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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Subtipo agressivo de câncer de pulmão poderá ser tratado com imunoterapia


Anvisa aprova novo tratamento em primeira linha para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em caso de doença extensa; subtipo não tinha terapia eficaz


Após 30 anos sem avanços na área, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o primeiro tratamento inicial para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em caso de doença extensa: a imunoterapia atezolizumabe, da Roche, adicionada à quimioterapia. Esse é um tipo agressivo de tumor, com taxa de mortalidade de 87%. O novo tratamento de primeira linha diminui o risco de progressão do câncer e morte, aumentando assim o tempo de vida.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil tem 31,2 mil novos casos de câncer de pulmão ao ano - o segundo mais incidente em homens (atrás do de próstata) e o quarto em mulheres (depois de mama, intestino e colo do útero). Em torno de 15% dos casos são de pequenas células e, entre esses, 70% correspondem a doença extensa. O paciente com esse subtipo de câncer tem, em média, 65 anos e sintomas agudos como tosse (geralmente com sangue), dor no tórax, cansaço e perda de peso sem causa aparente. A maioria é fumante ou tem histórico de exposição por tempo prolongado ao tabaco.

O atezolizumabe já é utilizado no Brasil para tratar câncer de pulmão de não pequenas células, tumores uroteliais e, em breve, câncer de mama triplo-negativo, cuja indicação foi aprovada pela Anvisa em maio. Essa imunoterapia bloqueia o PD-L1, proteína encontrada no tumor que impede o sistema imunológico do paciente de atacar o câncer. Ao minar este mecanismo de defesa do tumor e associar a quimioterapia, o tratamento consegue ser mais eficiente contra a doença.

O estudo IMpower 133 avaliou 403 pacientes e mostrou que 52% do grupo que recebeu atezolizumabe mais quimioterapia ainda se mantinham vivos (sobrevida global) em 12 meses em comparação com 38% no grupo que usou apenas quimioterapia. Em sobrevida livre de progressão, que é quanto tempo os pacientes viveram sem que o câncer piorasse, a diferença foi que, em 6 meses, havia 31% dos pacientes sem piora no grupo da combinação de imunoterapia com quimioterapia contra 22% no grupo de apenas quimioterapia e, em 12 meses, 13% contra 5%.

Desde a década de 1970, mais de 40 estudos de fase III avaliaram cerca de 60 moléculas em primeira linha de tratamento, manutenção e segunda linha, mas falharam por fatores diversos. “Durante décadas, ficou inalterado o padrão de tratamento para câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa. Após muitas tentativas de buscar opções, os resultados com a imunoterapia representam um momento marcante para a oncologia”, afirma Gilberto Castro Júnior, professor da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT). “Trata-se de um avanço real nesse cenário, tornando o atezolizumabe mais a carboplatina e etoposídeo [quimioterapia] o novo tratamento padrão para a primeira linha, enquanto continuam os esforços no campo da pesquisa em torno dessa doença, que ainda permanece sendo muito agressiva”, conclui o especialista.





Roche


20 de junho, dia Nacional do Teste da Linguinha

Descubra o que é o teste da linguinha e como ele pode colaborar com a amamentação
 

Quando o bebê nasce ele é submetido a diversos testes como o do pezinho, do olhinho, da orelhinha e, também, da linguinha. Isso acontece para que seja possível detectar alterações no corpo do bebê e até mesmo doenças raras e iniciar um tratamento adequado o mais rápido possível. Então, afinal, por que realizar o teste da linguinha no recém-nascido é tão importante?

A importância do teste da linguinha para o bebê
O Brasil é o primeiro país a transformar o teste da linguinha em lei, no ano de 2014 (Lei nº 13.002). O teste serve para diagnosticar alterações de frênulo lingual em recém-nascidos e pode interferir diretamente na qualidade da amamentação do bebê e, depois, no desenvolvimento da fala, mastigação, deglutição e higiene oral.  

O que acontece é que o frênulo é como uma “cordinha” que prende a ponta da língua e impede que ela fique “abraçada” no mamilo e aréola da mãe como precisa ser feito, prejudicando a movimentação e o posicionamento da língua. Se a ponta da língua não fica em uma posição estável durante a sucção, o bebê fica estalando a língua (o que faz com que a sucção não seja tão efetiva) ou utiliza a gengiva, que fica roçando no mamilo, deixando-o sensível, ou ainda pode morder e acabar machucando. Ou seja, ele faz muito esforço para pouca recompensa, se cansa e pode até dormir no meio da mamada. O resultado disso é: o bebê não retira todo o leite necessário, a produção de leite diminui, correndo o risco de empedrar e machucar, além de não ganhar peso suficiente.

Não quer dizer que todos os bebês que apresentam dificuldades na amamentação possuem a linguinha presa, ou que todos os que têm a linguinha presa necessariamente tem problemas de amamentação, mas, no geral, isso interfere.

Para fazer o teste é necessário que o profissional seja qualificado, preferencialmente um fonoaudiólogo. Se a linguinha está muito presa é fácil de identificar, porém, quando ela não está limitando totalmente a movimentação da língua, mas ainda assim pode prejudicar a amamentação, não é qualquer profissional que vai conseguir avaliar corretamente.






Flávia Puccini  - Fonoaudióloga formada pela Puc Campinas, a Flávia Puccini é mestre em processos e distúrbios da comunicação (voz, fala e funções orofaciais) pela USP, especialista em motricidade orofacial pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. A profissional é consultora de amamentação e laserterapeuta e se coloca à disposição para ser fonte de informação de temas como amamentação, problemas alimentares, fala, disfagia e teste da linguinha. 

Bayer aposta em células-tronco para prevenir o câncer


·                   Companhia se une a Khloris Biosciences para o desenvolvimento de vacinas contra o câncer com células-tronco pluripotentes induzidas


·                   Pesquisa da Universidade de Stanford sugere que vacinação com células-tronco pluripotentes induzidas podem curar e prevenir o desenvolvimento de muitos tipos de câncer



Por meio do programa de investimentos Leaps by Bayer, a Bayer fechou uma parceria com a empresa Khloris Biosciences para o desenvolvimento de vacinas contra o câncer com base em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs). A tecnologia tem potencial de curar e prevenir um dos principais problemas de saúde da atualidade. 

Pesquisadas há um século, até o momento, as vacinas para câncer ainda não saíram do estágio inicial de desenvolvimento. Porém, um estudo* realizado em camundongos na faculdade de medicina da Universidade de Stanford sugere que as iPSCs, microorganismos com potencial de se desenvolver em qualquer célula do corpo, podem treinar o sistema imunológico para prevenir o desenvolvimento de diferentes tipos de tumores. Elas também servem para tratamento adjuvante após cirurgia e radioterapia, pois têm o potencial de reativar o sistema imunológico nos pacientes para evitar reincidência e metástases.

As iPSCs possuem as mesmas características das células tumorais - elas também fazem o corpo produzir anticorpos e se autorenovar. Ao injetar as células tronco – células ainda não especializadas – no organismo, os novos microorganismos podem reconhecer as células cancerígenas, estimulando o sistema imunológico a combatê-las ou prevenindo o desenvolvimentos de tumores. A empresa de biotecnologia está pesquisando se é possível fazer isso com células-tronco pluripotentes induzidas, criadas através de um processo que pega as células de uma pessoa (como sangue ou células da pele) e as converte em células-tronco.

A cura e a prevenção do câncer estão entre as principais áreas de foco da Leaps by Bayer, pois a doença é um dos principais motivos de preocupação da sociedade atual e os tratamentos ainda são limitados. "Estamos impressionados com a metodologia da Khloris. Ela representa uma oportunidade única no desenvolvimento de vacinas inovadoras com potencial de ajudar efetivamente nosso sistema imunológico a combater o câncer antes que ele saia do controle, e esse é a melhor forma de lidar com a doença", diz Kemal Malik, membro do Conselho de Inovação da Bayer.

"Somados à experiência, ao alcance comercial e à rede de pesquisa e desenvolvimento da Bayer, nosso conhecimento e nossa tecnologia podem aumentar as chances de oferecer um combate efetivo à doença", comentou prof. Joseph C. Wu, cofundador da Khloris. 

"A parceria reflete nossa paixão pelo desenvolvimento de terapias inovadoras contra o câncer, que podem vir a ter um grande impacto em seu tratamento e prevenção. A Leaps by Bayer nos oferece um conceito único de investimento, que vai nos ajudar a tirar grandes ideias do papel", afirmou a Dr. Lynne A. Bui, cofundadora e CEO da Khloris.

O conselho de diretores será composto por dois representantes da Khloris, Dr. Lynne A. Bui e Prof. Joseph C. Wu, e dois representantes da Leaps by Bayer, Dr. Juergen Eckhardt e Dr. Lucio Iannone. Os termos do investimento não foram divulgados.

A Khloris é a sétima organização a receber investimentos da Leaps by Bayer, unidade da empresa global dedicada a oferecer recursos para o desenvolvimento de soluções contra os principais problemas enfrentados pela humanidade. Entre outras empresas patrocinadas pela Leaps estão a Casebia Therapeutics (tecnologia de CRISPR/Cas para a cura de condições genéticas severas), a BlueRock Therapeutics (tecnologia de iPSC para a cura de doenças cardiovasculares e do sistema nervoso central) e a Joyn Bio (probióticos para plantas que viabilizam o cultivo sem a utilização de fertilizantes químicos). 


*Autologous iPSC-Based Vaccines Elicit Anti-tumor Responses In Vivo. Kooreman, N. et al., Cell Stem Cell. 2018;22(4): 501–513.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29456158



Bayer

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