Olire é o primeiro análogo de GLP-1 produzido no Brasil com tecnologia 100% nacional. Aprovado pela Anvisa, o medicamento chega para democratizar o tratamento da obesidade com respaldo da ciência e atenção médica.
Por
que esse lançamento pode mudar tudo
O
Brasil está prestes a testemunhar um marco no tratamento da obesidade e do
diabetes tipo 2. A farmacêutica EMS anunciou o lançamento das canetas Olire
e Lirux, os primeiros análogos de GLP-1 totalmente desenvolvidos
e fabricados no país. Com preço até 20% mais acessível que as marcas
importadas, os medicamentos chegam ao mercado como alternativas eficazes,
seguras e com chancela da Anvisa.
Mas o
que isso representa na prática?
Para o
médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo, especialista em
emagrecimento saudável e referência nacional no uso de terapias modernas,
trata-se de um divisor de águas:
"A
chegada de um análogo de GLP-1 fabricado no Brasil representa mais do que
economia. Representa autonomia científica, expansão do acesso e continuidade
terapêutica para milhares de pacientes que hoje precisam interromper o
tratamento por questões financeiras."
O
que é a liraglutida e por que ela funciona
A
liraglutida é uma molécula sintética semelhante ao hormônio GLP-1, naturalmente
produzido pelo nosso intestino. Sua função principal é estimular a saciedade,
retardar o esvaziamento gástrico e regular os níveis de glicose no sangue.
"Ela
age diretamente no centro da fome no cérebro, reduzindo o apetite de forma controlada
e fisiológica, sem gerar compulsões de rebote quando usada corretamente",
explica o Dr. Ronan.
A
substância já é amplamente estudada e aprovada em diversos países. No Brasil,
era disponibilizada apenas por laboratórios estrangeiros, o que limitava seu
uso a uma parcela pequena da população devido ao custo elevado.
Comparação
com outros medicamentos do mercado
Atualmente,
os principais análogos de GLP-1 utilizados para emagrecimento ou controle
glicêmico são:
- Semaglutida
(Ozempic/Wegovy): aplicação semanal, alta eficácia;
- Tirzepatida (Mounjaro):
também semanal, atua em dois receptores hormonais, considerada a mais
potente até agora;
- Liraglutida (Olire/Lirux):
exige aplicação diária, mas tem ótimo perfil de tolerabilidade e
segurança.
"Embora
a liraglutida exija uso diário, ela é uma excelente opção, especialmente quando
pensamos em individualização do tratamento. Em muitos casos, é preferível
começar por ela, observar a resposta do organismo e depois ajustar. E agora,
com a produção nacional, isso se torna mais viável", afirma o Dr. Ronan.
Por
que a obesidade precisa de tratamento sério e urgente
Segundo
dados da Organização Mundial da Saúde, mais da metade da população brasileira
já está acima do peso, e os índices de obesidade seguem crescendo.
Não
estamos falando apenas de estética. A obesidade é uma doença inflamatória,
silenciosa e progressiva, que aumenta o risco de mais de 200 outras condições como
diabetes, hipertensão, infertilidade, apneia do sono, Alzheimer, câncer e até
depressão.
A
grande vantagem dos análogos de GLP-1 é que eles tratam a raiz do problema, a
desregulação neuroendócrina do apetite, que impede o paciente de manter o peso
a longo prazo mesmo com dieta e exercício.
Para
quem é indicado e para quem não é
Os
análogos de GLP-1 como o Olire são indicados para:
- Pacientes com IMC acima de 30 (obesidade grau 1)
- Pacientes com IMC entre 27 e 29,9 que apresentam comorbidades
(como hipertensão, diabetes, dislipidemia)
- Pessoas que já tentaram emagrecer com dieta e exercício e não
tiveram resultado satisfatório
Por
outro lado, não são indicados para:
- Pessoas com histórico de pancreatite
- Portadores de câncer medular de tireoide ou Síndrome de MEN 2
- Gestantes ou lactantes
- Crianças e adolescentes sem indicação médica específica
"Não
é uma fórmula mágica. É um recurso terapêutico poderoso que precisa ser usado
com responsabilidade, sob acompanhamento médico e dentro de um plano de saúde
individualizado", reforça o Dr. Ronan Araujo.
O futuro: medicamentos modernos com acesso real
Além
do impacto no acesso, o Olire abre caminhos para o desenvolvimento de novos
medicamentos nacionais. A EMS já anunciou que pretende lançar, em 2026, uma
versão nacional da semaglutida (substância mais potente que a liraglutida),
assim que a patente expirar.
Para
Dr. Ronan, isso é só o começo: "Estamos diante de uma transformação na
forma como tratamos a obesidade no Brasil. Com mais acesso, mais ciência e mais
responsabilidade, conseguimos não só emagrecer, mas transformar a saúde de
verdade."
Com
orientação médica correta, acompanhamento contínuo e protocolos personalizados,
é possível sim emagrecer com saúde, eficiência e qualidade de vida.


Nenhum comentário:
Postar um comentário