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segunda-feira, 28 de julho de 2025

Julho Amarelo – mês dedicado conscientização e prevenção das infecções por hepatites virais.

Imagem ilustrativa.
Hucam-Ufes é referência em estudos sobre hepatite B


Instituído através da lei 13.802/2019, Julho Amarelo é o período dedicado à conscientização e prevenção das hepatites virais que no Brasil são classificadas como A, B, C, D e E. Conforme dados do Ministério da Saúde, essas infecções são consideradas um problema de saúde pública por conta do percentual de pessoas infectadas e por causar consequências à saúde das pessoas, já que algumas delas, como é o caso da hepatite B, pode levar ao acometimento de doenças graves como cirrose e câncer no fígado. 

O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), disponibiliza, através dos serviços de infectologia e hepatologia, tratamento para hepatites virais e as doenças decorridas pelas infecções. Além disso, por meio do Centro de Infectologia o Hucam-Ufes desenvolve estudos, particularmente sobre a hepatite B. 

As pesquisas são necessárias para compor frentes voltadas para o cuidado das pessoas com essas infecções. “Temos dois estudos, um que monitora as pessoas que não precisam de indicação de tratamento e outro que monitora pessoas que interrompem o tratamento. O objetivo é fazer esse acompanhamento e entender como funciona a infecção por hepatite B no organismo das pessoas”, explica Rúbia Miossi, infectologista e pesquisadora do Hucam-Ufes. Uma terceira investigação em curso tem como meta desenvolver medicamento para curar a infecção por hepatite B, assim como já acontece com a hepatite C. “O estudo está em andamento. Entramos numa terceira fase para saber se o medicamento de teste de fato funcionou ou não para a cura da hepatite B. Então, é importante lembrar que já evoluímos muito, pois através de pesquisas como esta que foram desenvolvidas medicações capazes de levar a cura de todos pacientes do vírus C”, destaca Rúbia. 

Rúbia Miossi, enfatiza também que a hepatite B é um tipo de infecção sexualmente transmissível (IST), e assim como as demais IST’s, apesar do volume de informações disponíveis para população, as pessoas resistem em fazer uso do preservativo durante as relações sexuais. “As pessoas não têm o habito de utilizar o preservativo e, o avanço das IST’s prova isso, não só a hepatite B, mas infecções como sífilis e HIV. A falta deste hábito deixa essas pessoas expostas a essas infecções”, pontuou a médica. 

Outro recurso de prevenção negligenciado é a vacina, que no caso da hepatite B está disponível, gratuitamente, através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Existem adultos que nunca foram vacinados para o vírus da hepatite B, que não estão imunes e que nem sabem que precisam se vacinar. Apesar de haver um calendário de vacinas para adultos, existe também uma desinformação sobre as vacinas do adulto. De um modo geral, toda pessoa tem indicação de fazer a vacinação da hepatite B, independente de idade”, alerta a especialista.


Acesso aos serviços do Hucam-Ufes

Para acessar os serviços de tratamento e acompanhamento no Hucam-Ufes é necessário que o usuário seja encaminhado através da regulação estadual da secretaria de saúde. Através do serviço de infectologia, o hospital universitário conta com recursos necessários para avaliação do paciente como de exames de imagem para acompanhar a evolução da infecção viral e evitar agravamento da infecção. Pessoas em estágios mais avançados e que já desenvolveram cirrose ou câncer de fígado são encaminhadas para tratamento no serviço de hepatologia.
 

Sistema Único de Saúde

O diagnóstico e o tratamento das hepatites virais são assegurados pelo SUS. Os medicamentos são administrados por via oral, com prescrição especializada. Os diagnósticos são feitos por testes rápidos, sorológicos, e a infecção é confirmada por exames de biologia molecular. Fazer testes com frequência é fundamental para identificação precoce e intervenção eficaz. O SUS também garante a vacinação desde a infância contra as hepatites A e B, essenciais para prevenção.

 

Sobre as hepatites virais

  • Hepatite A: Transmitido por contaminação fecal/oral e por consumo de água e alimentos contaminados. É mais frequente em locais com condições precárias de higiene e saneamento. Atualmente, tem-se observado o aumento do número de casos de hepatite A em homens que fazem sexo com homens (HSH). Muitos casos são assintomáticos e podem ser diagnosticados apenas por exames de rotina. Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após alguns dias, mas casos mais graves podem manifestar febre alta, dor abdominal intensa, vômitos e pele amarelada.
  • Hepatite B: É transmitida por fluidos corporais ou sangue contaminados, podendo ocorrer durante o parto de uma mãe infectada para o bebê, por contato sexual ou pelo compartilhamento de agulhas e outros materiais contaminados. Na maioria dos casos adquiridos na idade adulta, a infecção aguda resolve-se espontaneamente após a exposição. Mas, quando transmitida verticalmente ou na infância, há um alto risco de desenvolver hepatite crônica. Por isso, é necessário fazer a testagem sorológica durante o pré-natal para identificar casos de infecção materna. Em adultos, entre 20% e 30% dos casos crônicos podem progredir para cirrose e/ou câncer de fígado. Atualmente, os tratamentos disponíveis não curam a infecção, mas podem retardar a progressão da cirrose, diminuir a incidência de câncer hepático e melhorar a qualidade de vida a longo prazo.
  • Hepatite C: Uma das principais causas de transplante de fígado globalmente, a hepatite C atinge cinco vezes mais pessoas que o HIV/Aids. É transmitida, sobretudo, pelo contato com sangue contaminado e por relações sexuais desprotegidas. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas. Não há vacina disponível e a prevenção inclui, principalmente, o não compartilhamento de agulhas e seringas e o sexo seguro.
  • Hepatite D: É uma infecção secundária que ocorre apenas em pessoas que já têm hepatite B ou que adquirem o vírus Delta concomitantemente ao vírus B. Não possui vacina específica, mas a vacinação contra hepatite B previne a infecção por Delta.
  • Hepatite E: Transmitida principalmente pelo consumo de água contaminada. É mais comum em áreas com más condições de saneamento. Não há vacina disponível amplamente, mas costuma ser uma doença aguda e autolimitada (de baixa gravidade e de breve período de tempo).

 

Fonte: Rubia Miossi, pesquisadora e médica infectologista do Hucam-UFES;
Tania Reuter, pesquisadora e médica infectologista do Hucam-UFES.

Rede Ebserh

Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes)


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