Entre 2000 e 2023, o Brasil confirmou mais de 718 mil casos de hepatites virais.
Em 2025, São Paulo e Belo Horizonte registram alta expressiva nos casos de
hepatite A, e Ministério da Saúde reforça urgência da testagem e vacinação
gratuita pelo SUS
Em
alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de
julho, e dentro da campanha nacional do Julho Amarelo, o Ministério da Saúde
lançou este mês um novo alerta sobre o avanço das hepatites virais no Brasil,
com foco na testagem e vacinação. Entre 2020 e 2023, o país registrou mais de
785 mil casos dessas infecções silenciosas. Só no primeiro semestre de 2025, os
números acendem um novo sinal de alerta: os casos de hepatite A em São Paulo já
superam metade de todos os registros de 2024, e em Belo Horizonte triplicaram,
apontando que o vírus está em plena circulação, especialmente entre adultos não
vacinados.
Segundo
o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2025, divulgado pelo Ministério da
Saúde no dia 8 de julho, o Brasil notificou 718.651 casos confirmados de
hepatites virais no período de 2000 a 2023, sendo 39,3% de hepatite B, 37,3% de
hepatite C, 22,5% de hepatite A e 0,9% de hepatite D. O documento também
reforça que o diagnóstico precoce, a vacinação e o tratamento eficaz estão
entre as principais estratégias para interromper a cadeia de transmissão e
evitar complicações, como cirrose e câncer de fígado.
Dra.
Patrícia Almeida, Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica
que as hepatites virais são inflamações do fígado causadas por diferentes vírus
e, muitas vezes, não apresentam sintomas evidentes, o que dificulta o
diagnóstico. “Cansaço, dor abdominal, febre, urina escura, fezes claras e
icterícia podem ser sinais de alerta. Por isso, é fundamental que a população
faça o teste rápido gratuito, disponível no SUS, principalmente os grupos de
risco: como pessoas com mais de 40 anos, profissionais de saúde, comunidade
LGBTQIA+ e quem recebeu transfusão antes de 1993”, orienta a médica.
O
tratamento da hepatite C, por exemplo, pode curar mais de 95% dos casos com
medicamentos antivirais de ação direta, gratuitos e com baixa taxa de efeitos
adversos. Já a hepatite B, embora ainda sem cura definitiva, pode ser
controlada com medicamentos que evitam a progressão da doença. A hepatite A,
por sua vez, é altamente prevenível por meio da vacina, disponível nos postos
de saúde, e por cuidados básicos de higiene e saneamento.
A
transmissão da hepatite A ocorre principalmente pela via fecal-oral, por meio
da ingestão de água ou alimentos contaminados e práticas de higiene inadequadas.
Já as hepatites B e C são transmitidas pelo contato com sangue contaminado e
relações sexuais desprotegidas. Por isso, além da vacinação, é essencial não
compartilhar objetos pessoais, usar preservativos e manter hábitos saudáveis.
Neste
Julho Amarelo, o Ministério da Saúde destaca ainda a importância de ações
integradas que envolvem testagem, vacinação, redução do consumo de álcool,
alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, fortalecendo os
cuidados com o fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano. “Com
prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, podemos evitar complicações graves
e garantir mais qualidade de vida. Este é o momento de cuidar do seu fígado e
de reforçar a importância da saúde hepática”, finaliza a Dra. Patrícia.
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