- Passados
10 anos do Desafio do Balde de Gelo, doença continua pouco conhecida pela
população
- Diagnóstico
precoce é fundamental para a qualidade de vida de pacientes
- Expectativa de vida média após os primeiros sintomas é de até 5 anos.
Há exatos 10 anos, o mundo voltou suas
atenções à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), devido ao Desafio do Balde de
Gelo (que consistia em jogar um balde de água com gelo sobre a cabeça de alguém
para chamar a atenção para a ELA e incentivar doações para pesquisas) que virou
trend nas redes sociais. Naquele momento, a doença neurodegenerativa teve seu
ápice de popularidade, gerando doações para pesquisas que resultaram na
descoberta de um novo gene associado à patologia, dentre outros avanços em
estudos. Passada a febre, contudo, a desinformação sobre a doença retornou e os
desafios para acessar diagnósticos e tratamento voltaram à tona.
Atualmente, a busca por informações sobre a
doença representa cerca de apenas 5% do que foi observado no pico do Desafio do
Balde de Gelo, em 2014, segundo o Google Trends[1]. E o tempo médio do
início dos sintomas até a confirmação diagnóstica segue em aproximadamente 10 a
13 meses[2]. A expectativa de vida média após o início dos sintomas é de
três a cinco anos[3].
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença rara que afeta o sistema
nervoso de forma degenerativa e progressiva[4,5]. Essa condição gera contínuo
enfraquecimento muscular que progride para paralisia, em estágios mais
avançados da doença. Ela acomete, principalmente, pessoas de 55 a 75 anos[6].
Os sintomas relacionados à alteração dos neurônios motores podem incluir:
redução da agilidade, fraqueza, fadiga, câimbras, atrofia muscular,
espasticidade, dificuldades de deglutição, afora outros[7]. Podem surgir ainda
manifestações como alterações do sono, constipação, hiper salivação,
espessamento de secreções mucosas, hipoventilação crônica e dor[8].
“A esclerose lateral amiotrófica é uma doença muito devastadora e com
evolução rápida, gerando inúmeros impactos pessoais, familiares e sociais.
Quando os primeiros sintomas surgem, se estima que mais de 80% dos neurônios
motores já tenham sido degenerados. A informação é o principal caminho para o
diagnóstico precoce e início de tratamentos para melhor qualidade de vida do
paciente”, aponta a diretora médica da Biogen, Tatiana Branco.
O diagnóstico precoce da doença contribui para melhor resultado terapêutico e
prognóstico dos casos. Ainda sem cura, a ELA carece de tratamentos
medicamentosos para controle de sua evolução ou atenuação de sintomas. Deste
modo, as terapias focam na atenção multidisciplinar que amplie a qualidade de
vida e sobrevida dos pacientes[2].
“Nos últimos anos, observamos avanços significativos em pesquisas sobre ELA.
Entretanto, ainda temos um longo caminho em direção a soluções que promovam
controle e cura da doença. Nosso papel de estímulo ao desenvolvimento
científico, disseminação de informações corretas e acolhimento de pacientes e
famílias é fundamental para mudarmos essa realidade. E, num futuro que
esperamos breve, não termos tantas interrupções de histórias, potências e vidas”,
comenta Silvia Tortorella, diretora executiva do Instituto Paulo
Gontijo.
Segundo os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, do Ministério da
Saúde, a principal causa de morte por ELA é a insuficiência respiratória[2]. A
fraqueza muscular acomete a musculatura respiratória, tendo como consequência a
ventilação inadequada dos pulmões[9].
Em função de possível redução de marcha e equilíbrio, o paciente com ELA pode
necessitar do apoio de cadeiras de rodas para melhora postural, prevenção de
quedas e maior autonomia[2]. A perda da comunicação efetiva, contudo, é
considerado um dos aspectos de maior impacto na vida da pessoa com ELA,
refletindo em esferas emocionais, sociais e familiares – com consequente piora
da sua qualidade de vida e sobrevida[2].
Biogen
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Referências
[1] Google Trends. Google. Disponível em < https://trends.google.com.br/trends/explore?date=2014-06-05%202024-06-06&geo=BR&q=esclerose%20lateral%20amiotr%C3%B3fica&hl=pt-BR>
Acesso em 05 jun. 2024.
[2] BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da
Esclerose Lateral Amiotrófica. Disponível em <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2020/portaria_conjunta_pcdt_ela.pdf>.Acesso
em 05 jun. 2024.
[3] Riviere M, Meininger V, Zeisser P, Munsat T. An analysis of extended
survival in patients with amyotrophic lateral sclerosis treated with riluzole.
Arch Neurol 1998;55(4):526–8.
[4] BRASIL. Ministério da Saúde. Dia Nacional de Luta Contra a Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA). Disponível em < https://bvsms.saude.gov.br/21-6-dia-nacional-de-luta-contra-a-esclerose-lateral-amiotrofica-ela-2/#:~:text=A%20Esclerose%20Lateral%20Amiotr%C3%B3fica%20(ELA)%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20que%20afeta,e%20acarreta%20paralisia%20motora%20irrevers%C3%ADvel>.
Acesso em 24 jun. 2024
[5] BRASIL. Ministério da Saúde. Esclerose lateral amiotrófica: doença rara,
crônica, degenerativa e ainda sem cura. Disponível em < https://www.gov.br/ebserh/pt-br/comunicacao/noticias/esclerose-lateral-amiotrofica-doenca-rara-cronica-degenerativa-e-ainda-sem-cura>.
Acesso em 24 jun. 2024
[6] Phukan J, Hardiman O. The management of amyotrophic lateral sclerosis. J
Neurol 2009;256(2):176–86.
[7] Kiernan MC, Vucic S, Cheah BC, et al. Amyotrophic lateral sclerosis. Lancet
2011;377(9769):942–55
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