. Isso tudo colabora para que as crises aconteçam com menos frequência e as dores sejam menos intensas.

 

As características da enxaqueca 

Por mais que possa aparecer em qualquer faixa etária, a enxaqueca costuma se manifestar mais comumente em adolescentes e jovens adultos e, entre os gêneros, é mais frequente nas mulheres.

Em alguns casos – em cerca de 15% a 25% deles – ocorre a enxaqueca com aura. Ou seja, ela é precedida por outro sintoma que não é a dor de cabeça, como se fosse um “aviso”, eles podem ser sintomas visuais como visão cintilante (com pontos luminosos ou “estrelinhas”), embaçamento da visão, manchas escuras, formigamento, perda de visão. Isso pode parar quando a dor começa ou, ainda, acompanhá-la.

Diferente de uma dor de cabeça comum, as crises dolorosas da enxaqueca podem ser acompanhadas de outros sintomas. A dor, geralmente, concentra-se em um lado da cabeça e é latejante/pulsátil, podendo ser moderada ou forte. Ela ainda pode ser associada a outros problemas, como náuseas, vômitos, irritabilidade, hipersensibilidade à luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) e a certos odores (osmofobia) e agitação.

Identificar os sintomas é de fundamental importância para o diagnóstico da doença, já que ele é realizado por meio de uma avaliação clínica. Isso porque não existem exames específicos que identifiquem a doença. A enxaqueca é descoberta por exclusão, ou seja, quando outras doenças não aparecem nos resultados das análises.

“Para realizar essa exclusão, um dos exames indicados é a tomografia com a angiotomografia, que é feita com contraste, o que possibilita uma visão mais ampla das artérias que levam sangue ao cérebro e das veias de drenagem. Ou uma angioressonância magnética, que é realizada na mesma máquina da ressonância, mas com uma técnica diferente”, explica Dra. Viviane.

Com os exames e com o acompanhamento de um médico, é possível saber se o paciente sofre de outras patologias ou se o caso é realmente de enxaqueca.

A enxaqueca pode ser resultado de diferentes gatilhos, que têm o poder de desencadear crises nos pacientes que sofrem com a doença. Eles variam de pessoa para pessoa. Entre eles estão o estresse, longo tempo em jejum, insônia, consumo de alguns alimentos em excesso – como chocolate, queijos amarelos, embutidos e café –  tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas em excesso, alterações hormonais e  algumas fragrâncias.

 

Clínica Tosello


Entenda o que é fenilcetonúria, doença congênita rara que pode ser identificada pelo “Teste do Pezinho”

 Também conhecida como PKU (do inglês, phenylketonuria), a enfermidade tem incidência de 1 a cada 30.402 recém-nascidos vivos no Brasil [1],[2]

 

Por conta de uma mutação genética que causa erro na metabolização da fenilalanina, um aminoácido essencial ao ser humano, os indivíduos diagnosticados com fenilcetonúria (PKU) acabam acumulando essa substância no sangue, reduzindo a produção de outros elementos cerebrais e sistêmicos importantes, além de poderem sofrer com o efeito tóxico desse excesso, que causa lesões permanentes no cérebro. Logo, é de extrema importância a triagem neonatal, o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar para uma melhor qualidade de vida.

Os bebês com fenilcetonúria inicialmente não apresentam sintomas, por isso a importância de se realizar, por exemplo, o “Teste do Pezinho", considerado essencial na prevenção da deficiência intelectual, uma vez que consegue detectar, no mínimo, 6 doenças, entre elas a PKU. No Brasil, este exame foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 1992 e tornou-se obrigatório em recém-nascidos vivos no território nacional. A realização do teste é feita por meio da coleta de sangue e deve ocorrer preferencialmente entre 48 horas e cinco dias de vida completos após exposição à dieta proteica, ou seja, aleitamento materno.[1]

Sem tratamento, no entanto, os recém-nascidos geralmente desenvolvem sinais da doença logo nos primeiros meses de vida. Os sintomas podem ser leves ou graves, como: problemas comportamentais ou sociais; convulsões, tremores ou movimentos espasmódicos nos braços e pernas; hiperatividade; alteração no crescimento; dermatite atópica (eczema); microcefalia; odor desagradável na respiração da criança, pele ou urina, causado pelo excesso de fenilalanina no organismo.[2]-[8]

Notada alguma alteração no “Teste do Pezinho” ou sinais da doença, a criança deve receber um acompanhamento médico multidisciplinar e, principalmente, orientações nutricionais, uma vez que o tratamento consiste na adoção de uma dieta com baixo teor de fenilalanina associada ao uso da fórmula metabólica e, em
alguns casos, tratamento medicamentoso3. “A assistência nutricional é fundamental para os pacientes e suas respectivas famílias, pois a lista de alimentos que contém este aminoácido é longa, como carnes em geral, peixe, frutos do mar, leite e derivados, ovos, grãos, frutas secas, chocolate, vegetais, frutas, etc. Logo, é necessário adequar a dieta para que a doença possa ser controlada, ao mesmo tempo que a criança ainda receba os outros nutrientes que a ajudarão em seu desenvolvimento”, explica a endocrinologista pediátrica, Dra Paula Vargas.

Outro ponto importante é que ao falarmos de PKU, existe um grupo de risco que são as pacientes mulheres em idade fértil, já que o excesso de fenilalanina no cérebro é tóxico também para o feto, podendo acarretar microcefalia e deficiência intelectual, mesmo quando o feto não tem a doença. Para minimizar a chance de alteração no desenvolvimento do feto, é necessário um controle rigoroso dos níveis de fenilalanina da mãe, no mínimo, 8 semanas antes da concepção e durante toda a gestação.10,11

Conscientizar e alertar duplamente a sociedade, trazendo informações sobre a fenilcetonúria e o teste do pezinho, que pode detectar não somente esta, mas outras doenças que também são possíveis de serem diagnosticadas ainda nos primeiros dias de vida, é fundamental para a comunidade de pacientes como um todo, tanto quanto para a classe médica e demais profissionais da saúde.


 

[1]Van Wegberg AMJ, MacDonal A, Ahring K, Bélanger-Quintana A, Blau N, Bosch AM, et al. The complete european guidelines to phenylketonuria: diagnosis and treatment. Orphanet J Rare Dis. 2017Oct 12;12(1):162.
[2] Camp KM, Parisi MA, Acosta PB, Berry GT, Bilder DA, Blau N, et al. Phenylketonuria Scientific Review Conference: state of the science and future research needs. Mol Genet Metab. 2014 Jun;112(2):87-122.
[3] Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Fenilcetonúria, Portaria SAS/MS no. 1.307- 22 de novembro de 2013.
[4] Christ, S.E., et al., Executive function in early-treated phenylketonuria: profile and underlying mechanisms. Mol Genet Metab, 2010. 99 Suppl 1: p. S22-32.
[4] Dobrowolski, S.F., et al., Altered DNA methylation in PAH deficient phenylketonuria. Mol Genet Metab, 2015. 115(2-3): p.72-7
[5] Hoeksma, M., et al., Phenylketonuria: High plasma phenylalanine decreases cerebral protein synthesis. Mol Genet Metab, 2009. 96(4): p. 177-82
[6] Bilder DA, Burton BK, Coon H, Leviton L, Ashworth J, Lundy BD, et al. Psychiatric symptoms in adults with phenylketonuria. Molecular Genetics & Metabolism 2013;108(3):155-60Hoeksma, M., et al., Phenylketonuria: High plasma phenylalanine decreases cerebral protein synthesis. Mol Genet Metab, 2009. 96(4): p. 177-82
[7] Burton BK, Leviton L, Vespa H, Coon H, Longo N, Lundy BD, et al. A diversified approach for PKU treatment: routine screening yields high incidence of psychiatric distress in phenylketonuria clinics. Molecular Genetics & Metabolism 2013;108(1):8-12.
[8] Agostoni C, Harvie A, McCulloch DL, Demellweek C, Cockburn F, Giovannini M, et al. A randomized trial of long-chain polyunsaturated fatty acid supplementation in infants with phenylketonuria. Dev Med Child Neurol 2006;48(3):207-12.
[10] Koch, R., F. Trefz, and S. Waisbren, Psychosocial issues and outcomes in maternal PKU. Mol Genet Metab, 2010. 99 Suppl 1: p. S68-74
[11] Levy, H.L., et al., Congenital heart disease in maternal phenylketonuria: report from the Maternal PKU Collaborative Study. Pediatr Res, 2001. 49(5): p. 636-42


Café consumido com moderação promove diversos benefícios à saúde

O Brasil é o segundo país no ranking de consumo de café e a safra atual deve ser positiva, com projeção de 16,1% maior em relação à anterior

 

O café é uma bebida versátil e pode ser consumido quente ou gelado, faz parte de receitas diversas e até de drinks. Ganhou a apreciação dos brasileiros porque está presente em distintos momentos de nossas vidas. Ele compõe o café da manhã, é bebericado logo após o almoço, nos lanches da tarde e não pode faltar nos escritórios e em reuniões corporativas. 

Esse gosto pela bebida confere ao Brasil a segunda posição como o maior consumidor de café do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). A diferença entre o primeiro lugar é de 4,5 milhões de sacas. Cada brasileiro consumiu em 2021 o equivalente a 6,06 kg de café cru e 4,84 kg de café torrado. 

Dados da ABIC mostram que embora a crise econômica gerada pela pandemia tenha afetado vários setores no ano passado, não houve prejuízos ao segmento cafeeiro. A procura por café aumentou 1,71% em relação ao ano anterior. 

A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Patricia de Moraes Pontilho, explica que o café de qualidade é aquele constituído por grãos tipo 8 COB (Classificação Oficial Brasileira), 100% arábica (cultivado em locais com altitude e terrenos específicos, com clima ameno; é rico em sabor, acidez e aroma, alguns levam até notas frutadas, florais ou picantes) ou combinados ou 100% com robusta/conilon (de origem africana, é cultivado em altitudes menores, com maior resistência a pragas e de sabor mais amargo e marcante). “A classificação e valoração do café é feita a partir da contagem de imperfeitos e impuros de amostras de 300 gramas do produto beneficiado”, acrescenta. 

O café é ainda um ótimo alimento para a saúde, pois possui polifenóis, que são antioxidantes. Ele também auxilia na redução de doenças como Diabetes tipo 2, doenças hepáticas e alguns tipos de cânceres. Contudo, é preciso moderação: devem ser consumidas apenas três xícaras pequenas por dia. Se o alimento for consumido exageradamente, pode afetar a pressão arterial e aumentar a frequência cardíaca, além de interferir na ação de alguns hormônios importantes. 

“Além de todas as características e propriedades benéficas à saúde, o consumo de café ainda desperta em nós boas sensações, principalmente afetivas. Beber um café é sempre um momento de prazer, integração ou ainda relaxamento”, completa a professora. 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a safra atual deve ser positiva, principalmente com maior produção do café arábica. Estima-se que a produtividade média nacional fique em 30,6 scs/ha, o que indica aumento de 16,1% em comparação à safra anterior 16,1%. Aumento da produção, com aumento de consumo é o casamento perfeito, desde que a ingestão seja moderada.



Anhanguera

https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/


Kroton

www.kroton.com.br

Hábitos na Dieta e Nutrição podem evitar até 25% dos casos gerais de câncer

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Alimentos à base de plantas possuem fitoquímicos, que interrompem os processos no corpo que estimulam a produção de câncer

 

As escolhas dos alimentos que consumimos têm impacto na prevenção do câncer. Embora algumas pessoas tenham um risco genético maior de desenvolver câncer, pesquisas mostram que quase 25% dos casos gerais de câncer podem ser evitados apenas com dieta e nutrição. Muitos tipos de câncer podem levar 10 ou mais anos para se desenvolver, portanto, as escolhas nutricionais diárias são cruciais na prevenção do câncer.

De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde, o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, sendo uma em cada seis mortes relacionadas à doença. Aproximadamente 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa e média renda. Cerca de um terço das mortes por câncer se devem aos cinco principais riscos comportamentais e alimentares: alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e uso de álcool e tabaco.

Outras pesquisas apontam que os veganos, que não comem nenhum produto de origem animal, incluindo peixe, laticínios ou ovos, parecem ter as taxas mais baixas de câncer de qualquer dieta. Alimentos à base de plantas estão cheios de compostos químicos, chamados fitoquímicos, que interrompem os processos no corpo que estimulam a produção de câncer. As dietas à base de plantas também são ricas em fibras, o que demonstrou reduzir o risco de câncer de mama e colorretal.

A nutricionista da Mayo Clinic, Grace Fjeldberg aponta que os dois dos fitoquímicos mais úteis são os antioxidantes e os carotenóides. O primeiro neutraliza processos de dano ao corpo enquanto protegem e restauram as células. Alguns alimentos que contêm um alto nível de antioxidantes incluem chocolate amargo, maçã com casca, abacate, alcachofra, repolho roxo, chá, café, nozes e grãos. Já o segundo têm sido associado à redução do risco de doenças cardíacas, câncer, degeneração macular e catarata. São compostos lipossolúveis, o que significa que precisam ser acompanhados de uma fonte de gordura para serem absorvidos. Os carotenóides estão naturalmente presentes em muitas frutas, grãos, óleos e vegetais, como cenoura, batata doce, abóbora, espinafre, damasco, pimentão verde e folhas verdes.

Muitos alimentos à base de plantas também são ricos em provitaminas chamadas alfa e gama-caroteno. Quando consumidas, essas vitaminas podem ser convertidas em vitamina A. Esse nutriente é importante para a visão, crescimento, divisão celular, reprodução e imunidade. A vitamina A também tem propriedades antioxidantes.

Nutrientes e fitoquímicos encontrados em alimentos à base de plantas parecem funcionar de forma independente e em conjunto para diminuir o risco de câncer e doenças. Isso significa que os alimentos à base de plantas funcionam melhor quando consumidos em combinação com outros alimentos, e não sozinhos. Um estudo de câncer de próstata mostrou que uma combinação de dieta de tomate e brócolis foi mais eficaz em retardar o crescimento do tumor do que tomate ou brócolis sozinhos. Isso demonstra o poder que a nutrição tem quando os alimentos são combinados.

As dietas à base de plantas também são ricas em fibras naturais. Isso foi mostrado para reduzir o risco de câncer e níveis moderados de insulina. As mulheres jovens que comiam dietas mais ricas em fibras tinham 25% menos probabilidade de ter câncer de mama mais tarde na vida, segundo um estudo. Outra pesquisa descobriu que cada 10 gramas de fibra diária podem reduzir o risco de câncer colorretal em 10%.

Bactérias saudáveis no trato digestivo podem fermentar fibras e outros amidos para produzir compostos conhecidos por ajudar a promover o desenvolvimento normal do cólon e reduzir a inflamação. Essas bactérias convertem alguns fitoquímicos em formas mais utilizáveis ou ativas.

Para a especialista da Mayo Clinic, comer uma dieta baseada em vegetais não precisa ser tudo ou nada. “Fazer mudanças graduais é mais sustentável e realista para a maioria das pessoas”, diz Grace. Algumas maneiras de fazer isso incluem:

  • Desfrute de um delicioso e saudável café da manhã com aveia integral, juntamente com frutas, para lhe dar energia para enfrentar o seu dia.
  • Experimente refeições sem carne. Abrace as "segundas-feiras sem carne" e experimente uma nova receita sem carne por semana.
  • Trate a carne como um condimento. Em vez de usar carne como prato principal, use apenas um pouco para dar sabor.
  • Diminua a quantidade de carne em algumas receitas aumentando a quantidade de leguminosas como feijão, lentilha ou legumes. Esses alimentos ocupam mais espaço no seu prato para que você se sinta mais satisfeito.
  • Encha seu prato com frutas e legumes primeiro. Cubra cerca de metade do seu prato com frutas e legumes para o almoço e jantar.


Cresce a necessidade de trabalhadores e empresas pelo cuidado com a saúde mental

 Com o aumento dos afastamentos do trabalho por doenças mentais e o reconhecimento da síndrome de burnout como patologia ocupacional, pela OMS, a tendência é de valorização de programas corporativos que incluam apoio na questão


A ocorrência de atestados médicos por doenças mentais vem aumentando nas empresas brasileiras, principalmente após a pandemia. É o que mostram pesquisas como a da Closecare – plataforma digital voltada para a gestão de atestados médicos e da saúde corporativa – que avaliou 480 mil atestados médicos de 16 companhias que utilizaram seu serviço, entre janeiro de 2020 e abril de 2022, apontando um crescimento de 30% no afastamento de profissionais do trabalho por transtornos mentais e comportamentais (categoria F da Classificação Internacional de Doenças/CID-10).

De acordo com esse levantamento, as ocorrências são mais comuns nos setores de serviços, varejo, advocacia, tecnologia e em multinacionais, que pagam melhores salários, com atividades que exigem fisicamente menos, porém com situações de pressão que impactam o emocional e o mental, gerando mais estresse.  

Há dois anos, o Informe da Previdência Social (12/2020 – Vol. 32 – nº 12) também já reforçava essa realidade, mostrando que os transtornos mentais e comportamentais foram a terceira maior causa de afastamento do trabalho, entre 2007 e 2020, período em foram registradas 2,717 milhões de licenças médicas. O mesmo levantamento apontou um recorde na concessão de auxílio-doença em 2020 – mais de 285 mil no ano, um crescimento de 33,8% em relação a 2019. As previsões são de que esta seja a principal causa de afastamentos do trabalho até 2030.


Solução passa pela gestão da saúde nas empresas

Para a head de Benefícios da corretora Finlândia, Fernanda Nehlaoui Machado - especialista em planos de saúde, odontológicos e seguros de vida, com mais de 20 anos de atuação no segmento de saúde suplementar – a questão mental tem sido cada vez mais priorizada pelas empresas e, acompanhando essas transformações, as operadoras têm adequado e disponibilizado planos empresariais que abrangem a prevenção e o tratamento dessas doenças, atendendo melhor as demandas do mercado e dos trabalhadores. “A gestão dos benefícios nas empresas é uma atividade continua aqui na Finlândia e nas operadoras e incluem ações que visam o equilíbrio psicológico. Isso porque esses distúrbios afetam a saúde física e dificultam o tratamento de outras comorbidades”, diz.

Ela detalha que, além de oferecerem planos com serviços que visam a prevenção e o tratamento de doenças mentais, os gestores de pessoas e de RH são orientados sobre a importância de possuírem programas próprios que cuidem da infraestrutura física e recursos para execução das tarefas profissionais – principalmente nos casos de trabalho híbrido (home office e presencial) – além de iniciativas como incentivo à atividade física (por ser muito importante para o equilíbrio psicológico), pesquisas internas, convênios, planos de saúde e ações de relacionamento que permitam o monitoramento e manutenção do bem-estar dos empregados.

“Os planos de saúde empresariais oferecem uma ampla cobertura para a prevenção e o tratamento desses tipos de enfermidades – entre as quais destacam-se depressão, ansiedade, síndrome de burnout, crise de pânico e compulsão alimentar”, detalha Fernanda. Ela cita que os programas de saúde mental incluem conteúdos e palestras sobre o tema, “escuta ativa” para identificação e acolhimento, orientação sobre o uso correto dos benefícios, atendimentos presenciais e on-line com psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, entre outras especialidades que complementam esses tratamentos. “São serviços cada vez demandados nos ambientes corporativos, que resguardam as empresas, suas equipes e a produtividade”, enfatiza a especialista.

É o que mostrou a Pesquisa Quantitativa da Saúde Suplementar na indústria brasileira (novembro/2020), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Serviço Social da Indústria (Sesi). O levantamento mapeou os principais impactos da pandemia nos planos de saúde do setor industrial, por meio de uma amostra de 200 organizações (110 pequenas, 50 médias e 40 grandes). Entre os principais resultados está o reconhecimento, por 65% desse contingente analisado, de que o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores é uma necessidade e deve ser intensificada.

O estudo também aponta que a ampliação e a melhoria contínua dos programas de apoio e prevenção à saúde são uma tendência para os próximos anos, embora 54% das indústrias ainda não possuam iniciativas do tipo, hoje mais comuns nas companhias de grande porte. Por outro lado, 54% das organizações pesquisadas possuem programas do tipo, sendo 30% próprios, 18% prestados em conjunto com as operadoras de saúde e, 6%, oferecidos exclusivamente por meio de planos de saúde empresariais. Entre as linhas de cuidado adotadas estão a saúde mental/depressão (em 69% dessas empresas), o estímulo à atividade física (em 78%) e o gerenciamento de estresse (em 63%). Além disso, 24% disponibiliza teleatendimento psicológico para empregados.


Trabalhadores brasileiros querem mais qualidade de vida

É também notório que as pessoas buscam, cada vez mais, trabalhar em empresas que cuidam da saúde mental e do bem-estar de seus profissionais. “Não é raro ver trabalhadores trocando de empregos, com salários menores, para ter mais qualidade de vida. E não foi por acaso que a síndrome de burnout passou a ser considerada doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro”, pontua Fernanda.

Uma outra pesquisa, a Global Learner Survey, da Pearson (um dos maiores grupos de comunicação do mundo), reforça a percepção da head de Benefícios da Finlândia. Ela mostra que os brasileiros estão mais preocupados com as questões de saúde mental e bem-estar e cobram por iniciativas das empresas neste âmbito. O levantamento entrevistou 1001 brasileiros, de 16 a 74 anos, em abril, e também foi promovida em países como EUA, Inglaterra, China e Índia, ouvindo mais de 8.000 pessoas no mundo.

O estudo aponta que, para 71% dos entrevistados brasileiros, as empresas devem disponibilizar serviços gratuitos para garantir a saúde mental de seus empregados. Já para 65% dessas pessoas, a cobertura dos planos empresariais deve incluir serviços e atendimentos psicológicos, sendo que 92% afirma priorizar, na busca por novos empregos, companhias que ofereçam iniciativas que visam o cuidado com a saúde mental e bem-estar dos colaboradores. “Essa visão é uma tendência. Os trabalhadores vêm consolidando o entendimento de que as empresas têm responsabilidades sobre sua saúde mental”, afirma Fernanda.     


NÚMEROS

Depressão em Beneficiários de Planos de Saúde em 2019

A prevalência de depressão saltou de 8,6% (2013) para 12,7% (2019)

Esse percentual representa mais de 5,5 milhões de beneficiários

15,4% atua no setor público

8,9% trabalha no setor privado

Fonte: Instituto de Estudos de Saúde Complementar (TD84 – Depressão em Beneficiários de Planos de Saúde/setembro 2021) – Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (divulgada em 2020)

 

O custo das doenças mentais nas empresas brasileiras

R$ 1.293 é o custo médio estimado para cada atestado

R$ 5 bilhões é a previsão dos gastos globais até o fim de 2022

6 dias é o tempo médio das licenças médicas por doenças mentais

Ele é 128% maior do que nas licenças por outras enfermidades

Fonte: Closecare (2022)

 

Finlândia - corretora de seguros.


Como escolher o modelo certo da bolsa de ostomia

Cápsula gelatinosa para ser inserida no interior da bolsa e que ao entrar em contato com os líquidos consegue gelificá-los
Vuelo Pharma

São diversos os tipos de bolsa à disposição de quem passou pela intervenção cirúrgica

 

A ostomia é uma intervenção cirúrgica que cerca de 120 mil brasileiros já têm e que consiste em uma abertura na região do abdômen para a saída de fezes ou urina e também auxilia na respiração ou na alimentação. As causas são inúmeras, desde motivadas pelas consequências da Covid-19, como câncer de cólon, acidentes com perfurações abdominais, lesões no reto, doença de Crohn, entre outras. 

O procedimento tem uma adaptação difícil, uma vez que aprender a utilizar a bolsa requer tempo e testes. Existem diferentes tipos de bolsa de colostomia e ileostomia para os perfis mais variados, com opções como drenável ou fechada; opaca ou transparente; uma peça ou duas peças. 

“Muitas vezes esse tipo de  procedimento tem uma adaptação difícil. Aprender a utilizar a bolsa requer tempo, testes e acompanhamento com enfermeiros capacitados. O grande desafio é o encaixe perfeito da bolsa ao estoma, evitando vazamentos, dermatites e feridas na pele peri-estomal”, conta o enfermeiro estomaterapeuta Antônio Rangel, assessor técnico da Vuelo Pharma.

Segundo Rangel, uma das principais complicações relacionadas à ostomia estão as dermatites e descolamento precoce das bolsas. Para minimizar esse problema e ainda diminuir significativamente o mau cheiro nas fezes, a empresa Vuelo Pharma produz e comercializa cápsulas gelilificadoras e odorizantes, que solidificam as fezes mais líquidas e diminuem o mau cheiro. 

A cápsula que gelifica os líquidos das bolsas se chama Gelificador, fácil de encontrar em lojas e marketplaces. Consiste em uma cápsula gelatinosa para ser inserida no interior da bolsa e que ao entrar em contato com os líquidos consegue gelificá-los. “Ao gelificar os líquidos a limpeza fica bem tranquila. Outra vantagem é que as cápsulas exalam uma essência de lavanda, o que elimina os cheiros ruins que por ventura a bolsa tenha”, diz. 

Confira abaixo os modelos e recomendações: 


Drenável ou fechada

A pessoa pode escolher o modelo drenável: com abertura na parte inferior da bolsa para saída das fezes e fechamento manual, ou seja, o usuário faz a limpeza sem retirar a bolsa corpo. O modelo fechado, que não possui abertura na parte inferior para a saída dos líquidos, precisa ser trocada a cada higienização. 


Transparente ou opaca

A bolsa de colostomia e ileostomia transparente permite a visualização mais fácil, o que auxilia no acompanhamento em tempo real do enchimento da bolsa coletora. Para quem prefere que os líquidos não fiquem visíveis, a opção mais recomendada é a bolsa para colostomia e ileostomia opaca.


Uma peça ou duas peças

Para que a bolsa coletora de fezes fique adaptada ao corpo de forma segura, é utilizada uma base adesiva de hidrocolóide. Na bolsa de estomia de uma peça a base adesiva está integrada, ou seja, formam uma única peça. Na hora da troca é preciso mudar todas as peças. Já na bolsa de duas peças as partes são separadas, a bolsa é fixada a placa adesiva e durante a troca somente a bolsa é retirada. 

“A melhor dica é conversar com um profissional de confiança para avaliar qual a melhor bolsa. A escolha vai transformar toda a experiência”, finaliza Rangel.


Testes moleculares asseguram diagnóstico precoce e assertivo da tuberculose

Pixabay
Agilidade do diagnóstico auxilia no controle da doença, prevenindo sequelas e transmissão


A queda das temperaturas durante o inverno e a alta concentração de poluentes na atmosfera reduzem os mecanismos de defesa do organismo, deixando-o mais propício ao surgimento de doenças infecciosas. Uma delas é a tuberculose, uma doença altamente contagiosa e que pode ser confundida com outras enfermidades que afetam o sistema respiratório e possuem sintomas semelhantes, como pneumonia, gripe e bronquite.

Diagnosticar a tuberculose precocemente é fundamental para evitar complicações, sequelas e a continuidade da cadeia de transmissão, pois  estima-se que um indivíduo contaminado infecte, em média, de 10 a 15 pessoas. No entanto, o diagnóstico clínico da patologia é um dos últimos a serem considerados devido à sua complexidade e demora.Em busca de técnicas rápidas e eficientes para combater a tuberculose, por exemplo, a Mobius Life Science oferece testes com diagnóstico completo para detectar a tuberculose, que inclusive já é oferecido na rede privada de saúde, possibilitando ainda mais agilidade no diagnóstico e tratamento.  

Os testes moleculares com sonda em linha são considerados padrão ouro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pois consistem de uma família de testes baseados em fitas de DNA e, em poucas horas, revelam um resultado assertivo e seguro a partir de amostras clínicas respiratórias e amostras de cultura. “O exame mais barato era a baciloscopia porque é simples, mas tem uma sensibilidade baixa. Tem que ter uma grande quantidade de bacilo na amostra para aparecer no microscópio. A partir de 2008, a OMS passou a recomendar os testes moleculares e, em 2016, a fita Hain, cujas análises cromossômicas apresentam elevada acurácia”, explica Afrânio Kritski, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Problema de saúde pública

A tuberculose é uma das enfermidades mais antigas do mundo e ainda representa um problema de saúde pública, em nível global. De acordo com a OMS, até 2019 (ano anterior à pandemia causada pelo SARS-CoV-2), era a doença infecciosa que mais causava mortes no mundo, atingindo 10 milhões de casos e 1,5 milhão de óbitos por ano. Os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis, com mais de 95% dos casos reportados. Considerado prioritário para o controle da doença, o Brasil está entre os 30 países de alta carga para a tuberculose e para coinfecção tuberculose e HIV. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que foram notificados 68.271 casos novos de tuberculose no país em 2021, o que equivale a um coeficiente de incidência de 32 casos por 100 mil habitantes.

A doença infecciosa e transmissível é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mais conhecida como bacilo de Koch, e afeta prioritariamente os pulmões, embora possa atingir outros órgãos e/ou sistemas. Sua forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos além do pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com HIV, especialmente aquelas que estão com o sistema imunológico comprometido.  A transmissão é aérea, feita pelo contato com as partículas respiratórias contaminadas provenientes de indivíduos com a forma pulmonar da tuberculose. As bactérias são expelidas pela tosse, pelo espirro ou pela fala e inaladas por um indivíduo saudável.

O diagnóstico precoce associado à triagem sistemática de pacientes com provável tuberculose ativa, e seus contatos e grupos de risco para adoecimento são os componentes principais da End TB Strategy (Estratégia para o fim da tuberculose, em tradução livre), divulgada pela OMS. Apesar da existência de programas governamentais para o controle da tuberculose no Brasil, nem todos os pacientes com TB ativa têm acesso ao diagnóstico inicial adequado por meio de teste molecular. Os métodos fenotípicos para detecção de TB resistente aos fármacos apresentam uma sensibilidade variável e os resultados podem levar até 12 semanas, acarretando um tratamento longo e ineficaz, aumento de sequelas e a contínua transmissão da doença.


Prevenção pode evitar piora do quadro

Segundo Kritski, os principais sintomas da enfermidade são tosse seca ou produtiva por mais do que duas ou três semanas, associada a febre ao final da tarde, fadiga e perda de peso. Ocasionalmente, ocorre sudorese noturna, tosse com produtiva com sangue, dores no peito e, em casos raros, falta de ar. “O problema é que, em nível global, dos 10 milhões de casos de tuberculose, cerca de 30% não são diagnosticados por falta de acesso ao sistema de saúde ou pela não realização de exames nas Unidades de Saúde. Infelizmente, a tuberculose é muito frequente no Brasil e também pode ser confundida com outras doenças pulmonares crônicas, como a bronquite, por exemplo”, lamenta.

Ele acrescenta que qualquer pessoa que esteja com tosse ou catarro há duas semanas precisa ter o cuidado de usar máscara comum (cirúrgica) e buscar o auxílio de profissionais de saúde para impedir a piora do quadro: “Temos que nos antecipar, como na questão da Covid-19. É obrigação de qualquer profissional da área de saúde investigar, solicitar exames laboratoriais e/ou radiológicos, e quando necessário, internar a pessoa no hospital, na Unidade de Emergência ou de Pronto Atendimento, mas sempre  mantê-la em isolamento respiratório para não contaminar o ambiente.


 Resistência a medicamentos

Diferentemente do que alega o senso comum, a doença não afeta somente populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica, mas pode atingir qualquer pessoa. O tratamento da tuberculose possui duração mínima de seis meses e consiste em duas fases, denominadas fase de ataque e fase de manutenção. Na primeira fase, é utilizada a associação de quatro fármacos de primeira linha (isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol) e, na segunda fase, são ministradas rifampicina e isoniazida.

Apesar de ser uma doença curável, com proporção de sucesso superior a  80% na maioria dos países. Entretanto, no Brasil, o sucesso do tratamento da TB está em torno 70%, pois é elevado abandono do tratamento, resultante das questões sociais relacionadas ao adoecimento (cerca de 60% apresentam custos catastróficos, perda maior de 20% de sua renda familiar anual), é baixa a  adesão pelos pacientes devido ao longo período e aos efeitos colaterais decorrentes da toxicidade dos fármacos usados. Outra questão é o abandono do acompanhamento médico com a melhora dos sintomas, resultando em um tratamento irregular que pode gerar complicações posteriormente. Um dos maiores desafios para o combate da tuberculose são os casos de retratamento, ou seja, aqueles com reincidência da doença e os reingressos após o abandono da orientação médica.

Consequentemente, ocorrem óbitos e há o desenvolvimento da tuberculose resistente aos medicamentos, uma grande ameaça ao controle da doença. Globalmente, em 2018, a OMS estimou que 3,4% dos 7 milhões de casos novos notificados e 18% dos casos previamente tratados de TB apresentaram resistência as drogas mais importantes, denominada MDR (rifampicina e isoniazida), sendo que destes casos, 9,5% apresentavam tuberculose extensivamente resistente (XDR).

O tratamento da TB-MDR é complexo e crítico, pois são administrados fármacos mais tóxicos e menos eficazes por um período mínimo de 12 a 18 meses. Já nos casos de tuberculose extensivamente resistente, este cenário torna-se ainda mais problemático devido à carência de opções terapêuticas.


 Cobertura aprovada pelo SUS

Em julho de 2021, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação dos testes moleculares de sonda em linha para a detecção da tuberculose, no rol de exames, salientando a precisão do diagnóstico do bacilo de Koch e das possíveis resistências aos medicamentos de 1ª e 2ª linha usados para o tratamento da doença e a viabilidade financeira decorrente da incorporação da tecnologia. Os resultados destes testes moleculares podem estar disponíveis para a equipe clínica em 1-2 semanas quando realizados nas amostras clínicas ou em 3-4 semanas quando realizados em culturas positivas para micobactéria.

Com a decisão, o diagnóstico molecular disponibilizado pela rede privada é um aliado para o controle da doença. Este passo representa um grande avanço, pois o tempo de espera dos testes convencionais para a detecção da tuberculose podem comprometer o tratamento. 

“Um dos pilares do plano de eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil e em outras regiões endêmicas no mundo é o diagnóstico precoce, incluindo o acesso universal ao teste de resistência às drogas utilizadas no tratamento dessa doença”, declarou a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) em seu relatório, ao comentar a decisão.

 

Mobius Life Science

 www.mobiuslife.com.br


Médico vascular Dr. Gustavo Marcatto explica as causas e tratamentos indicados para as varizes masculinas

            Apesar das mulheres ainda serem mais cuidadosas com as questões da própria saúde, de alguns anos para cá os homens também estão ficando cada vez mais atenciosos e querendo se cuidar mais.

            Um problema muito comum entre as mulheres, mas que também afetam seriamente os homens são as varizes. E disso pouca gente sabe ou se dá conta. E até mesmo eles acabam deixando passar uma coisa que pode se transformar em algo mais sério, muito além da estética.

            As varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas, mais comuns nos membros inferiores, que indicam problemas na circulação de retorno. Como a doença é progressiva e gera sintomas leves, o indivíduo pode demorar anos para descobri-la e tratá-la corretamente. Por isso é muito importante observar sempre.

Essa doença ainda é um tabu, e muitas pessoas não buscam tratamento por medo, vergonha ou falta de informação. “As varizes também podem afetar os homens, sim. E muitos deles têm medo de tratar por achar que só cirurgia resolve o problema. Quanto mais demora o cuidado, mas complicado pode ficar o quadro,” explica Dr. Gustavo Marcatto, médico vascular e referência no tratamento com laser para varizes.

Os homens são menos propensos às varizes pela questão dos hormônios, por não engravidarem e por terem uma musculatura dos membros inferiores, naturalmente mais desenvolvidas do que as mulheres.

“A principal causa das varizes masculinas, então, é a hereditariedade, além de fatores comuns ao problema como sedentarismo, obesidade ou o fato de permanecer muito tempo em pé ou sentados”, explica Dr. Gustavo.

Os principais sintomas são: aparecimento de veias azuladas e muito visíveis, agrupamento de pequenos vasos avermelhados, sensação de peso nas pernas; câimbras, inchaço nas pernas, em especial ao final do dia, sensação de pernas ardendo, “Além de afetar a aparência, a doença causa inchaço, dor, cansaço e pode levar a feridas e até trombose”, detalha o vascular.


Tratamento

O que poucos homens sabem, e muitas mulheres já descobriram há algum tempo, é que é possível tratar varizes sem ter que recorrer à cirurgia, repousos ou pós-operatórios longos. O Dr. Gustavo Marcatto conta que o tratamento de varizes pode ser feito com laser usando técnicas modernas, não invasivas e que necessitam de poucas sessões.

“As técnicas de tratamento para as varizes dos homens e das mulheres são as mesmas. Cada um com sua particularidade, mas, em geral, mantêm os mesmos princípios”, conta Dr. Gustavo.

Ele destaca duas técnicas mais efetivas: a primeira, CLaCS (Cryo Laser & Cryo Sclerotherapy) criada pelo Dr Kasuo Miyake que, guiada pela realidade aumentada, identifica os vasos e utiliza a sinergia entre o laser e a escleroterapia. “É um método seguro que evita em 85% os casos de cirurgia eliminando as varizes e os vasinhos e sem necessidade de internação ou repouso”, pontua Dr. Marcatto.

            A segunda é mais específica para varizes grossas e a veia safena. “Antigamente para tratá-la era preciso fazer cortes na perna e ficar mais de 30 dias de repouso. Hoje, com o Endolaser não há necessidade. O paciente realiza o procedimento na própria clínica e volta para casa andando”, descreve Dr. Gustavo.


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