Doses
gratuitas são ofertadas em postos de vacinação e devem ser tomadas dez dias
antes de viagens; SP também ampliou a área de recomendação da vacina para todo
o território paulista
Com a chegada das férias, a
Secretaria de Estado da Saúde reforça o alerta para que os paulistas ainda não
imunizados se vacinem contra a febre amarela, previamente a viagens programadas
para o período. A vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência para
garantir proteção efetiva.
Ainda com objetivo de
aumentar a proteção da população contra a doença, a Secretaria decidiu ampliar
e intensificar a vacinação contra febre amarela em todo o território paulista.
A partir desta segunda-feira, 18 de junho, moradores das 645 cidades poderão
ser imunizados.
A finalidade é aumentar a
cobertura vacinal para garantir a proteção de toda a população contra a doença.
Justamente por isso, a Secretaria estendeu a imunização para 190 cidades que
até então não estavam no mapa de recomendação da vacina. Nesses locais,
inicialmente estarão disponíveis as doses fracionadas da vacina, que é segura e
eficaz (confira mais informações abaixo).
Essas novas cidades estão
situadas em regiões Grande ABC, Vale do Paraíba, Baixada Santista, entre
outras, e incluem os 54 municípios participantes da campanha realizada em
janeiro deste ano. Especificamente nesses municípios, foram vacinadas cerca de
5,6 milhões de pessoas, sendo aproximadamente 95% com a dose fracionada da
vacina. Ainda é fundamental ampliar a cobertura vacinal nesses locais, que até
o momento, atingiu apenas 60,2% da população-alvo.
A pasta também está
mobilizando as 455 cidades que já tinham recomendação da vacina para
intensificar as ações de imunização, com uso da dose integral da vacina. Nesses
locais, a cobertura vacinal é de aproximadamente 80%.
Somente em 2018, já foram
vacinadas contra febre amarela 7,5 milhões de pessoas. O número ultrapassa a
marca da vacinação no decorrer de 2017, quando 7,4 milhões de doses foram
aplicadas, e é também superior à vacinação na década anterior – 7 milhões de
pessoas foram imunizadas entre 2006 e 2016.
Todas as regiões estão
abastecidas para distribuição de doses nos postos de vacinação. Desde 2017, até
o momento, 23 milhões de doses foram espalhadas por todo o território paulista,
sendo 55% desse total somente nos cinco primeiros meses deste ano.
Indicações da vacina
A partir da campanha, o SUS
passou a disponibilizar neste ano a dose fracionada da vacina, conforme
diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede
pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL
da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada
de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção
posterior a esse período. As carteiras de vacinação recebem um selo especial
para informar que a dose aplicada foi a fracionada.
Além disso, está mantido o
uso da dose padrão para crianças com idade entre nove meses e dois anos
incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e
grávidas residentes em áreas de risco.
Devem consultar o médico
sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com
tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com
doenças do sangue e de doença falciforme.
Não há indicação de
imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina,
mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes
em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses
elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é
fundamental consultar o médico.
Balanços
Embora a proporção de
semanal de casos e óbitos humanos apresente queda, nos últimos meses, em
comparação ao período de auge da doença – no início deste ano –, os dados de
epizootias (morte ou
adoecimento de macacos) evidenciam que o vírus continua circulando no
território.
De janeiro de 2017, até 15 de junho,
houve 561 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e
214 deles evoluíram para óbitos. Desse total, 31,5% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e
10,2% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 42% dos casos de febre
amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017.
Especificamente no último mês – entre
14 de maio e 15 de junho –, foram registrados 36 casos e 19 óbitos, o que indica uma queda de aproximadamente 75% na média
mensal de casos novos verificada entre janeiro e março, e de mais de 60% com
relação ao número de óbitos.
Para efeito comparativo, o
intervalo com maior aumento foi constatado no boletim de 16 de março, quando os
boletins indicavam 159 novos casos e 59 óbitos a mais em comparação ao boletim
de 14 de fevereiro.
Com relação às epizootias,
de julho de 2017, até o momento, foram confirmados 760 casos envolvendo
macacos. A região com maior concentração é a Grande São Paulo, com 47% dos
casos, seguida por Campinas, com 33%.