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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Em 15 dias de força-tarefa, Cremesp emitiu 1.949 registros a médicos recém-formados interessados no Programa Mais Médicos


 O mutirão, que auxiliou a inscrição no programa do Ministério da Saúde, manteve média de entrega de CRM em até 24 horas. Mais Médicos impulsionou recorde de registros.


O edital lançado pelo Ministério da Saúde, para contratação de profissionais para o Programa Mais Médicos, motivou aumento da procura pelo registro, principalmente por recém-formados. Em 15 dias, a força-tarefa montada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) emitiu essa documentação a 1.949 novos médicos que declararam intenção em participar do certame. Entre os dias 22 de novembro e 06 de dezembro, o mutirão do Conselho atendeu profissionais na capital e nas 36 delegacias regionais espalhadas pelo estado.

Condição essencial para participação no programa federal, os registros foram emitidos pelo Cremesp em até 24 horas. O número de inscrição do CRM foi disponibilizado ao solicitante no próprio site da instituição (www.cremesp.org.br).


Recorde

O Programa Mais Médicos provocou emissão recorde de CRMs em São Paulo no mês de novembro. Foram 1.941 documentos liberados. Para comparação, no mesmo período de 2017 este número foi de 1.053 e, em 2016, 876.




Contribuinte pode doar até 6% do imposto de renda para projetos sociais em dezembro



Valor terá que ser pago à receita de qualquer maneira; Saiba como apoiar instituições sociais


No fim do ano ações de solidariedade se espalham pelo País. Uma possibilidade ainda pouco utilizada pela população é a destinação de parte do Imposto de Renda (IR) para projetos sociais. Até o dia 28 de dezembro, os contribuintes podem doar até 6% do IR devido para este fim.

Na prática, o contribuinte doa agora, mas consegue fazer a restituição do montante (ou o abatimento do valor, caso tenha imposto a pagar) na hora da declaração do imposto de renda (entre março e abril do ano seguinte).

“Ou seja, é um valor que de qualquer maneira a pessoa teria que pagar à Receita Federal, mas assim não teria como saber como o valor seria aplicado. 

Ao redirecionar a contribuição para instituições sociais, ela pode escolher um projeto de sua cidade ou em que confia e faz a diferença”, explica o gerente de marketing e parcerias da Rede Marista de Solidariedade, Rodolfo Schneider.

Schneider explica ainda que não há risco do contribuinte cair na malha fina, pois a operação é simples e muito transparente. “Fazendo a doação para a instituição escolhida, a população tem como acompanhar durante o ano como essa organização utiliza seus recursos, em quais ações aplica o valor arrecadado e quem são os beneficiados. É uma participação importante como cidadão a respeito do destino do seu dinheiro”, avalia.

Nesta modalidade, a doção de até 6% do imposto de renda devido é válida para os contribuintes que declaram o imposto de renda pelo modelo completo.

 Segundo dados da Receita Federal, menos de 3% das pessoas que poderiam fazer essa doação fazem o redirecionamento do montante para projetos sociais.

“São muitos recursos que poderiam impactar positivamente na vida de projetos que ajudam a melhorar a vida de muitas pessoas”, reflete o especialista.


Exemplo

Um dos projetos que podem receber os recursos do 6% do imposto de renda é o Conviver Marista, que atende a mais de 2.300 crianças e adolescentes em projetos no contraturno escolar. As unidades funcionam nas cidades de Curitiba, Fazenda Rio Grande, Itapejara e Guaraqueçaba. “Esses centros ficam localizados em comunidades em situação de vulnerabilidade social e atendem famílias abaixo da linha da pobreza. Sendo assim, tornam-se importantes espaços de desenvolvimento e de protagonismo de crianças e adolescentes que conseguem prospectar objetivos e projetos de vida”, comenta o coordenador do projeto, Glaucio Motta.


Como doar

Acesse o site do Fundo da Infância e da Adolescência escolha a instituição, defina o valor do seu aporte e a data de vencimento (que não pode ser superior a 28/12). Para descobrir o seu potencial de doação, uma dica é pegar o recibo da declaração do ano anterior e fazer o cálculo de 6% com base no valor do imposto devido.

Após o pagamento do boleto, guarde o comprovante para ser usado na Declaração do Imposto de Renda de 2019.

Mais informações acesse www.impostosolidario.org.br.



O Trabalho no Futuro


Vivemos na era das incertezas. Essa expressão tornou-se comum não porque as incertezas tenham passado a existir só agora, mas porque se multiplicaram exponencialmente nas últimas décadas. Como sabemos, nunca tivemos certeza de nada, exceto da morte. Agora, nem isso. Já se fala em escaneamento da consciência, uma espécie de pendrive que seria conectado a um andróide e permitiria que vivêssemos e vivêssemos long time. Ficção Científica? Não. A ficção tornou-se o nome do que ainda não foi realizado e não mais do fantasioso e do mirabolante. E todas as mudanças mudarão as pessoas e as coisas em volta delas. Como entender e participar desse mundo? 

É fato que há 30, 40 anos, quando pensávamos no futuro, apareciam na tela de nossa imaginação não mais do que umas seis ou sete possibilidades de trabalho: médico, engenheiro, advogado, militar, funcionário do Banco do Brasil ou de algum cartório, motorista de ônibus ou ajudar o pai na loja (lembrando que astronauta e arqueólogo eram profissões desejadas em um tempo ainda mais remoto). Agora, o problema é que, diante da mesma pergunta, são dezenas as profissões possíveis, muitas das quais ainda nem têm nome, outras conhecemos de ouvir falar mas não sabemos exatamente quais habilidades seriam necessárias para exercê-las: energias renováveis, inteligência artificial, manipulação genética, robótica, internet das coisas, etc. e tal. Jovens miram perplexos o horizonte dos próximos anos e se perguntam: vai ter lugar para mim?

Tudo vai sendo virado de cabeça para baixo e as tradições que ancoraram tantas práticas sociais, conceitos e valores do mundo do trabalho, rapidamente vão se tornando obsoletas. Isso gera um desconforto, quando não um sentimento de revolta. Mas a saída continua a ser uma só: buscar entender as mudanças em vez de maldizê-las. Quanto maior a compreensão do que está acontecendo, maiores as chances de assumir um protagonismo nesses novos tempos. E então, o que está acontecendo? Como um jovem de hoje pode ter chance de uma boa colocação profissional no mundo de amanhã? 

Em primeiro lugar, compreendendo que precisa aprender o tempo todo e precisa se comunicar com todo mundo. Ou seja: a ideia de “estar formado” em algo, de “ter feito seus estudos” em tal lugar, de “ter terminado a escola” em tal ano, não tem mais nenhum futuro. Viver é aprender permanentemente e da maneira mais heurística possível. Heurística? É, trata-se do aprendizado que leva ao aprendizado, do questionamento constante e do uso intensivo da imaginação, da criatividade, do pensamento disruptivo. Disruptivo? Sim, refere-se ao pensamento que rompe com o padrão da normalidade, que rastreia novos paradigmas, que está sempre atento para outras maneiras de associação, composição, reorganização dos fatos e dos saberes.

Além de aprender o tempo todo, é preciso também poder se comunicar com todo mundo. Daí a importância de dominar as linguagens: línguas estrangeiras, linguagem da programação, mas também a linguagem social do network, a linguagem emocional das negociações, a linguagem afetiva das parcerias. Em resumo: conectividade e capacidade de tradução, esses são os dois pilares do trabalho no futuro.

A escola, em algum momento, vai precisar contribuir para essa reconstituição de saberes, rompendo com a ideia de que há coisas que precisam ser aprendidas porque são coisas importantes. Não é assim que funciona. Tudo o que precisa ser aprendido não é importante por si, mas porque tem um papel no processo de transformação constante do mundo. A linguagem matemática é fundamental, assim como a compreensão histórica ou o conhecimento dos seres vivos, mas apenas na medida em que estão inseridos no contexto da descoberta, que é o lugar da problematização; da justificação, que é onde se analisam os dados e apresentam-se as conclusões; e da aplicação, quando esses conhecimentos agem como ferramentas de transformação da realidade. 

Assim, pensar uma escola a partir de cases, de questionamentos, de problematizações, associando diversas disciplinas com diferentes mentes de diversas idades, estimulando a formulação de hipóteses, sendo rigoroso na apresentação e verificação dos dados, premiando o esforço, a criatividade e o espírito de equipe - são os passos para colocar a escola no lugar de relevância para as exigências desse tempo que é o de olhar o horizonte e não enxergar o que há, mas imaginar o que haverá lá. Um tempo cujo futuro será uma invenção do presente.






Daniel Medeiros - Mestre e doutor em Educação Histórica pela UFPR. É professor no Curso Positivo. 


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