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terça-feira, 5 de maio de 2020

Thiago Queiroz, criador do ‘Paizinho, Vírgula!’, dá dicas para papais e mamães ‘desesperados’ com os filhos pequenos em casa durante a quarentena


Foto: ClickCarolina/Divulgação

O educador parental também passou por um sufoco ao ter que cancelar a festa de aniversário do filho de 5 anos: "Ele ficou muito triste. Conversamos e acolhemos"
 

Higiene, saudade dos amiguinhos, tempo em casa, ansiedade e a gravidade da pandemia são alguns dos temas abordados pelo ‘Paizinho Virgula’.


Família toda em casa, crianças ansiosas, home office e uma pandemia se alastrando lá fora. Para muitos adultos, a combinação destes fatores vêm sendo desastrosa. Pensando nisso e usando sua experiência como pai de 3 filhos, Thiago Queiroz, criador do portal "Paizinho, Vírgula!", reuniu algumas dicas que podem ser valiosas para este período de isolamento. Ele - que é escritor, youtuber, podcaster, influenciador digital e educador parental - conta que também passou por um sufoco ao ter que cancelar a festa de aniversário do filho de 5 anos, e diz que o momento é de acolher e dar proteção aos mais novos.
"É muito importante entender que o mundo mudou. Estamos em uma outra dinâmica. Não dá para esperar que a gente - que trabalha em home office - vá ter uma produtividade altíssima com os filhos em casa. É um momento que precisamos estar presentes afetivamente com os nossos filhos. Por isso, precisamos estar bem, próximos, e dando uma base segura a eles", fala.

Usando a praticidade e sem perder o foco, Thiago acredita que os pais devam procurar fazer pausas durante suas rotinas e dedicarem um tempo para alguma atividade com os filhos. "Na hora do almoço pare, saia do escritório, fique com o seu filho. Brinque, coma junto, converse. E quando não estiver em home office, aproveite para ficar perto do seu filho. Pegue jogos de tabuleiro e brinque, monte quebra-cabeças", exemplifica. 

Veja mais dicas de Thiago Queiroz para o período:

Como falar sobre a gravidade do Coronavírus?
"Depende muito das decisões e dos valores de cada família. Aqui nós temos abertura para falar de qualquer assunto. Acredito, então, que a melhor forma é falar de uma maneira adaptada à idade da criança. Com meu filho de 7 anos e 5 anos consegui conversar. Falamos que o vírus é um bichinho pequeno, mas que ele se alastra muito rápido, passa de uma pessoa para a outra, deixa as pessoas muito doentes, mas faz muito mal e pode até matar as pessoas mais velhinhas, como o vovô deles e a vovó deles", explica Thiago, que sabe que o assunto pode ser um 'tabu' em muitas famílias, e acredita que não dá para fugir do diálogo.

E os cuidados de higiene dos pequenos?
"Fiz um experimento com eles: peguei dois pratos, um com água e pimenta do reino moída e outro prato com água e detergente. E aí falei assim: 'Estão vendo aqui esses pontinhos pretos? É como se fosse o vírus. Não é de verdade, mas é como se fosse. Ele gruda muito rápido nas mãos das pessoas e depois se espalha para tudo que é lugar.' Pedi para eles botarem a mão na água com a pimenta, e aí viram que a pimenta ficou presa nas mãos deles. Então, falei: 'Estão vendo? Se tivesse coronavírus aqui, agora estaria nas suas mãos. Se vocês colocarem as mãos nas suas bocas, colocarão esse vírus para dentro dos seus corpos. Para vocês se livrarem disso, coloquem suas mãos nesse outro pratinho aqui'. Na hora que eles botam, a pimenta do reino se solta imediatamente das mãos deles e se espalha pelo prato com detergente. E falei: 'Olha, estão vendo? Isso é água com sabão! Ela tira toda a sujeira e doença das mãos! Agora que as suas mãos estão com sabão, experimentem colocar essas mãos de volta no prato com a pimenta do reino.' Foi então que, quando eles encostaram a mão na água cheia de pimenta, ela se espalhou pelo prato, como se estivesse fugindo das mãos das crianças. Isso acontece por causa da função emulsificante do sabão. Não é exatamente isso que acontece com o vírus, porque o sabão apenas mata o vírus, e não ‘expulsa’ ele das mãos, mas é uma ótima forma de ensinar a importância de lavar as mãos para as crianças, de forma lúdica", exemplifica o papai.

E a birra para ‘passear’ na rua?
"É preciso reconhecer a vontade da criança e acolher a tristeza e frustração. Eles não têm condição cognitiva, emocional e cerebral para lidar com esses sentimentos. Podemos responder assim: 'Poxa filho, você queria muito passear, né? Mas onde você queria ir? O que você queria fazer?' E quando você pergunta e entra nesse mundo da imaginação com a criança: 'Ah eu queria passear no parquinho!', aí você pode dizer: 'Poxa o parquinho, que tem aqueles bancos daquele jeito, que tem aquele balanço que você consegue ir bem alto. Seria tão legal a gente ir lá, eu também queria ir!'. E aí você está junto da criança, mostrando que você se importa com aquilo que ela está falando, que você está entendendo o que ela está dizendo e isso tudo ajuda a criança a se acalmar também", orienta Thiago.

Saudade do amiguinho da escola
"Também é muito importante reconhecer esse sentimento da criança. Primeiro a gente acolhe, depois reconhece. Entre as dicas de como tentar diminuir a saudade, a utilização de ferramentas de videoconferência e mensagens de áudio no WhatsApp, têm ajudado bastante", aconselha.

O drama da festa de aniversário cancelada
"No primeiro dia de quarentena, 14 de março, era aniversário de 5 anos do meu filho Gael. Estava tudo preparado e tivemos que tomar a decisão difícil de cancelar a festa. Demos essa notícia para ele no dia do aniversário e ele ficou triste e chateado. Conversamos, acolhemos, deixamos ele falar. E prometemos: ''Olha filho, não quer dizer que você não vai fazer aniversário. Você vai ter seu aniversário, só que vai ser uma festa aqui em casa, que a sua família vai preparar para você.' Então compramos um bolinho, colocamos enfeites de papel, fizemos uma decoração bonitinha e cantamos parabéns. Mas ele sempre cobra de que quando a quarentena acabar, vai querer a festa dele", relata o papai sobre a experiência.

Dicas de filmes, livros, brincadeiras e podcasts
Por fim, Thiago Queiroz faz uma lista de atrativos que podem ser compartilhados entre papais e filhos: "Faço alguns podcasts. Temos o 'Contra Pra Mim?', que é de contação de história. Tem também o 'Coisa de Criança', que é um projeto meu e da minha esposa, e explicamos os 'porquês' das coisas: por que chove, por que existem as ondas no mar, e muito mais. E o podcast mais recente, que surgiu durante a quarentena, é o 'Ideia de Criança', um projeto que estou fazendo com o Dante e o Gael, meus dois filhos mais velhos. Conversamos sobre qualquer coisa da vida e eles respondem perguntas dos ouvintes. É uma forma de registrar uma conversa normal que tenho com eles, sempre acolhendo, escutando e validando. Fora isso, tem os jogos de tabuleiros, que ajudam muito a passar um tempo de qualidade com os filhos, longe das telas e tecnologia. Muitas editoras de jogos têm oferecido, inclusive, versões desses jogos de tabuleiro para imprimir de graça em casa, para você jogar durante a quarentena. Esse momento do brincar é bem importante porque fortalece os vínculos."
 


Thiago Queiroz  - Criador do site Paizinho Vírgula, escritor, youtuber, influenciador digital, host do podcast Tricô de Pais, colunista e embaixador da Revista Crescer. Criador de conteúdo, marido e pai, Thiago Queiroz atua de diversas maneiras na educação parental, tanto nas mídias online, quanto presencialmente em palestras e grupos de apoio. Thiago é certificado como líder pela organização Attachment Parenting International, e criador do primeiro grupo de apoio oficial no Brasil, a API Rio. Também é certificado como educador parental para a disciplina positiva, pela Positive Discipline Association.

Quarentena com idosos: como garantir um ambiente doméstico seguro?


Médico dá dicas de como evitar acidentes e fraturas em casa e fala sobre alimentação e avanços em suplementação preventiva


Com grande parte da população passando os dias em casa em épocas de cuidados redobrados com a saúde dos idosos, é importante se atentar à segurança dos mais velhos no ambiente doméstico, onde costuma ocorrer a maior parte das fraturas nessa faixa etária. Dados do Ministério da Saúde mostram que as quedas entre idosos são responsáveis por cerca de 50 mil internações todos os anos. E para evitar qualquer ida ao hospital nesse momento, é importante reforçar o cuidado. “Na terceira idade, a maioria das fraturas ósseas está relacionada à osteoporose, especialmente em mulheres, que estão mais propensas à doença devido à perda de estrogênio após a menopausa”, explica o endocrinologista Guilherme Renke, consultor da Via Farma.

De acordo com o especialista, a osteoporose pode levar a fraturas graves, especialmente na coluna e no quadril, trazendo complicações que podem ser fatais. Dados oficiais mostram que as quedas são a terceira causa de mortalidade em pessoas com mais de 65 anos no Brasil, portanto, medidas de prevenção são essenciais, especialmente durante a quarentena, que pode ser motivo para que muitos idosos fiquem mais agitados dentro de casa. “Com mudanças no ambiente doméstico, uma alimentação adequada e suplementação indicada pelo médico, é possível melhorar a saúde óssea e prevenir esses acidentes”.


Mudanças nos ambientes da casa

Uma das primeiras medidas de prevenção de quedas para quem vive com idosos é a adaptação de ambientes da casa. O banheiro, por exemplo, é um dos cômodos com maior risco de queda. É importante orientar o idoso a não trancar a porta ao entrar nesse ambiente e, se possível, instalar um vaso sanitário mais elevado, com barras de apoio. No box, é recomendado deixar um tapete antiderrapante, daqueles que ficam presos ao chão. Durante a noite, é importante deixar uma luz acesa, para o caso de o idoso precisar se levantar. Em escadas e corredores, a dica é instalar corrimãos. Usar calçados presos ao pé, com solado de borracha, não encerar o chão e evitar objetos espalhados pela casa são outras medidas importantes para prevenir acidentes.


Reforço na alimentação 

Apesar dos fatores genéticos serem importantes para a ocorrência de osteoporose, a alimentação e estilo de vida adotados ao longo da vida também podem ser determinantes. “É preciso manter uma dieta nutritiva, com ingestão adequada de cálcio, além do suprimento necessário de vitamina D, necessária para a absorção do mineral. Também é importante praticar atividades físicas adequadas a cada perfil e evitar fumo e bebidas alcoólicas”, orienta Renke. Para garantir a ingestão adequada de cálcio, a aposta são leites e derivados, que são a maior fonte do nutriente na alimentação. Para os intolerantes ou alérgicos ao alimento, outras boas fontes são vegetais verdes como brócolis e couve, algumas frutas, como laranja, damasco e figo, além de conservas de peixe, nozes, castanhas, amêndoas, leites vegetais e tofu enriquecidos com cálcio. Já para garantir bons níveis de vitamina D, nada melhor do que a exposição diária ao sol, sempre com moderação, com preferência para os horários da manhã.


Orientação médica e suplementação em dia

Na terceira idade, é essencial o acompanhamento com especialista para avaliar a necessidade de suplementações que garantam a saúde óssea, como é o caso do cálcio e da vitamina D, que frequentemente precisam de reposição nessa fase da vida. “A suplementação de vitamina D em dosagens adequadas já demonstrou reduzir o risco de quedas e fraturas em cerca de 20%”, pontua o endocrinologista. Mesmo no momento de quarentena, vale manter o contato do idoso com o médico por meio de teleconsultas, para garantir assistência em relação a outras doenças e avaliar a necessidade de qualquer suplementação ou tratamento. 

Além das suplementações já conhecidas, alguns avanços tem ganhado destaque e podem ser indicados pelo médico para reforçar o cuidado com a saúde dos ossos na terceira idade. Uma das substâncias mais recentes é a oleuropeína, retirada das folhas da oliveira, capaz de estimular a formação de massa óssea, prevenindo e até mesmo acelerando a recuperação de fraturas. “Estudos recentes demonstraram que a oleuropeína foi capaz de aumentar a deposição de íons de cálcio em células osteoblásticas. Além disso, o ativo age na diferenciação de células-tronco mesenquimais da medula óssea, que são responsáveis pela formação de osteoblastos e adipócitos. Isso significa que a suplementação do ativo ajuda na manutenção de um metabolismo ósseo mais saudável, prevenindo e tratando casos de osteoporose e fraturas”, explica o médico.





Fonte:  Bonolive  


Os efeitos psicológicos do coronavírus


Como a doença afeta o emocional de quem está em isolamento social e de quem continua trabalhando

Muitas das pessoas que assistiram por mais de 20 minutos às cenas do ataque às Torres Gêmeas em 2001 desenvolveram estresse pós-traumático como se estivessem presentes no local, de acordo com cientistas. Agora imagine os efeitos psicológicos de estar efetivamente vivendo uma pandemia mundial em isolamento social e constante bombardeio de informações sobre o vírus que a motivou.



A dra. Alexandrina Maria Augusto da Silva, médica psiquiatra e vice-presidente da Comissão da Saúde Mental do Médico da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)  e 2° Secretária do Departamento Científico de Psiquiatria da Associação Paulista de Medici­na (APM), explica que qualquer notícia de grande impacto, quando consumida em excesso, gera consequências para o psiquismo humano, como ansiedade, quadros depressivos, fobias e somatizações do estado emocional.



De acordo com a especialista, o ideal é ter uma fonte confiável de notícias sobre o novo coronavírus, a qual deve ser consultada em um único horário do dia, fazendo um apanhado geral das novidades. “Se você já sabe o que está acontecendo, não precisa se sobrecarregar”, pontua.




Saúde mental dentro de casa


Para a maioria da população, que está em isolamento social, os efeitos psicológicos podem ser intensos, visto que o confinamento pode ser um fator estressante. A aproximação de familiares, por exemplo, pode tanto ser positiva quanto negativa, aumentando fontes de atrito e discórdia.



“O indivíduo tem que desenvolver uma rotina: levantar, trocar de roupa, tomar seu café matinal, praticar atividades físicas. É importante entrar em contato ‘voz a voz’ com familiares, amigos e vizinhos. Fazer comunicações verbais, mesmo à distância, é saudável”, destaca dra. Alexandrina.



No home office, a organização é fundamental. É comum que as pessoas se sintam mais esgotadas, por falta de horários e pelo fato de a comunicação entre colegas ser mais difícil. Sem programação, o trabalho remoto pode ser prejudicial para equipes que não estiverem sincronizadas.



A especialista ainda chama a atenção para a diversidade de tarefas que podem ser feitas no dia a dia. “A criatividade de cada um é o que definirá as diferentes atividades”, afirma.




E aqueles que não pararam de trabalhar?


“Uma parte da população não deixou de trabalhar. São eles os profissionais do setor de alimentação, farmácia, limpeza, entre outros. Estão trabalhando contrariados e podem desenvolver sintomas de medo e fobia. Enquanto todos fazem a quarentena, eles estão se expondo. Que mensagem fica na cabeça dessas pessoas?”, questiona dra. Alexandrina.



Profissionais da saúde também não escapam, tendo em vista que são os mais expostos à doença. Segundo a psiquiatra, em caso de ansiedade, depressão ou fobia, eles também precisam procurar ajuda.




Quando tudo isso passar...


“O medo de voltar às atividades pode acontecer. Cada um terá de lidar da melhor forma: se alimentando, se cuidando, mantendo o sono em dia e tendo hábitos saudáveis”, pontua a especialista. “De acordo com os estudos, 80% da população terá contato com o vírus. O que a gente não quer é o desenvolvimento da doença, para evitar situações catastróficas como a da Itália e da Espanha”, destaca.


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