Esta é a primeira operação feita com a participação da Secretaria de
Operações Integradas (SEOPI), vinculada ao Ministério de Segurança Pública
O governo de São Paulo transferiu, nesta
quarta-feira (13), 22 líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital,
o PCC, para penitenciárias federais. Entre os detentos está Marcola, o
principal líder da organização.
O especialista em segurança pública e professor da
FGV-SP, Rafael Alcadipani, conta que o intuito da transferência é fazer um
isolamento desses líderes.
“Eles não podem ter acesso a visitas íntimas, né?
Esses presos só podem andar algemados. Existe um controle de televisão bastante
cerrado, né? Então é, sem dúvida nenhuma, bem mais seguro do que a média dos
presídios brasileiros, e a ideia é tentar fazer um isolamento desses líderes de
facção”, explicou.
Esta é a primeira operação feita com a participação
da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), criada na atual estrutura do
Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta está sob comando de Sergio
Moro.
Os presos foram transferidos com a escolta do
Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Polícia Militar de São Paulo
para as penitenciárias federais.
Na visão do especialista em segurança pública
Rafael Alcadipani, o isolamento desses criminosos não significa que as
organizações estão sendo enfraquecidas.
“O quê que o governo, de fato, está fazendo para
combater essas facções criminosas? Precisa ter um sufocamento financeiro dessas
facções, precisa ter muito mais ação do que a mera transferência desses
líderes, porque você isola um líder e rapidamente aparece um outro",
analisou.
A transferência dos detentos ocorre em cumprimento
à decisão da Justiça do Estado de São Paulo, após pedido do Ministério Público.
Em entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria, disse que a transferência
foi planejada nos mínimos detalhes, com inteligência e sigilo máximo.
Novas regras
O Ministério da Justiça e Segurança Pública
publicou nesta quarta (13) uma portaria que estabelece regras para visitas
sociais no âmbito do Sistema Penitenciário Federal. A norma determina que as
visitas sociais a presos em unidades federais sejam feitas exclusivamente por
parlatório ou videoconferência, sendo destinadas exclusivamente à manutenção
dos laços familiares e sociais.
A visita social por parlatório poderá ser feita,
mas os familiares e amigos ficarão separados do preso por um vidro e a
comunicação vai ocorrer por meio de um interfone. Aqueles presos que
apresentarem um ótimo comportamento carcerário durante 360 dias sem interrupção
ganharão o direito à visita social no pátio, desde que seja autorizado pelo
diretor do estabelecimento penal federal.
Fonte:
agenciadoradio.com.br/