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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Dia da Amizade: Psicóloga explica a importância das relações sociais para a saúde



 Em 14 de fevereiro, é comemorado o Dia da Amizade. A iniciativa de instituir essa data partiu da necessidade de cultivar as relações humanas como forma de construir um mundo melhor. Segundo a psicóloga do São Cristóvão Saúde, Aline Melo, existem várias pesquisas relacionadas aos benefícios da amizade em nossas vidas. “Muitas apontam inclusive a uma maior longevidade. Ainda, nota-se que, no momento em que se dividem experiências com algum amigo, há uma troca de sentimentos e confiança, capazes de gerar otimismo e alegria”.

Ela explica que toda relação social é importante, mas que existem diferenças entre amigos e colegas. “A amizade é uma relação mais profunda e que geralmente você escolhe, seja por afinidades ou experiências, e pode se manter independente do tempo ou distância. Já o coleguismo, normalmente acontece com as pessoas que convivem com você no trabalho, cursos, academia, e outros locais em que frequenta. Costuma ser uma relação harmoniosa, porém que não forma laços tão fortes e nem duradouros. No entanto, nada impede que um colega possa se tornar amigo conforme o tempo e as afinidades de cada um”.

É comum caminhos e escolhas opostas acabarem distanciando quem antes era tão presente. “Assim como o amor, a amizade também precisa ser cultivada e fortalecida”, aconselha. Ainda, conforme se amadurece, começa a se selecionar melhor as relações e se aprende a lidar de maneira menos angustiante com a solidão, diminuindo a necessidade de sempre estar com alguém ao lado. Contudo, há pessoas que, mesmo não conversando com um amigo diariamente, ao encontrá-lo sente o mesmo carinho e proximidade de sempre. 

No entanto, a psicóloga alerta ao cuidado necessário para não depositar muitas expectativas em uma amizade, pois há o risco da frustração, assim como nas relações com pais, filhos e cônjuges. “Embora um amigo represente um profundo companheirismo, ele pode desapontar você e você pode fazer o mesmo com ele, sem intenção de machucá-lo. É importante compreender que as pessoas erram e têm falhas, inclusive nós mesmos”. Porém, caso realmente haja uma intenção de ferir ou causar tristezas, é preciso reconhecer que esta relação não está fazendo bem e romper os laços que trazem angústias.

Segundo a profissional, as amizades têm papéis diferentes de acordo com cada fase da vida. Na infância, é voltada em aprender com o outro.  “Na relação com os amiguinhos, começamos a fazer um reconhecimento de nossa identidade e personalidade fora da proteção e cautela dos pais. A imitação de trejeitos, gestos e palavras faz parte do processo de constituição do nosso eu”, esclarece. Já na adolescência, os jovens buscam pertencer a um grupo, é uma forma de identificação com o outro depois que a personalidade já está formada.  Na fase adulta, continuamos buscando essa identificação, mas em situações diversas, como afinidades profissionais ou maternidade. Para os idosos, o contato com amigos ajuda no enfrentamento das mudanças desta fase em companhia, podendo compartilhar suas experiências. “O cultivo e incentivo das relações sociais são muito importantes para esta faixa etária”, finaliza.

 

Ansiedade evolui para depressão em 24% dos casos



Imagine uma pessoa que tem sintomas de depressão e de ansiedade ao mesmo tempo. Pensamento acelerado, tristeza, falta de concentração, sudorese, entre outras dezenas de manifestações clínicas. Mas, será que isso é possível?

Segundo a psicóloga Fernanda Queiroz, cofundadora da Estar Saúde Mental, sabe-se que os quadros ansiosos costumam evoluir para a depressão há muito tempo. Em alguns casos, o estresse pode ser o ponto inicial de todo o problema “A pessoa estressada, que não se cuida, pode desenvolver uma ansiedade patológica que pode evoluir para uma depressão. Estima-se que em 24% dos casos, a ansiedade evolui para a depressão e em apenas 2% dos casos a depressão vai evoluir para um quadro ansioso”.


Depressão e ansiedade: uma dupla e tanto
 
Preste atenção nestes dados: estima-se que metade dos pacientes com Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG) irá desenvolver o Transtorno Depressivo Maior (TDM). E tem mais: a ansiedade costuma preceder a depressão. “Os quadros ansiosos depressivos são muito comuns. A nossa maior preocupação é que a associação da ansiedade com a depressão torna a condição mais grave”, comenta Fernanda.

A psicóloga explica que quando o paciente apresenta as duas condições, os sintomas costumam ser mais severos. “O simples fato das doenças coexistirem já torna o quadro mais crônico, atrasa a recuperação e aumenta a taxa de recaída após o tratamento. Além disso, estudos mostram que há maior necessidade de hospitalização e maior número de tentativas de suicídio. Portanto, quando a ansiedade e depressão se manifestam juntas impactam negativamente em todos os sentidos”.


Dezenas de sintomas
 
Os sintomas da depressão e da ansiedade podem ser muito parecidos e acabam se misturando. “Mudanças no apetite, no sono, cansaço, aperto no peito, pensamentos acelerados, problemas gastrointestinais, dificuldade de concentração, problemas de memória, perda do desejo sexual, inquietude, medo, irritabilidade, tristeza, choro, angústia. Esses são apenas alguns dos sintomas da ansiedade que aparecem junto com a depressão. Lembrando que os sintomas podem ser físicos e cognitivos”, comenta Fernanda.


Procurar ajuda é o primeiro passo
 
Se você se identificou com alguns destes sintomas ou conhece alguém que está assim, o primeiro passo é procurar um psiquiatra. Pesquisas indicam que o diagnóstico da depressão pode demorar até um ano para ser feito.

Hoje, já existem medicamentos antidepressivos que melhoraram os sintomas ansiosos. Além da terapia medicamentosa, é preciso procurar uma psicoterapia, seja individual ou em grupo. Uma das abordagens mais usadas para tratar a depressão e a ansiedade é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC).

“O mais importante é procurar ajuda. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física. E ficar atento, principalmente, ao nível de estresse, que como vimos pode evoluir para a depressão e a ansiedade ou para as duas”, finaliza Fernanda.



 

Especialistas explicam a importância da oncogeriatria no tratamento de idosos com câncer



Segundo levantamento da ONU, doenças cancerígenas tem uma incidência 11 vezes maior dentro dessa faixa etária


No Brasil, os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) representam 8,6% da população do País. Segundo a Organização das Nações Unidas, um a cada quatro homens entre 60 e 79 anos têm ou vão desenvolver algum tipo de câncer. O percentual de mulheres nessa faixa etária que podem sofrer com a doença é ainda maior: uma a cada três.

Em 2030 – ano em que o país terá mais idosos do que crianças e jovens de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a mortalidade por câncer terá crescido 45%, conforme previsão da ONU.

Para o Instituto Nacional do Câncer, quem tem mais de 65 anos é 11 vezes mais propenso a desenvolver uma doença cancerígena do que pessoas com idade inferior. O fumo é um dos principais fatores desencadeantes do câncer, além de comida gordurosa, industrializada, alta ingestão calórica e obesidade.

Segundo Elias Abdo, oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os tipos de câncer mais comuns em idosos são: câncer de pulmão, próstata, mama e cólon. “Assim que identificada a doença, o mais importante passa a ser o tratamento com abordagem multidisciplinar. É preciso fazer uma avaliação geriátrica global para identificar a melhor estratégia de tratamento para cada indivíduo de acordo com comorbidade; perfil nutricional, funcional e psicológico; cognição; suporte social e uso de medicamentos pelo paciente.”

Este é o objetivo da oncogeriatria: buscar o equilíbrio entre qualidade de vida e expectativa de sobrevida do paciente, oferecendo um tratamento multidisciplinar e personalizado. A geriatra Aline Thomaz, do Hospital São Camilo, explica que o tratamento de tumores em idosos se concentra nas necessidades específicas, ou seja, não se trata apenas de considerar a sua idade cronológica. “É preciso levar em consideração a singularidade do padrão de envelhecimento de cada pessoa – qual é o funcionamento atual e como podemos preservá-lo ou perder o menos possível. As estratégias do cuidado do câncer devem se concentrar nos valores e preferências de cada paciente. As abordagens são projetadas para superar os cuidados clínicos habituais e melhorar a qualidade e segurança do idoso durante o seu tratamento”.

A especialista explica ainda que a ideia central é sempre melhorar a qualidade de vida. “Devemos considerar diversos fatores para se criar a melhor estratégia de tratamento. É extremamente importante conhecer as características específicas da neoplasia em questão, avaliar a reserva funcional e entender qual o nível de suporte social/ familiar com que o idoso pode contar”.

Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os pacientes contam com o Núcleo de Oncogeriatria, que é totalmente dedicado a esse trabalho. “Proporcionamos um cuidado global ao paciente idoso realizando reuniões multidisciplinares onde são envolvidas as equipe médicas - oncologia, geriatria, cirurgia oncológica, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutricionista, psicologia - e todos os demais profissionais necessários para elaborar juntamente com cada idoso o melhor plano de cuidado pensando principalmente na qualidade de vida”, explica Aline.

 

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