Pesquisar no Blog

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Novo medicamento para prevenção de HIV avança para Fase 3 de Pesquisa Clínica

Primeiro braço do estudo de Fase 3 será realizado em parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates e avaliará islatravir como comprimido oral, de uso mensal, para prevenção do HIV, como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

 

A farmacêutica MSD acaba de anunciar o início da terceira fase de estudos com islatravir, molécula experimental para tratamento e prevenção do HIV, em uma colaboração com a Fundação Bill & Melinda Gates. 

O estudo avalia uma nova opção de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), para uso oral, de longa duração. Atualmente, a PrEP consiste na tomada diária de um comprimido. Este novo medicamento ainda em pesquisa, está sendo avaliado como comprimido único a ser tomado uma vez ao mês, trazendo redução na quantidade medicamentosa e mais conforto ao paciente.

A parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates avaliará em um estudo de Fase 3 a eficácia e a segurança de islatravir administrado oralmente uma vez por mês como PrEP em mulheres cisgênero em alto risco de infecção pelo HIV-1 na África subsaariana e nos Estados Unidos. É importante ressaltar que mais da metade das novas infecções no mundo por HIV ocorrem na África Subsaariana, com as mulheres respondendo por quase 60% das novas infecções nesta região.

Este acordo entre a farmacêutica e a Fundação pretende fornecer subsídios para o Centro Internacional de Pesquisa Clínica (CICV) do Departamento de Saúde Global da Universidade de Washington, que está colaborando com a MSD no estudo IMPOWER 22. A MSD será a patrocinadora do estudo, responsável pelo fornecimento do medicamento, obtenção de aprovações regulatórias e aduaneiras, além de fornecer conhecimento operacional e recursos para a gestão do ensaio, como monitoramento de sites e emissão de relatórios de dados, além do financiamento do estudo nos Estados Unidos. A Fundação Bill & Melinda Gates financiará por meio de uma bolsa o Centro Internacional de Pesquisa Clínica (CICV) da Universidade de Washington para que centros de pesquisa experientes na África Subsaariana possam inscrever e acompanhar o grande número de pacientes necessárias para esta pesquisa, estimado em 4.500 mulheres cisgênero de 16 a 45 anos.

A MSD realizará um programa de pesquisa global que incluirá centros em todos os continentes com populações-chave impactadas pela epidemia. A companhia também está empenhada em retomar seus estudos em HIV no Brasil com a inclusão de pacientes brasileiros.

"Nossa colaboração com a Fundação Bill & Melinda Gates exemplifica nossa missão compartilhada de acabar com a epidemia global de HIV por meio de inovações significativas na prevenção do HIV, incluindo opções adicionais de PrEP", disse o Dr. Roy D. Baynes, chefe de desenvolvimento clínico global da MSD. "Por meio dessa colaboração, podemos explorar ainda mais o potencial de islatravir como parte de nosso trabalho em direção ao objetivo coletivo de saúde pública, de reduzir o número de novas infecções pelo HIV no mundo," complementa.

"O mundo não será capaz de acabar com a epidemia de HIV até que possamos efetivamente prevenir a aquisição do HIV por indivíduos e populações em risco", disse o Dr. Emilio Emini, diretor do programa TB & HIV da Fundação Bill & Melinda Gates. "Essa colaboração ajudará a avançar a ciência e potencialmente oferecerá uma nova opção para prevenir a aquisição de HIV entre mulheres em risco, tanto na África subsaariana quanto globalmente."


Sobre a PreP

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV é um método de prevenção à infecção pelo vírus1. Atualmente, consiste na tomada diária de um comprimido que combina dois medicamentos, Tenofovir e Entricitabina, que agem bloqueando alguns "caminhos" usados pelo vírus para infectar o organismo do paciente.


Sobre o estudo IMPOWER 22

Estudo de Fase 3 randomizado, controlado de forma ativa, duplo-cego que avalia a eficácia e segurança de islatravir administrado por via oral uma vez por mês como PrEP em mulheres cisgênero com alto risco de infecção por HIV-1 na África Subsaariana e nos EUA. O comparador ativo para este estudo, fumarato de emtricitabina / tenofovir disoproxil (FTC / TDF), será administrado por via oral uma vez ao dia na proporção de 1:1. Aproximadamente 4.500 mulheres cisgênero, idades 16 a 45, serão randomizados (estratificados por local e idade) em uma proporção de 1: 1 para receber Islatravir ou FTC / TDF durante o estudo. Mais detalhes serão publicados brevemente no https://www.clinicaltrials.gov.


Sobre Islatravir (MK-8591)

Islatravir (anteriormente MK-8591) é um inibidor da translocação da transcriptase reversa nucleosídeo (NRTTI) experimental da MSD atualmente sendo avaliado em ensaios clínicos para o tratamento da infecção por HIV-1 em combinação com outros anti-retrovirais, bem como para profilaxia pré-exposição (PrEP) da infecção pelo HIV-1 como um único agente experimental, em uma variedade de formulações. Em 2012, MSD licenciou islatravir (4'-etinil-2-fluoro-2'-desoxiadenosina ou EFdA) da Yamasa Corporação com sede em Choshi, Japão.


Nosso compromisso com o HIV

Por mais de 30 anos, a MSD tem se comprometido com pesquisas e descobertas científicas em HIV e continuamos a ser movidos pela convicção de que mais avanços médicos ainda estão por vir. Nosso foco é buscar pesquisas que solucionem necessidades médicas não atendidas e ajudem as pessoas vivendo com HIV e suas comunidades. Continuamos comprometidos em trabalhar lado a lado com nossos parceiros na comunidade global de luta contra o HIV para enfrentar os desafios complexos que ainda dificultam o progresso contínuo nesta frente de saúde pública.

 

 

MSD no Brasil
https://www.msd.com.br e conecte-se conosco no Facebook , LinkedIn e YouTube .

 

Referências
1 Ministério da Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Disponível em: https://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-combinada/profilaxia-pre-exposicao-prep

 

Melanoma Brasil distribui 50 mil protetores solares e promove eventos on-line gratuitos sobre melanoma

Ações fazem parte do Dezembro Laranja, mês dedicado ao combate do câncer de pele

 

O Instituto Melanoma Brasil, organização não-governamental (ONG) que atua na divulgação e conscientização sobre o melanoma, tipo de câncer de pele mais perigoso e letal, promove uma série de atividades para celebrar o Dezembro Laranja, marco criado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia com objetivo de combater o câncer de pele, tumor de maior incidência no Brasil. Durante o período, a entidade distribuirá gratuitamente 50 mil protetores solares para mais de 300 instituições espalhadas pelos cinco estados brasileiros com maior incidência do melanoma: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os beneficiados pela iniciativa estão catadores, produtores rurais, famílias em situação de vulnerabilidade social e pacientes em tratamento. A ação é uma parceria com a Nivea Sun, uma das principais marcas de proteção solar do mundo, que cedeu os produtos.

Acreditando que a informação de qualidade pode contribuir na conscientização e, consequentemente, na redução de novos casos de melanoma, os produtos serão acompanhados de um folheto informativo desenvolvido pelo Melanoma Brasil, contendo dados sobre prevenção, sinais, sintomas e diagnósticos da doença.

Para Rebecca Montanheiro, fundadora e presidente do Melanoma Brasil, a alta prevalência do câncer de pele no Brasil mostra que há muito a ser feito para o País desenvolver uma cultura de cuidado com a pele e prevenção. "Essa ação, em parceria com a Nivea, traz uma excelente oportunidade de incentivo ao uso do protetor como parte da rotina diária e do compartilhamento de informações que ampliam o conhecimento da população sobre o tema, contribuindo para melhores hábitos e diminuição de riscos", explica.

O Melanoma Brasil fez um mapeamento minucioso de instituições e públicos que mais precisam dos protetores solares nos cinco estados envolvidos. A distribuição contará com o apoio de parceiros institucionais para a distribuição dos produtos em cada cidade, de forma ordenada e responsável, considerando o momento atual de pandemia.

Eventos online e gratuitos - Da descoberta de um sinal suspeito à confirmação do diagnóstico, passando pela avaliação da extensão, avanço da doença e início do tratamento, o caminho percorrido pelo paciente de melanoma tem diferentes etapas, cada uma com momentos distintos. E o Instituto abordará cada uma dessas fases na "Jornada do Paciente com Melanoma", em uma série de três eventos online e gratuitos programados para 8, 10 e 15 de dezembro, no canal do Melanoma Brasil no YouTube .

Aberto a pacientes, familiares, cuidadores e demais interessados, as sessões reunirão grandes especialistas para disseminar conhecimento e explicar cada etapa da jornada contra o câncer de pele mais perigoso. No total, serão oito horas de conteúdo e 15 palestras, incluindo temas como "O Diagnóstico do Melanoma, Tipos e Principais Características", "Tratamentos para Melanoma no Brasil", "Meu Melanoma Voltou, e Agora?", "Jornada Pós-cirúrgica", "Lidando com as Emoções. Engajando-se na Causa", "Acesso e Judicialização", entre outros.

No dia 10 de dezembro, o evento contará com a participação da jornalista Barbara Gancia. Há décadas marcando a imprensa nacional com seu estilo irreverente, ela fará um depoimento sobre sua jornada contra o melanoma e suas reviravoltas antes do final feliz.

 


Sobre o Instituto Melanoma Brasil:

O Instituto Melanoma Brasil é uma organização não governamental sem fins lucrativos que atua na divulgação e conscientização sobre o melanoma, o tipo de câncer de pele mais perigoso e letal. Entre seus objetivos está promover a educação sobre a importância do autocuidado, da prevenção e do diagnóstico precoce para toda a população. Além de promover ações de comunicação, o Instituto também acolhe, incentiva o relacionamento e troca de experiências entre pacientes diagnosticados com a doença e os apoia em sua jornada contra o melanoma. O Instituto nasceu em abril de 2014, após o diagnóstico de melanoma de sua idealizadora, Rebecca Montanheiro. Além da Diretoria Executiva, a organização conta com um Conselho Consultivo, formado por médicos dermatologistas, oncologistas, cirurgiões, psicólogos e advogados e coordena o Grupo de Apoio e Acolhimento a Pacientes, hoje com mais de 500 pacientes cadastrados. O Instituto Melanoma Brasil conta com chancela e apoio institucional da fundação norte-americana AIM AT Melanoma e do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM).

melanomabrasil.org/

https://www.facebook.com/melanomabrasil

Instagram: @ melanomabrasil

YouTube: @ melanomabrasil

 

 


Serviço:

Jornada do Paciente com Melanoma

Dias: 08, 10 e 15 de dezembro

Horário: 19h às 21h40

Inscrições e programação completa: https://bit.ly/encontroMBR



Zumbido no ouvido é sinal de alerta

 

Muitas vezes a causa do zumbido no ouvido tem cura, mas é preciso investigar

 

 . É uma sensação sonora que não tem relação com nenhum estímulo externo e é percebido apenas pelo paciente. Por causa disso, é chamado de percepção auditiva “fantasma” e ocorre em cerca de 28 milhões de pessoas no Brasil.

A otorrinolaringologista Milena Costa lembra que o zumbido no ouvido é um sintoma e que pode ter uma ou mais causas. “Algumas vezes, uma simples lavagem resolve o problema que pode ser causado por excesso de cera”, afirma. “Mas as causas podem ser várias, como infecções, problemas odontológicos, alterações musculares, hormonais e cardiovasculares, diabetes, excesso de cafeína, álcool, tabaco... o zumbido é um sinal de alerta de que algo não vai bem”.

A intensidade e irritação provocada pelo zumbido varia de pessoa para pessoa. “Alguns só escutam no silêncio e outros o tempo todo, mas é muito importante procurar um especialista e identificar a causa para que seja encaminhado o tratamento adequado”. Alguns podem desenvolver dificuldade para dormir e se concentrar, ansiedade, depressão e até limitação da vida social.

 

Covid-19

Existem relatos e alguns estudos sendo feitos sobre zumbidos em pessoas infectadas com o vírus, mas nada ainda comprovado de que o Covid-19 causaria o sintoma. “O que pode acontecer, sem dúvida, é o aumento da ansiedade e tensão durante esses tempos difíceis de pandemia e os casos de zumbido aumentarem por causa disso também”, afirma Milena Costa.

 

Misofonia

Misofonia (miso=aversão/ódio; fonia=sons) ou também conhecida como síndrome da sensibilidade ao som seletivo (4S) é uma condição pouco conhecida que provoca uma irritabilidade ou emoção negativa a determinados sons como por exemplo mastigação, respiração ou torneira gotejando. Os sintomas geralmente iniciam-se na adolescência e comumente apresentam outros sintomas auditivos, como zumbido, ou psicológicos, como ansiedade e depressão, associados.

 

Hiperacusia

A intolerabilidade a sons ambientes inespecíficos é denominada hiperacusia. Pessoas que sofrem de hiperacusia referem desconforto e até mesmo dor aos estímulos sonoros normalmente não desconfortáveis. Grande parte desses indivíduos apresentam zumbido associado. 

A qualidade de vida de pessoas que sofrem dessas condições é, em geral, bastante afetada. Segundo a otorrinolaringologista “elas evitam ambientes sociais que as incomodem, socializam menos e, muitas vezes, até se distanciam de familiares e/ou cônjuges”. Por isso, é muito importante procurar ajuda profissional.

 

 

Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.

 

Uso do fio dental ainda é desafio para a higiene bucal

Soriso Venko 
Carlos Herton

Ignorado por quase metade da população brasileira, seu uso é importante para se evitar a gengivite, doença que acomete nove em cada dez brasileiros


Segundo dados da Sociedade Brasileira de Periodontologia (Sobrape), nove a cada dez brasileiros são acometidos pela gengivite, uma inflamação na gengiva. A doença tem tudo a ver com a falta de higiene da boca, que não deve se resumir a escovação, mas incluir também o uso regular do fio dental. É ele que faz o contorno anatômico dos dentes, alcançando locais onde a escova não chega e tirando de lá os resíduos.

O problema é que, de acordo com informações do Conselho Federal de Odontologia (CFO), apenas 57% dos brasileiros declaram usar o fio dental diariamente para a limpeza dos dentes. Essa é uma realidade com a qual os dentistas se deparam diariamente, diz a cirurgiã dentista Carla Rockenbach. “As pessoas ainda encontram resistência diante do fio dental, seja por falta de tempo ou acesso financeiro ao produto”, diz;

A profissional alerta para a forma correta do uso, pois é comum dúvidas se ele deve ser utilizado antes ou depois da escovação. “O ideal é que a limpeza com o fio dental seja feita antes da escovação, e não o contrário, pois você retira a sujeira que a escova não consegue eliminar e traz ela para a flora da boca. A escovação vem em seguida como finalizador, nos dentes, gengiva, bochecha e língua”.

Existem dois tipos de fio dental: o de nylon (multifilamento) e o fio PTFE (monofliamento). No mercado é possível encontrar variações enceradas ou não, com sabores, além de uma infinidade de preços. "Como são de espessuras diferentes, é importante verificar a estrutura da boca, se os dentes são muito juntinhos", explica a dentista.

Ela lembra ainda que o fio dental pode servir de alerta para o paciente, caso a gengiva sangre com sua utilização. “É preciso ficar atento, pois pode se tratar de uma gengivite - estágio inicial para a doença periodontal”, diz. Nessa hora, o dentista deve se procurado, mas Carla lembra que o ideal é não esperar uma emergência para se ir ao consultório. O ideal é que as pessoas façam consultas de rotina duas vezes por ano. 

 “Além das cáries e problemas periodontais, que afetam gengivas e ossos, existem doenças graves como câncer de boca que pode ser pré-diagnosticado pelo odontólogo, além de infecções bacterianas que podem atingir a corrente sanguínea e chegar ao coração”, detalha.  

Para quem almeja a beleza do sorriso, a dentista lembra também que ter uma boca saudável é o primeiro passo para um tratamento estético bem sucedido e rápido. “Um paciente que precisa colocar aparelho ou deseja melhorar o sorriso com facetas, obrigatoriamente vai passar por exames para constatar a ausência de cáries e caso elas existam, elas precisam ser tratadas antes dos procedimentos estéticos”.


Estalar o pescoço e massagem incorreta na coluna podem provocar desde leves lesões até AVC

Práticas comuns como o "estalar pescoço", fazer alongamentos, manipulações na coluna e até uma massagem realizada de forma inadequada podem ter consequências graves para a saúde. Embora seja uma recomendação bastante comum para quem deseja aliviar a tensão e dores em algumas regiões do corpo, se a massagem for feita de forma inadequada, pode provocar desde leves lesões nos músculos e articulações, até um acidente vascular cerebral (AVC).

O fisioterapeuta e phD em Neuroanatomia, Mario Sabha, explica que a região do pescoço possui diversas estruturas delicadas, como vasos sanguíneos e inervação íntima ao redor das articulações, assim qualquer micromovimento ósseo e articular pode causar compressão ou rompimento, resultando em um AVC e até na morte do paciente por conta da diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro. “O pescoço possui conexões diretas com ossos, articulações e artérias, então, um simples movimento forçado pode causar um pequeno estrangulamento nestas estruturas. Além disso, pode existir uma má formação ou alguma fragilidade nesses pontos que o paciente desconhece. Neste caso, por exemplo, a manobra representa um risco ainda maior para a saúde”, explica.

Freepik

Segundo o especialista, movimentos realizados de forma incorreta
podem ter consequências graves e levar à morte


Sabha conta que existe um limite de movimentação para cada uma das articulações do corpo humano que precisa ser respeitado. E reforça que, quem tem dores crônicas não deve fazer alongamentos sem consultar profissionais habilitados nas terapias manipulativas osteopáticas. “A prática de alongamento, por exemplo, é bastante banalizada por falta de conhecimento. Ouvimos muitas indicações de movimentos e alongamentos sem critério nenhum que podem resultar em complicações graves quando pacientes com lesões crônicas tentam realizar alongamentos aparentemente simples e pioram seu quadro de dor, rigidez e chegam a travar a coluna, necessitando de medicação e, em alguns casos, internação”.

A manipulação incorreta do corpo pode provocar, ainda, sintomas como como tontura, náuseas, enjôos, aumento das dores e parestesias (formigamentos). “É importante perceber esses sinais que indicam que algum movimento pode ter provocado uma compressão em menor ou maior escala”, diz.

O phD, Dr Sabha alerta que as pessoas não devem adotar exercícios, massagens e alongamentos que não tenham sido prescritos ou não sejam realizados por profissionais especializados. “Para manipular o pescoço é preciso saber em que posição a vértebra está e fazer os alinhamentos necessários. Os especialistas convencionais, por exemplo, estudam lesões mais evidentes que podem ser percebidas por exames, mas as "microcompressões" nervosas não são mostradas em ressonâncias magnéticas, ultrassons ou radiografias. O osteopata consegue identificar essas lesões por meio de testes muito específicos na clínica”, completa.

É importante também evitar a automedicação, porque ela pode afetar o sistema nervoso, causando a dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos. “Alongamentos, medicação e qualquer outra prática devem ser recomendadas por profissionais que tenham formação acadêmica para tratar o paciente de forma adequada e segura”, finaliza.

 

Terapias gênicas: uma inovação na medicina

Como as descobertas médicas disruptivas podem prolongar e melhorar a vida das pessoas, revolucionando a saúde


A humanidade tem presenciado grandes inovações na medicina, impulsionadas pela tecnologia e avanços científicos, propiciando uma nova era de cuidados e de superação de doenças. E, cada vez mais, há uma atenção com a saúde e bem-estar da população não apenas para tratar enfermidades, mas para preveni-las, ou endereçar a causa raiz da doença.

Segundo relatório da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, o Global Innovation Index 2019 , entre as 10 descobertas médicas que irão mudar o mundo estão: análise de célula única, mapeamento avançado do cérebro, identificação precoce do risco de Alzheimer, desenvolvimento de tratamentos eficazes para lesões da medula espinhal, tratamentos inovadores para dor crônica, medicina regenerativa, imunoterapia do câncer, novas vacinas com o objetivo de prevenir HIV, gripe e outras doenças infecciosas, preparando ainda o mundo para uma próxima pandemia, edição gênica para tratar a causa raiz das doenças, e medicina de precisão, com diagnósticos, tratamentos e cuidados de saúde específicos para cada indivíduo.

Cada vez mais se aborda a necessidade de medicina personalizada, especialmente quando se fala em doenças raras, e as terapias gênicas, por exemplo, representam um grande salto neste sentido, pois têm o potencial de tratar a causa raiz de enfermidades, mudando, assim, o seu curso natural. "Sem dúvida a terapia gênica está entre as grandes inovações da medicina e, depois de décadas de pesquisa e desenvolvimento, está tendo sua segurança e eficácia comprovadas e chega finalmente ao momento da aplicação prática", enfatiza o geneticista Roberto Giugliani. "Já existem inúmeras terapias gênicas disponíveis para uso em pacientes, duas delas já aprovadas no Brasil. E, com essas terapias avançadas, uma nova esperança surge para pacientes com doenças raras", complementa.

"As terapias gênicas são projetadas com base em informações detalhadas sobre as raízes da doença de um paciente, e tratam uma condição em sua origem, interrompendo ou revertendo o seu progresso, em vez de simplesmente controlar os sintomas", explica Janaína Lana, diretora médica da unidade de Terapias Gênicas da Novartis. Muitas vezes, são tratamentos únicos que podem aliviar a causa subjacente de uma doença. Em contraste, muitos medicamentos convencionais devem ser tomados continuamente por semanas ou meses, ou mesmo para o resto da vida.

As terapias celulares e gênicas são baseadas em pesquisas cuidadosas realizadas ao longo de décadas de progresso científico. Com a terapia gênica, por exemplo, os genes são substituídos, inativados ou introduzidos nas células - fora ou dentro do corpo - para tratar uma doença.

Todos esses tratamentos se qualificam como medicina personalizada, um termo popularizado quando os cientistas determinaram pela primeira vez a sequência de DNA de todo o genoma humano.
Este é um momento crucial de inovação na área. Após as principais aprovações de terapias gênicas pelas autoridades de saúde, novos tratamentos estão sendo testados em ensaios clínicos em todo o mundo.

O desenvolvimento de terapias gênicas para lidar com doenças genéticas, especialmente causadas pela mutação de um único gene, representam um grande salto na medicina. Um exemplo da neurociência é o onasenogeno abeparvoveque, que foi aprovado em agosto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira terapia gênica no Brasil e na América Latina para tratar pacientes com até dois anos de idade com Atrofia Muscular Espinhal (AME), como uma infusão única na veia. A AME é uma doença genética rara e devastadora que leva à fraqueza muscular progressiva e, em alguns casos, paralisia ou morte. Sem um gene do neurônio motor de sobrevivência funcional 1 (SMN1), crianças com uma das formas mais graves da doença - a AME tipo 1 - perdem rapidamente os neurônios motores responsáveis ​​pelas funções musculares1, como respirar, engolir, falar e andar. Diante disso, é imperativo diagnosticar AME e começar o tratamento o mais cedo possível para interromper a perda irreversível do neurônio motor e a progressão da doença.

Outro avanço é na área de oftalmologia: o voretigeno neparvoveque. Também aprovada pela Anvisa em agosto, é a primeira terapia gênica de dose única no país para pacientes com perda de visão decorrente da Distrofia Hereditária da Retina (DHR), causada pela presença de uma mutação em ambas as cópias do gene RPE65, que tenham ainda suficiente quantidade de células de retina viáveis. A doença genética hereditária afeta a retina e pode causar cegueira noturna e perda de sensibilidade à luz, podendo levar os pacientes à cegueira total2. Este é um marco para a medicina nacional, já que representa a entrada das terapias gênicas como um tratamento disponível no Brasil.

Saber que a população pode se beneficiar de todo esse progresso tecnológico é extraordinário, mas tão necessário é dar acesso à população a todos esses recursos e tecnologias médicas para estender e melhorar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas. "Para isso, o diálogo entre o governo e indústrias é fundamental, visando o fortalecimento dos sistemas de saúde para que possam enfrentar com eficácia os desafios de garantir a acessibilidade aos pacientes, sem perder a capacidade de adaptação e resposta a novas doenças, mudanças demográficas, descobertas científicas e novas tecnologias", avalia Omar Akl, diretor da unidade de terapias gênicas da Novartis no Brasil.

 

 

Novartis

https://www.novartis.com 




Referências

• Site Novartis global, seção press releases. Disponível em: https:// www.novartis.com/news/media-releases/avexis-receives-fda-approval-zolgensma-first-and-only-gene-therapy-pediatric-patients-spinal- -muscular-atrophy-sma.Acesso em out 2019.

• 10. Russell S et al. Efficacy and safety of voretigene neparvovec (AAV2-hRPE65v2) in patients with RPE65- mediated inherited retinal dystrophy: a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. The Lancet 2017; 390:849-860. Acesso em out 2019.


Miastenia gravis: Como identificar e cuidados ao receber o diagnóstico

A enfermidade é uma rara patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos. A doença é neurológica de difícil diagnóstico podendo surgir em pessoas de qualquer gênero e idade


Segundo dados mundiais de epidemiologia dos distúrbios neuromusculares, estima-se em torno de 1,5 mil novos casos de Miastenia Gravis anualmente no Brasil. A enfermidade é uma rara patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, a junção neuromuscular, responsável por causar fraqueza muscular de braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir. A doença é neurológica de difícil diagnóstico podendo surgir em pessoas de qualquer gênero e idade. A identificação pode ser feita por meio de exames de eletroneuromiografia e de sangue e a causa é a produção de autoanticorpos, ou seja, anticorpos que atacam o próprio organismo que os produz cujo alvo é o ponto de comunicação entre nervo e músculo. 

Segundo o médico neurologista e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia Gravis (ABRAMI), Eduardo Estephan, como os sintomas são variáveis e flutuáveis, o indivíduo nem sempre relaciona os sinais a um problema neuromuscular. “Desta forma, o diagnóstico é um desafio aos pacientes. Como as alterações nos doentes não são tão obvias é importante ficar atento a qualquer sintoma diferente. Frequentemente, os miastênicos, antes do diagnóstico, são taxados de preguiçosos, por conta da fadiga e fraqueza induzida devido a prática de exercício físico, ou de sonolentos, pelos olhos mais fechados resultado da fraqueza das pálpebras. Dessa forma, nenhuma alteração deve ser ignorada e o paciente deve procurar atendimento médico rapidamente”, alerta. 

Para amenizar os sintomas da doença, é recomendado o tratamento com medicamentos chamados anti-acetilcolinesterásicos, que melhoram a comunicação entre o nervo e o músculo. “Embora a miastenia não seja degenerativa, a remissão vai depender da eficácia do tratamento. Como ela pode voltar a qualquer momento, cuidados e acompanhamentos podem ser necessários por toda a vida”, completa. 

Além disso, a miastenia é completamente desconhecida pelo público leigo e, por isso, os pacientes demoram a procurar um especialista, aumentando o tempo até o diagnóstico. “O diagnóstico precoce é essencial para início do tratamento com intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Daí a importância de divulgar essa doença, principalmente, para médicos não especialistas, mas também para a população geral”, reforça.

Desde 1984, a ABRAMI (Associação Brasileira de Miastenia) tem desenvolvido importante papel na conscientização da doença e no apoio a pacientes e familiares, inclusive com a presença em eventos importantes como a Atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Miastenia Gravis. É também da ABRAMI a iniciativa de estabelecer nacionalmente o Dia da Miastenia Gravis no país. 

Atualmente, com terapias, medicamentos e tratamento adequado, a maioria das pessoas que possuem miastenia gravis leva uma vida normal ou quase normal. No entanto, como a doença é muito heterogênea e bastante incomum, poucos médicos estão familiarizados com todas as suas variações, o que torna difícil o seu pronto reconhecimento.

 

Atenção aos sintomas 

  • Classicamente, há fraqueza nos músculos voluntários e os sintomas melhoram com repouso. Na maioria dos casos, os primeiros indícios começam nos músculos que movimentam os olhos e pálpebras. Consequentemente, as queixas mais frequentes são dificuldade para abrir os olhos e visão dupla devido ao desalinhamento nos movimentos oculares. 
  • Em casos mais extremos, os músculos da respiração também podem ser atingidos, resultando em insuficiência respiratória. 
  • A fadiga excessiva também está quase sempre presente nas queixas. Com a evolução da doença, pode aparecer fraqueza dos músculos mastigatórios, da deglutição, do rosto, da respiração e/ou dos membros. Por conta disso, os relatos são distintos entre os pacientes, com diferentes combinações de músculos acometidos. Aliás, no mesmo paciente, a doença pode variar de um dia para outro. 

 “A miastenia gravis atinge principalmente mulheres entre 20 e 30 anos. Acima de 60 anos, ambos os sexos dividem o diagnóstico, enquanto aproximadamente 10% dos casos podem aparecer na infância. Se falarmos só de casos novos entre mulheres, uma estimativa realista seria 800 diagnósticos positivos por ano. Por isso, é tão importante o acompanhamento médico e cuidados com a saúde feminina”, comenta Dr Estephan.

 

Reabilitação auditiva após cirurgia de implante coclear é essencial para o êxito do paciente

Em muitos casos, é preciso reaprender a ouvir através de tratamento multidisciplinar

 

Quem tem deficiência auditiva poderá se deparar em algum momento com a indicação médica pelo implante coclear. A cirurgia não é simples, mas um dos aspectos mais importantes aos pacientes que passam pelo processo é realizar um rigoroso acompanhamento médico após a cirurgia, juntamente com a terapia fonoaudiológica, que permitirão sua eficaz reabilitação.

De acordo com o otorrinolaringologista José Ricardo Gurgel Testa, do Hospital Paulista, a cirurgia consiste em uma pequena incisão atrás da orelha e uma mastoidectomia (remoção de tecido no ouvido), por onde é inserido o dispositivo eletrônico. O paciente que recebe o implante coclear costuma ficar apenas um dia internado, sendo que os maiores cuidados e limitações do pós-operatório geralmente duram de 10 a 15 dias.

“Não há limitação de idade para realizar a cirurgia do implante coclear, embora a recomendação para crianças seja operar a partir dos seis meses de vida. Dentre as possíveis indicações médicas para o uso do aparelho, a principal está relacionada a casos de perda auditiva bilateral (nos dois ouvidos) profunda ou severa”, explica o médico.

O cenário descrito pelo otorrinolaringologista ocorre quando o paciente registra perda auditiva pior do que 60 decibéis, associada a uma taxa de discriminação menor do que 50%. “A taxa de discriminação é medida a partir do exame de audiometria, quando o paciente deve ouvir e repetir um determinado número de palavras”, explica o médico, que aponta ainda uma segunda indicação para o procedimento.

“O implante coclear também pode ser indicado em casos de perda auditiva unilateral (em um ouvido) na qual o paciente tem um zumbido incapacitante na orelha surda”, completa. Em ambos os casos, o paciente apresenta uma incapacidade auditiva tão severa que os tradicionais aparelhos auditivos não são suficientes para restaurar ou melhorar sua condição.

Diferentemente dos aparelhos auditivos tradicionais, o implante coclear não somente amplia o volume dos sons que o paciente escuta, mas melhora também a taxa de compreensão. O aparelho tem o objetivo de substituir as funções das células do ouvido interno, de modo a estimular o nervo auditivo e recriar as sensações sonoras.


Terapia com fonoaudiólogo

De acordo com a fonoaudióloga Sabrina Figueiredo, do Hospital Paulista, o acompanhamento multidisciplinar já é recomendado antes da cirurgia. No entanto, após a inserção do implante coclear é essencial que o paciente passe pela reabilitação junto a um fonoaudiólogo.

“Essa reabilitação precisa ter início logo após a ativação do processador de fala, geralmente uma ou duas vezes por semana. A estratégia utilizada para a reabilitação irá variar de acordo com a idade do paciente”, explica Sabrina. Em crianças, a habilitação (ou reabilitação) é feita com foco no desenvolvimento das habilidades auditivas (detecção, identificação e reconhecimento dos sons ambientais e de fala) de forma lúdica, com incentivo para que os pais e familiares também estimulem o paciente a explorar a linguagem no dia a dia.

“No caso do adulto, os métodos são definidos de acordo com a evolução do paciente. Verificamos inicialmente o desempenho em relação às habilidades auditivas, que poderão ser resgatadas com o uso efetivo do implante coclear. O paciente também deverá voltar a detectar e identificar os sons, evoluindo até que esteja apto a reconhecer a fala. Assim, terá sua comunicação oral reabilitada, além da melhora na articulação e pronúncia da fala”, afirma a fonoaudióloga.

Conforme explica Sabrina, a reabilitação é um trabalho muito importante, complexo e deve ser um compromisso firmado pelo paciente e por seus familiares para que o implante coclear, de fato, gere o efeito esperado.

“Mesmo no caso do adulto que já sabia falar, será necessário reaprender a ouvir a partir do estímulo elétrico gerado pelo dispositivo. O implante transforma os sons acústicos (que ouvimos normalmente) em pulsos elétricos e possibilita que estes estímulos sejam levados até o cérebro, onde são interpretados como sons pelo córtex auditivo. Não é um estímulo natural e é por isso que o paciente precisa de terapia, treinamento e reabilitação auditiva e de linguagem”, conclui Sabrina.




Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Suplementação de colágeno: o método rejuvenescedor funciona?

Nos últimos anos, a suplementação de colágeno vem se tornando uma tendência para o rejuvenescimento da pele. Mas ainda há muitas dúvidas sobre o que é, como funciona e sua verdadeira eficácia.

Mas antes de tudo: o que são fibras coláge

nas?

São estruturas protéicas que fazem parte da matriz extracelular da pele, importantes para a arquitetura e funções fisiológicas cutâneas. À medida que envelhecemos, tem sua qualidade e quantidade negativamente afetadas e por isso adquirimos uma pele enrugada, fina e flácida.


Sobre o uso e segurança

Na pele envelhecida, foi demonstrado que a ingestão de peptídeos de colágeno promove um aumento do teor de colágeno I e III, e de ácido hialurônico na matriz dérmica melhorando a hidratação da pele, uma maior coesão e menor fragmentação das fibras.

É imprescindível que o tratamento seja receitado por um médico para garantir o uso da substância na composição, dosagem e ingestão correta, pois há vários tipos de colágeno e a quantidade certa varia para cada finalidade. Além disso, às vezes é necessário combiná-lo com antioxidantes, vitaminas e minerais para ter um melhor efeito.

A suplementação dietética pode ser útil, principalmente durante ou logo após os tratamentos que visam estimular a formação de novas fibras de colágeno como: ultrassom microfocado, radiofrequência, microagulhamento, laser fracionado e aplicação de bioestimuladores na pele.

Existem, também, suplementos de colágenos de venda livre em farmácias que, devido à falta de regulamentação, podem ter ingredientes de qualidade extremamente duvidosa, serem ineficazes ou até mesmo prejudiciais à saúde. Fique longe!


Ação comprovada ou modismo?

A suplementação de colágeno não se trata de um modismo sem base. O estudo Oral Collagen Supplementation: A Systematic Review of Dermatological Applications (Suplementação Oral de Colágeno: Uma Revisão Sistemática Das Aplicações Dermatológicas, em tradução livre), publicado no jornal acadêmico Journal of Drugs in Dermatology, mostrou resultados promissores e seguros, seja para uso a curto ou longo prazo.

A pesquisa foi realizada com 805 pacientes, e aqueles que tomaram o suplemento apresentaram suavização das linhas de expressão e melhoras significativas na regeneração da pele, enquanto o grupo que recebeu um placebo não apresentou evolução. É cientificamente comprovado que a suplementação de colágeno beneficia a pele aumentando a elasticidade, hidratação e densidade do colágeno dérmico.

 


Dra. Lilian Odo - dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Fez especialização em Laser na Universidade de Hokkaido, Japão; e de Cicatrização na Universidade de Boston, EUA. Atualmente, é convidada para ministrar aulas em Congressos de âmbito Nacional e Internacional. https://clinicasodo.com.br/index.php/dra-lilian/

 

Dermatologista dá dicas para a prevenção do câncer de pele no Dezembro Laranja

Doença pode ser evitada ou curada, se descoberta precocemente


A prevenção ao câncer de pele deve começar já na infância e se estender por toda a vida. Pequenos cuidados diários podem evitar a doença, que é o tipo de câncer mais frequente no país, com mais de 185 mil novos casos por ano, sendo mais de 8 mil casos do tipo melanoma, que é o mais grave. A campanha Dezembro Laranja tem como objetivo alertar a população sobre a prevenção, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce do câncer de pele.  Para isso, a dermatologista Daniela Bellucci, de Campinas, membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), dá dicas que ajudam na prevenção.

“A maioria dos casos de câncer de pele está relacionada à exposição ao sol. Portanto, esta é a melhor forma de prevenir. Como os raios solares têm efeito cumulativo e o que fazemos hoje pode se refletir lá na frente, é importante que os cuidados comecem já na infância. A partir dos seis meses, bebês podem usar filtros solares específicos. Este é um hábito que precisa começar cedo e se estender por toda a vida”, explica. “Pesquisas indicam que a infância é uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol e a exposição exagerada nas primeiras duas décadas de vida aumenta muito o risco de câncer na fase adulta”, complementa. O câncer de pele é mais incidente após os 40 anos, no entanto, como os jovens vêm se expondo constantemente ao sol, essa média de idade vem diminuindo e é cada vez mais comum pessoas mais jovens serem diagnosticadas com a doença.

De acordo com a dermatologista, o protetor solar, com FPS 30 ou maior, deve ser usado diariamente, e não apenas quando há exposição direta ao sol. “O ideal é passar pela manhã e retocar um pouco antes do almoço e no meio da tarde. Se estiver em atividades ao ar livre, o retoque deve ser feito a cada duas horas”, orienta. “É fundamental que seja um filtro de boa qualidade e, de preferência, indicado por um dermatologista, que vai avaliar a melhor opção para cada tipo de pele”, comenta.

Além do filtro solar, outros cuidados devem ser tomados. “Evitar a exposição solar entre 10h e 16h também é fundamental”, diz Daniela. Uso de chapéu, óculos escuros com proteção UV e roupas apropriadas para cobrir áreas expostas também é importante para a prevenção. Em praia ou piscina, o ideal é ficar sob barracas de algodão ou lona, que absorvem parte da radiação ultravioleta.

É importante, ainda, lembrar do fator da hereditariedade. Pessoas com casos de câncer de pele na família devem fazer exames preventivos regularmente, principalmente quando há casos da doença em familiares de primeiro grau. Pessoas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamentos imunossupressores têm mais risco de ter a doença.

O tipo mais comum de câncer de pele é o não melanoma, que é pouco letal. O melanoma, apesar de mais raro, também é mais agressivo. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. “As pessoas não têm este hábito, mas o ideal é fazer uma visita anual ao dermatologista, que poderá detectar qualquer anormalidade de forma precoce. É importante que o paciente fique atento aos sintomas mais comuns e procure um dermatologista o mais rápido possível.  As pessoas precisam conhecer o próprio corpo para descobrir quando há algo diferente”, comenta.

“Outra dica bacana é pedir para algum familiar olhar as costas e outros lugares que a própria pessoa não consegue enxergar para ver se há algo diferente. Toda doença, inclusive o câncer de pele, tem mais chances de cura quando diagnosticada precocemente”, reforça Daniela.

De acordo com a SBD, uma lesão na pele, de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente é um dos sintomas. Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, de tamanho e possui com bordas irregulares também precisa ser investigada. “Outro sintoma comum é o aparecimento de mancha ou ferida que não cicatriza e continua crescendo. Normalmente, sangra, forma crosta e causa coceira”, explica a dermatologista.

 



Daniela Bellucci - dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em dermatologia estética.

 

Procura por tratamento de bruxismo cresce durante a pandemia

Busca pelo termo no Google aumentou 17% neste ano em comparação com 2019


Ranger e apertar os dentes com muita força podem ser sinais de bruxismo, condição que causa incômodo na região do rosto e fortes dores de cabeça. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 40% da população brasileira sofre com esse hábito involuntário, que pode também causar um desgaste dos dentes.

E se o problema já incomodava muita gente, os casos intensificaram durante a pandemia, bem como a busca por informações relacionadas, como os sintomas e as formas de tratamento e prevenção. A pesquisa pelo termo “bruxismo” no Google teve, entre os meses de janeiro e novembro deste ano, um aumento de 17% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A justificativa estaria diretamente relacionada às tensões vividas no isolamento social. De acordo com o dentista e especialista em Saúde Coletiva na Neodent, João Piscinini, as emoções interferem na saúde bucal, e os pacientes que apresentam quadros de ansiedade e depressão acabam sendo mais suscetíveis a desenvolver o bruxismo. “Desde o início da pandemia, temos observado um maior número de pessoas procurando os consultórios odontológicos com queixa de dor e tensão nos maxilares e até mesmo com fraturas de dentes e restaurações. Isso pode estar relacionado às fortes emoções que acompanham o período de isolamento social. Medo, ansiedade, depressão e angústia são alguns dos fatores psicológicos que podem fazer com que o paciente involuntariamente aperte os dentes em um momento de estresse e tensão”, afirma.

O bruxismo acontece à noite, durante o sono, e muitos pacientes usam placas de acrílico para evitar o atrito entre os dentes. “Os tratamentos para o bruxismo são diversos e variam de acordo com a intensidade e frequência com que a condição é apresentada em cada paciente. Por isso, é importante que ao identificar sintomas como o tensionamento dos músculos do rosto, principalmente ao acordar, as pessoas busquem o atendimento de um dentista para uma avaliação e planejamento de um tratamento adequado”, destaca o especialista.

Praticar atividades físicas e ter momentos de lazer e relaxamento podem ajudar a diminuir os níveis de estresse e ansiedade, contribuindo para a prevenção do bruxismo. Ações simples como respirar fundo e ouvir uma boa música fazem total diferença na correria do dia a dia e proporcionam uma sensação de bem-estar, tanto para o corpo quanto para a mente.

 


Neodent


Calor pode desencadear crise de enxaqueca - saiba como evitar

Neurologista do Hospital Santa Paula dá dicas para amenizar problema comum no verão

 

A promessa de temperaturas altas com a chegada do verão é uma preocupação para quem sofre de enxaqueca - e com razão. O calor excessivo é um dos fatores desencadeantes de dores de cabeça e quem sofre com crises pode ter seu quadro agravado.

Dr. Alexandre Bossoni, neurologista do Hospital Santa Paula, afirma que existem dezenas de tipos diferentes de dores de cabeça, porém as mais comuns são a enxaqueca (ou migrânea) e a cefaleia tensional. “Na enxaqueca, a dor costuma ser forte e latejante e vem acompanhada de outros sintomas, como náusea e intolerância a luz e ao barulho, além da intensidade da dor piorar com atividades físicas corriqueiras.” Para as pessoas acometidas por esse problema, a dor é incapacitante, reduz a qualidade de vida, atrapalha a execução de tarefas cotidianas, prejudica o trabalho, a vida familiar e o convívio social.

A enxaqueca, de modo geral, pode ser desencadeada por fatores climáticos, emocionais, psicológicos, variações na rotina e nos hábitos de sono, na alimentação, estresse, consumo de bebidas alcoólicas e exercício físico, em alguns casos. Nas mulheres, as oscilações hormonais do ciclo menstrual também têm influência. Contudo não é raro haver crises sem um motivo aparente, sem um desencadeante óbvio. Elas podem surgir espontaneamente, pois a enxaqueca é uma doença do funcionamento do cérebro. 

Entre os fatores ambientais, o mais importante é o calor, e isso acontece por uma combinação de elementos. “A mudança de temperatura, por si só, pode causar crises de enxaqueca”. diz Dr. Alexandre Bossoni. “Além da própria temperatura, durante o verão perdemos muito líquido pelo suor. Se não tomarmos cuidado, ficamos desidratados e isso pode ser um fator de piora ou de ocorrência de crises de dor de cabeça. Além disso, é o período do ano preferido para férias e que coincide com várias festas e feriados, durante os quais mudamos de rotina de sono, alimentação, exercícios físicos, além de termos momentos de maior consumo de bebida alcóolica. Praticamente uma receita infalível para um desagradável dia de dor”.

 

Como evitar 

Existem algumas medidas simples que podem minimizar o sofrimento com dores de cabeça fortes nos dias de temperatura muito alta. 

A primeira recomendação do neurologista é manter-se sempre bastante hidratado, aumentando significativamente nessa época a ingestão de líquidos.  

Também é importante evitar a exposição direta ao sol forte, em especial nos horários de pico. Em ambiente ao ar livre, deve-se utilizar chapéu e óculos que ofereçam boa proteção contra a luminosidade. Tome banhos frios para refrescar, coloque roupas mais frescas ou aplique compressas frias na cabeça. 

Na alimentação, o especialista recomenda que se dê preferência a alimentos mais leves, com menos gordura, e evite o consumo de cafeína e comidas com muito açúcar. “Também é indicado evitar longos períodos de jejum”, diz. 

E durante a noite, preservar um ambiente mais fresco no quarto é essencial para não prejudicar o sono.  

Se, mesmo seguindo essas dicas, a dor de cabeça surgir muito intensa ou em pessoa sem histórico de enxaqueca, é preciso atenção. “Quando a dor é acompanhada de outros sintomas neurológicos, como confusão mental, alteração visual ou dificuldade de fala ou movimento, é fundamental procurar um pronto-socorro imediatamente para uma avaliação, pois pode ser sinal de um problema mais grave, como um Acidente Vascular Cerebral”, alerta o neurologista.

 

Posts mais acessados